Para Sempre escrita por Srta Taques
Notas iniciais do capítulo
Hoje o capítulo é do ponto de vista do Joaquim, espero que gostem. Boa leitura!
(POV ESPECIAL JOAQUIM VAZ.).
Os dias tinham passado depressa, a Manuela já estava no Vilarejo com sua família, a banda tinha parado com os ensaios por um tempo até esquecerem um pouco o sequestro e toda a situação da Isabela, que estava com o nome na banda como vocalista, sem sequer ter participado dela.
Falando nela, ela não tem me ligado, mandando mensagem nem nada!
O Felipe estava muito triste. A sua “anja angelical” estava namorando e ele só soube disso quando foi ao Vilarejo, mas ele é muito criança para ter uma “anja”, ainda mais uma “anja” com praticamente o dobro de sua idade.
O André anda se aproximando da Júlia, eu sei que ele está afim dela, mas ele só quer curtir, e eu não quero isso para a minha irmã, desde que a tia Flora nos abandonou é meu dever proteger a Júlia e o Felipe e é o que estou fazendo, não quero que eles sofram.
Mas parece que o André foi fofocar para ela, faz dias que ela anda me ignorando e quando fala, é estritamente o necessário, enquanto mima o Felipe o quanto pode. Isso está acontecendo desde o dia que fomos ao Vilarejo.
Eles tinham ficado sozinhos na sorveteria, é claro que rolou coisa lá!
— Júlia! — Me levanto do sofá. — Vai me ignorar até quando?
— Até o dia que você tirar essa ideia absurda de querer controlar a minha vida e os meus sentimentos. Você sempre soube que eu era afim do André e quando ele percebe, proíbe-o?
— É esse o problema? — Encarei-lhe. — Beleza, você tá trocando uma paixãozinha pela família.
— Que? — Ela me olhou assustada, sem acreditar no que tinha dito. — Eu não estou abandonando família nenhuma! Eu amo vocês, só não acho certo você se intrometer na minha vida assim...
— Ah quer saber, dane-se! Pode ir com o André, namorar, ficar, pegar, sei lá o quê. Eu disse para o André não te magoar, mas ele inverteu toda a história, então vai lá! Tava pensando no seu bem, só isso. Mas vi que perdi meu tempo!
— Eu... — Ela tentou se desculpar.
— Eu to de cabeça quente, depois a gente conversa melhor tá? Mas fique com o André, se ele te faz feliz, o que eu posso fazer?
— Eu não sabia que ele tinha invertido a história, pra mim você o ameaçou e tals.
— Eu só disse para ele não te magoar, caramba! — E saí do apartamento batendo a porta, e indo até o do André.
Cheguei ao andar do apartamento do André e apertei a campainha diversas vezes, quando a tia Alicia abre a porta reclamando, segurando um pote com massa de bolo.
— Joaquim? — Ela perguntou ao me ver correndo para dentro. — Joaquim! — Ela me chamava, mas já estava entrando no quarto do André.
Ele estava deitado na cama, mexendo no celular.
— Então quer dizer que eu te ameacei, né? — Perguntei, invadindo o quarto.
— Nossa fera, te acalma.
— Me acalmar o caramba, porque você mentiu para a Júlia?
— Sei lá mano, nem lembro o que eu falei para ela.
— AH TA DE ZOEIRA COM A MINHA CARA NÉ!
— Não sabe brincar, não desce pro play. — Ele guardou o celular e bateu em meu ombro. — Eu gosto muito da sua irmã sim, não seria capaz de magoá-la.
— Então porque disse que eu...
— Por que eu fiquei com raiva que você disse aquilo, como se duvidasse que eu a faria feliz.
— Tá, tá. — O segurei pelo colarinho. — Mas se eu vir a minha irmã chorando por sua causa já sabe né.
— Aham.
— Podem se pegar a vontade então. — Ele deu um sorriso de lado.
— Quase me matou por causa da sua irmã... Mas e a Manuela? Faz quase uma semana que vocês não se falam, a Priscila já veio falar com você?
— Ela mandou essa mensagem, disse que não tinha coragem de olhar para a minha cara por vergonha do que tinha feito contra mim e a Manuela. — Peguei o celular do bolso e mostrei a mensagem. — Olha...
Joaquim.
Tô te mandando essa msg só para dizer que fui pessoalmente ao Vilarejo e falei com a Manuela e disse que não sentia nada por você, e que nada mais os impedia de serem felizes. Me perdoa por tudo o que eu fiz a vocês, principalmente o namoro falso! Eu não sei onde estava com a cabeça, mas agora que está tudo em seu devido lugar, vcs merecem ser felizes. Sei que é difícil me perdoar porque o que eu fiz não tem perdão de um dia para o outro, só queria que soubesse que eu estou arrependida de vdd. Podia dizer isso pessoalmente, mas sla, estou muito envergonhada... espero que quando a banda voltar do recesso, tudo esteja como deveria ser... bjão.
Priscila.
— Agora ela se faz de santa... — Eu disse.
— E se ela estiver falando a verdade?
— Se ela estivesse dizendo a verdade, porque a Manuela não veio falar comigo?
— Talvez ela esteja esperando por você, cabeça.
— É?
— Sim... — Pensou um pouco. — E parem de enrolar, vai até o Vilarejo e pede ela em namoro. De preferência com muito romantismo, mulher é cheia dessas frescuras.
Depois de um tempo voltei para o meu apartamento, tomei banho e ajudei a Júlia no jantar, iria fazer dois anos que nós nos viramos sem a tia Flora e a esperança que ela volte não é muita.
O Felipe tem tido pesadelos com o abandono ultimamente e feito xixi na cama, e depois disso é difícil fazer o Felipe pregar no sono novamente, mas a tia Alicia disse que é uma fase e que vai passar.
Jantamos, o Felipe tinha dormido no sofá então eu o peguei no colo e o levei até a cama, desligamos as luzes e dormimos.
No dia seguinte era uma quarta-feira. Eu pesquisei a empresa do Otávio e disse para o Vicente que eu teria que resolver um problema, mas que não era para eles se preocuparem e que depois eu pegaria a matéria com o André.
Mas eu fui de uniforme e com a mochila para o Dinho não desconfiar. Eu peguei um ônibus e fui perguntando as pessoas qual a parada era a mais próxima, então o ônibus deu uma freada brusca.
— ON-ENTERPRISE é aqui na frente, a próxima parada é muito longe dela! — Disse o motorista, que parou no meio da rua, interrompendo o trânsito.
— Valeu! — Disse, pegando a minha mochila e saindo do ônibus.
Entrei na empresa, uma secretária muito gentil me atendeu e disse que o Otávio estava com a noiva dele conversando em sua sala, pedi que ela ligasse e ela o fez.
— O Otávio autorizou a sua entrada. Pode ir, é no final do corredor a direita.
— Obrigado!
— De nada...
Caminhei, bati na porta e entrei. Otávio estava com a tia Rebeca, ele estavam se beijando e depois se desfizeram dele.
— Joaquim? — Ele perguntou. — Você por aqui?
— Esse menino... Não me é estranho! — Rebeca falou com muita simpatia.
— Éh... Eu sou guitarrista da Cúmplices, eu que ajudei as suas filhas.
— Ah, sim! Agora eu lembrei. A Manuela fala o tempo inteiro de você! Mas o que você faz aqui? Não veio pedir emprego, não é? Você é muito novo ainda!
Ela fala o meu nome? Ela não me esqueceu?
— Não é isso. Na verdade nem imaginava que a senhoria estaria aqui, mas acho que é com você que eu devia fazer essa pergunta.
— Diga.
— Queria saber porque a Manuela não tá falando comigo, nem ela, nem a Isa. É alguma coisa que eu fiz? — Perguntei nervoso. — Não, por que se eu fiz eu...
— A Manuela tem um coração muito bom, esses dias foi uma amiguinha da banda de vocês da cidade, e depois disso ficou suspirando pela casa, com cara de apaixonada, sabe. Acho que as duas estão combinando de não falarem com você, esperando que você vá até o Vilarejo...
— Rebeca fazia muito isso comigo. — Otávio riu, eu sorri.
— Ah-ah. — Baixei a cabeça. O André estava certo! — Agora minha pergunta vai pra você, Otávio. Como conquistar uma garota?
— Desculpa me intrometer, mas quem vai ser a felizarda? — Rebeca questionou, eu ri por dentro. — Não me venham com essa cara aí, os meninos adoram falar de uma menina e depois falar de outra! Vocês hein, vou te contar.
Manuela tinha o mesmo jeitinho da mãe.
— A felizarda é a sua filha, Rebeca. A Manu! — Virei-me para ela com um sorriso. — Se a senhora permitir, é claro...
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Gostaram? Comentem!! Até o próximo, bjãaao.