Além Digimon escrita por Kevin


Capítulo 12
Capítulo 12: Um mundo destruído - Parte 2: A dura


Notas iniciais do capítulo

Armadinomn acorda de seus delírios e se vê forçado a confrontar uma dura realidade. Enquanto acha que perdeu tudo, vai descobrir que ainda falta perder o que ele tinha de mais precioso, além de sua vida.



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Capitulo 6 : Um mundo destruído – Parte 2: A dura realidade

 

 

- Palmon... Palmon... -

 

Armadinomon acordava lentamente. Ele havia sonhado com o dia em que ele e Palmon fizeram juras de Amor um para o outro. Fora um dia mágico, e uma noite difícil. Palmon como Rainha da Primavera podia escolher alguém para dançar, claro que ela escolheu a ele, mas por ele não ser um guerreiro, os únicos que podiam dançar com a rainha, ele teve de enfrentar a Dorumon.

 

Dorumon parecia lutar tão a sério, como se ele fosse um inimigo. Armadinomon perdeu, mas ainda assim dançou com Palmon, em um outro momento da festividade. Escondido dos olhos de todos.

 

Armadinomon olhou em volta, após alguns instantes. Estava dentro de uma cabana. Estava escuro, havia apenas uma fogueira do lado de fora. Sentia dores por seu corpo, tantas que não entendia.

 

- Eu... Sonhei tudo isso? -

 

Armadinomon perguntou-se se havia sonhado tudo aquilo. Parecia realmente um sonho. Logo ele, enfrentar e derrotar a Dorumon e a Garurumon. Só podia ser sonho.

 

O pequeno tatu fechou os olhos, adormeceu após o fracasso no ritual do guerreiro ou antes? Não. Lembrava-se bem de tudo do ritual. Então não foi sonho aquele pedaço.

 

- Acordou? -

 

Armadinomon estremeceu por completo. Estava sentindo-se aliviado. Não ter passado por aqueles perigos e ter sido expulso da vila. Certamente ainda ia ter que sair em jornada, mas não tendo o ódio dos companheiros de vilarejo. Mas, a voz de Bárbara quebrou aquele pensamento dele.

 

Armadinomon abriu os olhos, ele via a menina que sorriu para ele. Não era sonho. Tudo era real. Ele ficou chateado de olhos baixos. Estava realmente longe de Palmon e do vilarejo. Ao menos ele havia vencido realmente Garurumon. Aquilo era incrível. Ele era um guerreiro de verdade. Mesmo que não tivesse ainda aquele ímpeto de coragem.

 

- Fabrício ainda ta adormecido. Deixei ele do lado da fogueira. Valéria acordou e está procurando algo para comer. -

 

Bárbara informava como os outros estavam. No geral estavam todos vivos, tudo graças a Armadinomon que conseguiu enfrentar o Assassino Branco. Bárbara falava o tempo todo para Armadinomon o quanto ele foi corajoso e forte. O pequeno por sua vez tentava assimilar, mas estava sentindo-se estranho, como se tivesse perdido algo.

 

- Onde nós estamos? Parece uma aldeia! -

 

Armadinomon sem graça saiu da cabana e via com seus próprios olhos que era uma aldeia.

 

Bárbara fora à única a ficar consciente após a batalha contra o Assassino Branco. Estava nas mãos da menina sair dali. Colocou o Armadinomon em uma mochila e jogou nas costas. Depois prendeu o cinto de Valéria no cinto de Fabrício e começou a puxá-los pelo deserto, tentando ser rápida, mas cuidadosa. Rápida, pois a noite caia, queria encontrar um lugar para passar a noite. Cuidadosa, para não ferir o corpo dos dois desmaiados. Eles eram pesados e ela não conseguia movê-los com facilidade. Mas, todos haviam feito algo, porque ela não deveria fazer?

 

Fabrício e Valéria lutaram contra um monstro para salvá-la. Deixaram de lado as diferenças. Arriscaram suas vidas pela dela. Armadinomon lutou contra um monstro que por duas vezes já havia o derrotado. Encarou seus medos, era o mais covarde, mas para ajudá-los a ter uma chance de viver, lutou contra tudo o que parecia indestrutível. Por que ela não podia se esforçar? Não iria morrer arrastando os amigos até um local seguro. Então os levou como pode.

 

Não se sabia quanto tempo levou, Bárbara também não pensava no esforço ou no tempo. Sabia apenas que havia avistado aquela aldeia e dirigiu-se a ela em busca de ajuda. Guiou-se na escuridão da noite pelas chamas da fogueira que via acesa.

 

Quando ali chegou, não encontrava nada nem ninguém. Era estranho, mas a aldeia estava completamente vazia. Estranhou e assustou-se com aquilo. Gritou que precisava de ajuda, afinal uma fogueira acessa sozinha não era normal. Contudo, mesmo com seus gritos de ajuda, nada foi escutado. Parou de procurar por habitantes, estava exausta. Suja e um pouco machucada. Suas mãos e costas doíam pelo esforço feito.

 

Bárbara após narrar o que havia acontecido, reparava que Armadinomon olhava a aldeia de um lado para o outro. Ele achava a aldeia familiar. Cabanas todas de um lado, floresta do outro. Fogo na frente e duas entradas na aldeia. Cabanas muito parecidas com as de sua aldeia.

 

- Não creio... Estamos na aldeia de Wisemon. -

 

- Dele? -

 

Valéria aparecia bebendo algo. Limpou a boca e parou esperando que armadinomon confirmasse aquilo. Armadinomon apenas balançou a cabeça confirmando aquilo.

 

Agora a pergunta era porque estava vazia. A aldeia possuía cerca de 50 membros, não era para estar naquela solidão. Armadinomon lembrava-se bem, pois foi a única vez que saiu da aldeia. Era um grupo de dez digimons, que foram até a aldeia de Wisemon entregar um mapa que eles esperavam. Passaram uma noite ali, e logo depois voltaram para sua aldeia, infelizmente esse foi o dia em que Garurumon atacou-os.

 

Valéria jogou uma fruta para Bárbara e para Armadinomon. Havia achado nas cabanas. Falou que ia dar mais uma volta. E continuou a beber algo em uma cuia.

 

Armadinomon acomodou-se perto do fogo. Bárbara sentou-se perto de onde Fabrício continuava desmaiado e via se ele estava bem. Ela tocou-lhe o rosto e após sentou-se afagando o cabelo do rapaz adormecido.

 

Armadinomon comia sua fruta com voracidade. Realmente estava faminto. Ele após terminar a fruta olhou para a cena que via em sua frente, Bárbara preocupada com Fabrício. Não teve como não imaginar que Fabrício era ele e Bárbara era Palmon. Ele ficou ali olhando a cena, lembrando-se das vezes que ficaram sozinhos a conversar a altas horas da noite. Ou mesmo fantasiando algumas coisas que não haviam acontecido, mas que ele desejava de todo o coração que pudesse ter acontecido.

 

Bárbara comia a fruta lentamente, e acabou percebendo que Armadinomon a observava, a acariciar os cabelos de Fabrício. Ficou envergonhada com a situação e moveu-se para traz. O movimento de Bárbara fez Armadinomon despertar se deus pensamentos, e o mesmo ficou envergonhado, pois ela ficou o olhando.

 

Ambos, olhando um para o outro, envergonhados. Um sem saber o porquê o outro estava envergonhado. Mas, armadinomon resolveu quebrar o gelo.

 

- Sabe... Estou sentindo um aperto no coração. Sinto falta da minha vila. Essa é a segunda  vez que passo a noite fora. Mas, desta vez eu sei que a noite seguinte não será na minha cabana. -

 

Armadinomon estava triste. Ele sentia algo estranho. Achava que era porque era a primeira noite que estava fora da aldeia após a sua expulsão.

 

- Eu... Sinto falta da minha vila... Da Palmon... -

 

- Não fique assim Armadino... Quando Chegarmos ao pico da força... Você poderá retornar para sua aldeia. E como guerreiro. Você venceu o Assassino Branco! -

 

Bárbara não deixava Armadinomon esquecer a proeza que realizara.

 

- Mas... Foi por causa do olho do servidor... E aquele aparelho de vocês... -

 

Armadinomon estava sem ânimo. Ele olhou Bárbara levantar-se e afastar-se na direção em que Valéria havia ido. Ela abaixou-se, o aparelho estava no chão sendo carregado mais uma vez pelo Olho do Servidor. Foi a primeira coisa que Bárbara havia identificado ao chegar à aldeia.

 

- Não pense assim... Você venceu o Assassino Branco por seus méritos. Porque foi corajoso em enfrentá-lo. -

 

Bárbara sorria para ele voltando com o aparelho já em suas mãos. Armadinomon sorriu timidamente. A menina tinha razão. Afinal ele nunca teve a coragem sequer de pensar no Assassino e havia o enfrentado, havia o vencido.

 

Tornou-se um guerreiro passando por um ritual completamente diferente. Passou pelo teste do fogo, não caminhou pelas brasas, mas mostrou a coragem ao lutar contra o Assassino Branco. Passou pelo teste da água, não deu um jeito na grande quantidade de água gélida, mas mostrou a inteligência em atacar o inimigo onde ele já estava ferido. Passou pelo teste da terra, não mostrou resistência contra as pedras, mas sim contra a própria vontade de fugir. Passou no teste dos ventos, não na luta, mas todas as vezes que cavara e tampara os buracos dos rituais do guerreiro. Se aquilo não fazia dele um guerreiro, Armadinomon já não sabia mais o que faria.

 

- Sim... Eu venci o Assassino Branco... Sou um guerreiro... Mas, será que poderei voltar a minha aldeia? -

 

Duas risadas foram escutadas. As risadas pareciam histéricas. Os dois ficaram se olhando sem entender. Valéria chegava correndo procurando pelos donos das risadas. Fabrício estava adormecido ainda, mas começava a ser puxado por Bárbara, que teve a ajuda de Valéria que acabou acordando-o com a violência da mulher.

 

- HAUHAUHA! Escutou isso Phantomon? Ele venceu o Assassino Branco... -

 

- Wisemon, eu escutei foi à parte dele querer voltar a aldeia... hauhauaha -

 

Da escuridão da noite, duas criaturas começavam a aparecer. Ambos encapuzados, com cores diferentes. Valéria e Armadinomon identificaram rapidamente de quem se tratavam. A pouca luz que a fogueira fazia deixava as duas criaturas mais ameaçadoras do que Valéria e Armadinomon acreditavam que eles fossem.

 

- Quem são eles? -

 

Perguntava Fabrício completamente zonzo.

 

Os dois digimons aproximaram-se. Olharam a armadinomon e ainda riam da situação.

 

Armadinomon olhou para Valéria e balançou a cabeça para que ela não fizesse nada. Era uma desvantagem numérica e de poder. Jamais Armadinomon poderia contra aqueles dois. No momento, Wisemon e Phantomon não sabiam que Baromon via os dois como inimigos, então não precisava fazer uma batalhada desnecessária. Assim armadinomon pensava, apenas passariam a noite no vilarejo dos pretensos amigos e iriam embora ao amanhecer sem causar lutas e desgastes.

 

Armadinomon precisava manter a calma, mas ele lembrava-se bem que tudo aquilo era culpa deles. Se Wisemon não tivesse caçoado dele durante o ritual, talvez ele não tivesse fracassado. Se Phantomon não tivesse infectado Dorumon, jamais ambos teriam se enfrentado e o destino do Indomável não teria de ser aquele tão cruel. Era difícil, Armadinomon sabia o que tinha que fazer, mas não conseguiria.

 

- Wisemon, certo? Estamos em viagem... Realmente fomos atacados pelo Assassino Branco, conseguimos nos livrar dele, e viemos buscar repouso em seu vilarejo... Mas... O encontramos vazio. -

 

Fabrício tomou a frente dando explicações. Ele não tinha muita idéia do que estava acontecendo, mas sabia que aqueles eram que tinham infectado o Indomável. Logo, eles eram perigosos, principalmente porque o Assassino Branco jamais atacava a eles. Fabrício via que Armadinomon estava nervoso, precisava ajudar.

 

Armadinomon tentava manter a calma. Estava tremendo por dentro, mas estava decidido a fingir o máximo possível.

 

- Está vazia por que absorvemos a todos os outros. -

 

Armadinomon arregalou os olhos com o dito por Phantomon. Valeria, Bárbara e Fabrício não entenderam. Mas, lembravam-se do que aconteceu com Dorumon e entenderam o que seria absorver.

 

- O que? Vocês... Absorveram a vila? Mas... Como... Por que? Eram muitos... -

 

Armadinomon ficou sem falas diante aquela situação. Nunca imaginou que um líder pudesse matar a todos os habitantes de sua vila. Aquilo não fazia o menor sentido. Phantomon e Wisemon riam da situação.

 

- As outras duas vilas que ficam desse lado do rio também já foram absorvidas meu caro. -

 

Phantomon debochava de Armadinomon.

 

- Por que fizeram uma coisa dessas... Nós eramos todos amigos... Santo servidor... -

 

Armadinomon começava a derramar lagrimas pensando nas vilas destruídas. Sentia cada vez mais um aperto em seu peito.

 

- Poder! Vingança! Não seja ingênuo tatuzinho... O servidor não existe. Não existe sonho que o servidor realize. O que realiza sonhos é poder! Muito poder! Só o poder faz as coisas acontecerem. -

 

- Não é verdade! O servidor existe! Me permitiu evoluir e vencer aquele Assassino! Eu sozinho jamais poderia fazê-lo. Eu recebo o dom do servidor! -

 

Armadinomon gritava agora contra Wisemon perdendo a compostura e esquecendo que iria ser gentil para evitar uma batalha. Os três humanos continuavam apenas observando, mas já estavam preparados para fugir. O problema era que desta vez parecia que as coisas não iam ser fáceis, não haveria fuga. Armadinomon começava a ficar irritado, e a próxima fala de Wisemon ia impedir que ele pudesse dar as costas àqueles dois.

 

- O servidor não existe! Provarei a ti. Você deseja de todas as suas forças voltar a sua aldeia, certo? -

 

Wisemon ao perguntar aquilo esperou que armadinomon respondesse. O pequeno apenas balançou a cabeça afirmando.

 

- O Servidor jamais realizara esse desejo! Sua aldeia, já algum tempo deixou de existir. -

 

Armadinomon arregalou os olhos não acreditando. Valéria e os outros ficaram assustados com o que escutaram. Phantomon nesse instante jogou para eles algo que caiu bem a frente de armadinomon. Uma mascara colorida, a mascara colorida de Baromon.

 

- Atacamos sua aldeia! Só havia duas criaturas para nos enfrentar, e não podíamos dizer que era de igual para igual. Baromon o líder. Agumon que digivolvia para Greymon. Não representavam nada perante a nós. -

 

- Mentira!!!!! -

 

Gritava Armadinomon chorando abraçado a mascara da Baromon.

 

- Eles choravam exatamente como você! Imploravam por misericórdia e nos perguntavam por que estávamos fazendo aquilo. Se não tivemos piedade nem de nossa vila, não iríamos ter piedade de patéticos digimon que nem conseguiam se defender. -

 

Wisemon falava já se aproximando.

 

- Armadinomon... Armadinomon... Vamos... Estamos em perigo com eles... Armadinomon... -

 

Fabrício foi até o digimon para puxá-lo, mas o mesmo permaneceu imóvel chorando.

 

- Humanos... Eu odeio humanos... Eu os odeio... De todo o meu ser... Criaturas de outro mundo... Sempre vem aqui interferir em nossas vidas... Saibam que vocês são os culpados disso tudo... -


Wisemon esticou sua mão de onde um globo de luz começou a se formar lentamente. Phantomon começou a girar sua foice.

 

- Alto! -

 

Um grito feminino era escutado. Das sombras aparecia uma palmon. Ela caminhava com um ar de raiva. Parecia ter os olhos vermelhos de choro. Sua voz trazia consigo muita angustia.

 

- Palmon...-

 

Armadinomon viu sua amiga surgir das sombras, ela não havia morrido junto com a aldeia.

 

- Estranhei não estar dentro da aldeia na hora que atacamos. Onde estava? Acaso escondeu-se? -

 

Wisemon encarava a pequena planta.

 

- Como pode? - Palmon parecia muito irritada. - Sempre te acolhemos... Você já foi de nossa aldeia... Você não vale os dados que possui... - Grita a planta.

 

Wisemon parou assustado. Palmon sabia da historia dele. Como ela sabia? Nasceu há tão pouco tempo, e Wisemon já tinha muitos anos.

 

- Eu estava seguindo Armadinomon... Fazendo o que era necessário para que ele sobrevivesse e encontrasse seu próprio caminho... Eu... Não acredito que vocês... Se eu tivesse... -

 

- Palmon... Mas... Então eu estava certo de que você me ajudou a... Ai meu Deus! Eu sou o culpado. Se você estivesse na aldeia... Eles não teriam vencido... E a vila... alguns, ou mesmo todos... Poderiam... -

 

Armadinomon ficou em silêncio. Ficou se culpando daquela situação. Se palmon não estivesse seguindo-os, certamente ela teria impedido que a aldeia fosse destruída.

 

- Armadinomon... Por favor... Não foi sua culpa... -

 

Palmon parou vendo que o amigo se culpava pelo acontecido. Ela respirou fundo e encarou aos dois digimons que haviam destruído sua aldeia. Ela estava dominada por um sentimento sem igual. Doía saber que sua vila e os habitantes estavam mortos. Doía saber que era apenas por prazer. Doía que nada pode fazer para salvar seus companheiros. Mas, doía muito mais ver que seu amigo, aquele a quem ela tanto amava, sofria culpando-se por tudo o que acontecia.

 

Palmon seria a próxima líder da aldeia, isso ninguém duvidava. Ela por meses estava recebendo toda a historia da aldeia e da região, em reuniões com Baromon. Ela conhecia com isso a historia de Wisemon e também a profecia dita pelo ultimo líder, que falava a respeito de Armadinomon.

 

Um brilho. Palmon começava a se transformar em uma flor e a ganhar um corpo humanóide. Uma fada surgia iluminando a escuridão. Parecia uma fada das flores, graciosa e delicada. Mas, não era assim que a mesma agia.

 

Phantomon e Wisemon foram contra a nova digimon que aparecia. A fada não pensou duas vezes antes de ir combater aos dois digimons.

 

- Ela... digivolveu? -

 

Bárbara estava deslumbrada com o que via. Armadinomon ficava ali chorando sem conseguir fazer nada, olhava o combate que se iniciava. Todo aquele espírito guerreiro que Bárbara a momentos atrás havia conseguido fazer despertar no digimon, caiu por terra enquanto ele se culpava e sentia a dor da perda de sua aldeia.

 

A foice de Wisemon com a corrente perseguia a digimon fada para prendê-la. Mas, a fada continuava a lutar. Ela voava atacando wisemon, não se importava muito com Phantomon, apenas concentrava-se em vencer wisemon. Era um soco atrás do outro. Suas mãos brilhavam fazendo ela atacar com bolas de energia.

 

- Desgraçado... Seu demônio... Aqueles digimons só queriam viver em paz... -

 

Palmon havia evoluído. Era uma poderosa fada. Uma fada no mesmo estágio de evolução de Wisemon. A fada chamava-se Lilimon.

 

Lilimon não parava de atacar, e conseguia desviar dos ataques de Phantomon. A fada estava completamente amargurada pelo ocorrido. Ela também se culpava por não estar lá. Ela se culpava por tudo aquilo. Quando Baromon pediu para que ela fosse atrás de Dorumon, deveria ter sido mais rápida. Iria impedir que tudo aquilo acontecesse. Certamente, não teria que se ausentar da vila. Ela sentia-se culpada por aquilo. Se Baromon e ela tivessem unido forças, aqueles dois digimons das trevas jamais teriam podido contra eles.

 

- Não coloque a culpa em mim! Você não estava lá para protegê-los! -

 

Wisemon era vil. Tinha a habilidade de sentir o que os outros sentiam. Sabia que ela se culpava, e iria usar isso contra ela. Mas, parecia que quanto mais culpa Lilimon sentia, mais forte ela atacava.

 

Lilimon lutava sem parar. Mas, não dava a devida atenção a Phantomon.

 

- Lilimon... Palmon... Ela esta com olhos repletos de ódio... -

 

Armadinomon tremia ao perceber que sua amiga estava tomada por uma fúria. Ele lembrava-se dos olhos de Fabrício e Valéria uns para os outros. Dos olhos de Dorumon. Também recordou da batalha contra Garurumon e aquele olhar de maldade que o lobo possuía.

 

Na batalha contra o lobo ele entrou em transe, achava que estava revivendo o passado, era naquele instante que sua vila era atacada. Para ele agora fazia sentido o que havia acontecido. Sua vila, cada um que lá habitava, torcendo para que alguém sobrevivesse, desejando que alguém pudesse honrar a aldeia. E o mais perto deles, era o pobre Armadinomon que estava se recusando a lutar.

 

- Venha Armadinomon... Vamos nos afastar. Já não consegue lutar... -

 

Fabrício ao dizer aquilo, não esperou reação do digimon, pegou o no colo. Mas, um grito tomou conta da noite.

 

Lilimon era acertada pela foice, suas costas eram rasgadas e um grito de dor saia da fada que voava agora caindo sem forças na direção de Armadinomon. Armadinomon começava a gritar nos braços de Fabrício e saltava correndo para amparar e fada que já voltava para Palmon.

 

- Palmon... Vamos fugir... Vamos... -

 

- Me perdoe Armadinomon... Você agora não tem mais para onde voltar... Sobreviva... Torne-se um guerreiro por mim está bem... -

 

- O que? Não Palmon! Não fale uma coisa dessas... -

 

Armadinomon já entedia que Palmon estava morrendo. Era uma voz fraca, era uma tentativa de dizer adeus.

 

- Me prometa... Que vai absorver meus dados... E ... Sobreviver a está noite... Que vai levar os humanos ao Pico da Força! -

 

- Não Palmon! Eu não sou capaz disso... Por favor... Não me deixa... Não me deixa... -

 

Uma voz fraca e compassada vinha de palmon, já estava a instantes do fim. Armadinomon não queria prometer aquilo, se achava incapaz de fazê-lo.

 

Wisemon e Phantomon não ficariam parados assistindo, eles tentaram ir para cima dos dois digimons, queriam os dados, porém, Bárbara correu para junto de Armadinomon para tirá-los do local. Os dois digimons chocaram-se com Fabrício e Valéria que saltaram sobre eles.

 

- Por que será que eu só me meto com coisas que cortam! -

 

Valéria segurava a foice, mas já sentia que começava a se cortar. Ela media forças contra Phantomon. Phantomon achava graça daquilo.  Saltou a foice deixando que ela caísse no chão e logo a golpeou fazendo-a voar para longe.

 

Fabrício por sua vez segurava as mãos de Wisemon. O garoto não agüentava nem medir forças com o digimon que rapidamente fez o menino cair no chão. Passou por ele, mas teve seu pé preso. Wisemon olhou para traz enfurecido. Um jovem moreno olhando para ele a segurar sua perna. Olhos de quem não se importava com o que aconteceria, apenas daria mais alguns segundos para aqueles que estavam dependendo dele.

 

- Esse olhar... Essa fisionomia... Eu odeio você!!! -

 

Wisemon pegou fabrício pela blusa o jogando para o alto.

 

- Adeus... -

 

Palmon se desfazia em dados. Armadinomon chorava e via os dados indo parte para o MP4. Armadinomon viu Wisemon e Phantomon se aproximando e absorveu os dados de palmon em meio ao choro.

 

- Bom agora eu vou ter mesmo que matar esse covarde amarelo. -

 

Phantomon pegou sua foice e começou a girar a corrente.

 

- PALMOOON! -

 

Armadinomon gritou sentindo a morte da companheira.

 

Bárbara via o visor do MP4 iluminar-se. Uma nova opção surgiu após parte dos dados de Palmon entrarem. A menina ficou olhando sem saber o que fazer, antes ela apenas havia clicado em sim, será que agora ela deveria pegar a nova opção?

 

Armadinomon foi pego por Phantomon. A lamina da foice foi cravada nele. Armadinomon sentiu um gelo percorrer sua espinha.

 

- Vai a nova opção mesmo! -

 

Bárbara ao ver que Armadinomon estava praticamente morto apertou de uma vez o botão. Uma onda de energia saiu do MP4 atingido aos três digimons. Contudo, apenas Armadinomon parecia sentir o efeito.

 

Ele urrava de dor. Pelos começavam a aparecer em seu corpo. Phantomon não conseguia segurá-lo, pois  o corpo crescerá, machados caiam dos céus em suas mãos. Parecia que o tatu se transformava em um gigantesco gorila.

 

- Droga... Essa digievolução forçada de novo... -

 

Wisemon foi contra Bárbara destruindo o MP4. Encarou a menina que encolheu-se amedrontada. Ele iria matá-la.

 

Um urro bárbaro foi escutado. Era mais alto do que os gritos de dor que havia escutado por aqueles dias. Olhou e via a nova forma de armadinomon derrubando a Phantomon e esticando o machado para ele.

 

- Eu... GoriKakumon... Juro que vingarei a morte de meus amigos... -

 

Wisemon sentiu medo. Não sabia porque, mas sentiu medo. Era a primeira vez que sentia frio, era tão intenso que parecia vir do próprio digimon a sua frente. Wisemon aproveitou que Phantomon levantou-se lançando sua corrente contra GoriKakumon e fugiu.

 

Wisemon sumiu floresta adentro escapando da fúria que o novo digimon apresentava.

 

A corrente foi congelada em contato com a pele do digimon branco. Erguendo os machados, GoriKakumon lançou a ambos contra Phantomon sendo estraçalhado por eles, e tornando-se dados.

 

Os dados flutuaram na noite. Armadinomon voltou a ser o pequeno tatu amarelo. Armadinomon começou a absorver os dados de phantomon, chorava a medida que fazia isso.

 

- Baromon... Tentomon... Agumon... Elecmon... Dorumon.. Palmon!!!!!!!!!!!!!!! -

 

Armadinomon ia recordando de cada ser que habitou sua aldeia, derramando lagrimas e chorando querendo seus amigos de volta.

 

- SERVIDOR! ME devolva.... Me devolva-os por favor!!!! Me devolve eles.... Me devolve... ME devolve... Pelo menos um deles... Me devolva... -

 

Armadinomon continuava olhando para os céus do Digimundo, chorando e gritando para que o servidor devolvesse seus amigos, em especial a digimon que ele tanto amava.

 

Valéria, Fabrício e Bárbara, podiam ver a face de sofrimento que o digimon tinha. Até ali, mesmo o percebendo triste ou em com outros sentimentos, nenhum doía tanto aos seus olhos, quanto aquela face que o digimon apresentava naquele momento.

 

- Me devolva! - Gritava Armadinomon.

 


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Notas finais do capítulo

Desculpem demorar. Mas agora, devemos postar semanalmente até o final, ou até antes. Problemas tecnicos estão me impedindo de entrar na net, mas vamos que vamos!

espero que o capitulo tenha atingido seu potencial para com vocês.



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