Um amor não correspondido escrita por KayMine


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa a todos meus Cupcakes❤ como estão? Eu vou maravilhosamente bem :) por saber que estão gostando da história. Agradeço muito o carinho de vcs!
Obrigada a Isa, Nandinha, Juliana (meu óculos? Cadê? Tá, parei kkkkk, não resistir) e a Chiclete de Maçã por acompanhar e comentar.
2bjs de gloss de morango e boa leitura!



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POV PRISCILA

Naquele dia, acordei como uma pessoa comum: com um belo despertador gritando no seu ouvido.

Meus avós novamente me deixaram faltar. Eles acharam melhor pra mim passar esse tempo me recuperando.

Mal pus meus pés pra fora da cama, quando minha vó entra no quarto, carregando uma bandeja de café da manhã...

— Pra minha netinha querida! – e sorriu, entregando-me a bandeja. Havia suco de laranja, uma porção de morangos, panquecas e maça.

— Vovó... – tentei dizer aquilo em um soar de repreensão. Vê toda aquela comida fez meus olhos encherem de lágrimas – Obrigada! – murmurei, abaixando a cabeça, quando senti uma lágrima escorrer.

— Oh, minha pitchica! – ela beijou o topo da minha cabeça e bagunçou alguns fios do meu cabelo. – Bom café da manhã! – desejou, antes de sair.

Suspirei e tomei um gole do suco. Comi uns dois morangos e dei uma pequena mordida na maçã.

— Pronto! – afastei a bandeja – É o suficiente! – meus olhos tremeram, e seguiram para bandeja novamente – Não, Priscila! – falo comigo mesma, balançando a cabeça negativamente – É o suficiente! É o suficiente! – repeti aquilo umas centenas de vezes, o tendo como um mantra de agora em diante.

Levantei-me da minha cama, mais fui obrigada a me sentar por uma leve tontura. Eu sentia um gosto amargo na boca e meus sentidos se perderem pouco a pouco.

“Força Priscila!” tentei recobrar minha consciência. Durante cinco minutos fiquei sentada na minha cama, quando senti voltar ao normal.

Me levantei novamente, tateando alguns objetos e tentando me manter em pé. Entrei no banheiro e tomei um banho, que durou em torno de vinte minutos. Saí, coloquei outra camisola, colocando a bandeja de comida pra longe, e voltando a dormir.

POV JOAQUIM

— Sorte que a gente foi liberado mais cedo! – comemorou Felipe, quando entramos no nosso apartamento.

— Vou indo preparar o almoço. – Júlia foi em direção a cozinha.

— E eu vou jogar videogame! – Felipe jogou-se no sofá, alegremente.

André me fitou, erguendo uma sobrancelha. Balancei a cabeça e fomos em direção ao meu quarto.

— E aí? Vai mesmo se declarar pra Manu? – meu melhor amigo me questionou, se sentando na cama de Júlia.

— Apesar de eu querer fazer muito isso... – suspirei – Acha que eu posso? A Regina tá na minha cola! Eu não posso fazer ou falar nada, porque pode ser que ela desconte na Manuela! – massageei as têmporas, nervoso.

— E se você falar com a Priscila? – ele deu a ideia. O encarei como se fosse um louco – Não me olhe assim! A única saída que você tem é a Priscila. Fala com ela, e diz que você gosta da Manu de verdade. Talvez fazendo isso, a Priscila possa falar com a Regina de acabar com esse namoro deves e tentar convencer que você e a Manu podem namorar. E se vocês namorassem de verdade, não tem o porque de continuar com essa história absurda! – ele explicava.

— André... – o encarei maravilhado – Você é um gênio! – abracei-o com força.

— Hahaha, eu sei. – ele se gabou, enquanto a gente se separava.

Peguei minha mochila da cama e a coloquei.

— Vai aonde? – ele franziu o cenho.

— Pra casa da Priscila, ué... Quanto mais cedo resolvermos isso, mais cedo essa palhaçada acaba! – falei determinado, caminhando em direção a porta.

— Boa sorte! – ele desejou e eu sorri de lado.

Saí do meu quarto, e passei pela sala. Meus irmãos não perceberam, pois estavam ocupados. Melhor assim...

Sorte que eu encontrei o Dinho na portaria, com bom humor, que há muito tempo eu não havia visto. Saí do meu prédio e caminhei em direção ao ponto de ônibus. Contei alguns trocados e vi que era o suficiente.

Sinalizei com a mão quando um ônibus passava. Entrei, paguei ao cobrador e sentei-me no fundo do ônibus. Não havia muita gente, pra minha sorte!

Acho que cochilei por alguns minutos, pois quando abrir meus olhos, já estávamos perto da casa da Priscila. Saí do ônibus, e caminhei dois quarteirões, até estar em frente a sua casa.

Abri a grade, e caminhei em direção ao portão principal. Toquei a campainha algumas vezes, até a dona Aurora me atender.

— Joaquim?! – ela me olhou, surpresa.

— Oi dona Aurora. Desculpa aparecer assim de repente, más... – cocei a nuca, constrangido – A Priscila estar?

Ela sorriu pra mim e assentiu com a cabeça.

— Entre! – ela deu passagem. Sorri e entrei. – Ela não foi pra escola hoje... – deu um suspiro – Eu ainda estou preocupada. Vocês conseguiram fazer ela comer ontem?

— Mais ou menos! – ajeitei o meu gorro, desconcertado – Fizemos ela comer um pouco. Desculpe se não foi o suficiente.

— Vocês fizeram o melhor, já é o bastante. – sorriu – A Priscila está lá em cima. Estranho ainda ela não ter descido, mais tudo bem...

Sorri fraco, e comecei a subir as escadas. Eu havia memorizado seu quarto dá última vez. Dei duas batidas na porta, mais não houve nada. Tentei mais algumas vezes, quando decidi entrar.

Abri a porta lentamente, colocando só a cabeça pra dentro. Procurei a Priscila com os olhos, encontrando-a dormindo em sua cama. Fiquei ainda mais desconcertado.

“Mais eu não vim aqui pra nada, não é?” eu suspiro, entrando no quarto.

Com passos longos e lentos, fui me aproximando da sua cama. Sentei-me na ponta dela, e mais um suspiro nervoso escapou da minha boca.

— Priscila... – chamei-a, balançando seu ombro levemente. Mais ela nem se mexeu... – Priscila... – tentei novamente.

— Aah vovó, me deixa dormir! – ela resmungou, colocando o travesseiro no rosto.

“Isso vai ser bem mais difícil do que eu pensei” suspiro aborrecido, e comecei a chacoalhar a Priscila.

— Priscila... – ela balbuciou algumas coisas e se mexeu. Eu sorrir, mais se desfez quando ela se virou resmungando de olhos fechados, e abraçou minha cintura.

Arregalei um pouco os olhos. Priscila achava mesmo que eu era um travesseiro? Ela se apertava mais contra mim, oque me deixou muito constrangido.

— Pri-Priscila! – gaguejei. Olhei pra baixo, onde ela dormia serenamente. Alguns fios de seu cabelo encontravam-se acima de seus olhos e seu rosto estava um pouco amassado.

Fiquei por alguns segundos a observando, quando voltei a realidade. Com um pouco de esforço, tirei seus braços que rodeavam minha cintura e ela caiu pro lado, com os cabelos voando para seu rosto.

— Meu Deus! – choraminguei.

Tirei alguns fios de seu cabelo, e encarei seu rosto pálido. Os traços do seu rosto que moldava uma garota bonita, mais que por dentro se demonstrava frágil.

— Joaquim...? – pisquei o olho, e vi que Priscila já estava acordada – Eu to sonhando com você? De novo?

“Como assim de novo?” senti minha pele queimar pelo constrangimento.

— Priscila, isso aqui não é...

— Quer saber? – ela me interrompeu – Quando eu abrir os meus olhos, você não vai estar mais aqui. – então ela os fechou. Ficou alguns segundos assim, até abrir novamente – Você não foi embora? – ela grunhiu.

— Priscila, isso aqui não é um sonho. Eu estou aqui... De verdade! – já estava me cansando daquilo.

— Não pode ser... – ela me encarou assustada – Joaquim?! – ela se ajeitou na cama, se apoiando nos joelhos. Se aproximou de mim lentamente, e tocou meu rosto.

Enrubesci no mesmo instante. Suas mãos macias e frias alisavam meu rosto, procurando saber se era mesmo real.

— JOAQUIM! – quando por fim se tocou, se afastou rapidamente – O-oque você tá fazendo aqui?

— Eu v-vim falar com você, mais acho que não é um bom momento. – levantei-me da sua cama, e peguei minha mochila que estava no chão.

— Que vergonha! – ela colocou a mão na testa – Poderia me esperar lá em baixo, por favor? – Priscila me fitou, e pude vê que seu rosto se encontrava corado.

— C-claro! – assenti nervoso. Saí de seu quarto e desci as escadas, me atrapalhando um pouco.

— E aí? Como foi a conversa? – a senhora Aurora surgiu na sala, com um sorriso imenso.

— O-ótima... – menti. Não podia contar que havia pego sua neta dormindo. Seria mais que constrangedor.

— Sabe Joaquim... Gostaria de ficar para o almoço? Quer dizer, isso se tia sua deixar!

Uma pergunta que me pegou desprevenido...

— Eu... – vendo a preocupação estampada em seu rosto, fiquei com pena. Não poderia negar – ... Aceito! – sorri forçadamente.

— Que bom! – ela sorriu, alegre – Mais quero que telefone para sua tia, sim? Não quero arrumar confusão. – dizendo isso, ela deixou a sala.

“Que emboscada que eu me meti?!” pensei, com um suspiro frustrado.

Pego meu celular no bolso da calça, e digito o número de casa...

— Alô...? – ouvi a voz de Júlia do outro lado da linha.

— Júlia?! Sou eu, o Joaquim!

— Onde você tá? – ela berrou, e tive que afastar o celular do meu ouvido.

Então o André não contou nada. E com um suspiro, aproximei de novo o celular dos meus ouvidos.

— Na casa da Priscila. – respondi nervoso.

— Ãn?! – a voz dela demonstrava confusão.

— Eu vim falar com ela uns assuntos. Quando chegarmos da gravadora, eu te explico.

— Pera... “quando chegarmos da gravadora”? Você vai almoçar aí, Joaquim? – Júlia grunhiu em raiva.

— Sim... A vó dela me convidou, e eu não poderia dizer não né Julhinha? – tentei acalmar a fera, que soltou um suspiro irritado do outro lado da linha.

— Ok, Joaquim. Mais quando chegarmos: EXPLIQUE ISSO DIREITO! – ela gritou, encerrando a ligação.

— Tchau... – falei irônico, guardando o celular de volta no bolso.

— Joaquim? – a voz de Priscila soou das escadas. Cocei um pouco a nuca, e a fitei vagamente, com um sorriso constrangido.

— Joaquim... – ela desceu as escadas lentamente – Eu peço desculpas por aquilo e...

— Não, sou eu quem devo Priscila... – a interrompi, falando rapidamente – Não poderia ter entrado em seu quarto. Muito menos ter te acordado.

— Está tudo bem, Joaquim... – ela sorriu – Então, oque queria falar comigo? – ergueu uma sobrancelha e deixou sua testa franzida.

Antes que eu respondesse, dona Aurora chegou, anunciando alegremente que o almoço estava pronto.

— Perai... Você vai almoçar aqui? – ela questionou-me incrédula quando começamos a caminhar.

— É o que parece. – pronuncio sem jeito.

Ouvi um suspiro cansado seu.

A mesa estava recheada de coisas gostosas. Meus olhos focaram na macarronada com queijo, e sorri discretamente.

— Sinta-se a vontade Joaquim. – disse-me educadamente dona Aurora, com um sorriso.

— Cadê o vovô? Não vai almoçar com a gente? – Priscila moveu-se incomodada na cadeira, brincando com o garfo em sua mão.

— Ele foi resolver uns assuntos, Priscila e... – sua fala é interrompida pelo toque do telefone vindo da sala. – Volto já! – anunciou, saindo da sala de jantar.

Dei uma garfada no prato, e fiquei maravilhado com o sabor da macarronada.

— Vai com calma... – pediu Priscila, entre risos – Depois fala do Felipe.

— Me deixa! – resmunguei, e ouvi mais uma gargalhada.

Dei mais uma garfada e dei um gole no suco de laranja.

— Não vai comer? – questionei, vendo Priscila brincar com a carne no prato.

— Não estou...

— ... Com fome, isso eu já sei. – interrompi, virando os olhos – Priscila, você não pode continuar assim! Vai acabar ficando doente!

Ela ficou alguns minutos em silêncio, fitando o prato com um olhar perdido.

— Eu vou ao banheiro! – ela se levantou rapidamente, passando nem cinco segundos em pé, pois logo seu corpo caiu novamente na cadeira.

— Priscila? – pergunto preocupado, me levantando da cadeira. Dou a volta pela mesa, e fico em sua frente.

— Joaquim... – ela me olhou, e pude vê o quanto sua pele estava pálida e sem cor.

— Toma! – peguei um copo de suco, e entreguei a ela. Bebeu tudo em um gole só, entregando o copo de volta, limpando os lábios pelas gotas que sobraram.

— Não conta isso pra minha vó, por favor! – ela implorou, entrelaçando suas duas mãos.

Afastei-me e fiz um sinal negativo com a cabeça.

— Ela precisa saber! – coloquei o copo de volta na mesa, e virei-me, preparando para sair da cozinha.

Senti dois braços apertarem ao redor do meu corpo, com força. Fiquei parado que nem um idiota e com uma feição surpresa, sem tomar nenhuma atitude.

— Joaquim... – ouvi um soluço e seus braços me apertaram mais – Não faz isso, por favor! Se gosta de mim, pelo menos um pouquinho que seja, não diga nada... Por favor! – mais um soluço, seguido de um pedido desesperado.

— Priscila... – murmurei seu nome, e franzi minha testa com força...

— Por favor... – ela repetiu chorosa.

Tirei meus braços dos seus que o rodeavam, e me virei, me deparando com uma Priscila totalmente diferente, do que eu estava acostumado a vê. Uma garota com problemas, pedindo ajuda. Frágil em certos termos, e determinada em outros.

Eu suspirei, fechando o punho com força...

Joaquim, seu burro!

— Tudo bem! – suspirei novamente, e nos seus lábios nasceu um sorriso pequeno – Mais com uma condição: eu quero que você coma! – seu sorriso se desmancha.

— Joaquim...

— Essa é minha condição, Priscila! – anuncio, com um sorriso vitorioso.

— Arghh! – ela bufou, se sentando na cadeira novamente – Te odeio! – ela estirou a língua pra mim.

— Eu sei... – confirmo com ironia, e abro um pequeno sorriso.


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Notas finais do capítulo

Gente, obg mesmo por me acompanhar até aqui. Bj da tia Kay❤ ;-) :-D