Guerra dos mares - Duologia escrita por KhatySeraph


Capítulo 12
12° Mergulho - Como entender meu coração?


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou o/ espero que nao tenham desisti da historia :p

Espero que gostem do capitulo



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Quando voltei para a superfície já o sol já estava se pondo no horizonte, Hairu me deixou no barco daquele homem que não confiava, ainda comemorando pude vê-lo comemorando ainda com uma de suas garotas na qual pulavam e dançavam no barco derramando o champanhe da taça.

Revirei os olhos.

Hairu precisava voltar, então permaneci calada para não reclamar e o preocupar mais. Uma das garotas que estavam em volta de Bob me ajudou a subir no barco, agradeci sorrindo delicadamente além do mais era aquele cara que não confiava ou gostava de sua presença, parecia que iria me comer com os olhos e odiava isso. Recebi uma toalha roas na qual não hesitei e me cobrir, estava começando a ficar frio.

Virei-me ao ouvir o barulho da água e assim sorri para Hairu que sorriu de volta antes de mergulhar e balançar sua cauda para fora da água. Balancei a cabeça, era assim que os tritões davam adeus?

Suspirei, observando a paisagem enquanto o barco agora voltava para praia, ou melhor, para aquela imensa casa que tinha até uma parte particular da praia. Ainda iria perguntar para Hairu o que aquele homem trabalha. Recebi uma roupa da mesma garota que me ajudará, sorrindo ela voltou para perto de Bob e os champanhe.

Respirando fundo, voltei-me para dentro vendo minha roupa que pelo visto ficaria bem apertada, ou faltaria tecido! Respirei fundo novamente, não era hora de reclamar e não iria, iria vestir aquele vestido de uma cor que não me agravada, e iria esperar voltar para casa, além do mais, não seria tão ruim usar um vestido vermelho muito chamativo, certo?

Suspirei olhando para o mar.

Era tão lindo o mar, todavia tão perigoso. Eu não fazia parte daquele mundo, e Hairu não fazia parte do meu. Precisava esquece-lo! Para o bem de nós dois.

Fechei meus olhos sentindo o vento.

No final, não consegui pegar no sono quando me atirei em minha cama e Milk miou em meus ouvidos, porém, não era por comida, e assim se acomodou ao meu lado conseguindo pegar no sono, diferente de mim. Apenas pensava sobre "nós", se realmente existia um nós ai. Como poderia fazer parte do mundo dele? Como ele poderia fazer parte do meu mundo? Somos diferentes.

Ele tem sua responsabilidade e eu apenas estou em seu caminho.

Toquei nos pelos macios de Milk até a exaustão vir e conseguir esquecer de tudo, de "nós", da água... E adormecemos um ao lado do outro como fazíamos sempre, apenas eu e meu pequeno gato estranho.

**********

Na manhã seguinte sai apressada mesmo não tendo trabalho, pegando apenas uma maçã vermelhinha sobre a mesinha de centro e Milk enrolado em sua manta de dormir amarelinha. Ele miou balançando suas orelhinhas observando tudo em volta.

Era uma manhã agradável na cidade, poucas pessoas na rua, todavia, o sol estava radiante. Não queria ir para praia então optei por ir ao centro, seria bom caminhar e ocupar-me de qualquer outra coisa que não fosse o mar e um tritão, e o centro poderia oferecer-me muitas distrações. Ia em direção ao ponto de ônibus vendo a fruteira de domingo na esquina em uma bela área ampla, muitas pessoas em volta certamente pegando as promoções de final de semana. Muitas crianças tentavam fugir de seus pais e alguns cachorros sentados perto do meio fio esperando alguma comida de alguém.

— Você é um gato de sorte Milk. — O balancei em meus braços sorrindo vendo-o se mexer querendo espiar tudo em volta.

Milk era um ótimo companheiro. Ficava quietinho mesmo na rua, não era arisco ou fugia como alguns gatos. Até me deixava colocar roupinhas nele, como uma coleira. Andava ao meu lado como se fosse um cachorro e muitas vezes pensava se não era um cachorro aquele estranho felino peludo demais.

— O que acha de irmos naquele Pet Shop que você adora? — Sorri ainda olhando seus olhos verdes. — O inverno está chegando...

Atravessei a rua aproveitando o semáforo fechado, e assim me protegi do sol no ponto de ônibus. Não havia ninguém ali apenas carros passando rapidamente naqueles asfaltos negros. Acariciei Milk que ronronava e balançava sua cauda comprida. Ele balançando a cabeça fazendo sua coleira na qual tinha seus dados, emitir um pequeno som. Miou vendo a aproximação de uma idosa que sorriu, cumprimentando-me, sentou-se em um dos três bancos disponíveis no local de espera.

Retribui o gesto enquanto voltava a acariciava Milk. Trocamos algumas palavras enquanto esperava o ônibus. Depois de palavras trocadas, um ônibus se aproxima abrindo suas portas duplas e assim alguém quase dando de frente comigo.

Pisquei, vendo o sorriso de Sarah ao reconhecer-me.

— Ameli. — fala animada e me abraça depois percebendo Milk. — Que coisinha fofa!

— O que faz aqui? — Perguntei mesmo não sendo da minha conta. — Se me permitir perguntar... — Corrigi-me.

Ela apenas sorriu mais para mim.

— Estava vindo fazer compras. — Aponta para trás enquanto o ônibus saia da frente.

Tinha acabado de perder meu ônibus agora. Ótimo! Milk, suas roupas iriam demorar.

— O que você está fazendo sozinha? — Ela dizia olhando para os lados confirmando algo. — Onde está Hairu?

Via um pouco de malicia em sua voz.

Suspirei de leve.

— Não moramos juntos.

Nem éramos namorados!

Vi sua expressão desapontada, todavia em seus olhos ainda se via uma pequena faísca, e sabia que faísca era aquela, a da esperança que sentia em informar que aquele tritão estava longe de ser dela, não por minha causa, entretanto, por estar comprometido com seu povo e uma sereia arrogante.

— E estava indo fazer comprar com Milk. — Mostrei meu gatinho mesmo que ela já tivesse visto-o.

Ela fitou novamente meu gato achando fofinho. Realmente ainda não conseguia entende-la. Suspirei, vendo que mais um ônibus se aproximava. Despedi-me e adentrei o ônibus. Não queria ser rude com ela, todavia não queria falar em homens ou em Hairu, principalmente. Não agora...

Caso quisesse sabia que Sarah poderia ser um ombro amigo para isso.

Sorri.

Sentei-me olhando para a janela. Por sorte pensaram que Milk era um bebê. Ria disso, de bebê esse gato grande e gordo não tinha! Ele balançou a cauda enquanto permanecia dormindo ou fazendo-se.

Levei Milk em seu Pet Shop preferido, fizemos comprar. Comprei uma cama nova para ele e no final comemos um belo sorvete de creme, o favorito daquela bola de pelos gigante. Todos que viam a cena ficavam curiosos e queriam se aproximar e não demorou muito para Milk se irritar e miar irritado.

Aquele gato parecia uma pessoa! Ria vendo-o lamber o sorvete enquanto afastava mais uma criança, ele odiava crianças certamente por seu passado, mesmo tendo encontrado ainda pequeno, Milk foi pego no meio da rua e mesmo sendo de raça, isso não o impediu de ser largado na mira de carros.

Sorri terminado meu sorvete, e assim esperando a bola de pelos terminar, fitei em volta vendo cada vitrine chamando clientes, muitas lojas de surf e vestidos femininos, sorri vendo duas amigas pularem de felicidade vendo um vestido azul claro em uma vitrine, não sabia o motivo da felicidade, mas isso fez-me deixar Hairu de lado, contudo, isso despertava algo faltando, um calor ao meu lado.

Ele realmente já pertencia tanto em minha vida.

Suspire.

Vi um casal tomando sorvete enquanto riam, aquela cena não era para mim... Não agora. Baixei a cabeça me focando na mesa de metal. Nunca tinha sentido isso quando estava, ou quando me separei de Kiev... Por que?

Por que estou sentindo um vazio dentro de mim? Eu o julguei, não o queria perto de mim, jogava com ele e agora que não o tenho sinto isso? Sinto sua falta.

Não posso pensar nele.

Fechei brevemente meus olhos.

Não pense nele! Esqueça-o. Em dois dias isso não vai ter significado nada! Esqueça-o Ameli!

Milk miou indicando que desejava ir embora, e seria melhor assim.Voltei em passos lentos, estava mais perdida em meus pensamentos do que me dando conta de que rua estava, apenas queria chegar e ser acolhida por meus sonhos.

Suspirei, ao ver o prédio marrom claro. Estava cansado. Estava cansado de pensar, de dizer para desistir, de sentir essas confusões. Precisava entender e agir. Sempre desejei alguém em especial ao meu lado. Sempre quis que Kiev fosse o homem que meus sonhos desejavam, todavia, eu conheci o homem que rodeava meus sonhos, mas ele não me pertencia.

Nunca iria me pertencer...

Fechei meus olhos até o elevador apitar que estava no andar que queria. Soltei Milk no chão onde correu para perto da porta.

Antes de chegar a tocar a maçaneta, ouvi barulho de uma porta abrindo. Apenas havia dois apartamentos em cada andar e não havia ninguém morando frente ao meu.

— Você deve ser minha vizinha. — A voz era de homem.

Virei-me vendo um moreno sorrindo enquanto parecia tímido para perguntar algo, ele estava coma camisa amassada e torta, parecia cansado o que indicava que chegará enquanto estava fora e espiando atrás de si pude ver suas malas.

— Desculpe-me apresentar assim. — Sorria timidamente. — Sou Ravi, vim morar aqui para ficar perto de minha irmã. — Ele apontou para cima, certamente para representar que ela morava no andar de cima.

Continue a fita-lo. Parecia uma louca apenas observando um cara enquanto ele ficava mais corado para falar, achei curiosa e fofa suas atitudes e gestos, e pelo visto se esforçava para tentar conversar. Seria novo na cidade? Ele parecia tão fofinho, todavia, segurava o riso vendo-o tropeçar no próprio tapete.

— Desculpe.

Balancei a cabeça em negativa.

— Sou Ameli. — Sorri. — Precisa de alguma coisa?

Ele assentiu.

— Algo muito importante!

Arqueei as sobrancelhas. Ri aí escutar sua barriga roncar. Me desculpei engolindo o restante das gargalhadas não altas, mas era a primeira vez que um cara faminto aparecia em minha porta, quando não invidia meu apartamento e minha banheira.

— Sabe onde posso pedir comida? — Riu. — Isso que dá cair nas armadilhas da irmã!

Gargalhei mais.

Realmente nenhum homem tinha me feito rir tanto como meu novo vizinho. Era engraçado. Seus cabelos um tanto compridos estavam bagunçados, e ele mexia mais timidamente, enquanto sorria fracamente.

— Vou pegar o telefone da melhor pizzaria que conheço.

Milk miou em meus pés querendo adentrar o apartamento. Por que tanta presa para um gato mimado!

Girei a maçaneta hesitando em dar um passo à frente.

O cheiro da comida invadia minhas narinas. Ele tinha ficado esse tempo todo na minha casa?! Caminhei até a cozinha onde a cena que via não sabia se ria ou jogava uma panela.

Um tritão sem camisa com um avental rosa estava em frente ao meu fogão. Ele sabia fazer comida pelo menos?

Pisquei.

Hairu sorriu em me ver e quase jogou a panela longe.

— Desculpe. — sussurrou ajeitando a frigideira.

— O que faz aqui? — Perguntei não querendo saber o que ele cozinhava.

Ele sorriu animado.

— Vim vê-la.

Mas eu não quero vê-lo! Pensei.

Não quero sofrer mais...

Ele me fitou chegando mais e mais perto de mim me envolvendo em seus braços. Não sabia por que não me afastava dele. Por que não impedia de meu coração o querer mais.

— Eu não quero perdê-la... — sussurrou. — Você é minha humana...

Fechei os olhos brevemente esquecendo-me de Milk ou do novo vizinho parado em minha porta. Apenas sentia aqueles braços em volta de mim como se me protegessem do mundo e gostava daquela sensação, gostava daqueles atos. Agarrei-me em seu avental ficando naquela posição.

Apenas queria saber de seu cheiro, de seus braços, de sua voz...

— Hairu... — sussurrei. — É mais fácil me esquecer.

Desvencilhei-me de seus braços rapidamente, não queria falar aquilo, mas precisava, não apenas para não me machucar...

— Se ficarmos assim, você se magoará!

Ele apenas me fitava com o semblante triste.

— Acho... Acho... — Não conseguia mais falar.

Eu realmente queria desistir.

— Não quero magoa-la... — sussurrou. — Apenas quero fazê-la sorrir.

Arregalei os olhos ainda com a cabeça baixa.

— Desculpe-me.

Ele se afastou de mim.

Não. Não queria isso. Eu não queria, mas precisava. Certo?

Por que tem que ser tão dolorido!

— Ameli...? — A voz de Ravi soou dentro do apartamento.

Lembrei-me que precisava do número de telefone da pizzaria. Peguei o folheto preso na geladeira com um imã e me virei, vendo-o na porta da cozinha. Ele gaguejou não sabendo o que falar, porém seus olhos seguiram para Hairu onde se encararam por um breve instante, e pude sentir que aquele tritão pervertido não estava gostando nada daquilo.

Ciúmes?

Não, parecia um olhar assassino.

— Aqui. — Destruí o clima que se formava ali.

Ele sorriu, virando-se para mim.

— Obrigada.

— Melhor comer mais peixe. — Hairu deu a indireta cruzando os braços.

Pisquei não entendendo. Ele estava sendo grosso por que? Realmente seria ciúmes?

Ravi não respondeu, apenas assentiu e sorriu para mim agradecendo. Soltando Milk no chão, seguiu para o corredor. O segui para fechar a porta.

— Ele é seu namorado? — Fiquei surpresa com a pergunta.

Pelo visto ele ficou mais envergonhado ainda.

— Desculpe-me, não queria me intrometer. — Ele disse rapidamente baixando o olhar.

— Nem eu mesmo sei o que realmente somos... — sussurrei pensando alto.

O mesmo apenas piscou e desejou uma boa noite voltando para seu apartamento com um semblante em um mistura de curiosidade e algo que não consegui deduzir.


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Notas finais do capítulo

Seria ciumes ou tem algum segredo envolvendo o Ravi? O que vocês acham?

Talvez os dois ehehehe Hairu ciumento ♥

Espero que gostem, e no próximo capitulo saberemos mais sobre o Ravi e um HairuxKiev :p

se preparem ehehheeh

Espero que tenham gostado ♥ Obrigado a todos :3



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