Eu, Meu Noivo & Seu Crush — Thalico escrita por Helly Nivoeh
Notas iniciais do capítulo
Oi pessoinhas,
Boa leitura!
— Que cara é essa, Di Ângelo? Chupou limão azedo? — Impliquei, vendo o garoto revirar os olhos e trincar os dentes.
— Você está se divertindo com isso.
— Com certeza. — Lancei-lhe um sorriso malvado, enquanto o via ficar mais frustrado. Já estávamos ali há alguns minutos e todas as tentativas de acertar o alvo haviam sido um fracasso, a primeira flecha caíra antes no meio do caminho e a segunda quase acertara um filho de Hermes.
— Você vai me ajudar ou não?! — Ele questionou irritado.
— E o que eu estou fazendo aqui?
— Me torturando?!
— Isso também. — Nico me fuzilou com os olhos. — Sabe qual o seu problema? Falta de força.
— Está me chamando de fraco? — Ele ergueu a sobrancelha.
— Estou falando de quando você lança a flecha. — Revirei os olhos. — Você parece com medo do arco.
— Digamos que não é minha arma favorita. Nunca gostei de arqueiros.
— Como não?! E o Gavião? Katniss? Mérida? Légolas? Hobin Hood? Alec Lightwood? Eu? Arqueiros são os melhores. — Ele revirou os olhos me ignorando. — Tá, eu vou te ajudar Senhor Eu-Sou-Melhor-Que-Qualquer-Arqueiro.
Pulei do banco em que estava sentada e caminhei para perto dele.
— A primeira coisa que precisa é corrigir a postura. — expliquei. — Mantenha as costas retas…
— Os ombros alinhados, pés afastados e blá-blá-blá. Isso eu sei.
— Então por que está fazendo errado?
Ele tentou ajeitar a postura erroneamente. Aproximei-me mais e toquei em sua cintura para consertar a posição, fazendo-o retesar o corpo e se afastar.
— O que, por Hades, você está fazendo?
— Você está na posição errada! Deixe que eu te ajude. — Nico ralhou e pus-me atrás dele, ajeitando a postura da coluna, tocando seus braços para colocá-los no ângulo certo.
Para puxar a fecha, colei meu corpo ao dele, e peguei seu braço direito, ficando com o rosto bem perto do pescoço dele, uma vez que possuíamos quase a mesma altura.
— Por que está arrepiado, Di Ângelo? — Perguntei em seu ouvido, vendo os pelos do seu pescoço eriçarem mais.
— Porque eu odeio que me toquem, Grace. Agora posso soltar essa maldita flecha? — Falou entre dentes.
— Claro. — Ri e afrouxei o aperto em seu braço. A flecha acertou o último círculo nas extremidades do alvo. — Viu? É só me deixar ajudar.
— Não foi no centro.
— Não, mas, pelo menos, ele chegou ao destino.
Antes que ele retrucasse uma voz nos chamou atenção.
— Não sei o que me assusta mais: Nico estar abraçando alguém ou esse alguém ser uma garota. — Olhei para o garoto que acabara de chegar: o cabelo claro, a beleza e a luz que emanava dele denunciava ser filho de Apolo. Nico chacoalhou os ombros pra se soltar e me afastei.
— E-eu não estava abraçando ela. — Ele gaguejou, se defendendo como um garotinho fazendo arte. — Thalia só estava me ajudando.
— Acho que vi uma cena parecida em algum filme, mas era um cara ensinando a jogar sinuca. Mas isso é só uma desculpa pra “tirar casquinha”. — Brincou, fazendo Nico ficar vermelho.
— Will! — Brigou, mas o loiro permaneceu olhando-o serenamente, a paz irradiando dele.
— Hey, não estrague minha desculpa. — Entrei na jogada, fazendo o Di Ângelo me fuzilar com os olhos.
— Você é Thalia, não é? Tenente das Caçadoras. — O garoto perguntou. — Reconheci pela tiara. — Automaticamente olhei pra cima e toquei a joia, sorrindo.
— A primeira e única. Mas já nos encontramos antes, não é?
— Acho que sim, sou um veterano já. Estava aqui quando você “acordou”. — Ele falou, fazendo aspas no ar. Isso me fez rir.
— Você deve ser Will, filho de Apolo. Seu pai me falou um pouco de você.
— Mesmo? O que ele disse?
— Basicamente nada, sabe que os deuses nunca falam nada sem um milhão de enigmas.
— Não querendo interromper, — encarei o Di Ângelo que me olhava com uma cara de “cala a boca” e de alguém que quer muito interromper — mas você não deveria estar na enfermaria, Solace?
— Temporada baixa pra feridos, o pior de hoje foi só uma brincadeira de Lou Ellen e Cecil que não acabou muito, mas meus irmãos podem se virar sem mim por alguns minutos. Estava te procurando pra fazermos qualquer coisa.
— Que tal uma partida no videogame de Quíron? — Nico estranhamente sugeriu. Desde quando o menino aceitava participar de qualquer coisa que incluísse outro ser vivo?
— Ah, não quero atrapalhar sua aula.
— Acredite, você não está atrapalhando nada. — ele retrucou seco.
— O que seu amigo está tentando dizer é que ele é cabeça-dura demais pra aceitar minha ajuda!
— Ajuda? Que ajuda, Grace?
Will riu como se tudo fosse uma piada.
— Eu sei disso há muito tempo. Agora, Nico, seja um bom garoto e deixe que Thalia te ensine. Não vai doer, não é mesmo?
— Eu tenho certeza que a resposta é: “sim, vai doer, e doer muito”!
— Por que não me ajuda, Will? Talvez juntos nós dois conseguimos fazer ele acertar a menos de uma milha daqui.
— Pode dar certo: sou um péssimo arqueiro, mas em matéria de Nico di Ângelo eu entendo.
— Ei! O que é isso? Um complô contra mim? Daqui a pouco Jason vai aparecer e faremos um realitty show? — Tentei evitar rir do comentário de Nico e ignorá-lo junto à Will que mantinha toda a atenção em mim.
— O que precisamos corrigir primeiro?
— Força. A flecha não consegue chegar nem na metade do caminho. — Expliquei.
— O que acha de algumas flexões? — O filho de Apolo sugeriu.
— Eu não vou fazer flexão nenhuma.
— Parece um bom começo. — Concordei.
— Nico? — Will se virou para o garoto. — Poderia nos fazer a honra?
— Você está brincando comigo? — O filho de Hades retrucou amargo. Seguiu-se uma breve disputa de olhares entre os dois, mas o Di Ângelo nem teve chance de ganhar.
— Só algumas. — Ele se deitou no chão e começou a fazer o exercício. Dei um sorrizinho de canto diante da influência do filho do Sol.
— Thalia, pode me dar uma ajuda também? Quem sabe tem alguma dica pra me ajudar a melhorar.
— Claro, seria um prazer. — Ouvi Nico resmungar, enquanto o Solace pegava o arco e acertava no centro do alvo mais próximo.
— Nada mal. — Confirmei.
— Mas para um filho de Apolo? Sim, é.
— Posso dar uma olhada em sua postura?
— À vontade. — Me aproximei dele e corrigi suavemente alguns ângulos tal como tinha feito com Nico, ficando com o corpo colado ao dele pra tentar enxergar o alvo do ângulo mais próximo.
— Pode soltar. — A flecha parou no centro do alvo. — Perfeito, agora tente o mais distante. — Ele armou outra flecha, corrigiu a postura e fiz o mesmo que antes. Com nossos corpos juntos, mirou no objeto que estava a uma distância bastante considerável, em que a maioria erraria.
— Até quando tenho que fazer isso? — Nico ralhou.
— Continue. — Ordenei sem olhá-lo, antes de me dirigir à Will: — Quando estiver pronto pode soltar.
Desta vez houve com uma leve inclinação pra direita, fazendo com que acertasse o terceiro círculo de dentro pra fora do alvo.
— Acho que não tenho uma noção de distância tão boa quanto meus irmãos.
— Provavelmente é isso. Com treino você pode melhorar, mas para arqueiros natos isso é mais fácil.
— Eu me contento em ser um bom curandeiro.
— Vocês sabem quem eu ainda estou aqui, certo? — Nico reclamou novamente.
— Posso vê-la atirando? — Conforme o script, Will o ignorou brevemente.
— Claro. — afastei-me e peguei o arco de sua mão e uma nova flecha. Mirei no arco mais distante por alguns segundos, antes de girar o corpo e atirar na direção de Nico. Logo minha flecha acertava dois dedos acima de onde estava a cabeça do garoto fazendo flexão. Ele soltou um palavrão e se pôs de pé, enquanto Will deu um leve sorriso:
— Isso sim foi perfeito.
— É um bônus quando se entra pra caçada. — Sorri vendo Nico me encarar com uma expressão de poucos amigos. — Tome, tente você. — entreguei o arco à ele que tomou posição. — Suas pernas estão muito juntas, precisam estar alinhadas aos ombros. — Fui o corrigindo aos poucos, tentando tocar o mínimo possível. Will observava tudo em quase sempre em silêncio, vez ou outra apontando algum erro.
O resultado foi um pouco menos pior que o começo, a maior parte das flechas acertaram ao alvo, mesmo que não ao centro.
— Você está muito tenso, o arco não vai te morder. — Brinquei. — Relaxe um pouco.
— Duvido que alguém consiga ficar relaxado no meio de uma batalha.
— No meio da batalha você vai sentir o arco como uma extensão sua, um membro como o braço ou a perna. Você vai se tornar um bom arqueiro, Di Ângelo, não importa o tempo que vai levar.
— Isso é uma promessa ou uma ameaça?
— Tente de novo. — Ele soltou um muxoxo e armou novamente a flecha.
— Tenho que verificar a enfermaria antes do almoço. Nos vemos daqui a pouco? — Wil se despediu com um sorriso. Assenti e Nico revirou os olhos. — Obrigado pelas dicas, Thalia. E Nico? — O filho de Hades o fitou rabugento. — Comporte-se.
Quando o loiro se afastou tinha um sorriso calmo, mas levemente malicioso nos lábios e deixou Nico com um humor pior ainda. Depois de duas tentativas falhas ele desistiu.
— Por hoje chega. — Murmurou, guardando as coisas. Já era hora do almoço e os poucos arqueiros que haviam treinado junto conosco já haviam saído.
— Você que sabe. Se precisar sabe onde me encontrar. — Comecei a me afastar, quando o ouvi me chamando.
— Thalia? — Voltei-me para o filho de Hades que mantinha o semblante sério. — Obrigado. — Murmurou a contra gosto e acabei por sorrir. — Você não precisava ter feito isso. E desculpe se fui um pouco…
— Rude? — Ajudei.
— Seco. E talvez um pouco rude. — Ele balançou a cabeça com a sombra de um sorriso.
— Não se preocupe, Di Ângelo. Vai ter volta. — Sorri maliciosa e lhe dei as costas para falar com Quíron.
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Boatos de que a Thalia é péssima com vinganças, ahsau'
Gostaram? Estou um pouco receosa com esse capítulo, queria escrever mais, no entanto, acabaria só conseguindo postar daqui alguns dias. O que acharam?