Dia 26 de março, sábado, 9h00

— Olhando pra você, dá pra perceber que você já se sente em casa. – Observou Sakura ao notar Sasuke deitado em seu sofá enquanto esperava a médica se arrumar.

— Foi mal. – Disse sentando-se rapidamente.

— Tudo bem – Sorriu – É bom ver que você se sente à vontade comigo. – Sentou-se ao lado do moreno.

— Hoje você não vai ao hospital? Até estranhei seu despertador não tocando de madrugada.

— Hoje é meu dia de folga!

— E já tem planos?

— Na verdade, estava planejando conhecer sua casa. – Sorriu.

— Melhor não...

— Por que não? Tá me escondendo alguma coisa? – Cruzou os braços.

— Minha casa é pequena e bagunçada. Você não ia gostar de lá. – Resumiu.

— Mesmo assim quero conhecer. Você já dormiu duas noites aqui. Quero conhecer o seu lugar também!

— Tudo bem! Já que faz tanta questão, mas não diga que eu não avisei. Ah... E nem dá pra gente transar lá! Meu irmão nunca arreda o pé. – Avisou e Sakura corou.

— Não é pra isso que eu vou na sua casa.

— Vai pra que então?

— Pra conhecer! Já disse! Eu tenho curiosidade!

— Tudo bem... Vamos logo então porque eu tenho certeza que depois do almoço vai ter ensaio da Akatsuki e eu quero muito que você conheça meus amigos e meu irmão.

— Vai me apresentar pra eles?

— Claro! Sempre apresento as garotas com quem saio... – Disse e Sakura ficou menos empolgada. Quer dizer que ela não era a única que ele levava pra apresentar para os amigos? Mas por que isso a incomodou? Ela não queria compromisso, certo?

— Ok. – Falou e Sasuke então segurou a mão dela. Ele não a soltaria durante todo o trajeto.

[...]

— Itachi, essa é a Sakura! Sakura, esse é meu irmão! – Sasuke fez as apresentações.

— Oi Itachi! É um prazer conhecê-lo! – Disse Sakura apertando a mão do uchiha mais velho.

— O prazer é todo meu! Meu irmão só fala de você. – Sakura sorriu ao ouvir aquilo e Sasuke ficou envergonhado.

— Para de me constranger na frente da doutora, irmão! – Resmungou emburrado.

— A doutora gostou de saber, né? – Itachi piscou em sinal de cumplicidade a rosada que assentiu.

— Foi uma boa informação. Aliás, Itachi, o Sasuke não queria me trazer aqui.

— Tá com vergonha da sua casa é, malandro? – Disse Itachi.

— Só acho que não posso oferecer conforto para Sakura aqui. – Se explicou Sasuke.

— Sakura, desculpe por não termos muito espaço, mas isso deve mudar em breve. Assim que o EP da banda sair e a gente começar a fazer muitos shows vou conseguir alugar um lugar maior.

— Que isso, eu realmente não me importo! O Sasuke me levou para o show de vocês no nosso primeiro encontro e eu adorei o som de vocês! Sério, mesmo! É incrível. – Disse Sakura.

— Fico feliz que tenha gostado do som! Eu estou muito ansioso pra ver o resultado de tudo. Já começamos a gravar, mas falta finalizar uma música.

— Que tipo de música tá faltando? – Perguntou Sasuke ao irmão.

— Uma balada.

— Itachi, Roads era uma balada não era?

—  Era, mas o nosso produtor preferiu que fosse o primeiro single e para ele a primeira música de trabalho tem que ser animada.

— Entendi. Então escreva uma música bem melosa... Sei que é capaz. – Incentivou Sasuke.

— Não tenho tido tanta inspiração no momento, ao contrário de você eu não to apaixonado por ninguém. – Ao ouvir Itachi afirmar isso, Sasuke e Sakura se entreolharam.

— Não estamos apaixonados! – Falaram os dois ao mesmo tempo.

— E essa sintonia toda aí?

— Itachi, eu gosto muito do seu irmão, mas sem querer magoar ninguém eu não to procurando namorado. – Explicou Sakura.

— Eu disse isso pro Itachi, mas ele é besta e não acredita em mim. Não leve a sério o que meu irmão fala. Eu to na mesma vibe que você, doutora. – Sasuke desmentiu o irmão.

— Se vocês não estão prontos para assumir, tudo bem. Vamos para o ensaio?

— E o nosso almoço? – Perguntou Sasuke.

— Vamos comer na casa do Pain! – Disse Itachi.

— Pain é o  ruivinho né? – perguntou Sakura.

— É, sim... você o conhece? – perguntou Itachi.

— Eu não, mas uma amiga minha ficou com ele no Carnaval. Aliás, ela é a maior fã de vocês!

— Agora eu entendi porque o namoro dele com a Temari não anda bem. Pelo visto, não foi só a distância que atrapalhou... – Comentou Itachi.

— Eles terminaram? – Perguntou Sasuke.

— Estão em crise. Acho que deram um tempo.

— Vou falar pra Konan então! Ela gostou bastante dele. – Falou Sakura entregando a amiga.

— Não quer chamá-la pro nosso ensaio? – Ofereceu Itachi.

— Posso mesmo? Ela vai amar! – Sakura ficou animada.

— Claro! É ótimo tocar pra plateia! E hoje vamos ter você, o Sasuke e a sua amiga. Vai ser maravilhoso!

Dia 26 de março, sábado, 13h15 

Com a permissão de Itachi, Sakura tomou a liberdade de convidar Konan para o ensaio da Akatsuki. Enquanto sua amiga não chegava, ela foi apresentada aos demais integrantes e almoçou ao lado deles. Sakura entendia bem agora porque Konan falou que só Pain prestava da banda. Deidara era bastante afeminado e Suigetsu parecia maluco. Só não entendia porque Konan não se interessaria por Itachi. O irmão mais velho de Sasuke era bonito e muito educado. Sakura ficou com aquilo na cabeça e resolveu que perguntaria para a amiga mais tarde qual motivo ela tinha para não querer pegar o guitarrista da Akatsuki.

 O som já estava rolando, quando Konan chegou ao endereço. Quando a campainha tocou, Sasuke e Sakura foram recebê-la na sala. Konan então se reuniu com todos na sala do estúdio e ficou cantarolando as canções que sabia que tentando decorar as que ainda não conhecia. Como fã, ela estava tendo uma chance privilegiada de ouvir música inéditas no repertório. Quando percebeu que Konan estava lá, Pain ficou inquieto. Na primeira pausa, ele falaria com ela.

— E aí gostaram? – Perguntou Itachi assim que terminaram o ensaio.

— Vocês são excelentes! – Afirmou Sakura.

— Mandou bem, irmão! – Disse Sasuke.

— A cada dia vocês ficam melhores! – Falou Konan.

— Ah, Itachi... Essa aqui é a Konan! – Apresentou formalmente Sakura.

— Prazer, Konan. Mas eu já te vi em alguns shows, certo?

— Certíssimo. – Assentiu.

— Sei quem é ela... – Falou Suigetsu.

— Mas quem conhece bem a Konan é o Pain, não é mesmo? – Sugeriu Deidara e Pain então saiu da bateria e se aproximou da moça.

— Bom te ver, Konan. – Pain então deu dois beijinhos na bochecha da moça que ficou feliz com a reação do antigo ficante.

— Bom te ver também. – Sorriu. Os dois não tocariam em assuntos íntimos ali. Talvez mais tarde, longe de olhares curiosos pudessem dar um rumo na relação que ficou reticente desde a cervejinha depois do Carnaval.

Dia 26 de março, sábado, 15h47 

— Gente, adorei estar com vocês, mas eu tenho que partir. Hoje a noite tenho um encontro e ainda preciso passar em casa. – Anunciou Suigetsu.

— Quem é a louca? – Perguntou Deidara debochado.

— Uma fã. – Suigetsu deu um sorrisão.

— Mais um envolvido com uma groupie... – Deidara revirou os olhos.

— Você mesmo pega umas groupies, Deidara! Vê se me erra! – Suigetsu ficou irritado.

— Eu pego, mas não marco um encontro romântico que nem você otário. – Retrucou Deidara.

— Chega vocês dois! – Pediu Pain.

— Falou o outro que... – mas antes que Deidara terminasse, Pain interrompeu.

— Um pouco de respeito é bom, Deidara! O Suigetsu sai com quem ele quiser do mesmo jeito que você. E não diminua as nossas fãs.. – Falou Pain. Certamente, o rapaz só queria evitar Konan de qualquer constrangimento. Sakura ficou feliz por ver o amigo de Sasuke falando assim.

— Acho que é melhor irmos também, Sasuke! – Falou Sakura.

— Então, vamos! Vai também irmão? – Sasuke perguntou a Itachi.

— Não vou estragar o clima de romance entre vocês?

— Claro que não Itachi! Konan, você nos acompanha? – Perguntou Sakura.

— Na verdade, eu queria que a Konan ficasse mais um pouco... Precisamos conversar. – Falou Pain.

— Sakura, vá na frente. Mais tarde eu te ligo ou passo na sua casa. – Disse Konan.

— Tudo bem... Então tchau! Disse Sakura e então todos se despediram.

— Agora que todo mundo já foi eu também vou ter que vazar? – Perguntou Deidara.

— Eu preciso conversar em particular com a Konan. – Disse Pain.

— Tudo bem. A gente se fala mais tarde, Pain. Tchau Konan. – Deidara por fim se despediu e foi embora.

— Acho que agora teremos um pouco de paz. – Disse Pain.

— Obrigada por me defender. – Falou Konan se aproximando de Pain.

— O Deidara fala o que dá na telha e não se preocupa com os sentimentos dos outros. Eu já me acostumei, mas não acho legal você ter que ouvir esse tipo de coisa. Até porque nós sabemos que você não é uma groupie. – Um leve sorriso brotava no rosto de Pain.

— Eu achava que você pensava que eu era. – Admitiu.

— No início sim, mas depois que nós saímos três vezes eu mudei de ideia. Eu te admiro muito, Konan. – Pain disse e Konan ficou sem graça.

— Então por que você sumiu? – Konan não queria cobrar nada, aliás, sabia que não tinha esse direito, mas fazia algum tempo que Pain a evitava.

— Você sabe que eu tinha namorada...

— Ela descobriu o que rolou entre a gente?

— Na verdade, eu contei e aí ela me pediu um tempo.

— Entendo... – Eles então ficaram alguns segundos em silêncio. Tentavam administrar os sentimentos. Konan, apesar de falar para Sakura que só queria pegação, tinha se afeiçoado ao músico.

— Você é uma garota maneira. Não merece um cara dividido. – Pain tentou retomar a conversa.

— Tudo bem. Pain, você me disse que não era nada sério. Eu não fantasiei nada. Se desse, eu podia ser sua amiga. O que acha?

— Eu não ia saber ser seu amigo. Melhor a gente ficar afastado, por enquanto...

— Tudo bem. Eu já disse que entendo. A gente se vê por aí... – Konan então saiu e deixou Pain sozinho.

[...]

— Tá entregue! – Disse Sasuke assim que deixou Sakura em seu apartamento.

— Você tem que ir mesmo, Sasuke? Fica aqui... – Perguntou Sakura com uma voz manhosa e a enterrando o rosto no pescoço de Sasuke.

— Se eu dormir mais uma noite aqui vou ter que acabar me mudando pra cá! Nem parece que eu tenho casa mais. – Riu com o pedido da médica.

— Também não exagera. – Sakura então largou o rapaz e se afastou.

— Foi só falar em compromisso que você pulou fora.

— A gente não tá namorando.

— Então, eu tenho que ir pra casa. Se eu dormir aqui três dias seguidos vou começar a acreditar que você está perdidamente apaixonada por mim.

— To viciada em você. – Sakura o beijou rapidamente – Mas não to apaixonada.

— É sexo que você quer? – Falou Sasuke puxando a médica pela cintura.

— Aham. – Provocou.

— Então, você vai ter... – Sasuke então jogou Sakura no sofá e eles ficariam ali por um bom tempo.

[...]

— Já é tarde, Sakura. Melhor eu ir dormir em casa. – Disse Sasuke terminando de vestir suas roupas.

— Eu sei. Pode ir. – Falou pensativa.

— Já usou e abusou desse corpinho mesmo né? Aí pode descartar. – Falou brincando.

— Sasuke, você não é um brinquedo pra mim. – Ela finalmente o encarou, então ele sentou na beirada da cama e aproximou o seu rosto ao dela.

— Eu sou o que pra você, doutora?

— A chance de recomeçar.

— Esse medo todo que você tem de compromisso é por causa do seu ex?

— Não gosto de falar dele, Sasuke. – ela virou o rosto, mas Sasuke segurou o queixo de Sakura e a obrigou olhar para ele.

— Eu não sei o que ele fez com você, mas eu posso te afirmar  que eu jamais faria algo para magoá-la. Eu sou um cara sincero. Não menti quando falei que a gente ia se divertir junto. Não menti quando disse que ia te fazer feliz. E, olha, eu não vou te forçar a ter compromisso nenhum comigo. Sei que você tem as suas inseguranças, eu também tenho as minhas... Vamos levar isso que nós temos de forma leve ok?

— O que nós temos? – Sakura perguntou curiosa.

— Um laço. – Sorriu e então os dois se abraçaram. Apesar de serem fortemente atraídos um pelo outro, Sasuke e Sakura começavam a perceber que não era só sexo o que os unia. Havia carinho, cuidado e troca.