HL: Pocket Girl - How Heroes are Born escrita por Mini Line, Heroes Legacy


Capítulo 20
Corvo


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente linda ❤
Voltei com um capítulo bem grande, mas cheio de ação. Esse foi um dos que eu mais gostei de escrever, então espero que o tamanho não assuste vocês.
Agradecimento ao meu companheiro de escrita, Player Gus, por participar desse capítulo também.
O número de leitores vem caindo, infelizmente, mas isso não é motivo para me parar!
Espero muito que vocês voltem para mim, leitores lindos.

Boa leitura a todos ^^



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Sem dar tempo para mais reclamações de Rachel e William, Alice puxou o aluno pela ponta da echarpe, para que ele a seguisse. Correram até a garagem, onde o simplório Mini Cooper azul estava guardado.

Preocupado com o tempo que gastariam do Brooklyn até Manhattan, Benny questionou se o carro, que vivia mais no conserto do que nas mãos da professora, era uma boa ideia, já que a maioria das ruas estavam fechadas para a segurança das crianças.

Alice apenas sorriu e apertou um botão no painel, virando-o para revelar um outro painel, cheio de diferentes botões. O primeiro que ela apertou, ligou o rádio que tocava White Rabbit. Em seguida, apertou uma sequência de botões e deu a partida, ouvindo o delicioso som do motor.


— Só porque ele vai para o conserto, não significa que ele está estragado. Agora aperta o cinto e se segura.


Antes que Benny pensasse em algo para dizer, ela já havia saído, exibindo sua habilidade na boleia.

Ao dar uma olhada no velocímetro, notou que já passavam de todos os limites permitidos pelas leis de trânsito até de Marte. Sentia-se em um Need For Speed da vida real.

Pelo menos ela controlava o volante muito melhor do que ele controlava o joy pad.

O trajeto que durava cerca de dez minutos em horários de trânsito tranquilo, foi feito em menos de cinco, cronometrados por um dos apetrechos do veículo, que parou a contagem assim que o carro parou bruscamente na rua paralela ao endereço que Taylor havia informado.

Alice estranhou o silêncio do garoto e, ao olhar para ele, viu que estava mais branco do que papel, segurando o cinto de segurança com mais força ainda, enquanto respirava rápido, mantendo os olhos arregalados.


— Qual é, Benny? Você não viu nada! Quando estou sozinha, diminuo o tamanho dele e voamos na velocidade da luz. — Deu um tapa na mão do garoto, saindo do carro em seguida.

— Velocidade da luz? Não. Obrigado. Isso é demais para mim. Demais mesmo! — falou baixo, tentando manter-se firme ao chão.

— Okay, mocinha. Se um passeio de carro foi tão assustador, vamos ver como se sai enfrentando um cara mau. — Fez um sinal com a cabeça, pedindo para que ele a seguisse.

Entraram em um beco que dava acesso à outra rua, onde já conseguiam ouvir o grito de algumas crianças que permaneciam no local.

Alice pulou a grade de proteção primeiro, indicando para Benny como deveria pular sem se machucar.

— Certo. Agora você fica aqui — disse baixo, impedindo o garoto de prosseguir.

— Pensei que eu ia ajudar!

— Você sabe lutar?

— Não, mas...

— Sabe atirar? Lançar laser com os olhos? — Esperou o garoto negar mais uma vez e sorriu, antes de puxar sua máscara. — Então você é útil aqui, nas sombras. Espere minhas ordens antes de fazer qualquer coisa.

Benny assentiu, um pouco chateado, vendo a professora sair rápido antes de ficar invisível.

Logo ela chegou ao lado da Trajetória, observando o homem de asas negras voando alto.


— Desculpe o atraso. As ruas estão fechadas para os pirralhos.

— Não tem problema. — A garota sorriu, antes de voltar a olhar para o alto, onde o Neo-Humano estava. Suas asas lançando um vento frio para a rua. — O Pássaro Negro é rápido, forte e consegue lançar suas penas como projéteis. Precisamos fazer ele descer.

Taylor explicou, enquanto olhava em volta e procurava por Benny. Ao perceber que ele não estava ali, imaginou que o garoto tivesse desistido por conta do medo e acabou rindo fraco.


Já posso ajudar? — a voz de Benny saiu como um sussurro no comunicador, fazendo Alice revirar os olhos.

— Ainda não, Spotlight. Te aviso, não se preocupe!

Enquanto falava com ele, o Pássaro Negro desceu rapidamente, lançando uma rajada de ar com várias penas prontas para perfurar as duas.

— Não acredito que você realmente trouxe ele pra cá sem nenhum treinamento. — Taylor comentou com Alice, enquanto rolava para o lado, desviando das penas.

O Pássaro Negro então pousou na rua e se virou para duas, batendo as asas mais uma vez, jogando a Trajetória para trás quando a garota pulou para lhe acertar um soco.

— Vamos ser uma super equipe! Melhor que a Liga da Justiça! — Tentou acertar o homem, mas apenas foi arremessada para longe quando atingida pela asa esquerda dele.

— Qual a parte em que vocês param de fofocar e atacam de verdade? Pelo jeito eu deveria ter ido para Houston brigar com a Pirralha Nyx. — O Pássaro Negro colocou as mãos na cintura, sorrindo fraco. — Essas duas não dão pra nada.

— É hoje que eu faço frango frito. — A Parker resmungou, enquanto jogava uma motocicleta no Neo-Humano.

Ele apenas riu e bateu suas asas contra o chão, pulando a moto, porém, não percebeu quando a Trajetória veio por cima, acertando seu rosto com um forte soco de esquerda. Não deixou o Pássaro Negro se recuperar e caiu na frente dele, acertando mais dois socos em seu rosto, antes de girar e acertar seu maxilar com um chute de esquerda.

A Pocket saltou por cima do ombro da Trajetória, diminuindo seu tamanho para poucos centímetros. Acertou o calcanhar no peito do Neo-Humano, lançando-o ao chão com força suficiente para abrir uma pequena cratera no asfalto. Graças ao corpo resistente do homem, não sofreu nenhum dano além de uma dor imensurável.


— Trajetória, ele é todo seu. — Pocket Girl disse, apertando o comunicador em sua orelha. — É, Spotlight. Não foi dessa vez. Quem sabe na próxima?


Trajetória correu na direção do Pássaro Negro, que já pretendia levantar voo, quando duas flechas cortaram o ar e atingiram o peito do Neo-Humano, que caiu no chão no mesmo instante.

A garota correu até ele e tocou seu pescoço, apenas para constatar que não havia mais vida ali.


— Ele está morto! — sussurrou, fitando o homem com o cenho franzido. — O que foi isso? — a garota perguntou, um pouco assustada.


Alice olhou na direção que vieram as flechas e viu uma mulher sobre o parapeito de um edifício mediano, usando um capuz que tampava seu rosto.


— Corvo. — balbuciou para si mesma, sentindo o coração acelerar. — Esquece o que eu disse, Spotlight. Sua hora de brilhar tirando a Trajetória daqui — disse pelo comunicador, ainda encarando a mulher.

Entendido!


Ela tirou um flecha da aljava, a prendeu no parapeito e pulou com uma corda a segurando. Faltando poucos centímetros para atingir o chão, se soltou e rolou, já atirando mais uma flecha contra a Pocket Girl.

A garota usou seu controle de tamanho, desviando o suficiente para a flecha passar de raspão por seu braço, fazendo o líquido quente e escarlate escorrer por ele.


— Rápido, garoto! — gritou com Benny, ao ver a mulher sacar mais uma flecha. — Corre em todas as direções, Trajetória.


A garota pareceu um pouco confusa no começo, mas logo obedeceu. A medida que corria, via cópias suas aparecendo no lugar, só aumentando a sua confusão.
Corvo olhou em volta, com a flecha preparada, enquanto escolhia o alvo certo.

Benny balançou os braços escondido em um beco, enquanto seu olhar ía de um lado para o outro, guiando os hologramas.

Alice aproveitou a distração da Corvo e ativou a sua invisibilidade. Correu em direção a mulher e lhe acertou um soco no queixo.


— Ninguém mata a minha garota!


Ela deu um pulo para trás, atirando uma flecha contra o chão, que explodiu em alguns segundos e atingiu os hologramas da Trajetória, revelando a farsa. Enquanto as heroínas se distraíam, a arqueira ativou as lentes dos seus óculos, conseguindo rastrear o calor da Pocket Girl. Puxou mais uma flecha e atirou contra a mulher, que passou a centímetros de seu rosto, levando uma mecha de seu cabelo.


— Que droga! Você tem olhos biônicos, Urubu? — bradou, Alice e voltou ao normal, conferindo se o cabelo tinha conserto.


Taylor correu na direção da mulher e tentou lhe acertar um soco, que foi facilmente desviado. Corvo segurou o pulso da adolescente e acertou uma joelhada em seu estômago, antes de lhe puxar uma rasteira.


Quer morrer garota? É para você fugir. A Pocket dá conta. Estou te esperando no último beco à esquerda.

— Faça o que ele disse, Trajetória. — Alice livrou a menina da desconhecida ao acertar um chute no peito da Corvo, fazendo-a recuar alguns passos. — Depois te levo um travesseiro de penas.


Mesmo sem concordar com aquela ideia, Taylor assentiu e correu, deixando seus rastros azuis em direções aleatórias, enquanto o Spotlight fazia alguns hologramas a imitarem mais uma vez, até que a garota entrou no beco.


— Trajetória. Oi! — Ele acenou com um sorriso bobo, colocando os óculos novamente. — Meu nome é Be... Spotlight. Eu sei que é muito clichê dizer isso, mas eu sou seu fã. Não sei se você lembra, mas você me salvou um outro dia. Agora eu te salvei e eu acho que vou desmaiar, mas tudo bem — disse tão rápido que mal dava para entender seu próprio raciocínio.


Taylor ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo, mas Benny não poderia a reconhecer, então deixou a luz de seu reator um pouco mais forte, atrapalhando o garoto.


— Sim, eu lembro de você e obrigada. — Sorriu fraco. — Anda, melhor sairmos daqui.

— Posso segurar sua mão? — ele perguntou, semicerrando os olhos que não se acostumaram com a luz forte. — A Taylor nunca vai acreditar que eu segurei a mão da Trajetória.

— Não é muito inteligente dizer o nome dos seus conhecidos em voz alta. — A garota riu baixo, antes de o puxar pela mão e começar a correr em um ritmo que o garoto aguentasse.

— Tem razão. Essa é a primeira vez que eu sou um herói. Estou um pouco nervoso. — Segurou firme na mão da heroína, mas era como se a sensação fosse familiar, como se já conhecesse muito bem aquela mão.

— Com o tempo você acostuma — respondeu. — Bem, se não morrer antes.

— Isso não é nada reconfortante, Trajetória.


Alice só ficou aliviada quando os hologramas se desfizeram. Se o que Liam e Luke disseram sobre a Corvo era verdade, sabia que os alunos ficariam em perigo no meio daquela luta.

Sem perder mais tempo, a arqueira lançou mais uma flecha em direção ao peito de Alice, mas ela desviou usando o controle de tamanho, mantendo-se com pouco mais de um metro.

Pegou impulso em um carro estacionado, tomando altura suficiente para acertar um chute no rosto da inimiga e antes que se recuperasse, deu mais um soco no queixo dela, voltando ao seu tamanho normal.

Corvo aparou o soco seguinte com a mão direita e a atingiu com um de esquerda, seguido de uma joelhada na barriga, que a curvou, lhe acertando uma cotovelada nas costas, que a jogou no chão.

Ela se levantou com um pulo, iniciando uma nova sequência de chutes que eram defendidos pela mulher. A Corvo aproveitou um momento em que a Pocket Girl abriu a guarda para segurar sua perna no alto e girar o corpo da vigilante, jogando-a no chão com força o suficiente para atordoá-la por um instante.

Pocket enroscou as pernas em torno das canelas da Corvo, levando-a ao chão também. Rapidamente sentou em seu abdômen e apertou o pescoço da mulher, acertando dois socos em seu rosto.


— Eu juro que vou matar aquele gordo traíra.


Corvo esperou a heroína levantar o braço para lhe socar novamente e segurou o pulso da mulher, girando corpo no chão. Ficou por cima, prendendo o braço da Pocket Girl. Seus cabelos negros e levemente ondulados saiam do capuz, cobrindo um pouco do seu rosto de pele clara.


— Se você não parar agora, a sua cela vai ser um caixão.


Alice livrou uma de suas mãos, usando-a para puxar sua máscara. Fitou os olhos castanhos da assassina com a mesma frieza que era encarada de volta.

— Quero ele autografado pelo Sebastian Stan — sussurrou, sorrindo para a moça antes de colocar a máscara mais uma vez e diminuir, já usando sua invisibilidade para entrar em um bolso da Corvo sem que ela percebesse.

"Não é à toa que me chamam de garota de bolso, galinha preta.", pensou.


Corvo se levantou, enquanto usava seus óculos para rastrear a mulher, sem sucesso. Limpou um pouco do sangue que escorria de sua boca e respirou fundo, decidindo procurar pela Trajetória. Com sorte, o rastreador que ela colocou na garota estaria funcionando.

Alice sentiu que estavam em movimento e pela cadência dos passos, sabia que a Corvo estava correndo. Só desejava que seus alunos já estivessem em segurança

A agente da Nexus atirou uma flecha na parede de um prédio e subiu por uma corda. Seria mais fácil ir pelos telhados.

Ela sorriu ao ver que o rastreador parou de se mover não muito longe dali. Esperava que a heroína não tivesse encontrado o dispositivo.



— Será que a Pocket já acabou com aquela mulher? — Benny questionou, ofegante, quando parou em um beco úmido.

— Ela teria nos avisado — a garota respondeu, sem nenhum sinal de cansaço. — Tenta chamar ela pelo comunicador.

— Ali... Pocket? Está me ouvindo?


E estava. O desejo da mulher era de responder, mas precisava manter o silêncio e concentração. Via que, para salvar sua vida, teria que tirar uma. Só restava saber se teria coragem de fazer isso mais uma vez depois de tanto tempo.

— Ela não responde. — Olhou para a Trajetória, ainda incomodado com a luz do reator.

— Melhor eu ir atrás dela.

— É perigoso. — Segurou no pulso da garota, tentando olhar em seus olhos. — Ela confiou em mim para deixar você segura, então eu não vou deixar você sair do meu lado. — Seu ar brincalhão desapareceu ao dirigir-se à ela.


Taylor não respondeu, apenas fitou o garoto, tentando não rir do esforço que ele fazia para descobrir quem ela era. Ouviu um barulho vindo de trás dos dois e se virou, segurando uma flecha que teria acertado suas costas. Olhou em volta, mas nenhum sinal da mulher.


— Ela está aqui — sussurrou, atenta a qualquer sinal que indicasse sua localização.

— Se ela está aqui, cadê a Pocket?

Mais uma flecha desceu do céu, na direção de Benny, que fora empurrado para o lado no último segundo.


— Não! Não! Não. Ela não pode... — disse rápido, tentando, sem sucesso, não imaginar sua professora morta. — O que fez com ela, sua maldita? — gritou, cerrando os punhos com força.


Corvo pode ouvir a voz do garoto ecoando pelo beco em que ele estava e esboçou um sorriso, agradecida pela falta de raciocínio e experiência dele. Atirar as flechas aleatoriamente foi uma ótima ideia.


— Achei. — Comentou, já voltando a correr na direção de onde veio o som.

— Não se distraia, Spotlight! — Trajetória disse baixo, dando um empurrão em seu ombro.

— Se aconteceu alguma coisa com a minha professora, eu juro que acabo com ela. — Tirou os óculos, pronto para agir.

— Benny idiota! Onde eu estava com a cabeça quando deixei ele vir junto? — sussurrou, mesmo que sua voz não pudesse ser ouvida quando estava daquele tamanho.


Mais uma flecha caiu na frente dos dois, ficando presa no chão. Por um instante, Taylor achou que ela tivesse errado, mas ao lembrar do que aconteceu antes, segurou em Benny e pulou para trás, antes da flecha explodir.

Corvo desceu por uma corda e aterrissou na frente deles, já atirando uma flecha contra os dois. Spotlight puxou a garota a tempo de salvá-la, mas não conseguiu evitar que ele fosse atingido em seu braço direito.


— Já chega! — Alice saltou do bolso da Corvo, voltando ao seu tamanho normal, acertando um soco no estômago da assassina e uma joelhada em seu nariz na sequência. — Tira ele daqui. — Arrancou o pequeno rastreador da manga de Taylor, rasgando o tecido de seu uniforme.

— Eu posso ajudar! — Taylor protestou.

— A vida dele é mais importante que a minha e eu ainda posso me defender. Ele só vai ser um alvo fácil pra essa louca — disse rápido, sem tirar os olhos da Corvo. — Trajetória, agora.


Taylor ia protestar mais uma vez, mas decidiu obedecer a vigilante. Ajudou Benny a se levantar e saiu do local, deixando apenas os rastros azuis do seu propulsor.

Corvo puxou mais uma flecha e mirou contra a Pocket Girl.

— Último aviso. — A mulher disse, com uma calma invejável. — Se entregue.

— Nunca! — disse no mesmo tom, dando um passo à frente.


A Corvo atirou, porém, a flecha não possuía uma ponta letal, apenas uma ponta redonda, feita para atordoar os oponentes. Esperou ela atingir o alvo e a ativou, liberando uma fraca corrente elétrica pelo corpo da vigilante.

— Não pense que eu vou poupar você.

Alice arrancou a flecha que se fixou em seu peito, sentindo-se tonta, enquanto um zumbido alto atordoava em seus ouvidos. Balançou a cabeça algumas vezes, recobrando um pouco do sentidos. Graças a Rachel, ela já estava mais acostumada com choques de baixa intensidade.

Jogou sua arma no chão e levantou os punhos, torcendo para não parecer uma bêbada lutando.

— E quem disse que é para poupar?

A mulher apenas sorriu, tanto pelo comentário da garota, quanto pela sua guarda totalmente errada. A Corvo então levantou os punhos e avançou, acertando dois socos leves, porém rápidos em Alice, enquanto a rodeava.

Ela deu alguns passos para trás, vendo que era inútil resistir naquela situação.

— Bem, quando me falaram da Corvo como uma pessoa assustadora, não imaginei que ela batesse como um garotinho! — divagou, olhando para as unhas

A mulher não respondeu, apenas girou, mirando um chute no rosto da heroína, que se abaixou, porém, ela girou mais uma vez e acertou a canela no estômago de Pocket, satisfeita ao ver a mulher se curvar e cuspir um pouco, enquanto tossia.

— Retiro o que eu disse. — Se endireitou, puxando o ar com força. — Um garotinho bate melhor do que você!

— Me mostra como se faz então. — A fitou com uma expressão séria.

Alice suspirou e esticou os braços, levando as mãos até a cintura em seguida.

— Não sei... Hoje meu horóscopo disse que eu deveria espalhar a paz. Mas já que insiste... — Deu de ombros e acertou um soco no nariz da Corvo, fazendo-a cair para trás. — É assim que se faz!

A arqueira sentou no chão e passou a mão no nariz, limpando o sangue que escorria. Riu baixo, enquanto se levantava, mas logo passou a rir um pouco mais alto, ao mesmo tempo em limpava a poeira de seu uniforme.

— Sabe, isso me dá pena — ela comentou, voltando a rir mais baixo, deixando apenas um sorriso maldoso em seu rosto. — Não de você, claro, mas de todo o tempo que a Jordan perdeu com você. — A olhou de cima a baixo, com nada mais do que desprezo em seus olhos. — Ele provavelmente seria melhor aproveitado com a Taylor ou com o Benjamin.

A vigilante semicerrou os olhos, sentindo um nó em sua garganta. Cega pela fúria, avançou contra a arqueira, mas a mulher desviou no último instante a cada golpe que Alice desferia.

— O que você sabe sobre meu tempo com a Jordan? O que você sabe sobre ela? Nada! Não sabe nada sobre ela ou meus alunos! Não sabe nada sobre mim! Nada! — bradou por fim, desferindo mais um soco contra a Corvo.
Do mesmo modo, ela desviou, fazendo a Pocket cair de joelhos, raspando a pele deles.


A Corvo sorriu de canto e agarrou Alice pelas costas, enquanto a enforcava e colocava a boca próxima a sua orelha.

— Sei que você é uma garotinha mimada e chorona, sei que você foi uma decepção pra ela, por mais que ela nunca fosse admitir. — Riu baixo, quase se divertindo com o que dizia. — Sei que o pai do Clark bate nele noite sim, noite também, sei que a Taylor seria uma heroína dez vez melhor que você se estivesse no seu lugar e o Benny... Ah, o Benny, teríamos transformado aquele garoto magrelo em uma perfeita máquina de matar, graças aos esforços do seu pai. E eu não sei nada sobre você, Alice, só que possuía uma queda por Killian Kane quando estudava e há poucas horas atrás, apertou os peitos da Rachel. — Riu novamente, lhe soltando. — Eu sei tudo sobre você, Pocket Girl.

— Como...?

Por um instante, Alice ficou sem reação, sem acreditar em tudo o que acabara de ouvir. Mas logo diminuiu seu tamanho para escapar dos braços da mulher, parando poucos passos a frente.

— Como você pode saber de tudo isso? O quê o Benny e meu pai tem a ver com isso? E o Clark? Eu... Eu vou matar você!

— O que o Benny e o seu pai tem a ver com isso? — Ergueu uma sobrancelha, a fitando. — Bem, parece que alguém aqui não sabe que tem um irmão mais novo. — A Corvo riu baixo, enquanto se alongava. — Agora chega de conversa, não estamos em um dos animes que a Annie assiste. Venha, Alice! — Bradou para a vigilante, exibindo um largo sorriso. — Quero ver se você ao menos chega aos pés da velha Meredith.

— Você não tem o direito de falar da minha mãe ou inventar mentiras sobre o Benny para me desestabilizar, vadia! — disse pausadamente, se aproximando devagar. — Você vai engolir cada palavra sua junto com seus dentes! — bradou, voltando a atacar a arqueira.

A única diferença agora é que ela contava com sua fúria como parceira naquela luta.

— Agora sim vamos nos divertir um pouco.

A arqueira levantou a guarda, voltando a desviar e a defender os golpes de Alice com facilidade. Como havia aprendido há alguns anos atrás com um velho conhecido em Chicago, um oponente enfurecido, é um oponente cego e um oponente cego, é um oponente derrotado. A Corvo desviou de dois socos e segurou um chute alto de esquerda, acertando o joelho direito de Alice, mas não com força o suficiente para quebrá-lo, apenas para deixá-la mancando. Então largou a perna da heroína e pulou, enquanto girava e acertava um chute no peito da Harper, a lançando novamente para o chão.

— Bem, acho que eu já tenho meu veredito — disse simples, fitando o corpo machucado de Alice. — Você é uma decepção para a mulher que me treinou e uma vergonha para aquela que te colocou no mundo.

Tudo o que passava na mente de Alice era que aquilo poderia ser verdade. Talvez a própria Jordan tinha dito aquilo à Corvo.

Uma decepção. Apenas isso para tantas pessoas que amava.

Ela poderia ter desistido naquele momento, mas como em um flash, lembrou das pessoas que a agradeceram por seus atos, por salvar suas vidas.

Se levantou devagar, ignorando a dor no joelho e os ferimentos que ardiam. Sorriu fraco e limpou o sangue que escorria de seu lábio cortado, antes de fitar a arqueira.


— Eu decepcionei elas, mas não vou decepcionar a mim mesma. Lute comigo, Corvo!

— Esse seu desejo vai ser só mais um arrependimento nessa sua vida patética — disse simples, enquanto caminhava na direção da pequena vigilante.

Alice estava preparada para a batalha, confiante de que derrotaria a mulher em apenas um golpe.

Fitou-a, prestando atenção em cada detalhe de sua expressão serena, quando percebeu um ponto vermelho e brilhante na testa de sua inimiga. Não estavam sozinhas.


— Cuidado! — gritou de súbito e se jogou sobre ela, abraçando sua cintura.


Sua voz mal havia se silenciado e um estampido ecoou em seu ouvido, deixando-a nervosa ao sentir um líquido quente em sua mão ao segurar a nuca da Corvo. A mulher bateu a cabeça em uma barra de ferro fixada na parede e perdeu a consciência.

Alice suspirou e ativou a invisibilidade. Teria que tirá-la dali antes que o atirador atacasse novamente. A pegou no colo, reclamando em silêncio do peso da mulher maior do que ela e a deixou em outro canto, mais afastado, atrás de uma lixeira. Com sorte, sairia dali antes que ela acordasse. Colocou uma de suas luvas na Corvo e ativou-a, para mantê-la segura.

Afastou-se da mulher, observando o prédio baixo que formava uma das paredes do beco e viu uma silhueta descer por um fio de aço preso em seu cinto. Levou a mão até o coldre em sua coxa, apenas para lembrar que estava sem a arma.

A pessoa caminhou devagar e despreocupada, levando as mãos até a nuca.


— Lice, eu vim te buscar — uma voz masculina foi ouvida. — Pensei que você queria trabalhar com seu tio.

— Madson? — sussurrou, confusa, voltando a ficar visível. — O que acha que está fazendo, tio Mad?

— Lice! Aí está você! — Se virou, sorrindo para a garota. — O que eu estou fazendo? Me preparando para matar você! — apontou uma arma para ela, divertindo-se com sua expressão assustada.


~*~


Algumas ruas a frente, Taylor parou de correr, se escondendo em um beco com o Benny. O garoto suava frio, já que a flecha havia perfurado seu braço. A garota o sentou no chão e o apoiou na parede.


— Olha, isso vai doer, muito. — O fitou, diminuindo a luz em seu reator.

— Mais do que já está doendo? — Procurou os óculos no bolso da jaqueta, mas não os encontrou. — Ótimo. Agora que ia ver a Trajetória, só enxergo um borrão.

— Você vai ter outra chance. — Sorriu, um pouco nervosa, enquanto segurava na haste da flecha. — Me diz, qual a raiz quadrada de dois mil cento e oitenta e seis?

— Não poderia ser um número mais fácil? — Pensou por um momento, mas logo tudo saiu de sua mente quando Taylor quebrou a flecha. Ele segurou o grito, rangendo os dentes ao se contorcer. — Eu vou morrer! Que droga!


Taylor rapidamente tirou o outro pedaço da flecha. Estaria rindo se não estivesse tão preocupada. O sangramento estava muito intenso, encharcando as mãos da garota. Rasgou um pedaço da manga de seu uniforme e enfaixou.

— Ninguém vai morrer hoje.

— Me promete uma coisa. — Segurou a mão da menina, trazendo sua atenção pra ele. — Você vai procurar a Taylor Lee Parker. Vai contar pra ela tudo o que aconteceu aqui. Vai dar meu poster da Trajetória... Seu poster, pra ela. Só pra ela. E diga que ela é a garota mais incrível e incrivelmente irritante que eu já conheci.


Taylor parou ao ouvir o que o garoto disse. Já podia sentir suas bochechas ficarem vermelhas e o coração acelerar.

— Diga você mesmo — comentou, um pouco nervosa, apontando para o curativo improvisado no braço de Benny.

— Ela me socaria se eu dissesse. É uma idiota! — Riu, olhando para o curativo. — Acho que eu meio que gosto um pouco dela.

— Anda, vamos sair daqui. — A garota não queria continuar escutando aquilo. — Você já deve estar delirando.

— Acho que estou. Quando você fala, eu ouço a voz dela. — Segurou na heroína para se levantar. — Acho que eu já estou morrendo mesmo. — A hemorragia já o deixava fraco e sua voz estava baixa.

— Muito estranho. — A garota pigarreou. — Vem, tem um hospital aqui perto. Já disse que você não vai morrer!


Segurou o rapaz com força, fazendo o reator brilhar mais forte e logo saiu, deixando os rastros azuis por onde passava.

Ao chegar no hospital, Benny já estava inconsciente, deixando Taylor ainda mais preocupada.

Deitou-o em uma maca e gritou por ajuda. Teve tempo apenas de acariciar o rosto pálido do menino, antes de ver os médicos o levarem às pressas para dentro.


— Fica bem, Dumbo. Por favor, fica bem.


~*~


— Que brincadeira idiota, tio! — Alice riu fraco, tirando a máscara. — Não precisava me ajudar com aquela doida. Eu tinha tudo sob controle. Agora abaixa isso aí e me dá um abraço. Estou com saudades.


Ela abriu os braços e deu apenas um passo em direção ao homem.

Sem expressar nada, Madson atirou, mirando a cabeça da vigilante. Por poucos centímetros diminuídos, a tão amada Pocket Girl teria morrido com uma bala na testa.

Ativou a invisibilidade e correu, enquanto Phillip continuava atirando em sua direção.


— Você enlouqueceu?! Para com isso, Phil!

— Desculpa, Lice. Eu realmente não queria fazer isso. Sabe, seu pai e sua mãe são meus melhores amigos. Sou seu padrinho! Mas trabalho é trabalho. Recebi ordens e estou aqui para cumprir minha missão — falou com calma, enquanto recarregava suas armas. — De brinde eu levo essa mulherzinha irritante que estava te dando uma surra. Não faz ideia de quanto vale a cabeça dela!

— Foi meu pai? Ele mandou você fazer isso? — perguntou, voltando ao normal, com receio de se aproximar.

— Jared? Não! Ele nunca faria isso! Quase morreu depois de socar a cara do responsável por mandar a Carrasco matar você caso não aceitasse entrar na Nêmesis. Se não fosse pela Rose, agora você seria órfão. — Assentiu, examinando sua pistola. — Eu não trabalho para o seu pai, menina. Eu trabalho para a Nêmesis!

— Mataria a Annie se a Nêmesis pedisse?

— A Annie não tem nada a ver com isso! — Atirou mais algumas vezes, enquanto a Pocket Girl desviava. — Sinto muito, Lice. Esse é meu trabalho!


Cansada daquilo, Alice avançou, controlando o tamanho para escapar dos tiros e chutou a mão de Phillip, fazendo sua pistola cair.


— Por favor, tio Mad. Eu não quero te machucar — disse baixo, levantando os punhos, com lágrimas nos olhos.

— Sinto muito mesmo, Alice. Não chora. Eu prometo que vai ser rápido. — Acariciou o rosto dela com o polegar e secou uma lágrima de seu próprio rosto.


Em todos os anos em que Phillip trabalhou na Nexus e na Nêmesis, não falhou em nenhuma missão sequer. E por mais que doesse em seu peito, não hesitaria em tirar a vida da afilhada.


— Tio…

— Shiii! — Colocou o indicador sobre os lábios de Alice, tirando outra das três pistolas do coldre em seu cinto.


Antes que ele percebesse, Alice acertou seu nariz com um soco e segurou seu braço direito, impedindo-o de mirar nela.

A garota se virou de costas para ele, acertando uma cotovelada no rosto de Madson, mas ele a segurou pelos cabelos e bateu a cabeça dela em uma parede.

Ainda tonta, Pocket conseguiu se livrar das mãos do tio e o acertou novamente com um chute, o desarmando.

Defendeu uma série de chutes que Phillip desferiu e segurou a perna dele, jogando as suas para cima, acertando dois chutes seguidos, enquanto girava. Ao aterrissar, Madson lhe acertou no estômago com um soco e lhe puxou uma rasteira, fazendo a garota bater a cabeça no chão.


— Me perdoa, Lice.

— Você realmente vai ignorar uma inimiga armada? — A Corvo comentou, antes de acertar um chute no peito do homem, que bateu as costas na parede, após tirar a luva de Alice e jogá-la ao seu lado.

A agente logo tirou uma flecha e atirou contra o peito de Madson. E atirou uma segunda. Uma terceira. Uma quarta. Uma quinta. Parou apenas na sexta, deixando o agente preso na parede.

As mãos trêmulas de Alice pararam em sua boca. Ela queria gritar, mas não conseguiu. O som estava preso em sua garganta. Ver o homem pelo qual chamou de tio por toda sua vida morto daquela forma e a frieza de sua assassina a deixaram com medo. A respiração cada vez mais descompassada era quase sufocante. Seus olhos foram até a Corvo, fitando-a em silêncio.


— Estamos quites. — A agente comentou, colocando a última flecha no seu arco. — Agora eu vou tirar a sua vida.

— Eu estou cansada. Vamos mesmo continuar com isso? Você matou meu tio! E por que, Corvo? Por quê? Qual o seu propósito? — Se colocou de pé, respirando com dificuldade. — Matar pessoas? O que te faz melhor do que o Madson? O meu propósito é salvar vidas, independente de quem seja. Eu poderia ter deixado teus miolos se espalharem no chão, mas eu não consegui! Não posso! — Se aproximou, deixando a ponta da flecha encostar em seu pescoço. — Se a Nexus acha que eu não mereço viver por isso, solta logo.

— Eu tenho uma missão e pretendo cumpri-la. Esse é o meu propósito — disse simples, a fitando. — Até onde eu sei, a Jordan nunca criou desistentes, então parabéns por ser a primeira em algo.

A arqueira não esboçou nenhuma reação, apenas puxou a corda de seu arco até o final, podendo ouví-la estalar próxima a sua orelha. Levantou um pouco a mira, a deixando no meio da testa de Alice.

— A Nexus não quer impedir você, apenas quer que siga as regras, mas como eu disse antes, você é mimada demais pra isso. E por causa do seu jeito, tirarei sua vida agora. — Seus olhos se encontraram com os da mulher e ela assentiu brevemente. Ela contou cinco segundos mentalmente e, vendo que ela não desistiria da ideia, abaixou o arco, suspirando. — Até que você é durona.

— Até onde eu sei, a Jordan nunca criou desistentes, então parabéns por ser a segunda em algo — repetiu no mesmo tom da arqueira, com um sorriso debochado em seu rosto.

— Minha missão nunca foi matar você, pouca sombra. — A fitou, séria, enquanto desativava o comunicador em sua orelha. — Talvez assustar até a quase morte, mas não matar. Jordan sabia desde o início que você não aceitaria entrar para a Nexus e que eu seria chamada para acabar com você, então ela me deu uma missão secreta.

Alice riu baixinho e colocou as mãos na cintura, olhando para os lados.


— Ótimo! Cadê as câmeras? Não vão jogar confete e rir da minha cara? — Ergueu uma sobrancelha, fitando a mulher. — Bem a cara dela isso. Desde aquele lance do meu pai, não é? Ele me enganou direitinho com aquele diário!

— Eu pareço estar brincando por aqui? — devolveu seriamente, fechando seu arco. — Seu pai está solto e possui um clone seu, Harper. Coopere com a Nexus até o encontrarmos e o máximo que acontecerá com ele é ser preso para sempre. Caso contrário, haverão dois Harper a menos no mundo.

— Mas a Jordan disse que ele foi preso no dia que... Ela mentiu. — Suspirou, desviando o olhar. — Bem, se ele fugiu e não me procurou, significa que ele é mesmo um monstro, não é?

— Mas é bem provável que ele venha te procurar. E não virá sozinho — explicou, colocando as mãos na cintura.

— Se você vier comigo agora, eu te deixo continuar como Pocket Girl, mesmo não sendo da Nexus.

— Isso está completamente fora de questão. — Cruzou os braços, fitando-a sem humor algum.

— Está fora de questão? — repetiu baixo, olhando ao redor. — Está fora de questão?! — bradou em seguida. — Me dá um bom motivo pra não achar que você está trabalhando com o homem que matou a sua mãe e a sua mentora. É melhor você aceitar, Harper!

— Você não sabe até quantas vezes eu vou ao banheiro?! Sabe muito bem que eu não tinha a menor ideia de que meu pai está por aí, ainda mais com a droga de um clone meu! — Revirou os olhos, aproximando-se da mulher. — Não aceito ajudar a Nexus se eu não estiver lá dentro, Corvo. É pegar ou largar — disse bem devagar, mantendo a expressão tão séria quanto a dela.

— O que? — A mulher se afastou, um pouco surpresa. — Você sabe que é isso que estamos mandando você fazer desde o começo, não é? Acho que vou ter que te bater mais fraco de agora em diante.

— Você tem razão, Corvo. Eu sou uma garota mimada e teimosa. Hoje duas vidas foram tiradas por isso. Quantas outras pessoas eu vou ter que ver morrer para não fugir mais? A Trajetória? O Spotlight? — Balançou a cabeça, afastando aqueles pensamentos. — Se a minha mãe e a Jordan acreditavam na Nexus, talvez seja a hora de eu dar um voto de confiança e ver com meus próprios o que tem de tão especial lá.

— Finalmente você disse algo de útil. — A arqueira devolveu, enquanto colocava o comunicador de volta na orelha. — E qual foi a segunda vida tirada? Só matei o seu tio ali. — apontou pro corpo do Madson, preso na parede.

— O Pássaro Negro, esqueceu? — Franziu o cenho, indignada com a frieza da mulher.

— Usei tranquilizantes nele. — Deu de ombros, antes de esticar a mão direita para a mulher. — Raven. Raven D'Pazzi.

— Alice Harper. Mas isso você já sabia. — Apertou a mão da mulher, sorrindo fraco. — Assim como eu sabia que você não conseguiria me matar.

— Sim, claro. — A fitou por um tempo, deixando sorriso morrer nos lábios. Em seguida, levou a mão até a orelha com o comunicador. — Aquisição da Pocket Girl, concluída.

— Aquisição? Sou uma peça de museu agora? — Colocou as mãos na cintura, levantando uma sobrancelha.

— Com a sua idade, talvez... se bem que com o seu tamanho, você ficaria bem em uma prateleira de uma loja de conveniência.

Alice fez uma careta, mostrando a língua para a arqueira, enquanto a seguia.

— Raven, aquele lance do Benny ser meu irmão... Você estava mentindo, não? Quer dizer. Eu saberia se ele fosse!

— Saberia? — Olhou para trás, erguendo uma sobrancelha. — Você não sabe nem onde está a pasta com os trabalhos corrigidos que você deveria entregar na sexta-feira que vem. — Raven riu fraco, voltando a virar para a frente. — Está embaixo da cama, atrás de uma caixa de pizza. — Deu de ombros. — Alice, tirando o fato do Benny ser seu irmão, todo o resto era mentira.

— Wow! Isso é realmente muito, muito bizarro! — Assimilar aquela informação era realmente muito, muito difícil. — Que barulho é esse?

— Bem, essa é a carona pra agência, pouca sombra. — Raven sorriu, enquanto fitava o céu, ouvindo o helicóptero se aproximar. — Seja bem-vinda à Nexus, Pocket Girl.






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Notas finais do capítulo

Finalmente chegamos aqui! Kkkk
Espero muito que tenham gostado tanto quanto eu.
Me deixem saber pelos comentários, gente. Escreve ali bem rapidinho.
Se tem alguma coisa para melhorar, podem dizer. Eu agradeço ^^

Bem, obrigada a você aue teve coragem de chegar até aqui.
Logo logo tem um capítulo especial, flashback de uma personagem.

Beijos da Mini e até breve =*



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