HL: Pocket Girl - How Heroes are Born escrita por Mini Line, Heroes Legacy


Capítulo 5
Minha heroína


Notas iniciais do capítulo

Voltei o/
Mais um capítulo com uma participação marota do PlayerGus.
Obrigada pela ajuda, moço.
Obrigada a você também, leitor querido que mora no meu coração. Sempre me fazendo sorrir.
Sem mais enrolação.
Boa leitura.



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Assim que Benny saiu da Mortal Burger, viu a movimentação de policiais e resolveu conferir o que estava acontecendo. Ao chegar no quarteirão interditado, a primeira coisa que prendeu seu olhar foi sua professora em seu uniforme de vigilante, o que o fez abrir um grande sorriso. Se escondeu atrás de um carro e observou a confusão.

 

— Não se preocupem. A cavalaria chegou. — disse a garota recém chegada, ajeitando os cabelos que lhe caiam sobre os óculos protetores ao balançar a cabeça.

— Não é o momento de brincar de herói, menina. Volta pra casa e vai fazer sua lição. — Alice disse para a desconhecida e logo se voltou para o terciário. — Larga ela e eu te asseguro sair daqui com vida. Só alguns ossos fora do lugar, mas isso se conserta com o tempo. — A lâmina de sua katana refletiu a luz do sol ao ser tirada de suas costas. — Por quê não enfrenta alguém do seu tamanho?

— É... Então, ninguém aqui é do tamanho dele. — A garota devolveu, descendo da viatura e parando ao lado da mulher. — Você muito menos. Sem ofensas.

Alice encarou a garota, erguendo uma sobrancelha em protesto.

— Já chega! — Gabe bradou, retirando um hidrante com facilidade e atirando na direção dos policiais, que pularam no chão tentando escapar.

— Alguma ideia? — perguntou a adolescente.

— Tira o máximo de pessoas que conseguir. Quero ver quão rápida você é. — Alice permitiu que um pequeno sorriso travesso se formasse no canto de seus lábios, observando a garota fazer o mesmo.

— Certo.

 

A vigilante correu em direção ao homem, usando sua invisibilidade em seguida, enquanto isso, a garota sorriu e ao mesmo tempo o reator em seu peito brilhou mais forte. Seus propulsores foram ativados, deixando os mesmos rastros azuis de antes enquanto retirava os civis da zona de perigo. A heroína viu um garoto parado atrás de um carro foi até ele, encarando seus olhos azuis ao aparecer na sua frente.

— A tia ali pediu para você ir fazer o seu trabalho em dupla.

Ao se aproximar do terciário, deu um soco em seu rosto, mas Gabe pareceu não sentir nada. Ele socou o ar, sem encontrar nada. Embora fosse relativamente mais forte que Alice, sua velocidade era bem pequena. Enfurecido, ele jogou Emma no chão e ergueu um carro próximo.

— Se não posso ver uma, acerto a outra — disse ao lançar o carro como se fosse uma caixa de papelão vazia na direção da segunda heroína.

Alice diminuiu seu tamanho ao mínimo de cinco milímetros, pegando impulso do chão para acertar um chute no peito de Gabe, usando-o para um novo impulso a fim de acertar o carro com um golpe, mas não foi rápida o suficiente.

Benny olhou a garota alta com curiosidade, tentando conhecer quem estava por trás daqueles óculos de lentes amareladas.

— Como você sabe sobre meu... — Sua voz silenciou ao mesmo tempo que seus olhos se abriam cada vez mais no momento em que observava o carro atirado contra eles se aproximar. — Oh, céus! — gritou, escondendo o rosto com os braços.

 

Ao perceber a expressão do garoto, ao mesmo tempo que uma sombra no chão aumentava, a garota virou para trás e viu o carro se aproximar. No mesmo instante, o reator em seu peito brilhou mais forte e ela ergueu os braços, segurando o carro em cima de sua cabeça. Deu uns passos para trás em quanto se acostumava com o peso do veículo.

— Acho que isso é seu! — A garota gritou, jogando o carro de volta no Neo-Humano, que explodiu ao atingí-lo. — Você está bem? — Perguntou ao garoto, dando uma olhada para trás.

 

Benny apenas afirmou rápido com a cabeça várias vezes. Sentia seu corpo todo tremer no mesmo ritmo das batidas de seu coração.

No momento em que o carro explodiu, Alice usou o corpo para proteger Emma que estava no chão.

Ao perceber que o Neo-humano ainda estava consciente, apertou um dos pontos metalicos da luva que usava.

— Vou tirar você daqui. — Segurou na mão da mulher, deixando-a invisível também.

— Agora vai para casa, garoto. — A adolescente pediu, caminhando na direção do vilão. — Ei, Cara de Sapo, hora de voltar para o zoológico.

 

Gabe se levantou com um pouco de dificuldade. A heroína usou seus propulsores e acertou um forte soco no rosto dele, que cambaleou. O homem tentou atacar, mas era facilmente desviado por ela. A morena desviou de um golpe pela esquerda e subiu nas costas do grandalhão, o enforcando.

— Não saia daqui. — Alice alertou ao deixar a enfermeira em uma loja de ferramentas. — Vou ter que machucar seu amigo.

 

A garota correu de volta, encontrando a meninda do reator imobilizando Gabe. Já próxima o bastante, tentou cravar a katana no abdômen do terciário, mas a lâmina se quebrou como uma estaca de madeira pobre.

— Ela era de estimação! — gritou ao jogar o cabo para longe. — você me tirou do sério. — Sacou sua pistola e apontou para a cabeça dele. — Hey, ligeirinha, sai daí.

 

Ignorando o pedido da mulher, a jovem apertou mais o pescoço do homem, que resistiu um pouco antes de cair inconsciente no chão. A garota levantou, um pouco ofegante.

— Balas não iam adiantar. — Disse a adolescente, se aproximando da heroína mais velha. — Iriam acertar ele e voltar em alguém.

 

Alice mirou em um policial e atirou. Uma corrente elétrica percorreu o corpo do homem que caiu desmaiado.

— Eu não mato, garota. — Virou-se para os policiais e sorriu sob a máscara. — Ele vai acordar em uma hora. Ou duas.

— Bom saber. — Sorriu, esticando a mão para a mulher. — Gostei desse trabalho em equipe hoje. Pode chamar de Trajetória, Mulher Formiga.

— Não me chama assim, por favor. — Ela riu ao apertar a mão dela. Pensou por um instante e ao olhar para a rua cheia de curiosos, viu o aluno favorito entre eles. — Eu sou a Pocket Girl. Gostei do equipamento.

— Gostei do nome. — Trajetória sorriu de volta. — É, meu pai desenvolveu. Ele amplia as capacidades humanas. — Explicou, apontando para o reator em seu peito. — Eu adoraria continuar aqui, mas tenho um trabalho de artes com uma dupla chata para terminar. — Trajetória bufou, revirando os olhos.

— Trabalho de artes em dupla. — Ela sorriu. — Bem feito ou perde pontos. — Alice piscou para a garota, desaparecendo em frente aos seus olhos e saiu antes que a Nexus chegasse.

 

Trajetória ergueu uma sobrancelha ao ouvir as últimas palavras da mulher, mas acabou sorrindo ao entender do que se tratava. A heroína acenou para os curiosos, que aplaudiram de volta e saiu, deixando nada mais do que seus rastros azuis.

 

~*~

 

Alguns minutos depois, Alice já vestia sua calça jeans e a camisa azul de mangas três quartos, quando parou em frente a um belo restaurante italiano, o preferido de Will.

Entregou as chaves de seu Mini Cooper para o manobrista e adentrou o local aconchegante e, àquelas horas, pouco movimentado.

Disse à recepcionista que seu amigo a aguardava e a moça a guiou até uma mesa afastada no canto esquerdo do salão repleto de mesas redondas, cobertas por toalhas brancas adornadas com detalhes vermelho e verde. As paredes eram decoradas com várias paisagens da Itália, as parreiras prontas para a colheita, crianças rodeando tinas enormes onde homens de expressões alegres pisoteavam as uvas para a fabricação de vinho, entre outras.

— Will — Alice sorriu sem graça ao se aproximar do rapaz. —, me desculpa. Estou…

— Atrasada mais uma vez. — interrompeu a jovem Harper, levantando-se para abraçá-la. — Como se eu não esperasse por algo do tipo.

Ele puxou a cadeira para que a garota se sentasse e voltou para seu lugar antes de prosseguir.

— Agora me diga, por que estava chorando? — Tomou as mãos de Alice, acariciando-as com afeto.

— Eu só quero esquecer isso, Will. Assunto de família, sabe. Não… quero ficar corroendo isso o tempo todo. Me desculpa. — Abaixando a cabeça, a garota segura o choro, sentindo o coração apertar.

— Vamos pedir, então. O de sempre? — Fez um sinal para o garçom, avaliando o rosto delicado e pensativo de Alice.

— Acho que vou mudar um pouco. Sempre faço as mesmas coisas como um robô seguindo uma programação. — Fitava as pétalas dos lírios brancos que enfeitavam a mesa, mas sem prestar atenção realmente nelas. — Vinte anos fazendo tudo como o que os outros ordenaram. Se não fosse insistir muito, nem a faculdade de artes eu estaria fazendo.

O garçom aproximou-se da mesa, tendo no rosto um sorriso gentil ao oferecer o cardápio para o casal. Will já sabia o que queria, então não esperou para fazer o pedido. Talharim ao molho branco com alcaparras e manjericão. Alice por sua vez, fechou o cardápio e pediu o mesmo. Antes de deixá-los a sós, entregou para o rapaz a carta de vinhos.

— Não vamos beber vinho, obrigado.

— Eu vou. — A pequena pegou a carta e deu uma olhada nos nomes dos quais ela não fazia a menor ideia do que significava. Fechou o papel e o colocou sobre a mesa, fitando o moço de avental preto com um sorriso educado. — Poderia me sugerir algum, por favor?

Após uma breve explicação, ela aceitou a sugestão do jovem que lhe oferecera uma opção de vinho tinto.

— Quem é você e o que fez com a Certinha Harper? — Will juntou as mãos formando uma arma de mentira e apontou-a para a amiga, mirando-a com um olho fechado.

— Para, seu besta! — Bateu na mão do colega, rindo baixo com ele. — Me leva pra casa? Não vou poder dirigir.

— Hmm. Estou gostando dessa ideia. — Piscou para a pequena, deixando-a vermelha.

— Hoje você está cheio de graça, hein?

— Só quero te ver sorrir, Lice. — Acariciou as costas da mão da colega, fitando seu olhos castanhos. — Você fica bem mais bonita com um sorriso e esses olhinhos de jabuticaba brilhando. Sabe, Lice. Eu quero dizer que…

— Com licença. Seu pedido, senhor. — O garçom o interrompeu o homem dono de belos olhos azuis, depositando os pratos em frente aos dois. Logo depois, encheu as taças de água, uma com vinho para Alice e outra com refrigerante de guaraná para William, que já estava com o rosto fechado e um leve biquinho de birra formado em seus lábios.

— O que você ia dizer? — perguntou a garota antes de provar um pouco de seu prato. — Hmm. Isso é bom. — Nem esperou engolir completamente a comida para expressar sua surpresa.

— Nem me lembro mais, graças ao garçom intrometido.

— Pelo jeito o dia não foi muito bom lá na escola. Quer me contar como foi? — perguntou, tomando um gole do vinho, que por sinal, apreciara muito.

— O que você quer saber? — começou, fingindo se lembrar de uma história antiga. — Sobre como a Srta. Izanami fica pedindo favores só pra me ver levantar caixas pesadas ou sobre o professor Joe de literatura que carrega aquele monte de livros pra todos os lados? Talvez queira saber sobre minha participação no ensaio do clube de teatro só porque um aluno estava com crise artística ou alguma coisa assim. Sem contar que tenho que ouvir aquele bando de pirralhos me chamando de Will-faz-tudo!

— Sabe que não são só os alunos que te chamam assim, não é?

— Claro que sei. Pergunta onde está o Carter pra ver se alguém sabe? Ninguém. Agora, o Will-faz-tudo, todos sabem. — Colocou uma garfada de seu macarrão na boca, fitando os quadros com a rosto mau humorado.

— Por que você não pega outro emprego? Você é o cara mais inteligente que eu já conheci. — Aproximou-se dele, como se quisesse guardar um segredo. — Pode invadir qualquer sistema apenas com um smartphone comum. Arranjar uma proposta melhor não seria difícil.

— Eu fazia parte da Anonymus. — disse, surpreendendo a pequena mulher que virava a taça de vinho.

— O que?! Por que saiu? — perguntou com os olhos arregalados.

— Perdi uma aposta. — Bebeu seu refrigerante, lembrando dos velhos tempos. — E como pagamento, eu tinha que trabalhar um ano como técnico de informática em uma escola.

— Falta quanto tempo para acabar esse ano de tortura? — Alice já secava a segunda taça, fitando a garrafa sobre a mesa.

— Isso foi há uns quatro anos.

— Quatro? Não te aceitaram de volta?

— Eu não os procurei. Gosto daqui. Dessa vida de faz-tudo. — Suspirou, fitando seu almoço. — Não me imagino sem a agitação dos adolescentes e aquele cheiro de creme para espinhas logo pela manhã. Não me imagino sem os professores exploradores. Principalmente uma que não alcança nada nas prateleiras de cima.

— Um dia eu vou ser do tamanho de um prédio e vou pisar em você, Will-faz-tudo! — A garota enchia a terceira taça e William já olhava torto para ela.

 

Os dois aproveitaram o talharim que estava divino. A conversa cada vez mais animada começou a chamar a atenção dos clientes. Alice estava alegre demais por causa do vinho e acabava rindo e falando mais alto do que devia.

— Melhor te levar para casa, Lice. Você não está normal.

— Pode deixar que eu levo. — Disse um homem alto e loiro logo atrás de Alice. — Seu pai pediu que eu te encontrasse. Ele está preocupado.

— Dean! — Ela abriu um grande sorriso ao vê-lo, voltado-se para o amigo em seguida. — Will, o Dean veio me levar para casa!

— Eu ouvi, Lice. Espero que o Dean — disse com desprezo o nome do rapaz — cuide bem de você. — Encarou o assistente de Jared, cruzando os braços.

— Não se preocupe. Vou levá-la em segurança para casa.

— Tchau, Will. Eu vou com o Dean! — exclamou mais uma vez, com um sorriso de orelha a orelha.

William apenas olhou a garota sair, grudada na cintura daquele sujeito de expressão esnobe, do qual ele não foi com a cara.

 

Já no carro de Alice, Dean dirigia concentrado no trânsito, sem dizer uma só palavra.

— Obrigada por me buscar, Dean.

Vendo que ele não responderia, continuou.

— Estou feliz por passar um tempo com você. Sabe, sem meu pai por perto. Ele nunca deixa a gente a sós para nos conhecer melhor. — Irritou-se com o silêncio e ajeitou-se no banco, fitando-o com raiva. — Você é sempre tão quieto?

— Não. Só não gosto de conversar com bêbadas. — disse o jovem cientista, sem tirar os olhos da estrada.

— Eu não estou bêbada. Não muito, pelo menos. — resmungou, fitando a janela para não mostrar as lágrimas que começavam a deixar seus olhos.

— Você é uma criança mimada, Alice. Sempre tem tudo o que quer sem esforço algum. Acha que é só fazer charme ou fazer birra e tem o mundo aos seus pés. Por isso não me atrai. Agora pare de chorar. Estamos quase chegando.

 

~*~

 

Com um pouco de dificuldade, Taylor tocou a campainha da casa de Benny. A garota carregava o isopor e os materiais para a maquete de artes.

— Esse esquisito consegue se atrasar até quando está em casa. — comentou baixo.

— Já vai! —  ele gritou antes de abrir a porta, secando os cabelos negros com uma toalha branca e macia. — Ah! Você. — Jogou a toalha no ombro e pegou os materiais que a colega carregava. — Deixa que eu carrego isso. Entra.

— Como eu trouxe tudo até aqui, você carrega para o colégio. — Taylor resmungou, o seguindo.

— Como se eu já não planejasse isso. — Deu de ombros. — Aonde você foi?

— Problemas de família. — comentou a garota, passando por ele. — O carro do meu irmão não funcionou e como eu sou a mecânica da casa, sobrou pra mim.

Desconfiado da garota, Benny colocou os materiais sobre um baú que ficava próximo a porta, tirou os óculos e a puxou pela mão, trazendo-a para perto. Olhou em seus olhos levemente assustados pela aproximação repentina e abaixou um pouco mais o rosto, quase encostando sua testa na dela, pronto para vasculhar suas memórias.

Taylor empurrou o garoto, acertando um soco em seu rosto.

— Se você chegar perto de mim assim de novo, eu vou arrancar essas asas que você chama de orelha! — Falou alto, embora estivesse um pouco assustada.

— Você está louca?! Só queria saber se você não estava mentindo! — reclamou ao massagear o rosto. — E as minhas orelhas são normais, tá!

— E por que tirou os óculos? Quer bancar o Clark Kent? — Taylor cruzou os braços, ainda irritada. — E por que eu mentiria? Se eu não quiser ficar perto de você, vou deixar bem claro.

— Tirei os óculos porque... Porque as lentes estão sujas. — Limpou-as na barra de sua camisa azul escura e os ajeitou no rosto novamente. — Espera! Então você está dizendo que quer ficar perto de mim? — Sorriu vitorioso.

— De que outro jeito eu poderia socar essa sua cara? — Taylor passou por ele, indo para a sala. Não queria que o garoto o visse levemente corada. — Vamos terminar isso logo.

— Vamos, vamos. — Benny riu, pegando os materiais e seguindo a colega.

 

Depois de ajeitar tudo sobre a mesa de centro, começaram a discutir sobre o que fariam. Taylor queria fazer o Empire State, enquanto Benny queria homenagear sua terra natal, fazendo o Big Bang. A briga durou muito até que ele desistiu da ideia, deixando a colega vencer dessa vez.

— Não é porque você é britânico que vamos fazer uma maquete com coisas de Londres. — disse Taylor, ajeitando a franja que lhe caía sobre os olhos.

— Okay, americana patriota. Você é quem manda. — Ajeitou o isopor no centro da mesa, tirando suas medidas em seguida. — Taylor, você já ouviu falar da garota que apagou um Neo-humano hoje mais cedo?

— Não tenho tempo para ver coisas de super heróis, Benny. — Respondeu, começando a conferir se estava tudo em ordem. — O que que tem?

— Ela me salvou. Se não fosse por ela eu não estaria aqui. Seria amassado por um carro voador. — fitava suas mãos, pensativos. — Ela saiu tão rápido que nem tive tempo de agradecer.

— Sério que você quase morreu? — Taylor virou na direção do garoto, com os olhos arregalados. — E ela te salvou? Já não gostei dessa Trajetória.

— Trajetória? É esse o nome... Como você sabe o nome dela, Taylor Lee Parker? — Inclinou-se para encarar a garota, sem a intenção de usar sua habilidade.

— Está nas notícias, bobão. — A morena revirou os olhos, enquanto empurrava o rosto do garoto e mostrava a tela do celular. Mostrava a heroína segurando o carro. — E olha só a sua cara de idiota. — Taylor riu, enquanto dava zoom no rosto de Benny. — Você é tão lerdo que eu consigo ver as notícias enquanto você nem terminou de falar delas.

— Também não precisava dar zoom, né. — Riu envergonhado, tirando o celular da frente do seu rosto. — Oh, céus. É a segunda vez que fui salvo por uma garota. Me sinto a Mary Jane.

— Bem, a Mary Jane consegue o Homem-Aranha no final. — Ela o fitou, com um sorriso de canto. — Acha que tem essa sorte?

— Seria meu sonho? — Ele sorriu do mesmo jeito, fitando os olhos da menina. — Não o Aranha. A Trajetória. Ah! Você entendeu.

— Não imaginei que você jogasse no outro time, Johnson. — Riu baixo, desviando o olhar. — Nada contra, claro.

— Não jogo em outro time, garota! — Benny corou, tentando explicar a situação. — Já você... Talvez haja algum motivo pra eu nunca te ver com um garoto. — Ergueu uma sobrancelha, rindo por virar o jogo.

— Não seria uma má ideia ir atrás de uma garota. — Taylor deu de ombros. — Garotos fedem. Menos o Chris Evans, aquele é perfeito em tudo.

— Hey! Eu sou bem limpinho. Acabei de tomar banho. Sente só o cheiro. — Levantou-se rápido e foi até a menina, tentando abraçá-la. — Duvido que o Evans seja tão cheiroso quanto eu.

— Sai daqui. — Ela o empurrou, não contendo uma risada. — Pode ser menos cheiroso, mas não tem esse corpo de frango.

Ele abriu a boca para responder, mas logo a fechou, suspirando fundo.
— Sabe que isso foi desnecessário, não é? Vamos fazer logo isso. — Riu sem humor, um pouco chateado.

— Nada que uma academia não resolva, Benny. — Taylor comentou baixo, voltando a atenção para o trabalho.

— Eu fujo da educação física. O que te faz pensar que eu iria pra uma academia? — pegou três bolas azuis e começou a fazer malabarismo com elas. — Prefiro exercitar minha memória que anda pior que meus músculos.

— Você pode malhar em casa, aí não precisa ter medo de nenhum valentão te jogando em uma lixeira. — Respondeu a morena, enquanto pegava uma das bolas que estavam no ar. — Tente não quebrar o trabalho, por favor.

— Não vou quebrar, Sra Estraga Prazeres. — Jogou uma bolinha na direção da garota, mas ela desviou, o que fez com que a bola acertasse em cheio um vaso de flores. — Certo. Chega de brincar.

— Até que enfim falou algo útil, Dumbo. — Taylor pegou uma folha e começou a fazer as anotações do trabalho.

 

~*~

 

Já era noite quando Rachel Grey batia na porta de uma bela casa azul, com um jardim repleto de flores coloridas.

Não demorou até que uma moça de sorriso encantador atendesse, convidando-a para entrar.

— Minha mãe estava esperando por você, Rachel. Fique a vontade. — A moça de cabelos curtos e crespos que vestia um vestido preto, estampado com flores vermelhas indicou um dos bonitos estofados cor de creme para a colega de trabalho.

— Obrigada, Rose. Vai sair? — perguntou, analisando a roupa que a jovem de pele negra usava.

— Vou à uma festa. Daqui a pouco um amigo virá me buscar.

— Bom, divirta-se! — disse a cientista, levantando-se em seguida assim que viu Jordan se aproximando.

— Que bom que atendeu meu pedido, Srta. Grey. — Cumprimentou a loira com um beijo no rosto, sentando-se em seguida.

— Você disse que era sobre a Alice. Que ela está em perigo. Preciso saber como ajudar. — Rachel estava aflita, falando depressa.

— Eu trabalho com o Jared Harper há dezesseis anos, mas não sou quem ele pensa. Eu sou uma agente infiltrada da Nexus. Esse trabalho era de Meredith Ward, mas depois de sua morte, fiquei responsável por manter os olhos em seu patrão. — explicou a mulher.

— Meredith, mãe da Lice?

— Sim. Ela mesma. Além de mulher de Jared, ela era espiã da Nexus. Mas sua morte prematura me levou ao cargo que era dela, infelizmente. — Fez uma pausa, lembrando de sua amiga de longa data. — Eu cuidei da Alice como cuidei da Rose. Talvez até mais. Também observei de perto todas as atrocidades das quais você conhece muito bem, não é mesmo?

A cientista apenas abaixou a cabeça, sabendo de todas as coisas que viu e ouviu no laboratório. Muitas das atrocidades que Jordan se referia, Rachel ajudou a cometer.

— E por que está me contando tudo isso. Eu sou uma cientista da Nêmesis, lembra? — Encarou a mulher, querendo uma boa explicação.

— Porque a Nexus vai invadir o laboratório e eu quero você como aliada, Rachel. — disse pausadamente.

— O quê?! — A jovem Grey se levantou de súbito, olhando assustada para Jordan e Rose, quando um carro buzinou do lado de fora.

— Eu preciso ir. — Rose deu um beijo no rosto da mãe, despedindo-se. — Não precisa ter medo, Rachel. A Nexus vai acabar com os dias de experimentos desumanos de Jared Harper e vai te garantir um emprego seguro e honesto. Até mais.

 

A Reed deixou a mãe e a colega a sós e caminhou lentamente até o carro de vidros escuros que a esperava em frente a casa.

 

— Você gosta de se arriscar, Dean Simmons. — disse a moça ao entrar no carro e fechar a porta.

— Por você, sim. O risco vale a pena. — Puxou-a pela nuca, selando seus lábios em um beijo rápido e apaixonado. — Alguma notícia?

— A Nexus vai mesmo invadir o laboratório. Avise ao Sr. Harper de que não passa de amanhã. Melhor ele tirar o projeto Y de lá ainda essa noite.

— Certo, minha rosa. Eu aviso ele ainda hoje, mas agora, quero aproveitar a noite. — Beijou-a mais uma vez, segurando firme em sua cintura.

Após se separarem pela falta de ar, Dean ligou o carro e saiu rumo à sua casa.

Rose ligou o rádio e sorriu para o cientista.

— A Nexus pode tentar, mas nunca irá derrotar a Nêmesis.


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Notas finais do capítulo

Tay brilhando como o sol em PG, não é mesmo? Gosta dela? Então vai conferir a fic dela, escrita pelo meu amigo PlayerGus.
É só entrar no perfil do HL e encontrar "Trajetória e o Enigma do Zodíaco"
Já aproveita e dá uma olhada nas outras fics.
Muito obrigada pra você que leu até aqui e espero vocês nos comentários.
Beijos da Mini e até o próximo capítulo =*