HL: Pocket Girl - How Heroes are Born escrita por Mini Line, Heroes Legacy


Capítulo 4
Acesso negado.


Notas iniciais do capítulo

Voltei o/
Nem demorei vinte e um dias para aparecer por aqui e espero que isso seja uma boa notícia. Quero agradecer ao que acompanham PG e aos meus leitores fiéis que sempre estão deixando seus recadinhos lindos nos comentários.
Gente, esqueci de mencionar no capítulo anterior, mas o Agente Knoxx NÃO ME PERTENCE!
Como assim, Line?
Eu explico. Ele faz parte da original "Kane - The Infamous Rise" do autor Player Gus. Então esse foi o primeiro crossover do nosso universo compartilhado. Pra conhecer a história dele e dos outros autores, é só dar uma olhadinha no perfil do Heroes Legacy.
Assim como o Knoxx, hoje temos mais uma personagem dele e muito desse capítulo saiu graças a esse grande (literalmete) amigo.
Chega de enrolação e nos vemos daqui a pouco.
Boa leitura.



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Townsend High School

 

Benny encarou a garota em sua frente, franzindo as sobrancelhas. Sabia que não viria coisa boa dela.

— O que você quer? — perguntou friamente. — Não tenho tempo, Russell. Tem uma garota me esperando. — Sorriu, deixando um leve ar de sarcasmo pairando pelo ar.

— A Parker? — Soltou um riso abafado. — Aquela não conta como garota.

— Bem mais do que você. Agora fala logo o que você quer. E seja o que for, minha reposta é não! — Benny já estava quase atropelando a garota quando ela virou o visor de seu celular para o garoto. Nele havia  uma foto de Benny e Alice na sala, quase tocando os lábios um do outro. — Você não entende, Morgana. Não é o que parece.

— Eu já sei, Neo-humano. — A garota disse lentamente a última palavra, aproximando-se do ouvido do garoto ao ficar na ponta dos pés.

Ele arregalou os olhos e se afastou rápido, engolindo o resto de saliva de sua boca seca.

— Você está louca? De onde tirou essa ideia? — questionou assustado.

— Muito simples, Benny. — Morgana colocou a mão sobre o peito dele, fitando seus olhos com um sorriso sedutor. — Quando um Neo-humano com poderes psíquicos tenta entrar na mente de outro Neo-humano com as mesmas habilidades, ele simplesmente não consegue. Eu tentei várias e várias vezes ler seus pensamentos e aos poucos fazer você gostar de mim, mas o bloqueio de suas habilidades não me deixavam. Só que isso muda hoje, Benny Johnson. Com isso — Mostrou o celular. —, tenho você nas mãos. Ou prefere ver a sua querida professora presa por ser uma pedófila nojenta?

— A única criatura nojenta aqui é você, Morgana. — cuspiu as palavras, pronunciando com desprezo o nome da garota. — Agora me entregue essa droga desse celular, antes que eu quebre ele na sua cara. — Segurou com força o braço dela, trazendo-a para perto de si.

— Tenta! — Fitou-o nos olhos, com um sorriso maléfico.

Ao tentar agarrar o telefone das mãos da garota, ela lhe puxou uma rasteira, fazendo-o bater a cabeça no piso.

— Fui treinada pra bater em pessoas muito maiores e mais fortes que eu. — Colocou o pé sobre o peito do garoto assustado e jogou o celular para o alto, o pegando em seguida. — O que te faz pensar que poderia me enfrentar?

— Morgana, já chega! — Uma voz muito suave foi ouvida atrás da garota, que revirou os olhos sem se virar para ver quem era.

— Hey, Delilah! Que tal dar uma ajudinha? — Benny sorriu para a recém chegada que se parecia muito com Morgana, exceto pelos olhos de um peculiar tom de violeta.

— Eu ouvi tudo. Não pode fazer isso com ele. Não é assim que você vai alcançar-lhe o coração. Seja paciente, irmã. — Delilah tentou segurar no ombro de Morgana, mas foi afastada bruscamente.

— Não se meta nisso, porque eu já sei muito bem o que você pensa sobre ele. Vai embora. Agora! — bradou, esquecendo do garoto ainda atordoado no chão.

Delilah olhou profundamente nos olhos da irmã gêmea, que recuou um passo.

— Não! Você não pode fazer isso! — Antes que terminasse de falar, sentiu o aparelho dar um pequeno choque em sua mão, fazendo-a soltá-lo instintivamente. A tela se rachou no momento em que tocou o chão, dando fim aos medos de Benny.

— Eu vou acabar com você, sua…

— Não vou deixar você fazer nada à sua irmã! — Benny, agora entre as garotas, encarou Morgana com os punhos cerrados. Segurando-se para não virar um covarde.

— Ela não é minha irmã! — Fitou Delilah, antes de sair praguejando os dois.
— Me desculpe por isso. — A garota muito menor que Benny cobriu o rosto com as mãos, evitando de que as lágrimas chegassem aos seus olhos.

— Está tudo bem. — Ele deu leves tapinhas no topo da cabeça da garota, descendo a mão por seus cabelos castanho avermelhados. — Nunca imaginei que as irmãs Russell pudessem ser…

— Você também! Quem diria, não é mesmo? — Delilah sorriu, melancólica. — Seu segredo estará bem guardado comigo.

— Já não sabemos se podemos dizer o mesmo daquela maluca.

— Não se preocupe. Ela é obcecada por você. Apesar de tudo, quer te ver bem. — A garota de voz calma e expressão delicada tentou animá-lo, sem sucesso algum.

— Se você diz… Só vamos fingir que nada aconteceu. — Ele suspirou, passando a mão na cabeça dolorida pela batida de minutos antes.
— Você está livre essa tarde, Benny? — Delilah perguntou, um pouco envergonhada.

— Não. — respondeu tristonho. — Tenho que fazer o trabalho que a Srta. Harper passou. Algumas horas de tortura.

— Ah. Entendo. E quem foi sorteado para ser sua dupla?

— Adivinha? A insuportável da Taylor. Só seria pior se fosse sua irmã. Ai eu me jogava de um viaduto. — Ele estendeu a mão no alto e imitou a queda enquanto falava e os dois riram com o comentário sarcástico do garoto.

— A Morgana não é tão ruim quanto parece. — a garota disse. caminhando para a saída da escola.

— Imagina se fosse. Nem dá pra dizer que você são gêmeas. São tão diferentes.

— Você não faz ideia. — Delilah estava pensativa, olhando para o céu.

— Bem, eu vou nessa. Se eu me atrasar, a Sabe-Tudo vai querer arrancar meus rins com um aplicativo de celular. A gente se vê, Delilah. — Benny acenou e saiu correndo, pensando na bronca que a colega lhe daria.

— A gente se vê. — A garota ficou o observando até que virasse a esquina.


~*~

Na casa de Alice, todos os convidados fitavam a pequena mulher com diferentes expressões; surpresa, alegria, indignação e indiferença estavam estampados em cada rosto de formas únicas.

— Nêmesis?! É… É a agência que você trabalha, não é? — Alice estava boquiaberta, não contendo o sorriso de felicidade, enquanto os olhos, mais brilhantes do que as estrelas em noites de verão, fitavam o pai, incrédulos e agradecidos. — Eu vou trabalhar com você!

— O que isso significa, Sr. Harper? — Uma bela mulher de meia idade, negra e de cabelos muito curtos, se colocou na frente de Jared. Sua postura autoritária e imponente fez com que o homem desviasse o olhar por um momento.

— Eu trouxe uma funcionária competente para o meu laboratório, Sra. Reed. Qual o problema? — questionou, cruzando os braços.

— O problema é que eu sou sua superiora e não fui informada de nada disso! Sabe que eu não aprovaria isso, não sabe? — Fez uma pausa, esperando que ele retrucasse, recebendo apenas o silêncio como resposta. — Era mais fácil agir pelas minhas costas, não é mesmo? — O tom alterado da mulher fez com que os convidados se sentissem constrangidos, mantendo silêncio absoluto na sala.

— Espera um pouco, Jordan. — Alice interrompeu. — Qual o problema de trabalhar com vocês? Você me treinou desde criança para aprender a me defender e dominar minhas habilidades. Sabe o quanto eu aprendi sozinha no laboratório aqui de casa. Você, mais do que ninguém aqui, conhece minhas capacidades e fraquezas. Então, porquê não?

— Você tem razão, Alice. — Jordan suspirou, ajeitando os cabelos com os dedos. — Mas talvez você fique melhor em Londres, com o Décimo Terceiro Esquadrão Tático Ostensivo de Contenção…

— Não! Jordan, não faça isso! Ela é uma criança, não ia aguentar aquilo. — Jared implorou.

— Ela não é mais uma criança, Harper. Ela é uma mulher forte, determinada e boa. Boa demais para a Nêmesis. Isso sim ela não vai aguentar. — a mulher disse, devagar, desejando que as palavras penetrassem no mais profundo espaço de sua consciência. — Você não lembra como ela ficou quando um garoto, amigo do colega dela foi atropelado na frente da escola há seis anos atrás?

— Sério que vocês vão tocar nesse assunto? — Alice sentiu o peito apertar ao lembrar daquele fatídico dia em que estava no portão da escola, esperando para se despedir do garoto que se sentava ao seu lado nas aulas de Química, quando viu um  aluno do terceiro ano perder o braço e logo depois, a vida, em um acidente traumatizante.

— Viu como ela fica, Jared? Você acha certo levá-la para a Nêmesis agora?

— Eu…

— Não diga nada. — Jordan interrompeu. — Sinto muito, querida, mas você não está pronta pra isso. Sua credencial não tem valor algum agora.

— Pronta pra quê? Do que diabos vocês estão falando? — esbravejou a garota, já com lágrimas nos olhos.

— Alice — Rachel colocou a mão no ombro da amiga, sorrindo fraco. —, confie na Sra. Reed. Ela sabe o que está fazendo.

— Confiar e obedecer! É isso que eu tenho feito por toda a droga desses vinte anos! Quando vão parar de me tratar como… como uma criança idiota?! — A pequena saiu da casa, nervosa, quase arrebentando a porta ao fechá-la

— Alice! Espera!

Rachel foi atrás da garota, entretanto não foi rápida o suficiente para alcança-la. Alice já dava a ré, fazendo os pneus cantarem no asfalto.

— Maluca! — A mulher colou as duas mãos na cabeça, enroscando os dedos nos fios loiros. Ajeitou a jaqueta de couro marrom escura e a blusa preta que usava por baixo antes de entrar novamente na casa, sentindo o clima pesado do fim da festa que mal começou.

Alice dirigia em uma velocidade mais alta do que costumava, já que era uma motorista cautelosa. Colocou o celular no viva-voz e escutou o aparelho chamar três vezes antes de atender.

— Will, aquele almoço ainda está de pé? — perguntou, secando algumas lágrimas.

— O que aconteceu, Lice? — Carter ficou preocupado com a mudança na voz da amiga.

— Eu só preciso conversar. Você pode? — A garota respirou fundo, tentando parecer calma ao parar em um sinaleiro.

— Certo. Me encontra no restaurante de sempre em quinze minutos. E se cuida! — William pediu, desligando em seguida.


Hospital Pediátrico Saint Matthew.

 

 

Em um dos leitos da enfermaria, uma garotinha de apenas oito anos assistia um desenho animado na pequena televisão instalada ali para distrair os pacientes. Uma jovem mulher de cabelos negros bem presos em um coque alto e uniforme branco adentrou a sala, carregando uma bandeja metálica com uma seringa cheia de um composto transparente.

— Já se sente melhor, Melanie? — Ela perguntou, sorrindo para a menina.

— Já estou sim. Não preciso mais tomar injeção. — Melanie mantinha os olhos arregalados no conteúdo da bandeja, enquanto a enfermeira colocava as luvas descartáveis.

— Não se preocupe, pequena. Essa é a última. Em algumas horas já vai poder voltar para casa. — Ela inseriu a seringa no catéter preso ao braço da garotinha e aplicou a medicação. — Pronto. Agora vamos tirar isso aqui. Vai sentir um beliscão bem rápido. Se quiser, pode fechar os olhos.

A pequena fez o que a mulher sugeriu e soltou um gemido baixinho ao sentir o catéter ser retirado.

— Você é uma boa garota. — A enfermeira acariciou os cabelos dourados da pequena.

— Ainda bem que ela não é má como você. — As duas se viraram para ver quem era o homem que havia dito aquilo.

— Você? — A mulher estava paralisada e seus olhos, aterrorizados.

— Não demorou muito para você achar outra pessoa, não é mesmo, Emma. — O homem deu um passo a frente. Seu rosto estava coberto por um capuz, mas mesmo assim, sua aparência não humana podia ser notada. — O que foi, ele é mais bonito do que eu? — Bradou, retirando o capuz e mostrando o seu rosto deformado, com alguns tons de verde em algo que pareciam com escamas.

Ao ver o Neo-humano terciário, a garotinha gritou, virando o rosto em seguida.

— Me deixa em paz, Gabe. — Emma acionou o alarme de segurança ao lado do leito de Melanie.

 

Lanchonete Mortal Burger.

 

Taylor estava sentada em uma mesa mais ao canto da lanchonete pequena e aconchegante, tomando um milk shake de morango enquanto esperava por Benny. O cabelo curto estava levemente bagunçado e usava uma jaqueta de couro curta por cima de uma blusa branca, junto com um jeans escuro. Seus olhos castanhos foram direcionados para a porta assim que ela foi aberta.

— Já estava na hora, Johnson. — Comentou, vendo o garoto se aproximar.

— Bom te ver também, Parker. — Benny deu um sorriso forçado para a garota. — O que você está pensando em fazer? Não tenho ideia nenhuma pra fazer essa maquete.

Enquanto o garoto falava, a televisão da lanchonete mostrava a âncora do jornal local informando o ataque do Neo-humano no hospital à poucas quadras dali.

— Sem idéias, Inteligência Rara? — Ela sorriu de canto. — Bem, nós podemos fazer um...

Taylor parou de falar assim que ouviu o celular vibrar e apitar em seu bolso. Ao retirar, notou um aviso em seu visor: "Alerta de Neo-Humano". Seus olhos foram diretamente para a televisão da lanchonete, enquanto anotava mentalmente o endereço do lugar.

— Vamos deixar isso para depois, Dumbo. — A morena disse, pegando a mochila e se levantando, já correndo para a saída. — Me encontra na sua casa às seis horas.

— Hey! Aonde você vai? E Dumbo é a sua avó! — Benny nem ao menos foi ouvido. — Garota maluca. — comentou com ele mesmo.

— O que vai querer? — a garçonete perguntou, aproximando-se do garoto com um bloco de anotações na mão.

— Nada não. Fica pra próxima. — Sorriu, já se levantado com a mochila nas mãos.

— Fica quatro dólares e cinquenta.

— O quê? Só de sentar aqui vocês cobram? — Benny não estava entendendo o que acontecia ali.

— É pelo milk shake da sua namorada. — disse a moça, franzindo as sobrancelhas.

— Aquela garota... Não é minha namorada. — O garoto deixou o dinheiro sobre a mesa e saiu irritado.

 

~*~

 

Assim que o sinal abriu, Alice acelerou, mas foi surpreendida com o barulho de sirenes. Ela encostou o carro em um lugar mais afastado e observou os policiais cercarem o hospital pediátrico.
Tirou sua camiseta, revelando a blusa de seu disfarce.

— Você já deve imaginar que eu vou me atrasar, Will. — disse para si mesma. — Eu sempre me atraso.


~*~

O homem olhou para fora ao ouvir as sirenes e viu os policiais cercando o lugar. Enfurecido, foi até a mulher e a segurou pelo pescoço.

— Você me paga por isso, maldita.

Arrastando a mulher enquanto ela e a garotinha gritavam, Gabe socou a parede, abrindo um buraco de tamanho suficiente para que os dois passassem.

— Não atirem! — Gritou o capitão dos policiais, enquanto seus homens apontavam as armas para o suspeito. — Ele tem uma refém.

— Gabe, pelo amor de Deus, me deixa ir. — Emma soluçava presa aos braços musculosos do ex marido. — Não me machuca, por favor.

— Larga ela, bonitão. — Alice disse alto, do outro lado da rua.

Enquanto ela chamava atenção de Gabe, um rastro azul passou ao seu lado, levantando os seus cabelos e um pouco da sua saia. O rastro correu alguns metros pela parede até parar em cima de uma viatura, revelando ser uma adolescente de altura mediana. Seus cabelos castanhos estavam bagunçados, porém, jogados para a direita. Seu uniforme tinha o preto como cor predominante, embora o cinza ocupasse a parte do abdômen e os braços da garota.

Em seu peito, uma espécie de reator irradiava uma luz azulada, assim como a dos propulsores em suas costas. Duas pistolas brancas estavam presas em coldres na parte de trás de sua cintura. A garota ajeitou seus óculos protetores e pôs as mãos no quadril, chamando a atenção de todos ali.

— Não se preocupem, a cavalaria chegou.


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Notas finais do capítulo

E então, seus lindos. Gostaram? Não? Diz ae o que acharam e no que eu posso melhorar. Também quero saber sobre suas expectativas para o futuro de Pocket Girl. Não seja tímido. Vem conversar comigo.
Mais uma vez quero agradecer ao Player Gus por participar desse capítulo que eu amei escrever.
Fico por aqui, beijos da Mini e até o próximo =*