Um amor não correspondido escrita por KayMine


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oieee pessoitas!
Obrigada pela Isa e Nandinha Berry terem comentado. E a Juliana (cadê meus óculos? Tá, brincadeira kkkkkk) por estar acompanhado.
1bj de morango pra vcs :* ❤ :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/686549/chapter/2

Abri a porta de casa, me deparando com a sala cheia de comida. Três caixas de pizzas, uma torta de morango, (suspeito que tenha sido a minha vó que tenha feito) bandejas de doces e salgados, e uma jarra de suco.

Meu estômago roncou baixo ao vê tudo aquilo, e eu lancei um olhar raivoso para minha vó, que recebia o pessoal da banda com um imenso sorriso.

— AO ATAQUE! – gritou Felipe, esbanjando-se em alegria.

— FELIPE! – Julia exclamou. Meus avós riram, e eu abrir um leve sorriso.

— Bom, pitchica, eu e seu avô iremos sair para dá uma volta... – falou minha vó, pegando sua bolsa do sofá – Sintam-se em casa!

— Com todo prazer do mundo! – respondeu Felipe de boca cheia, atacando mais um pedaço de pizza. Vi pela feição de Júlia que cansara de repreender o irmão.

Antes de saírem, meu avô cochichou algo para Joaquim e André. Fiquei incomodada com aquilo. Oque ele dissera?

Fiquei pensando nisso, até resolver me sentar no sofá. Olhar toda aquela comida e não poder comer nada, era em si, uma imensa tortura.

— Não vai comer nada? – senti o lado esquerdo afundar. André me encarou de testa franzida e uma sobrancelha erguida.

— Não to com fome! – dei de ombros. Ouvi ele suspirar e saí. Depois de alguns segundos, sinto meu lado esquerdo afundar novamente. Joaquim comia um pequeno pedaço de torta.

— Já sei... – me antecipei em dizer, já vendo que o mesmo ia abrir a boca – “Porque não vai comer nada?”

— Poupou minha saliva. – sorriu e me fitou – Não acredito que não esteja com fome!

— Mais eu não to! – retruquei.

— Vai! – ele estende o pedaço de torta na minha direção – Come!

— Não quero! – neguei com a cabeça.

— Come! – ele insistiu. Eu bufei e olhei pro pedaço de torta. Tão apetitosa, tão suculenta. Acho que um pedacinho não fará nada demais, certo?

Peguei a torta de sua mão e dei uma mordida. A calda de morango e creme derretia na minha boca. Mordi mais um pedaço, e estendi pra Joaquim novamente.

Ele me olhou por um momento, quando começou a rir.

— Oque? – perguntei, com cara de idiota.

— Sua boca tá suja! – ele continuou rindo.

— Sério? – falei, segurando o riso. Passei a mão no rosto umas três vezes, até fitar Joaquim novamente – Saiu?

— Não... Vem, deixa eu limpar! – ele ergueu o corpo pra frente da mesinha do centro da sala, e pegou um guardanapo. Depois olhou pra mim novamente.

Joaquim se aproximou e segurou meu rosto com uma mão, enquanto que a outra limpava meu rosto. Senti minhas bochechas queimarem.

Levantei o olhar pra cima, e vi Joaquim totalmente concentrado na sujeira. Quando terminou, não esperava que eu estivesse encarando-o, por isso vi nos seus olhos a surpresa e o desconforto.

— Pronto... – mais ele não se afastou. Parecia perdido nos meus olhos, tanto quanto eu, nos seus. Mais acho que é só minha imaginação, pois segundos depois Joaquim se afastou e voltou a comer sua torta normalmente.

Olhei ao redor e vi que Júlia e André conversavam perto da porta, e Felipe estava concentrado demais na comida, pra prestar atenção em qualquer coisa.

Levantei-me e fui em direção a jarra de suco de cajá. Derramei o líquido sobre o copo de vidro, até a metade. Tentei ao máximo saborear o doce de seu suco, antes de colocar o copo novamente e voltar pro sofá.

— A banda tá fazendo muito sucesso hein? – André se aproximou animado, com Júlia atrás de si.

— Si é! – respondeu-lhe Felipe – Daqui a pouco vou contratar um segurança! 

— Não exagera, Felipe! – Júlia o advertiu.

— Quando será o próximo show? – Joaquim questionou.

— Não sei... Mais ouvi meu pai dizer que daqui pro mês que vem talvez tenha alguma coisa. – respondeu André, tomando um gole de seu suco.

— Gente, que tal fazermos Karaokê? – eu pergunto, com a voz animada. Se aquilo fizesse que todos tirassem o foco da comida, pra mim está uma maravilha.

— Sim! – responderam todos em coro.

— Você poderia me ajudar... – dirigi meus olhos azuis para Joaquim, mais balancei a cabeça negativamente, virando-me para o garoto de badana – André?

Eu acho que todos ficaram surpresos, inclusive o Joaquim que me fitou assustado. Tenho certeza que todos pensaram que eu o chamaria. E era claro que EU o faria, mais ficar afastada um tempo do Joaquim, será bom pra mim.

— Tá... – respondeu-me desconfiado – Tudo bem!

Júlia me olhou de cara feia, olhando pro lado e bufando em seguida. Não se preocupe July, não roubarei seu namorado.

Subimos as escadas e entramos no meu quarto. Peguei o microfone e o fio que interligava ao DVD.

— Seu quarto é bem maneiro! – André comentou – Gostei! – e sorriu, fazendo-me repetir o mesmo gesto.

— Está tudo aqui e... Aaaaaahhh! – tropecei na tapeçaria. Eu ainda estava fraca, por isso não me sustentei. Fechei os olhos, esperando sentir o impacto com o chão.

Mais não aconteceu...

Abri-os e me deparei com André quase colado com o meu rosto, segurando minha cintura. Nós estávamos em uma posição HIPER desconfortável. E nem se fala do constrangimento.

Ouvi a porta se bater fortemente, e rapidamente nos separamos, encontrando Joaquim parado em frente a porta, nos fitando de braços cruzados.

— Foi por isso que chamou ele? – questionou de cara feia.

Perai... O Joaquim estava com ciúmes?

Ele continuou a nos olhar de cara feia, quando começou a rir.

— To brincando, pessoal! – ele disse, com um leve sorriso – Eu shippo vocês dois tá? – e soltou uma gargalhada – Mais não conta isso pra Júlia!

Senti meu coração pouco a pouco se despedaçar. Que tola eu fui. O Joaquim, com ciúmes de mim? Quem me dera!

Peguei o equipamento do som do chão, já que eu havia derrubado na minha quase queda. E saí do meu quarto, descendo as escadas.

— Demorou hein? – comentou Júlia – E aí? Vamos?

Ignorei-a, conectando o cabo do microfone com o DVD PLAYER. Testei algumas vezes, e vi que estava tudo certo. Peguei o CD da C1R e coloquei no aparelho e apertei na sessão Karaokê.

— Quem vai começar? – eu perguntei desanimada, girando o controle na minha mão.

— O Joaquim! – opinou Felipe. Suspirei.

— Toma Joaquim! – entreguei o microfone pra ele, que me encarou de modo estranho, mais logo sua atenção se voltou pra tevê.

— Essa música que eu vou cantar não é da C1R! – ele começou – É minha! – e sorriu.

Eu sei falaram pra ir devagar
Mas eu não controlo o coração
Era melhor então deixar pra lá
Nem continuar essa canção

Se eu sou muito novo pra me apaixonar
Já não me importa
Pois eu vou falar

Você quer ser minha princesa?
E fugir comigo pra qualquer lugar
Se só o que me importa agora
É te amar

Você quer ser minha princesa?
E fugir comigo pra qualquer lugar
Se só o que me importa agora
É te amar

Eu acho que a ideia do Karaokê não foi tão boa assim... Não precisaria ser um gênio pra saber que o Joaquim tinha feito essa música pra Isabela.

Meus olhos começaram a lacrimejar, então suspirei e contei até dez.

— Pena que a Isabela não tá aqui! – André comentou maliciosamente, quando Joaquim terminou. Ele sorriu sem graça pro amigo e entregou o microfone pra Júlia.

— Agora é a profissional. – ela se gabou, fazendo-me revirar os olhos e sorrir fraco.

Entre borrachas e apontadores
Mora o meu grande amor
Colei seu nome com várias cores
No livro que ele me emprestou

Mandei mil balas e mariolas
Roubei as flores todas do jardim
Eu faço tudo na minha escola
Pra ver se ele gosta de mim

Cola o teu desenho no meu
Pra ver se cola
Cola o meu retrato no teu
E me namora
Comigo nessa dança
Um sonho de criança
E o meu coração cola no teu
Pra ver se cola

Cola o teu desenho no meu
Pra ver se cola
Cola o meu retrato no teu
E me namora
Comigo nessa dança
Um sonho de criança
E o meu coração cola no teu
Pra ver se cola

Acho que todos nós ficamos surpresos, pois Júlia tinha uma bela voz. Algo que eu nunca imaginei.

— Poxa Júlia! – André exclama, com um sorriso impressionado – Você tem uma voz linda! – e corou levemente.

Aaaaaaiiiin!!! Me ajudem a juntar esses dois, AGORA!!!

— Obrigada André! – A Júlia agradeceu, com o mesmo corar nas bochechas.

— Ui, ui, ui! – cantarolou Felipe.

— Cala a boca, Felipe! – eu e Joaquim dissemos ao mesmo tempo. Ele me fitou e sorriu, enquanto que eu permanecia sem nenhuma expressão.

— Quem vai? – questionou Júlia, após o breve constrangimento.

— Eu vou! – saltitou o irmão menor, segurando o microfone.

Levanta a guarda e prepara como quem fosse lutar
Vai dando passos pra frente pra conquistar o lugar

Olha pro lado, olha pro outro
E vai girando, girando ôôô
Olha pro lado, olha pro outro
E vai girando, girando
Dança comigo êô

Para direita, pulando, pulando, pulando eu vou
Para esquerda pulando, pulando, pulando eu vou
E para trás (eu vou)
E para frente (eu vou)

Eu vou pulando, pulando, pulando
Como canguru
Uh uh uh
O meu amigo canguru
Uh uh uh
Pulando como canguru
Uh uh uh
O meu amigo canguru

Todo mundo pulando, todo mundo pulando
Todo mundo pu pu pu pu pulando,
Todo mundo pulando, todo mundo pulando
Todo mundo pulando

Eu ria litros. Na metade da música, o pessoal se juntou a ele e começaram a dançar que nem retardados... Acho que nunca rir tanto!

— Ai, ai... Essa foi boa! – afirmou Júlia, após uma breve risada.

— Sua vez! – Felipe me entregou o microfone. Olhei-o por alguns segundos, e fiz um sinal negativo com a cabeça – Porque não? – ergueu uma sobrancelha.

— Não to afim Felipe!

— Então vai você André. – sugestionou o pequeno.

— Galera... – ele coçou a nuca – Sabem que cantar não é exatamente a MINHA praia.

— Então boiou! – Júlia se jogou no sofá, entediada.

— Aí gente! – me levantei do sofá – Podemos jogar, fazer alguma coisa!

— Tem razão... – concordou André.

E assim, as horas se passaram voando. Conversas, risadas, até guerra de almofada teve...

— Ih cara! – Joaquim se levantou do sofá, olhando o relógio – Já tá tarde! É melhor a gente ir!

— Esperem meus avós chegarem! – pedi – Eles levam vocês.

— Valeu Priscila, mais não precisa! – ele falou, e eu desanimei.

— Antes de irmos... – Felipe caminhou em minha direção – Você pode me embrulhar uma fatia daquela torta?

— FELIPE?! – gritou Júlia enfurecida.

— Calma, não precisa gritar com ele... – falo um pouco assustada – É claro que sim Felipe! – sorri dócil.

“Afinal, quanto menos comida tiver, melhor pra mim” pensei, caminhando em direção a cozinha. Peguei uma faca e cortei uma fatia grande da torta, sobrando pouquíssimo. Coloquei-a numa vasilha e voltei pra sala.

— Valeu Pri! – Felipe abraçou-me. Fiquei estática por alguns segundos, com os braços jogados pro lado. Quando enfim me toquei, e devolvi o abraço com carinho.

Eu acho que ele era a primeira pessoa, sem ser meus avós, que demonstravam ternura por mim.

— Tchau pessoal! – acenei com uma mão, enquanto que a outra segurava a porta. Ambos acenaram, até que eu os perdi de vista.

“Hoje foi um longoo dia!” pensei, me jogando no sofá.

POV JOAQUIM

— Será que a Priscila tá mesmo mudando? – Júlia comentou comigo, enquanto adentrávamos o nosso apartamento.

— Não sei... – respondi, jogando-me no sofá — Só sei que ela estava mesmo diferente.

— E aquele desmaio estranho hein? – André fez uma pergunta retórica, se sentando na poltrona.

— Ela tá muito encanada com essa história de comida. – afirmei – Espere que isso não vire uma coisa pior! – juntei minhas duas mãos de baixo do queixo e mergulhei nos meus pensamentos.

— Pronto pra enfrentar a Regina amanhã? – perguntou-me André.

— Eu to ódio daquela bruxa! – falei irritadiço – Eu sei que todo esse “namoro” é marketing, mais mesmo assim me irrita. E me entristece. – suspirei – Porque a Manu fica pensando besteira!

— Porque não se declara logo? – Felipe me encarou de sobrancelhas erguidas – Se continuar assim, ela volta pro vilarejo e você não se declara.

— Por incrível que pareça, o pingo de gente está certo. – concordou Júlia, enquanto Felipe a fitava de modo ameaçador, pelo “apelido amoroso”

— To precisando pensar! – me levantei do sofá e me espreguicei – Boa noite pra vocês! – e me dirigir até meu quarto. Tirei as botas, o gorro e as pulseiras, deitando-me na cama, me pondo a encarar o teto azulado do quarto.

O Felipe estava certo! Eu tinha que me declarar pra Manuela logo! Mais dá última vez que fiz isso, falei pra irmã errada, e me envergonho até hoje.

E assim, outras coisas me invadiram a mente. Como o namoro falso entre mim e a Priscila... Fala sério, como se já não bastasse todos os problemas que eu tenho, a vida trata de arrumar mais um!

Ainda não consigo esquecer a cara de decepção dela quando a gente se falou na gravadora. É claro que a Priscila não era à melhor pessoa, mais também não chego ao ponto de odiá-la. Eu sei que ela gosta de mim e não é fácil ter um amor não correspondido.

Eu me preocupo com ela. O fato que ela desmaiou em meus braços na gravadora, foi desconcertante. A pessoa está ali, na sua frente, e ao mesmo tempo, é como se ela estivesse a milhares de distância, e você se sente um inútil.

Que não pode fazer nada!

Perai... Mais oque eu estou dizendo? Acho que de tanto pensar, to ficando maluco que nem a Meire.

Me cobrir com o lençol, e fechei os olhos, sentindo pouco a pouco o sono chegando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por me acompanharem até aqui!
2bj de chocolate!