Além Digimon escrita por Kevin


Capítulo 1
Capítulo 1: Acidente de Teletransporte - Parte 1




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As pernas balançavam no ar a poucos centímetros do chão. As pernas pareciam tão impacientes ao chacoalharem-se para frente e para trás. A face do jovem também mostrava aquilo.


Seus olhos observavam alguns garis a trabalharem de forma rápida, connsulando o relógio todo o momento, em meio a resmungos que podiam ser escutados. O jovem que assistia aquela cena, às vezes olhava em volta. Sua visão estava limitada ao céu azul, praticamente sem nuvens, as construções antigas daquela cidade de imigrantes, alguns cartazes de boas vindas ou indicando direções a se tomar, e a árvores que a pequena praça da cidade tinha. A praça circular, com alguns bancos na sombra e jardins bem cuidados. Se sua visão conseguisse passar pelas construções veria uma imensidão verde e várias montanhas. A cidadezinha era bem em uma montanha.






Duas mochilas no chão estavam encostadas próximas a um dos bancos, neste o jovem que observava o local estava sentado, já um pouco impaciente.












- Por Deus... Ela foi fabricar o carro? -
















Sim, a voz do jovem indicava sua idade, mas não seu temperamento. Fabrício possuía 17 anos, era um jovem moreno escuro dos cabelos pretos, olhos castanhos escuros. Uma altura de 1,72 m e um corpo magro, sem aparentar muitos músculos, mas que mostravam traços de que com um pouco de atividades físicas ficaria em forma e com um belo corpo.

















- Fabrício... Ela já vem, não fique reclamando! Está reclamando há três dias. Não curtiu a viagem? Certamente deve ter aprendido algo. -

















- Mauricio, meu querido irmão mais velho! Aprendi bastante coisa... Mas, me incomodou o fato de eu estar a dois quilômetros de uma baita festa, tendo que escutar os shows de dentro do mato. -

















Fabrício realmente estava irritado com o irmão, mas normalmente ele era uma pessoa calma. Do seu jeito a única coisa que as pessoas poderiam achar chato era a grande mania dele de fazer piadas fora de hora, não por ser bobo ou coisa parecia, ele era bem decido e esforçado, mas não resistia a um comentário fora de hora. Os garis estavam a limpar a sujeira da noite passada, tinham de ser rápidos para que os turistas não acordassem com as ruas imundas. A cidade estava em festa, vinte e sete anos desde que foram aceitos oficialmente como colônia de imigrantes.

















A festa que acontecia todos os anos, era famosa. Fabrício havia ido acampar na cidade, melhor dizendo, na mata da cidade, justamente no final de semana da festa. Poderia ter ido a festa. Apresentaram-se ótimas bandas, e algumas que Fabrício conhecia e tinha vontade de ver o show sem ter que pagar mais de 100 reais pelo ingresso. Contudo, ir ao show em pleno castigo não era algo que seu irmão, Mauricio permitiria.

















Fabrício estava sendo castigado pelo irmão pelas inúmeras situações que ele estava aprontando. Fabrício parecia não se importar mais com a vida, hostilizava a todos, não se interessava por nada que não fosse um computador. Mauricio, seu irmão, responsável por ele desde que os pais morreram devido a um assalto, tentava contornar todos os problemas, mas não agüentou a situação de ver Fabrício a hostilizar Valéria. Ponderando a situação, Mauricio descobriu que naquele final de semana haveria um torneio virtual ao qual Fabrício estava inscrito. Era a punição perfeita, impedi-lo de participar mantendo-o longe de tudo o que fosse tecnologia. Para tanto, resolveu acampar em um local onde, quando criança, costumava fazer o mesmo.

















- Você é uma pessoa desprezível. Me faz perder o dinheiro da inscrição do torneio virtual. Traz-me para um lugar longe e completamente gelado. Me faz escutar uma das minhas bandas favoritas tocar pertinho de mim, mas eu não posso nem vê-los no palco. E ainda por cima, traz essa vadia que fica contando como o show estava só para me ver ficar mal. Você é um idiota! -

















Fabrício realmente estava irritado. Aquele final de semana para ele tinha sido indescritivelmente tortuoso. Valéria, a namorada de Mauricio, voltava do show contando tudo o que havia rolado, mas ela não dormia com eles na floresta. Ela voltava para cidade para dormir num bom hotel. Ela apenas resolveu acompanhar a meia família dela.

















- Não fale assim dela! Ela te ama! -

















Mauricio não se importava muito com os xingamentos que Fabrício fazia contra sua namorada. Sabia que era estresse do irmão, que provavelmente ele tinha era ciúmes e pensava que iria perdê-lo para ela.

















Aquele pensamento de Mauricio estava bem apoiado por alguns amigos e por psicólogos. Mauricio estava com seus 27 anos e Valéria 25. Estavam prontos para se casar, apenas esperavam que Fabrício completasse seus 18 anos para que ele pudesse cuidar sozinho de si, se assim ele tivesse vontade. Com o namoro fazendo quatro anos, o estranho era a situação de guerra que sempre existia entre Valéria e Fabrício.

















Mauricio aparentava uma calma sem tamanho. Moreno, com os mesmos traços de Fabrício, a única coisa que distinguia um do outro era o rosto mais redondo e os músculos mais definidos de Mauricio. O rapaz era sempre sereno e pouco se irritava, tomava decisões com calma, mas na velocidade que elas eram necessárias, e quase sempre surtiam o efeito esperado. Ele era uma pessoa admirável, por isso Fabrício pegava ainda mais no pé dele quanto a Valéria, ele poderia ter qualquer outra mulher, mas queria justamente aquela que Fabrício odiava.

















- Cara... Como você pode ser tão paciente? -

















Fabrício olhou o relógio, via os garis indo embora já com as ruas limpas. Quando eles chegaram na praça, naquela manhã de segunda feira já eram seis e meia da manhã. Os garis realmente haviam trabalhado rápido, pois eram sete e meia e eles estavam indo embora deixando tudo limpo. Valéria estava atrasada uma hora. Fabrício fazia aquela pergunta não pela pura implicância, mas não haviam tomado café ainda, e Mauricio estava cheio de fome, mas insistia em esperar a namorada para tomarem café, juntos. Fabrício se enfureceu e tomou seu café na padaria sozinho. Mauricio via ele tomando café, e via outras pessoas passando degustando algo, mas se mantinha firme na sua decisão.

















- Por que me pergunta isso? Acha que sou paciente? -

















Fabrício apontou a Valéria finalmente chegando no Pálio vermelho de quatro portas. Ela segurava o volante com uma mão e na outra vinha degustando um apetitoso sonho com bastante melado.

















O carro encostou ao lado deles, e a menina saiu com uma sacola onde estava com lixo, mostrando que aquele não era o primeiro sonho que ela havia comido.

















- Bom dia querida...-

















Mauricio abraça e beija a namorada, que retribui o beijo enchendo o rosto dele de melado.

















- O que aconteceu? Íamos tomar café, juntos. -

















Mauricio ficou olhando e esperando resposta enquanto a Valéria terminava seu último sonho. Ela abriu o porta malas e olhou para ele olhando a hora.

















- Realmente... Eu acordei um pouco atrasada, e meu celular descarregou. Acho que devem ter ligado bastante, não é verdade? - Valéria sorriu despreocupada. - Bom... Sobre o café... Eu estava com fome, então comi. -

















Mauricio sorriu para ela indo em direção a padaria pegar algo para si, mas levou um tapinha na cabeça e logo depois escutou “Foi Maur isso!”. Mauricio se virou e viu seu irmão rindo e já pondo as bolsas no porta-malas. Aquele pequeno tapa na cabeça e aquela brincadeira com o nome era algo que um fazia com o outro sempre que um acabava sendo o errado ou o bobo da situação.

















Valéria sentou-se no banco onde Fabrício estava sentado e ficou vendo ele por as duas mochilas no lugar. De repente ela move a cabeça para esquerda, um pouco assustada. Uma garrafa de plástico foi contra ela. A garrafa caiu no chão e ela olhou para Fabrício.

















- Vodka? Aposto que estava de ressaca e não estava conseguindo por a cabeça no lugar quando acordou. Por isso atrasou-se. -

















Fabrício fuzilou-a com o olhar, mas cinicamente Valéria apontou para que ele mexe-se mais um pouco no porta-malas. Fabrício encontrou mais duas garrafas, sendo uma vazia, e outra pela metade.

















- Sua... -

















- Gente! Vamos esperar mais uns quinze minutos aqui. Teodoro, aquele nosso parente distante, ligou-me. Ele pediu para darmos carona para uma garota sobrinha dele que veio para a festa. Ele logo chega aqui. -

















- Perfeito! É bom que o nível do álcool abaixa na corrente sanguínea dessa pinguça. -

















Fabrício gritou apontando Valéria, mas Mauricio sacudiu a cabeça deixando a provocação do irmão de lado, voltando para a padaria a fim de encerrar seu café. Não viu Fabrício a sacudir a garrafa de Vodka de um lado para o outro tentando fazer o irmão ver.

















- Deu mole moleque... Não adianta que seu irmão não cai nessas suas provocações. Sou tudo o que ele quer. -

















Valéria levantou-se e aproximou-se de Fabrício encarando-o. Realmente Fabrício tinha que admitir que o irmão tinha sorte. Valéria era uma moça de cabelos castanhos claros, pele clara. Não era de curtir muito balada, mas gostava bastante de ir a diferentes lugares para apreciar a paisagem. Com altura de 1,75, olhos castanhos claros, lábios finos e pernas grossas, ela realmente chamava a atenção de qualquer homem, ou mesmo mulher. Ela estava acabando de se formar em Química na universidade, ela tinha uma personalidade forte, sabia o que queria e sabia conseguir que as pessoas fizessem o que ela desejava.

















Os dois continuavam a se encarar atrás do carro, com a porta do porta-malas aberto ninguém podia ver o que acontecia ali atrás, e nem a hostilidade que saia dos dois.

















- Vaca! -

















Fabrício teve sua resposta no mesmo momento, um tapa forte veio em seu rosto. Fabrício sentiu-o. Passou a língua no lado do tapa e voltou a olhar para Valéria.

















- Muito adulta... Por que não responde com palavras sua... -

















Valéria se aproximou ainda mais do rosto dele.

















- Quer palavras... -

















Fabrício sorriu. Sentiu o ar de álcool vindo da boca dela. Ele se afastou e fechou o carro. O tapa doeu de certa forma, mas as brigas deles sempre terminavam com um fazendo uma agressão física, o outro não revidava por medo de Mauricio perceber. Da vez passada fora Mauricio. Ele acertou-a da mesma forma, com um tapa na cara, e parecia ter sido pelo mesmo motivo, Valéria bebeu demais justamente no dia em que o irmão tinha um jantar com o chefe.

















- Deixa meu irmão dirigir “valca”, não quero morrer. -

















Fabrício entrou na padaria e pediu um pacote de batatas que via. O irmão adicionou o dinheiro da batata em sua conta e pagou preparando-se para sair.

















- Cara... Rei da paciência mesmo. -

















- Aprendi com o dragão solitário. -

















Mauricio ao responder aquilo deixou o irmão para tras, que ficou sem entender o que ele quis dizer. Parado tentando entender, ele só viu o momento em que Teodoro já estava li na pracinha com uma mala verde na mão e uma garota de cabelos castanhos escuros longos e lisos ao seu lado. Ela aparentava ter seus 13 anos de idade. Estava com uma blusa verde escura de alça, uma jaqueta de frio azul claro, e um pequeno short. Usava sandálias, na certa ela não estava realmente com frio, apenas seguia o que tio mandava, por a blusa, pois estava frio. Fabrício havia feito a mesma coisa. Pois uma camiseta e uma bermuda, mas Mauricio insistiu que ele colocasse ao menos uma blusa de manga pois a decida da montanha iria deixar as coisas geladas, desta forma Fabrício acabou tendo que por uma jaqueta de frio marrom.

















Ele correu para o carro ao ver que Teodoro se despedia e principalmente ao ver que o cinto de segurança do motorista já estava no lugar, prendendo ao volante Valéria.

















- Ei... -

















Fabrício se exaltou e reparou que a menina olhou para ele assim como Teodoro, ambos assustados. Ele respirou fundo e acenou para o parente distante, como se apenas quisesse saudá-lo pelo tempo que não o via.

















A volta para casa parecia calma. Não havia nenhum outro carro descendo com eles naquela manhã de segunda feira. Talvez porque ainda existia mais um dia de festa na cidade, e quem tinha que sair dela devido a trabalho, o fez no dia anterior, no domingo.

















Valéria dirigia sacudindo a cabeça ao som de alguma música que tocava no rádio. Mauricio sorrindo contava a Valéria qualquer coisa que não importava nem a Fabrício e nem a garota que estava com eles no banco de tras. Sentado atrás de Valéria Fabrício ia controlando a velocidade do carro e as ritmadas. Ele de vez enquanto olhava para menina que estava entretida com o seu mp4 no ouvido. Ela parecia serena, parecia ser uma menina frágil.

















Fabrício pensou que teria sido legal se ela tivesse subido com eles, uma outra companhia para que ele não tivesse que escutar os ensinamentos, da natureza, sozinho, ou mesmo agüentando Valéria. Mas, pensou logo que a menina deveria ter aproveitado o festival.

















– Deve ter aproveitado o Festival... -

















A menina balançou cabeça para Fabrício e ele se assustou. Não havia reparado que tinha falado alto.

















Um novo susto e agora, fora geral, a descida das montanhas eram cheias de curvas e desta forma o carro ia de um lado para o outro, igualmente a tudo que estava dentro do carro, eram curvas fechadas e um pouco perigosas. A primeira curva fez com que Fabrício fosse parar em cima da garota.

















Fabrício só sorriu em sinal de desculpa, mas a segunda curva fez com que ela e Fabrício fossem parar do outro lado do carro.

















– Amor... Pega leve nas curvas... Até eu to saindo do lugar! E olha que estou de cinto. -


















– Esta bem! Se você quer... -
















– Ufa... Não preciso mais me preocupar com a “valca” alcoolizada. -









Valéria diminuiu bastante o carro, as curvas se tornaram irreconhecíveis, ela estava indo a um pouco menos de quarenta quilômetros por hora. Fabrício olhou de lado e percebeu que a menina riu da cara que ele fez.







Valéria manteve aquela velocidade durante uns trinta minutos, até que uma caminhonete começou a piscar o farol para ela.












– Acho que ele quer que agente acelere. -
















Fabrício disse olhando para tras, Mauricio estendeu o braço e fez sinal para que ele ultrapassasse-os, mas devido às curvas ninguém podia ver nada. A ultrapassagem não ia ser fácil, mesmo na velocidade baixa em que estavam.

















Fabrício e a menina podiam ver o homem de chapéu no estilo caubói, rosto um pouco envelhecido, buzinar e fazer gestos que eles não conseguiam entender.

















O motorista buzinou duas vezes e depois largou a mão na buzina. Valéria irritou-se e acelerou o carro, não demorou até que ela voltasse a velocidade baixa, de tartaruga, em que estava. Passado alguns instantes a menina olhou para tras e não via sombra da caminhonete.

















– Será que ele não queria dizer algo ao invés de nos passar? Ele já devia ter nos alcançado de novo. -

















Mauricio e Valéria se olharam. Era uma descida e Valéria foi jogando o carro para o acostamento, para descobrir o que havia acontecido, talvez tivessem deixado o porta-mala abertos. Pisou no pedal do freio, e o carro continuou a descer normalmente.

















O carro saiu da estrada, ao passar com o pneu por cima de uma pedra, fazendo o carro ir para dentro do mato.

















Fabrício e a menina gritaram. Mauricio tentou ajudar Valéria com o volante, mas saltou um grito ao ver que o carro saltou para dentro de uma represa. O carro bateu dentro da água e começou a afundar rapidamente.

















Água entrando com força pelos vidros, quebrados com o impacto. Fabrício contorceu-se pelo vidro quebrado e conseguiu nadar para fora do carro. Batendo os pés, percebeu que o carro ainda não estava fundo o suficiente. Ele chega a superfície desesperado respirando ofegante.

















– Cadê todo mundo? Droga! -


















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Notas finais do capítulo

Leia a parte 2 em sequência!



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