Ele me cobriu com seu corpo, mantendo meu corpo aquecido enquanto nossas roupas eram descartadas. Tudo que eu via era Castiel, com seus olhos cinzentos me olhando enquanto nossas mãos percorriam o corpo um do outro, conhecendo e se acostumando com as curvas de cada qual. O peitoral dele era perfeito, com músculos definidos e uma pele macia que começava a transpirar a medida que nossos corpos se união, nossas pernas entrelaçadas, nossos braços envolvendo o corpo do outro, diminuindo o espaço que era quase inexistente entre nós. Ele se permitiu um gemido quando eu me soltei, um pouco mais confortável com nossos corpos despidos e nossas peles roçando, e comecei a beijá-lo de forma intensa e despreocupada. Deixei que meus lábios deslizassem por seu corpo e ele fez o mesmo, quando nossos lábios voltaram a se encontrar estávamos rindo. Deixei minhas unhas arranharem suas costas e ele aproveitou para morder minha orelha. Já não tomávamos cuidado nenhum, não havia mais o medo costumeiro que Castiel sempre sentira de machucar o corpo, que para ele era frágil. Fomos consumidos por nossos desejos e brincamos com nossas mentes, realizando as fantasias mais ocultas um do outro. Esquecemos o mundo enquanto nos amávamos, esquecíamos de tudo enquanto nossos gemidos e palavras de malicia estavam sendo compartilhados, inclusive de nosso sono, as horas passaram e acabamos por não pregar o olho durante a noite. Certas vezes fazíamos pausas de nosso amor, de nossa transa e conversávamos, agora bem mais íntimos do que qualquer outro dia poderíamos ser. Quando peguei no sono em seus braços, eu tinha apenas uma certeza; Durante aqueles momentos de calor, Castiel e eu fomos um só.

☆

Quando acordei algumas horas depois o lugar ao meu lado estava vazio e eu senti um leve arrepio. Me sentei na cama e vesti uma camisa velha e Castiel, estava cansada de mais antes para vestir qualquer coisa além da minha calcinha.

Caminhei até a cozinha, onde me escorei no marco da porta, obsevando a cena de Castiel - ainda sem camisa - tirando o rāmen da embalagem descartável na qual ele havia comprado. Ele colocava o alimento e forma desajeitada em duas tijetas. Não pude deixar de rir com o que meus olhos viam.

O telefone estava fora do gancho e dele saia um murmúrio feminino, quando o murmúrio cessou ele pegou o aparelho e levou a orelha.

– Tá legal - falou desinteressado - Sim, Valéria, eu estava prestando atenção - como ela mentia e forma deslavada, revirei os olhos, senti certa pena de da mãe do garoto ruivo - Olha, tenho que desligar, Dragon precisa passear.

E sem esperar uma resposta ele desligou. Me aproximei de forma solenciosa e o abracei por trás, beijando sua omoplata marcada pelos músculos. Ele segurou minha mão próxima a seu peito e depois a virou, me prensando contra o balcão onde ele cuidava dos alimentos.

– Oi - falei com a voz rouca pelo sono. Ele sorriu e me beijou de forma leve.

– Você não parece preocupada com o fato de que seus pais devem estar preocupados - ela falou me segurando com firmeza, olhei para a parede da cozinha onde um relógio preto indicava que era pouco mais da uma da tarde.

Eu não me preocupei, na noite anterior enviada uma mensagem avisando que dormiria na casa de Rosa. Me sentia um pouco culpada por mentir para meus pais mais uma vez para passar um tempo extra com Castiel, e ainda mais por envolver Rosalya nisso, mas não podia dizer que me arrependia de fazer isso.

Fiquei na ponta dos pés e beijei Casty de verdade, e quando a sola de meus pés voltaram a tocar o chão eu o puxara, fazendo-o a inclinar para mim.

– Calma aí garota - ele falou se afastando um pouco. Ele ainda conseguia me deixar tonta, mas persegui que eu tinha o mesmo efeito sobre ele - Se quiser voltamos para o quarto.

Ele me lançou uma piscadela e eu ri, observando a barba rala que crescera des da noite anterior e a raiz preta de seu cabelo surgindo. Ele parecia e bom humor e nem demonstrava a mesma expressão de ontem.

– Você teve tanto trabalho pra fazer isso - apontei para o rāmen, sorrindo, ele prestava atenção em nossas conversar, já sabia que essa era a minha comida predileta - E eu estou morta de fome.

– Tá legal, então venha mais perto - falou sentando-se na mesa, levando consigo as duas tigelas.

Fiz menção de me sentar em uma cadeira, mas então ele sacudiu a cabeça e me puxou para o seu colo.

– Acho que sabemos quem não vive sem quem, não é? - o provoquei e por um momento pensei que ela iria me jogar para longe de seu colo, mas então ele me abraçou com mais convicção.

– Você não vive sem mim - ele disse seguro de sua resposta, dei de ombros, não queria discutir, talvez aquilo fosse mesmo verdade.

Apoiei meu peso em apenas uma das pernas e Casty, para deixá-lo livre de um dos lados e dessa forma conseguir comer. Quando terminamos eu fui até o quarto e vesti o short preto que usei no dia anterior. Ele entrou no quarto, seguido por Dragon e me observou.

– Pode levar a camisa - falou e então seus olhos brilbaram com malícia - Ou então eu posso te ajudar a tirá-la.

– Nenhuma das alternativas, tenho que ir para casa, de verdade - falei enquanto tirava a camisa velha dela e vestia a minha - A Rosalya não é a gótica da escola, seu tolo, ela não usaria isso.

– Do que você me chamou? - ele estreitou os olhos e me prendeu contra a parede - Repita.

– Tolo ou gótico? - rebati e então ele se afastou negando com a cabeça.

– Saia da minha casa garota - falou rindo.

– Claro, vou te deixar - falei mordendo os lábios para não cair na gargalhada - Dragon precisa passear, não seja um pai ruim.

Casty ameaçou vir em minha direção o que me fez correr para fora de seu apartamento. Com um suspiro, fui em direção a minha casa, preparando-me psicologicamente para o que viria.