Sereias apocalípticas escrita por Evil Maknae, RebOS, Laesinha, Ana


Capítulo 11
Sorriso.


Notas iniciais do capítulo

Olá, caros amigos.
Eu não sou Ana. É a Amanda Kyle, escrevendo um capítulo no lugar dela, porque ela não tem tempo de colocar as deliciosidades em forma de texto ¬u¬ Não se preocupem, ela irá escrever na minha próxima vez, e então tudo voltará ao normal.

Antes de dizer um "boa leitura", eu resolvi esclarecer GENTILMENTE alguns pontos que certos leitores parecem não ter entendido ;) , então vamos por partes:
*O carro as ajuda em dois processos: atravessas o país e matar zumbis facilmente. Elas estariam muito mais expostas se andassem a pé. Já tentaram atravessar o país a pé? Não? Que bom.
*A música que elas ouvem fica dentro do carro, portanto, nenhum zumbi ouve.
*O cachorro surgiu diante de dois pensamentos: Você abandonaria seu cachorro num apocalipse? E, eu analisei a MINHA situação. A fanfic é inspirada em NÓS, e o que NÓS faríamos. Eu não abandonaria meu cachorro num apocalipse pra morrer, sendo que ele seria minha única família ou lembrança dela. Se você abandonaria, vai procurar um tratamento.
*Zumbis não são fortes como pessoas, o vírus modifica o corpo e a mente deles, e nós deixamos isso CLARO. Era uma arma biológica, era pra deixar todos fracos. Nada aqui foi inspirado em The walking dead, então não tente comparar, e vamos aprender a ler direito.
*Sobre as emoções dela: Elas não vão ficar depressivas. Passaram anos desde que as tragédias aconteceram com todas. Elas superam, e nada ia se resolver se ficassem trancadas. Sorrisos ajudam até a pior das depressões. O mundo não é tão cinza.
*Elas são adolescentes amadurecidas. Sabe aquela parada de se adaptar ao ambiente que lhe foi colocado? Exato. Elas se acostumaram. São comportamentos imaturos as vezes, mas elas são jovens. Novamente o ponto da depressão: Não ia ajudar em nada. Rir pra não chorar.

Peço desculpas ás pessoas que leram isso, mesmo entendendo todos os pontos da história. Creio que todas nós, escritoras, deixamos tudo BEM CLARO, mas não custa revisar para evitar críticas desnecessárias ;)

Finalmente, boa leitura ;3



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Eu não me lembro muito bem o que tinha acontecido naquele dia no hotel. Eu só lembro de ter visto Ben avermelhado e com olheiras junto de Rebecca. Tudo passou como um vulto.

Desde então pareceu muito calado.

Vários dias se passaram sem nada pra nos mostrar, exceto uma bela mansão, onde resolvemos passar uns dias, como férias.

Estávamos nos arriscando andar á pé, eu e Cian.

Nós não pretendíamos nada com aquilo, só evitar o tédio de ficar próximos a nossos amigos esquentando uma churrasqueira, rindo e bebendo (me refiro estritamente ao Ben quando digo “Bebendo”). Acho que o vicio dele parecia bem pior agora, e todos estávamos preocupados, mas ao mesmo tempo não o culpávamos. Ele passara por muita coisa, assim como nós. O vicio é igual a gravidade; só precisa de um empurrãozinho.

—- Sabe, Cian, eu acho que Ben precisa de ajuda. – Eu disse, enquanto observávamos a paisagem da tarde de uma terça-feira ensolarada, quente e tediosa.

—- Eu também acho – Ele suspirou. – Mas o que poderíamos fazer?

—- Boa pergunta.

Continuamos andando por um caminho com cascalhos num jardim de uma bela mansão de arenito rosado com heras a cobrindo. O churrasco se encontrava nos fundos da mansão. Não muito longe.

Como era perto do verão, eu tinha resolvido trocar de roupa, apenas durante nossa estadia no local. Era muito seguro. Zumbis não abriam portas e os muros eram altos. Troquei a vestimenta pesada por um leve vestido, de um tecido escuro e azulado, do qual eu não sei o nome. Ele era bonito e confortável, rodado e batia no joelho. As botas pesadas foram substituídas temporariamente por sandálias também azuladas e confortáveis, que assim como o vestido, eu encontrei em um dos armários da casa.

Todos estavam um pouco mais descontraídos e mudaram as roupas também.

Eu havia dado uma volta pela mansão mais cedo. Vi uma grande biblioteca detonada. As estantes estavam caindo aos pedaços e apodrecendo. Livros jogados no chão sem respeito algum. Sangue respingado nas paredes e um ou dois corpos mortos, cheios de larvas. Apesar de parecer um cenário de uma guerra passada (na verdade era), ainda me sentia confortável com o calor agradável, a luz fraca e o cheiro de paginas velhas. Pensei que devia ter algo importante nela que deveríamos checar.

—- Vamos naquela biblioteca que você citou mais cedo. – Cian disse tirando as palavras da minha boca.

Assenti e entramos na casa. Tapetes persas cobriam o chão com graciosidade, as paredes eram pintadas de uma cor de creme amarelada, e apesar de descascada, ainda davam charme para a casa. O chão de madeira escura rangia como se dissesse olá para nós.

Alguns corredores com fotos de famílias e quadros caros depois, achamos a biblioteca. Abrimos as portas duplas e entramos.

—- Quero procurar algumas coisas. Algo que ajude Anna com o caderno ou nos ajude a lidar melhor com tudo isso. – Cian sugeriu, apesar de ser impossível achar ajuda em uma biblioteca onde havia Edgar Allan Poe em cinquenta por cento dela.

Assenti e comecei a pegar tudo que me interessava pelas prateleiras e pelo chão. Contos do Poe. Preocupei-me com os falecidos donos da casa. Será que suas almas iam me odiar se eu roubasse livros?

Enchi uma mochila com livros de capas bonitas e clássicas. Literatura atual também fazia parte da minha coleção. Depois de satisfeita, fui até Cian, que estava sentado no chão, rodeado de livros e lendo alguns deles.

—- Você não imagina o que eu achei. – Ele sorriu.

—- O que?! – Me joguei no chão ao lado dele.

—- Um livro sobre a base. Sobre as bases.

Não entendi, e ele viu isso pela minha expressão. Suspirou e começou uma explicação.

—- A base. Na verdade são várias. Mas todas no Norte. Procurávamos pela maior delas, a mais conhecida. Aqui diz que são locais de emergência de todo tipo, só que escondidas em florestas densas e perigosas. Elas já existiam antes dos zumbis.

—- Mas aquele cara, Eddie disse que as paredes eram contra zumbis. Como os arquitetos da base imaginariam que isso aconteceria? – Perguntei.

—- Algumas coisas são escondidas da população do país. Quero dizer que esse acidente com o vírus pode não ser um acidente. – Ele percebeu minha expressão assustada e amenizou a situação. – E podem não ser especialmente contra os zumbis, mas fortes contra ventos e essas coisas. Ela pode abrigar quaisquer sobreviventes de quaisquer tragédias. E isso faz sentido, ela já existir antes do apocalipse. Não daria tempo de construírem algo tão bem feito com zumbis fortes perto dela, até porque, o local do acidente foi perto da Base. Podia ser um refugio para os cientistas ou para o próprio presidente de inicio.

—- Você insinua que vazaram esse vírus propositalmente e depois os responsáveis se esconderiam em uma base preparada pra qualquer coisa?

—- Insinuo que havia espiões. Não acho que faz sentido: cientistas treinados, formados e inteligentes simplesmente testarem um vírus mortal em um humano e depois libertar ele por aí e ver a população se dizimar. Um espião do país inimigo pode ter se infiltrado aqui como cientista, e feito tudo isso.

—- Mas a guerra nem é tão antiga...

—- Como eu disse, há muitas coisas que a população do país pode não saber.

—- Eu te achava um feio burro. Mas agora só te acho feio.

Ele revirou os olhos e continuou:

—- Acho que achei certas coisas sobre a localização mais exata da Base, que pode complementar sim o caderno da Anna. O problema é que está tudo em um código que não entendo.

—- Deixe-me ver.

Ele mostrou o livro pequeno, grosso e encapado para mim. Folheei. Realmente, estava em um código estranho. Ou talvez fosse um idioma.

—- Acho melhor procurar mais um pouco e depois falar com eles. – Cian concluiu.

Apenas concordei e o ajudei.

—___ //____

Voltamos para os fundos da casa, onde um cheiro bom de carne corria.

Cookie nos recebeu com pulinhos, e os outros com surpresa, de uma chegada repentina.

Cian sentou-se á mesa de madeira junto com Layx e Rebecca, enquanto Anna e Misha riam e se divertiam fazendo hambúrgueres.

Cian olhou ao redor, preocupado.

—- Onde está o Benjamin? – perguntou.

—- Adivinhe. – Rebecca pediu, revirando os olhos.

—- Bebendo? – Chutei.

—- Quase isso. Viu um bar aqui perto e foi até lá. Nós nos recusamos a ir com ele, pensando que ele ia desistir e ficar, mas ele ficou bravo e foi sozinho. – Layx explicou.

Cian pareceu abalado.

—- Ele estava sóbrio pelo menos? – Perguntou.

—- Sim. Mas não te garanto que esteja quando voltar. – Misha entrou no assunto.

—- Ele sabe se cuidar melhor que nós. – Anna disse, tentando amenizar a preocupação. – O que queriam dizer quando chegaram?

Cian explicou tudo que havíamos teorizado na biblioteca e todos ouviram atentamente, assustados. Ele pediu pra que Misha guardasse os livros, porque talvez fosse importante no futuro, e o assunto meio que morreu assim. Todos um pouco perturbados e estranhos.

O silêncio foi interrompido com os latidos de Cookie. Nos assustamos e pegamos qualquer coisa ofensiva para nos defender. Não nos atrevemos a sair do lugar, esperamos a ameaça chegar.

As portas se abriram com força, trazendo a imagem de duas pessoas: um garoto alto, com cabelos cor de chocolate e olhos cor de mel. Seu rosto era angelical, pacífico e gentil ao mesmo tempo. Tinha traços leves e bonitos, que combinavam com sua pele clara e brilhosa. Seu cabelo era curto, mas ao mesmo tempo, apaixonante. Diferente do Cian, não tinha uma expressão agressiva; parecia um anjo caído do céu, ou uma estátua, visto que cada musculo de seu corpo parecia ter sido esculpido no mais puro mármore. A outra pessoa era uma garota, mais alta que ele, mas bem parecida. A diferença eram os cabelos ruivos compridos e ondulados e seu nariz, que diferente do companheiro, não era reto como uma flecha. Seus olhos eram bem mais expressivos, e sua expressão era dura e brava. Até sua sobrancelha era perfeita. A simetria em seu corpo me assustava. A garota segurava Ben nos braços, visto que era mais forte.

—- Deviam cuidar melhor do seu bêbado. – Ela disse com sua voz doce, porém irritada, colocando ele no chão, com certo descuido.

—- Nós o achamos em um bar, desmaiado, machucado e com vômito ao seu redor. – O garoto falou. A voz dele também era aveludada.

—- Benjamin! – Rebecca gritou brava, e foi até ele. – Obrigada, seja lá quem vocês são.

—- Ivy e Charles. – A garota os apresentou. – Somos irmãos. Ele teve sorte de nós termos o encontrado antes dos zumbis. Tinham muitos na região.

—- Obrigado. – Cian disse, abismado com a situação. – Eu sou Cian, esses são Misha, Anna, Rebecca e Amanda. E o bêbado é Benjamin.

Dissemos um tímido “oi”.

—- Mas como sabiam que Benjamin estava conosco? – Perguntei.

—- Ele murmurou alguns nomes e uma mansão e depois desmaiou. Viemos checar, visto que era a única mansão na região. Pensamos em pedir pra ele se juntar a nós se não tivesse um grupo.  – Charles disse. – Hum, sabe... Nós sempre quisemos um grupo igual a esse.

—- Charles! – A irmã repreendeu.

—- Mas é verdade! Estamos sozinhos, isso não faz bem pra nossas cabeças. Somos quase dementes! Esse apocalipse mexe com todos. Se não for o humor e a amizade, o que nos tornaríamos?

Apenas pude concordar. Apesar de ter perdido muita coisa, tinha que me manter em pé. Eu não ia entrar em depressão depois de sobreviver tanto tempo.

—- Então se juntem a nós. – Eu falei. – Aceitamos até o Cian, então aceitaremos vocês também.

Cian pareceu ofendido, enquanto Charles e Ivy pareceram felizes.

—- É só ajudar uns aos outros. Somos uma família. – Layx disse e sorriu.

—- Vocês são tão gentis – Charles sorriu. – Algum de vocês pode conversar agora? Queria entender a história de todos, e nos apresentar melhor, mas vejo que estão ocupados...

Anna me deu um empurrão, me oferecendo para falar com ambos.

Eu peguei o cachorro e saí andando, esperando que Ivy e Charles me acompanhassem até um local tranquilo, e eles o fizeram.

Me seguiram até uma parte do jardim dos fundos onde uma mesa e cadeiras bonitas de ferro pintadas de branco ficavam abaixo de um pergolado de madeira. Estava quente e bem verde. Apesar de descuidado, o local estava lindo; heras subiam e se entrelaçavam na estrutura do pergolado, enquanto várias espécies de flores cresciam em volta de nós.

Sentamos e eles admiraram a vista por um tempo. Ivy começou a pegar algumas flores pequenas e alguns ramos, e puxou sua cadeira para trás da minha. Ela começou a trançar os colhidos em meus cabelos.

—- O que está fazendo? – Perguntei um pouco surpresa com a atitude.

—- Combinam com você. As cores e as formas. Achei que ficariam melhores em seus cabelos. – Ela disse com tamanha naturalidade, que me deixou envergonhada. Eles tinham um jeito gentil e logo se mantinham íntimos. Apesar disso, eu gostei de ambos.

—- O-obrigada. – Falei. Vi Charles sorrir com meu nervosismo.

—- Seu cabelo é tão macio. Eu sempre quis ter cabelos curtos, mas eu não sei corta-los. – Ivy começou a tagarelar.

—- Sabe, nós não sabemos lidar bem com as pessoas. – Ele disse, rindo da irmã, que trançava uma coroa de flores misturada com meu cabelo. – Nós sempre estamos sozinhos e nunca saímos do lugar, talvez por não ter objetivo.

—- Não têm objetivos? Nem nada que os faz querer estar vivos? – Perguntei surpresa.

—- Na verdade, nossos pais falavam que se algo acontecesse, eu deveria ter como prioridade minha vida e a dele, e bem, eu tenho. Esse é nosso objetivo. Mas ele é bem... Vazio. – Disse Ivy.

—- Nós só nos mantemos vivos. Esperamos isso acabar. Mas acho que é pedir demais. Acho que somos jovens pra lidar com tudo isso com força. Tenho dezesseis e ela tem vinte e seis. – Charles falou, pela primeira vez, um pouco distante, e começou a pegar alguns ramos e flores também. – Você tem objetivo, Amanda?

—- Tenho. Agora que fazem parte do grupo, posso falar; Há uma base no Norte. Nós tentamos chegar lá pra tentar viver melhor... No inicio era só eu e Layx, mas depois fomos encontrando e acolhendo. É mais legal viver em família. – Sorri pra ele. Senti Ivy tremer um pouco atrás de mim, e Charles ficou tenso.

—- Bem, parece que temos objetivo agora, Charles. – Ivy riu de leve, disfarçando um pouco o que aconteceu.

Ele sorriu de volta, e colocou uma pequena coroa de flores, que ele havia feito em Cookie.

—- Pra combinar com você. – Ele riu.

—- Tão fofo. – Sorri ao olhar para o cachorro, confuso por ter algo estranho em sua cabeça.

—- Você também está fofa. – Ivy disse, saindo de trás de mim e oferecendo seu celular como espelho.

Uau, ela realmente fazia milagres. Era uma espécie de penteado de princesa, com flores entrelaçadas com uma fina trança, que partiam dos lados da minha cabeça e iam até a parte de trás, caindo soltas como o resto do cabelo.

Sorri ao olhar para o celular e me ver.

—- Obrigada. Você é gentil – Disse, repetindo o que eles sempre falavam.

Ela apenas sorriu de volta, e falou:

—- Eu tenho um pouco de vômito de Benjamin na minha blusa. Vou ver os armários da casa para ver se não encontro algo menos nojento. – Ela disse, se referindo à regata branca, que tinha manchas de sangue e vômito.

Assenti, e eu e Charles ficamos olhando um para o outro, sem saber o que dizer. Ele parecia analisar todos meus pensamentos, enquanto seu rosto estava impassível para eu fazer o mesmo.

—- Você parece bem jovem. Quantos anos têm?

—- Catorze. – Eu respondi com um pouco de insegurança, ao perceber que catorze anos era uma idade baixa.

—- E você lida com tudo isso melhor que eu. – Ele suspirou e olhou para o céu.

—- Eu me acostumei. Você também irá.

—- Meus pais... Eram cientistas e ajudaram a criar o vírus. – Ele pareceu distante. – Nós morávamos perto daqui. E eles estavam no Norte. – Por isso ele havia ficado tenso quando citei a Base. – Mas algum acidente aconteceu no laboratório, e eles... Foram os primeiros infectados.

Eu só não sabia o que dizer. Fiquei um pouco boquiaberta com tudo isso, mas tentei consola-lo, com um olhar de piedade.

Ele sorriu.

—- Já passou. Não precisa se preocupar conosco. Se quer me consolar, vem vamos dar uma volta. Tenho certeza de que vou me sentir melhor. – Ele sugeriu.

Eu ia abrir a boca pra citar Cookie, que não deveria ficar longe, para alertar os outros de ameaças, mas ele pareceu saber o que eu ia dizer. Pegou o yorkshire e o levou de volta ao local da churrasqueira, trocou algumas palavras com Rebecca e voltou até mim.

—- Pronto. – Ele me ofereceu uma mão para me ajudar a levantar.

Aceitei e fomos andando pelo jardim, como fui com Cian mais cedo.

Vimos certos cenários horríveis, como sangue respingado e corpos, mas nada de anormal nisso.

Sem mais palavras, ele se abaixou e ficou agachado na minha frente.

—- Suba. – Ele disse.

—- É o que? – Perguntei, indignada.

—- Suba. Há uma poça gigante ali. Você está com um sapato nada adequado para a situação.

Olhei para minhas sandálias.

Bosta.

—- Podemos dar a volta...

—- Vê o tamanho? Vai demorar muito.

Era realmente muito grande, mas não justificava o pedido.

—- Eu posso sujar meus pés.

—- Princesas não devem se sujar. – Ele disse, e eu percebi o sorriso dele, mesmo estando de costas para mim.

—- Eu sou uma guerreira. – Eu falei, e reparei logo depois que soou tolo.

—- Você é ambos. Mas por agora é uma princesa. E eu sou o príncipe cavalheiro. Agora suba.

Eu me dei por vencida. Pensei por uns instantes em como ia fazer aquilo, e tirei a conclusão que provavelmente ia cair, porque, segundo Cian, pareço um pinguim com diarreia em questões de graça.

—- Acho melhor se levantar. Há jeitos melhores de eu subir em suas costas. – Eu sugeri.

Ele assentiu e ficou em pé. Eu fui um pouco pra trás e me lancei contra ele, abraçando seu pescoço e enlaçando as pernas em volta de sua cintura. Ele riu, mas não se desequilibrou com o impacto. Com os braços fez um apoio para minhas pernas, e eu estava segura.

Até ele começar a andar, e eu entrar em pânico com medo de derrubar ambos, mas isso não aconteceu.

Ele andou como se não tivesse percebido o peso extra em suas costas. Atravessou a poça com graciosidade e chegamos á terra firme.

—- Pode me colocar no chão? – Perguntei, segurando-o com força.

—- Não. – Ele riu.

—- Mas eu vou cair...

—- Não sou capaz de cometer tamanho erro; derrubar a princesa.

Eu não corei, mas fiquei extremamente constrangida. Ainda mais com a voz que surgiu atrás de nós.

—- Que lindos... Agora parem de flertar e vamos pra lá. – Era Rebecca que dizia em tom de deboche. – Sabiam que Anna, Layx e Cian já vieram aqui tentar chamar vocês, mas desistiram porque pensaram coisas erradas?

—- O que?! – Eu falei, envergonhada e indignada.

Charles se virou rapidamente, mas não parecia envergonhado.

—- Desculpe, acho que nos distraímos. – Eu o senti sorrir. Como podia sorrir em uma situação dessas?

—- Pode me colocar no chão agora? – Perguntei.

—- Não. Vamos ter que atravessar a poça pra voltar. – Ele riu.

Revirei os olhos, e ele não me colocou até chegarmos onde estavam todos, e todos derem uma olhada safada para nós.

—- O que queriam? – Eu perguntei irritada.

—- Ela quis dizer: “O que é tão importante para interromper nossas pegações?”. – Layx provocou.

—- Não! Vocês são todos tarados! – eu disse.

—- Nós? – Anna sorriu e ergueu a sobrancelha.

Charles apenas ria, e não dizia nada e também não corava.

—- Estamos planejando quando iremos sair daqui. É um lugar bom, mas não podemos nos estender. – Disse Cian, não entrando na brincadeira.

—- Ele tem... Razão (?) – Benjamin falou, acordado e limpo, com alguns machucados e algumas marcas roxas. Provavelmente tinha dor de cabeça.

—- Nós vamos esperar o Ben se recuperar totalmente. Aí vamos. Uns dois dias no máximo. – Rebecca completou. – Nós decidimos a divisão de carros depois.

—- Na verdade, eu dirijo. – Ivy disse. – Meu carro não está muito longe daqui. Não precisam se preocupar com isso.

—- Só mais uma pergunta; – Anna disse – Que tipo de arma vocês têm?

Ivy sorriu, e entrou na casa. Voltou com duas grandes armas de fogo: uma metralhadora giratória e um rifle de longo alcance.

—- Sei que chamam atenção e não são muito práticas, mas é o que sabemos usar. – Ela sorriu. Com uma metralhadora na mão, me pareceu bem psicopata.

Ela jogou o rifle para o irmão.

Pensei que eles fossem mais frágeis do que realmente eram.

—- Quando quiserem sair, estaremos prontos. – Ele sorriu, gentilmente.

Todos boquiabertos apenas assentimos.

Não pude deixar de sorrir, algo me dizia que eu não ia me arrepender nem um pouco de tê-los conhecido.


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Notas finais do capítulo

Obrigada se chegou até aqui. Não foi um capítulo tão fodão, mas eu inseri informações novas, então foi importante.

Ah, e se tiver alguma duvida, PERGUNTE antes de tirar conclusões precipitadas. Nós fizemos o universo todo da fanfic de acordo com NOSSA mente.

Mais uma vez, obrigada por ler, e até o próximo ;D



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