Onde Mora o Coração escrita por Annie Felicity


Capítulo 4
Em busca de respostas


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, meu (DES) ORIENTADOR deu uma de mestre dos magos e me deixou na mão na hora que mais precisei, mas a vida segue. Então resolvi postar um capítulo hoje.

Agradeço minhas queridas leitoras por cada comentário, amo vocês de paixão.

Boa leitura, nos vemos lá embaixo.



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Palo Alto (Califórnia), 10 de Agosto de 2015 (Segunda-feira).

Já era fim do dia, mas todas as meninas que estavam no micro ônibus foram chamadas para delegacia, a exceção da líder de torcida, Jéssica Bynes, que continuava no hosptial em estado grave. Do lado de fora da delegacia, JJ tentava lidar com a imprensa que estava na busca de incessantes de respostas sobre o caso, mas havia uma repórter mais insistente que os demais. Era Sophie Carmine, era uma bela repórter, morena, de origem asiática. Assim que JJ terminou de falar com toda a imprensa, a bela repórter chamou a loira em particular.

— Jareau, eu estou sabendo de fontes seguras que a garota desaparecida é filha do agente e chefe da Unidade de Análise Comportamental do FBI com uma tenente da Interpol, quero saber se essa informação procede?

— Para que quer saber dessa informação?

— Vamos, Jareau... me dar uma dica.

— Quer mesmo uma dica? — perguntou JJ.

— Sim — respondeu alegre a repórter.

— A cor do seu batom não combina com seu tom de pele — disse a loira entrando na delegacia e deixando a Sophie sozinha.

— Se não fosse, ela teria dito — disse Sophie comemorando sozinha — consegui um furo de reportagem.

***

Do lado de dentro estavam Rossi e Elle olhando o último depoimento das garotas que o Detetive Martin havia feito. Logo Morgan e Reid chegaram e pararam para procurar os demais agentes. E as meninas do time juntamente com as líderes de torcidas, que estavam sentadas nos bancos no corredor delegacia, logo ficaram olhando para Morgan, cochichavam e ficavam o encarando.

— Tem algum segredo para isso? — perguntou Reid percebendo a situação.

Morgan somente ri.

— Você não faz nada e essas mulheres se jogam em cima de você — complementou o rapaz.

— Tantas dicas que te dou... quem sabe um dia você aprende, garotão — disse Morgan se gabando — é só seguir meus conselhos que você se dará bem com a mulherada.

Em seguida os dois foram para onde Elle e Rossi.

***

— O que está me dizendo? — perguntou Emily voltando a se sentar para não cair para trás — um serial killer?

— Sim, Emily... é o assassino da moeda.

— Então temos somente até amanhã para encontrá-la? — indagou Emily em desespero — pois praticamente perdemos o dia e não tivemos retorno.

— Calma, meu amor... digo, Emily — falou Aaron confuso, se sentindo desconfortável com a gafe que cometera — eu confio nos meus agentes, eles vão encontrá-la.

— Aaron, eu me sinto tão culpada por isso — falou Emily — eu deveria ter escutado minha filha. Se eu tivesse a escutado, poderíamos não estarmos passando por isso agora.

— Emily, nós não sabemos se o que Wendy escondia tem alguma a ver com o sequestro dela?

— Mas é claro que tem, Aaron — Emily estava um pouco exaltada e levantou-se e começou a andar de um lado para o outro — eu tenho certeza que tem, meu coração me diz que tem.

— Emily, por favor, sente-se — pedia Hotch.

— Eu não posso ficar aqui parada enquanto minha filha está nas mãos de um assassino — dizia ainda muito agitada.

Hotch se levantou e pôs-se na frente dela para que ela parasse de andar de um lado para o outro. Em seguida colocou as mãos no ombro dela e a encarou.

— Eu prometo que vou achar nossa filha, nem que seja a última coisa que eu faça — prometeu Hotch. Em seguida Emily o abraçou buscando consolo, logo ela começou a chorar. Hotch que tentava se demonstrar forte para a ex-mulher, não conseguiu mais conter as lágrimas.

***

Dana Chelsea foi a primeira a ser interrogada por Elle. A loira estava na sala de interrogatório tensa quando a agente entrou segurando uma pasta e um tablet. Elle tentava se manter calma, mas estava sendo difícil. Os demais agentes ficaram olhando pelo vidro, a exceção de Reid que ficou na sala do Xerife fazendo uma pesquisa numas enciclopédias.

— O que você tem a me dizer sobre o que aconteceu hoje de manhã cedo quando Wendy Hotchner foi sequestrada próximo do lugar onde você estava? — perguntou Elle.

— Eu não vi nada — respondeu rispidamente.

— Eu quero te mostrar uma coisa — disse Elle pegando o tablet, ela colocou num vídeo, apertou o play e o virou para Dana Chelsea que começou a assistir atentamente.

— Estamos aqui com aquela que foi o nome do jogo — dizia um jovem repórter — Wendy Prentiss, como é sair do banco e dar ao seu time uma virada espetacular dessas?

— Eu fico muito feliz de poder ajudar o meu time, ainda bem que estava num dia inspiradíssimo. Mas o time todo está de parabéns, de nada adiantaria eu ter entrado para sacar se as outras meninas não tivessem feito a parte delas, o bloqueio amorteceu as bolas, a Michele Benson “varreu” o fundo de quadra, não deixou uma bola cair no chão, as meninas estavam cobrindo o ataque. A Ravenna Pierce e a Valentina Perrette viraram bolas incríveis. Então foi um trabalho conjunto.

— E o que dizer da performance da Dana Chelsea hoje?

— Bom, ela simplesmente não estava num bom dia, como pode acontecer com qualquer jogadora. Às vezes quando uma atacante não vai bem, a levantadora tem aquela sensibilidade de não levantar bolas para ela, usá-la somente como uma forma de fintar o bloqueio adversário e joga as bolas para quem está efetivamente virando. Só que quando a levantadora não está bem, o time todo desanda. Ela é o cérebro do time, ela que faz o jogo fluir. E acho que realmente a Dana não foi bem hoje, mas não podemos crucificá-la por um jogo. Ela jogou o campeonato todo bem, se o time está onde está, se chegou nas semifinais, foi com uma grande contribuição dela. Eu a admiro muito, ela é uma jogadora diferenciada, é ousada, tem sensibilidade e uma visão de jogo incrível. Além de, na minha opinião, ser taticamente a melhor, entende bastante o jogo e tem uma distribuição impecável. Para mim, ela ainda é a melhor levantadora do campeonato e não vai ser esse jogo de hoje que vai dizer o contrário. E se nosso time for campeão, ela é a favorita para ser MVP.

— Obrigada, Prentiss pela entrevista.

— De nada.

Em seguida Wendy voltou para comemorar junto com o restante do time e o jovem repórter virou-se para a câmera e foi entrevistar outra jogadora.

Nessa hora, Elle parou o vídeo. Dana olhava o vídeo chorando.

— Dana, eu não sei o que aconteceu entre vocês duas depois do jogo — disse Elle calmamente — mas essa garota foi sincera quando disse da admiração que tem por você. Por favor, ela corre perigo e precisa da sua ajuda. Me diga o que aconteceu depois que o ônibus capotou?

— Foi tudo minha culpa — falou Dana chorando muito — foi tudo minha culpa.

***

Rossi estava acompanhando o interrogatório de Dana Chelsea, quando Hotch chegou e deu um sinal para que conversassem a sós. O agente entendeu o recado e o acompanhou. Eles foram para a sala que há pouco Hotch conversava com Emily. Eles se sentaram à mesa.

— Eu quero que investiguem minha filha. O que ela fez nos últimos meses, tudo que puderem achar... — pediu Hotch.

— Nós faremos isso, sempre investigamos a vida das vítimas para traçamos o perfil do assassino. Só não fomos ainda analisar as coisas de Wendy, pois ela está morando em Washington e temos um curto período de tempo para a encontrarmos viva.

— Eu sei, mas esse caso é diferente, temo que dar um jeito. Vamos pedir apoio ao FBI em Washington, eles tiram foto de tudo e nos mandam para vermos — Hotch fez uma pausa e continuou — a Wendy, segundo a mãe, estava com um comportamento estranho nos últimos meses e isso pode ter a ver com tudo que está acontecendo agora.

— Por que achas isso? — quis saber Rossi.

— Emily acha — respondeu Hotch — e com você mesmo diz: não podemos ignorar a intuição nem de um analista de perfis e nem de uma mãe. E Emily é a duas coisas.

— Entendi. Ravenna Pierce é amiga e colega de quarto de Wendy, talvez ela saiba de algo.

— Boa ideia... e investigue também, Philip Froster.

— O marido da sua ex-mulher? Aaron? — falou Rossi em tom de repreensão — não se deixe levar pelos ciúmes...

— David, eu sei bem o que estou dizendo. Ele está calmo demais, para quem diz está preocupado com a enteada.

— Cada pessoa age de uma forma diferente diante de uma tragédia, pode ser o jeito dele lidar com isso.

— Acho que não.

— Bem, eu vou investigar mesmo assim, apesar de achar que tudo não passa de ciúmes seus. Afinal, ele estava em Londres quando sua filha foi sequestrada.

— O álibi perfeito.

***

— Calma. Me conte o que aconteceu? — pediu Elle calmamente segurando a mão de Dana Chelsea. Em seguida a agente pediu para trazerem água. Logo trouxeram a água e serviram a interrogada. Ela bebeu um gole d’água.

— Depois que o ônibus capotou, eu fiquei suspensa, pela pelo cinto de segurança, assim como todas as meninas — começou a falar Dana Chelsea em seguida bebendo o restante da água que havia ficado no copo — a exceção de Jessica Bynes, que praticamente “rodou” dentro do ônibus por não está usando o cinto.

— Continue — pediu Elle vendo que ela havia parado de falar — estás indo muito bem.

— Wendy deve ter batido a cabeça, eu não sei, mas ela estava desacordada. As meninas começaram a gritar sem parar e aquilo me deixou mais nervosa, foi quando um homem entrou... ele olhava todas as meninas como se procurasse uma específica. Até que ele fixou seus olhos em Wendy. Eu vi, ele a pegando e colocando a moeda no lugar dela. Na mesma hora soube quem era ele, mas eu fiquei paralisada, eu não consegui gritar, não consegui reagir.

— Não se culpe, você não tem culpa... esse psicopata é o único culpado de tudo — falou Elle firme.

— Não, eu sou estudante de psicologia... eu estudo eles nas minha aulas, eu podia ter feito algo para impedir. Por isso que não quis falar, não queria sentir vergonha de mim mesma.

— Chelsea, acredite, a teoria é diferente da prática. E você não pode fazer nada na hora, mas pode fazer alguma agora. Você se lembra do rosto dele?

— Sim, me lembro de cada detalhe do rosto dele.

— Então, vamos fazer um retrato falado.

***

Reid terminou de ler as enciclopédias e recebeu o olhar estranho do Xerife, que já o observava há algum tempo.

— Você consegue ler rápido assim mesmo? — perguntou o Xerife.

— Nosso consciente pode processar dezesseis bits de informação por segundo. Entretanto, nosso inconsciente pode processar onze milhões.

O olhar do Xerife para Reid ainda foi mais estranho do que o anterior.

— Sim, eu leio rápido — respondeu prontamente Reid.

Nessa hora, Morgan entrou.

— Vou deixá-los a sós — falou o Xerife ainda surpreso com Spencer.

Morgan só o observou sair e em seguida virou-se para Reid.

— E ai, garotão? O que procura mesmo que fez os policiais andarem em quase todas as bibliotecas da Califórnia?

— Essa moeda que foi deixada na cena do sequestro de Wendy é diferente das outras deixadas nas cenas dos crimes anteriores. Então eu resolvi fazer uma pesquisa.

— E encontrou alguma coisa?

— Sim, eu estava certo... todas as moedas dos crimes anteriores são do nosso país de 200 anos atrás. Mas a da cena de hoje, é do império brasileiro. Mais especificamente do primeiro ano, 1822.

— E por que acha importante? Não são moedas antigas?

— Sim, porém tudo tem significado para ele. E acredito que ela não mudaria tão drasticamente assim.

— Então pode não ser o mesmo assassino e sim um imitador — concluiu Morgan.

— Sim, mas essa moeda é muito rara e da década de noventa para cá, só se ouviu falar de uma dessas — completou Reid.

— Um colecionador não deixaria uma raridade dessas para trás — falou Morgan pensativo.

— Com certeza, não. Mas em algum momento o verdadeiro dono passou para o assassino.

— Vai ser difícil, mas vamos... são ossos do ofício.

— Na verdade, o ditado correto é “são ócios do ofício”.

— Agora que você falou faz todo o sentido — brincou Morgan — não podia morrer sem saber disso. Valeu amigo, por tudo. Agora posso morrer em paz.

Reid deu de ombros, não ligando para as brincadeiras de Morgan.

***

Logo que terminou o interrogatório, Elle levou Dana Chelsea para fazer o retrato falado do homem que ela viu dentro do ônibus. Assim que terminou Elle levou o resultado para a sala de reuniões e pregou bem mural sob o olhar dos demais agentes.

— Esse é o nosso homem — disse Elle.

Emily que estava entrando nesse momento na sala, não acreditou no que viu.

— Mas esse é...

— Conhece ele? — perguntou Hotch se levantando preocupado e indo para o lado dela.

— Esse é Jason Cutt, o terapeuta da minha filha.


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Notas finais do capítulo

Sintam-se a vontade para expressar suas opiniões e impressões.

Bem, amanhã eu vou tentar falar com meu querido professor de novo e talvez não consiga postar.

Se não der para postar amanhã, postarei no sábado, pois na sexta é dia de viajar para a casa dos meus pais e é uma viagem longa (9 horas, eram 5 antigamente quando a estrada era boa) e vou assim que sair do trabalho.

Beijos e agradeço a compreensão.



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