Money Power Glory escrita por WeekendWarrior


Capítulo 4
The Man I Love (The Blackest Day)


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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A penumbra do quarto denunciava meu estado atual. Cortinas blackout fechadas, estava embolada nos lençóis sobre a cama de casal. Tristeza e ódio como companheiras, estava derrotada.

O silêncio me confortava e as lágrimas corriam livremente. Deitada encolhida, abraçando o lençol, praguejava minha burrice. Idiota, estúpida, iludida, fraca! Tantos adjetivos para definir-me nesse momento torpe de minha vida.

Quem diria que um dia voltaria a verter lágrimas por Jake. 

A semana passou tão, mas tão devagar que senti toda água do meu corpo verter-se em lágrimas. Pensei em vingar-me, mas me rebaixaria a toda essa merda que ele se expôs. Pra ser verdadeira, não tinha forças nem pra levantar dessa cama, quem dirá para vingar-me.

Só consigo odiá-lo no momento. Já o xinguei tanto, que a orelha dele deve estar pegando fogo. Já o amaldiçoei e joguei um milhão de pragas, para no final de toda essa situação, culpar-me profundamente.

E se eu não tivesse o deixado naquela noite? Nunca saberíamos o que poderia ter ocorrido. Poderia ter sido perfeito, como poderia ter sido desastroso. Porém nesse momento, não consigo encontrar palavras para definir meu estado.

Humilhada, ultrajada, enojada, desolada, envergonhada, invadida, vexada, injuriada. Na mesma quantidade de sentimentos que sinto no momento, tenho na mesma medida calúnias para com ele. Poderia difamá-lo por horas a fio.

Ah, que ódio! Penso e dou um soco no travesseiro e sinto o choro raivoso voltar. Aquele choro que prende na garganta e parece que vai estourá-la. Pense em sentir isso por uma semana.

Aperto o travesseiro com força contra mim, choro rente a ele.

— Odeio te amar, seu desgraçado – sibilo sofregamente.

O pior de tudo é que não posso ficar com ele. Não posso ficar com o homem que amo se ele me trata com rudeza, não posso vê-lo, nem ao menos chamá-lo.

O homem que amo

Sorrio amargamente e sinto uma lágrima escorrer verticalmente, encharcando ainda mais a fronha branca. Faço bico de choro e passo uma de minhas pernas sobre o travesseiro, meu único companheiro de cama nos últimos dias.

Se ele me visse nesse momento, com certeza riria. Aposto que foi isso que quis, ver-me ferida e de coração sangrando. Papéis invertidos, agora sou eu quem sofre. Se existe algum tipo de justiça divina, estou experimentando dela, em conjunto da vingança do homem.

Mais uma vez inerte, deixo minha mente vagar para longe daqui. Vago para Wimberley em 2003. Sorrio ao lembrar-me dessas imagens roubadas.

 

Estamos juntos a três meses! Três meses, cara! Sorrio afobada e me ajeito na frente do espelho. Acabei de sair do banho e arrumar-me para Jake. O chamei às pressas, queria vê-lo logo. Meu garoto esteve fora por uma semana e perdeu meu aniversário de dezessete anos, porém ainda teríamos tempo para que meu presente fosse entregue.

Encarei meu vestido florido de verão no espelho e fui até a penteadeira, passei meu perfume que ele mais gosta. Sorri afobada pensando em Jake. Isso era tudo por ele, tudo para ele.

As pessoas dizem que o mundo foi feito para dois, que apenas vale a pena viver se alguém o ama e bom, agora eu amo. É melhor do que eu sempre ouvi… Amar e ser amado… Isso vicia.

Logo escuto seu rápido carro parar no jardim traseiro. Num rompante desço as escadas, atravesso a sala e a cozinha. Abro a porta e corro descalça pelo gramado verde, meu amor já se encontrava na metade do caminho.

Sorrio e ele retribui. Num impulso o agarro pelo pescoço, passo minhas pernas ao seu redor e o beijo. O dou vários beijos, por todo rosto, ele sorri. O aperto contra mim, inalo seu cheiro, seu perfume. Como o amo, por Deus, como o amo.

Solto minhas pernas de sua cintura, porém seus braços fortes que me rodeiam, ainda prendem-me contra seu corpo.

— Senti sua falta. – o beijo e toco seu rosto – Você é o melhor. – outro beijo – Te amo.

Sorrio colando meu corpo mais ao seu. Seus dedos tiram uma mecha de meu rosto a colocando atrás da orelha.

— Também senti sua falta, meu amor. Foi a pior semana de minha vida estar longe de você.

Ele curvou os lábios num lindo sorriso. Senti meu mundo florescer e tudo pareceu ser tão fácil ao lado dele, tão suave.

Desfiz-me de seu abraço e segurei sua mão. O guiei depressa para dentro de casa, atravessamos a cozinha e sala. Nas escadas ele indagou:

— Sua mãe, Lizzy?

— Não se preocupe. Dona Patt está fora o dia todo com a vovó e Charlie está na casa da namorada, não volta tão cedo.

Não haveria empecilhos em nossa bela e ensolarada tarde de verão. Meus pais eram separados, então não corríamos o risco de por eles sermos pegos. E outra, meu irmão mais velho que recentemente também se encontrou apaixonado, não larga da namorada.

Entramos o quarto e tranquei a porta. Jake franziu o cenho, apenas sorri. O empurrei até a cama, o fiz sentar-se na borda da mesma, fiquei de pé em sua frente.

— Você me ama, Jake?

Ele riu e segurou-me pela cintura, trazendo-me para ele.

— Pra caramba.

Virei os olhos.

— Estou falando sério.

— Sim, Lizzy. Te amo, eu te digo isso o tempo todo.

Sorri junto com ele.

— Era só pra ter certeza.

Afastei-me dele, seu olhar fincado em meu rosto. Mordi o lábio inferior e suspirei. Levei minhas mãos até o zíper traseiro do vestido florido, o abaixei e o vestido de alças escorregou até o chão, assim expondo meus seios, pois usava apenas uma calcinha.

O olhar de meu garoto em meu corpo era quente, seus olhos pareciam queimar minha pele, sorri e me aproximei dele. Ele parecia um pouco embasbacado e fora de ar. Passei meus braços ao redor de seu pescoço, o beijei com desejo e excitação. Suas mãos acharam minha pele descoberta.

— Quero que me leve para passear depois. – coloquei uma perna ao seu lado na cama – Me leve para o centro da cidade.

Senti suas mãos percorrerem toda extensão de minhas costas, delicioso.

— Faço qualquer… – beijou a curvatura de meu pescoço – coisa por você… – virou-nos, colocando-me sobre a cama, seu corpo pesando sobre mim – meu amor.

Fechei os olhos soltando um suspiro sofrego e desejoso.

E nessa tarde, entreguei-me pela primeira vez a Jake, o entreguei todo meu amor e pureza. O entreguei minha virgindade.

 

Por que infernos lembrei-me disso agora? Por que nos piores momentos lembramos de momentos bons? Será que é uma tentativa do nosso cérebro de nos acalentar? Bom, está mais para nos mostrar o quanto infelizes estamos nesse momento.

Maldição! Tudo que quero nesse instante é vê-lo, estar com ele, sentir seus braços ao meu redor. Sim, eu vejo o quanto masoquista sou. Por mais que doa, sangre, rasgue… Eu continuarei catando as migalhas de um belo passado, continuarei o procurando, mesmo que sejam em lembranças.

Dizem que quando se encontra o amor verdadeiro, ele vive para sempre. Então, esse deve ser o motivo pelo qual ainda continuo aqui.

Levo um susto com a porta de meu quarto sendo aberta com rapidez. Avisto Tahliah na porta, ela tinha as mãos na cintura.

— Vamos, levante, Elizabeth! – a morena de cabelos negros foi até a janela e abriu as cortinas num rompante, fechei os olhos e encolhi-me ainda mais na cama – Vamos, anda! Qual é? Vai ficar assim pra sempre? – perguntou-me de pé ao lado da cama.

— Sim – respondi cobrindo-me com o lençol.

Escutei um bufo e o lençol foi puxado de cima de mim. Senti minha melhor amiga sentar-se na cama.

— Liz… – pude sentir sua mão em meu braço, estava de costas para ela – odeio vê-la nessa situação por causa daquele… idiota! Digo idiota para não xingá-lo de algo pior porque, meu Deus! Juro que eu poderia matá-lo pelo que fez. Não fique nessa situação, não vale a pena.

Virei-me para encará-la, sentei-me devagar na cama. A morena perscrutava meu rosto, eu deveria estar uma calamidade, olhos e nariz avermelhados, rosto inchado.

Suspirei dificilmente.

— Eu ainda o amo, Tahliah.

A mulher ficou a encarar-me. Abaixou o olhar e coçou a nuca, umedeceu os lábios e falou:

— Eu sempre soube. Mesmo com você sempre negando, eu sabia, bom, desconfiava.

Meneei a cabeça desacreditada.

— Eu odeio toda essa situação, mas não posso voltar no passado e desfazer isso tudo. – coloquei minhas mechas para trás da orelha – O pior de tudo é que quero pedir perdão para ele, quero ao menos vê-lo… Posso estar soando estúpida, mas é o que sinto.

Eu não estava sendo tola ou submissa, apenas estava sentindo-me culpada por algo que contaminou o ser de Jake. Algo que eu causei, eu o fiz ter-me ódio. Nós devemos desculpas um ao outro.

— No que está pensando, amiga?

Dei de ombros.

— Não sei ao certo, apenas sei que preciso vê-lo.

Tahlia aproximou-se e colocou suas mãos sobre as minhas.

— Amiga, estou aqui, ok? A apoiarei em qualquer escolha. Se for para que o perdoe, tudo bem. Se for arquitetar a morte dele, ótimo! Conte comigo.

Ri de sua afirmação. Só ela para fazer-me rir num momento desses.

— Eu e ele precisamos conversar. – apertei meus dedos nos dela – Já decidi, irei atrás dele.

Ela assentiu compreensiva.

— Olhe, vou ser verdadeira, eu posso, não? Bom, não vá pensando que tudo se resolverá. Vá atrás dele, mas vá com um pé atrás e o coração duro, pois você sabe, um muro foi posto entre vocês.

Balancei a cabeça positivamente. Eu sabia aonde estava me metendo, eu sabia que o coração de Jake estava duro e amargurado. Porém eu senti o amor vindo dele quando nos amamos naquela noite.

— Eu sei, amiga. Estou indo preparada… Hum, na verdade, eu nem sei por onde começar. Eu não sei aonde ele está e nem como contatá-lo.

A morena sorriu.

— Isso não é problema algum! Dê-me apenas alguns minutos, pois tenho o número do treinador dele.

Franzi o cenho.

— Eu não vou nem perguntar como e porquê de você ter esse número.

Ela deu de ombros.

— Contatos nunca são demais. – sorriu-me – Agora levante esse ânimo, saia dessa situação, volte a ser a Rainha da Beleza que todos conhecem.

Sorri olhando pra baixo, levantei o olhar para encará-la.

— Está na hora de encarar o passado da maneira certa.

 

Estacionei meu carro em frente a academia de luta. Fiquei a encarar a fachada vermelha e preta do local. Engoli a saliva que havia se formado em minha boca e suspirei. Apertei o volante, até os nódulos de meus dedos ficarem brancos. Sentia meu coração pular louco dentro do peito.

Preciso encontrá-lo, preciso vê-lo, preciso desesperadamente me redimir. Sei que a probabilidade de ser humilhada novamente é grande, mas eu nunca saberia se não tentasse.

Saí do carro e ajeitei meu vestido azul-claro que ia até os joelhos. Movimentei meus pés, quais tinham saltos, mas não muito altos. Soltei o ar de meus pulmões e abri a porta da academia.

Havia uma loira alta na entrada, num tipo de recepção. Seus olhos se arregalaram ao ver-me. Com certeza reconheceu-me. Aproximei-me do balcão, a loira sorria.

— Como posso ajudá-la?

Sorri em retribuição.

— Preciso ver alguém.

Ela assentiu sorrindo marotamente de canto.

— Ele está treinando nesse momento – minhas sobrancelhas se juntaram – mas vou deixá-la entrar.

Nossa, óbvio! Todos que seguem redes sociais e a vida dos famosos, nesse momento devem saber sobre Jake e eu naquele evento. Sobre termos dançado e depois termos sumido… juntos.

Sorri meneando a cabeça negativamente.

— Obrigada. É por aqui? – apontei para a porta.

— Sim, há um extenso corredor e é na porta dupla de aço à esquerda que eles estão.

Assenti e adentrei o claro e vazio corredor.

Calma, Elizabeth, Calma! Recitava em minha mente. Coloco a mão de unhas longas e bem-feitas na porta fria de aço. Abro-a e avisto um lugar semi vazio. Logo que abri a porta, olhares caíram sobre mim, todos masculinos.

Parei estática na entrada, passeei meu olhar pelo recinto, então o encontrei. Seu olhar já estava em mim, parecia confuso.

Suspirei ao contemplá-lo, usava apenas um shorts vermelho vinho, peito desnudo, mãos enfaixadas e peito arfado. Senti minhas pernas amolecerem, mas eu sabia muito bem do porquê estar aqui.

Um de seus amigos o jogou uma regata preta, qual ele vestiu e começou a se aproximar em passos lentos, parou em minha frente.

— O que…

O interrompi dando um passo a mais em sua direção.

— Precisamos conversar, Jake.

 

Jake

Treinava arduamente com Josh e Curtis ao meu lado, atentos a todos meus movimento. Tenho treinado todos os santos dias dessa semana, pois faltam apenas sete dias para minha luta, qual colocarei meu cinturão em jogo.

Desconto todo meu ódio e remorso nesse saco de pancadas. Elizabeth chorando não sai de minha mente. Suas lágrimas borrando sua bem-feita maquiagem, todo desprezo em sua face. Só de pensar que instantes antes a tive entregue em meus braços.

Foi o Céu tê-la novamente. Seu corpo, agora de uma mulher, próximo ao meu, seus gemidos, sua entrega total. Eu sabia que a tinha completamente rendida naquele momento, porém mesmo assim, preferi partir e machucá-la.

Na minha mente parecia um belo plano, uma boa vingança. Pensei que isso satisfaria meu desejo interno de me vingar, mas não, fez-me pior. Aquela cena não sai de minha mente. Se eu tinha algum tipo de esperança em revê-la, essa hipótese caiu por terra. Odiei-me por ter feito aquilo.

Está feito, eu não posso fazer nada. Não há um tipo de futuro para nós, tudo que sabemos fazer é machucar o outro. Está bom assim, cada um em seu canto, vivendo sua vida. Meu Deus, isso me soa tão errado… porém, não há outra escolha se não essa.

Outra disparada de socos e sou interrompido por Curtis. Ele toca meu braço para que eu pare.

— Jake, você tem visitas – balbucia o mais velho.

Viro-me para olhar na direção onde todos olham. Meu mundo parece ruir ao encará-la tão perfeita e perdida naquela porta. Posso sentir daqui sua apreensividade. Seu olhar lânguido encontra o meu e entendo o porquê dela estar ali.

Josh joga-me uma regata preta, a visto rapidamente.

— Boa sorte. – ouço os dois dizerem e rirem.

Sinto o olhar de todos na academia, o único que sabe de minha história com Elizabeth é meu treinador e fiel amigo Curtis.

Paro em sua frente, ela mordia o lábio inferior. Ela não faz ideia do quão sensual fica assim.

— O que você… – tento falar, porém sou interrompido.

Ela se aproxima.

— Precisamos conversar, Jake.

Assinto com a feição séria e indico a porta. Ela me dá as costas e se movimenta para fora, faço o mesmo e fecho a porta atrás de mim.

Paro próximo a parede, Elizabeth a minha frente. Ela está tão linda, sua feição séria e até mesmo triste a entrega, esteve a chorar e sinto-me um bastardo por isso. Posso ver pela maquiagem nos olhos.

Ela solta um suspiro pesado. Cruzo meus braços.

— Bom, – ela começa – primeiramente quero que você saiba… – ela fecha os olhos e franze o cenho. Abre o olhos e suas íris verdes me encontram – que você é um tremendo idiota. Mas Jake eu não estou aqui para brigar, eu não quero brigar mais. Não estou mais jogando esse gameboy, perdeu a graça…

— Perdeu a graça a partir do momento que você perdeu, não foi?

Ela meneou a cabeça de modo exasperado.

— Ninguém saiu ganhando aqui, Jake. – ela olha pra baixo – Bom, pelo menos eu não.

Suspiro e desfaço o cruzar de meus braços. Tenho vontade de abraçá-la e acalentá-la. Seguro meu ímpeto.

— Olhe, eu vim aqui para te pedir… perdão. – seu olhar era firme no meu – Nunca é tarde para isso, então, me perdoe. Você me perdoa?

Dei um riso anasalado. Nem em mil anos esperaria por esse dia. Levantei o queixo e perguntei:

— Pelo quê?

— Como assim pelo quê? Por aquela noite onde fui uma… imbecil. Jake, não me faça relembrar aquele dia, por favor. Apenas me perdoe, eu me arrependo do fundo do meu coração. Isso me atormentou muito.

Ela estava sendo verdadeira, estava se redimindo. Veio até aqui depois de toda aquela merda para pedir-me perdão, ela deve estar acabada.

— Tudo bem, Elizabeth. Eu a perdoo.

Ela deixa um pequeno sorriso lhe brotar os lábios.

— Obrigada.

Solto um suspiro pesado e abaixo o olhar.

— Também me perdoe por aquela noite, depois do evento. Realmente…

Ela sorri e se aproxima sorridente.

— Não importa mais, Jake. – suas mãos estão em minha nuca – E sim, o perdoo. Eu já havia o perdoado há tempos. Oh, Jake.

Ela me abraça e aninha sua cabeça em meu peito. Sou pego de surpresa, porém lhe acaricio as costas. Merda, por que ainda sinto meu coração duro?

— Elizabeth, eu…

Ela tampa meus lábios com os dedos.

— Não diga nada.

Seus lábios se apossam dos meus num beijo. Como não sou de ferro e seguro a mulher que me atormenta no braços, a beijo com ardor. Aperto seu corpo curvilíneo contra o meu, provo o gosto doce da boca.

Ela interrompe o beijo à procura de ar e seus olhos caem sobre mim. Os azuis contra o verde. Ela sorri um pouco, porém tenho a feição séria. Olhando fundo em seu olhar, ainda vejo a mulher ambiciosa e capaz de tudo para ter o que quer.

Ela vira o rosto e se aninha a mim novamente. Seu perfume está impregnado em mim, posso sentir o aroma que se desprega de seus cabelos. Seu coração disparado contra meu peito. Ela está tão, mas tão desarmada que poderia fazer o que quisesse com ela.

— Elizabeth, se já estamos conversados…

Ela se afasta e franze o cenho perdida.

— Como assim, Jake?

Dou de ombros.

— Não há mais nada para conversarmos. Estamos perdoados, o passado ficou pra trás.

A boca dela se abriu em espanto. Se afastou de mim.

— O que está falando? Jake, seja específico.

Coço minha nuca e encaro seus lábios, depois seus olhos.

— Eu acho que não deixei claro, mas, nós – apontei para ela e para mim – não existe mais. Desculpe.

Ela fez feição de choro.

— Por que você faz isso? Me trata com amor e depois me joga aos cães? Jake, não fale assim. Ainda temos muito o que conversar.

Meneei a cabeça negativamente.

— Não há nada para conversarmos, tipo, sobre o futuro e essas coisas. Não há, Elizabeth.

Ela se aproximou novamente. Mesmo em seus saltos, eu ainda era mais alto que ela.

— Eu sei que o machuquei infinitamente naquela noite, mas me perdoe, Jake. Me perdoe de verdade, como eu fiz. – ela abaixa o olhar e suspira – Eu te amo tanto, mas tanto...

Seu olhar se levanta para o meu e acho seus olhos lacrimosos. Gostaria de poder retribuir, mas não consigo. Maldição. Não há nada para nós aqui, não há nada para eu pensar. Eu sempre estive sozinho.

— Lizzy – disse seu apelido, chamando sua atenção – por que não vai pra casa? Volte para sua bela vida. Não há nada em mim a não ser dor para você.

Acho que na verdade, eu havia desacreditado o meu próprio amor e essa é a pior fase.

— Venha comigo, Jake, venha. Diga que também me quer.

Suas mãos em minha nuca, seus lábios próximos dos meus, seu corpo tentador colado ao meu.

— Vá, Elizabeth. Preciso voltar pro meu treino.

Tiro suas mãos lentamente de mim. Seu olhar lânguido e triste em meu rosto.

— Jake… – ela balbucia.

— Tenha um bom dia.

A dou as costas e entro a sala de treino, fecho a porta atrás de mim. Caralho, porra! Estou com vontade de chorar que nem adolescente rechaçado. Comprimo os olhos com força e tento tirá-la de minha mente.

Foi o fim, o nosso fim, pois não há nada a ser feito. Não há nada a se fazer quando o dia mais escuro chega. Você não pode pensar, sentir e falar. Apenas ficar e aceitar a dor. Sinto-me o pior dos homens por ter machucado a mulher que amo.

Acho que vou ter de me acostumar com dias escuros.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.



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