Eu, Meu Noivo & Seu Crush — Thalico escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 2
"Eu não quero incomodar..."


Notas iniciais do capítulo

[A fanfiction foi/está sendo editada
Por isto, algumas informações podem estar discrepantes dos capítulos seguintes que ainda não foram editados.]
Olá pessoinhas,
Só quero dizer que, morri de rir dos comentários, e me apaixonei por esse leitores lindos ♥
Boa leitura!
[Capítulo atualizado em 07/03/2017]
[Capítulo original disponível em: http://ellynivoeh.16mb.com/emnsc/capituloii ]



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 Narração: Thalia Grace

 

Tentei me lembrar de tudo que sabia sobre Nico Di Angelo. A primeira coisa que veio na minha mente era o garoto magrelo, solitário e sempre de preto que, tenho que admitir, me dava arrepios. Contudo, mesmo com seu jeito sombrio e antipático, ele era um herói corajoso e leal, prova disso era que assumiu duas missões impossíveis na guerra contra Gaia: Guiar os semideuses até a Casa de Hades em busca das Portas da Morte e transportar a Athena Parthenus. Além de ter pulado no Tártaro sozinho, é claro. Eu tinha mais medo dele do que gostaria de admitir.

— Pense bem, Thalia. É uma decisão difícil. — Atena olhou no fundo dos meus olhos e senti um arrepio ao encontrar semelhança com o modo de sua filha me repreender. — Dei meu perdão à Roma para que a paz restaurasse, sei o que é fazer sacrifícios.

Porque acabar com o 'belem-belem nunca mais eu tô de bem' é tão difícil quanto se casar com um estranho!, pensei, mas preferi manter o silêncio.

— Talvez fosse bom você voltar ao acampamento, — Lady Ártemis sugeriu suavemente, colocando minhas mãos entre as suas e me fazendo fitá-la. — ver o que a aliança entre gregos e romanos resultou.

— E também conhecer melhor o filho de Hades. — Zeus opinou, tentando me convencer. — Tenho certeza que se passarem um tempo juntos poderá ver que vocês tem muito em comum.

Tipo o que? Nós dois gostamos de preto?”

— Quanto tempo ficarei no acampamento? — Perguntei por fim, sabendo que era inútil argumentar quanto a este ponto.

— Quanto tempo quiser pra pensar. — Ártemis tentou dar o seu sorriso mais docente e inspirador, o que já não funcionava mais comigo.

Traduzindo a fala da Deusa da Caça: “até você concordar com essa loucura”. Ou seja, até eu morrer.

Balancei a cabeça, por fim, aceitando ir para o Acampamento Meio-Sangue. Além de se inútil argumentar quanto a esse ponto, não seria nada mal rever meu irmão e meus amigos, sequer me lembro a última vez que vi Jason.

— Tudo bem, eu irei para o acampamento pensar. — Frisei a última palavra, enquanto os deuses pareciam mais aliviados, dando sorrisos vitoriosos como se eu tivesse acabado de marcar a data do tal casamento.

— Eu te dou uma carona. — Apolo ofertou e senti como se meu sangue tivesse congelado em minhas veias. Voar no carro do sol de novo não!

— Não! — Gritei, e então tentei me recompor. Não que eu morra de vergonha do meu medo de altura, é só que não me orgulharia se todos soubessem, principalmente quando meu pai e meus irmãos, que não partilhavam do mesmo medo, estavam.. — Quer dizer, não precisa. Eu dou um jeito…

— Calma, eu dirijo dessa vez. — Meu meio-irmão divino impôs, provavelmente se lembrando em como eu quase coloquei fogo no país da última vez.

— Eu não quero incomodar, sabe?! — Menti, olhando assustada para Lady Ártemis. “Por favor, não deixe!”, implorei mentalmente.

— Não será incômodo nenhum. — O deus do sol sorriu ainda mais (quente) radiante, levantando-se do chão como se já tivesse ganhado a discussão.

— Mas… — Sussurrei, em um fio de voz.

— Thalia, — Ártemis se pronunciou, ainda parada na minha frente segurando minhas mãos. — sei que meu irmão é bem… — ela desviou os olhos para o gêmeo e quase podia ouvir os inúmeros impropérios que surgiu em sua mente e que ela adoraria chamar o deus, que olhava tentando parecer inofensivo até que era fofo. Por fim suspirou, como se tivesse escolhido o mais aceitável para ser dito por uma donzela. — …irritante. Mas ficaria mais tranquila se fosse com ele.

— Lady Ártemis… — Tentei novamente. Não sei o que me assustava mais: me casar, ou andar no carro de Apolo novamente. Eram duas ideias igualmente terríveis.

— Sem discussão, Thalia. — A deusa me advertiu em um tom firme, a qual raramente usava comigo. Mas quando o fazia, era sempre sinônimo de ponto final.

— Nos vemos amanhã cedo, maninha. — Apolo sorriu docemente, dando um beijo estalado na bochecha de Ártemis, que fez uma careta e praguejou em grego, limpando onde os lábios do deus a tocou;

Um a um, os deuses se retiram sem dizer uma palavra, trocando olhares e, provavelmente, conversas mentais entre si, deixando eu e Lady Ártemis sozinhas. Um silêncio desconfortável persistiu enquanto me sentava em uma das poltronas da sala, colocando meu rosto entre as mãos e pensando em como aquilo só podia ser uma loucura.

— Thalia, sinto muito. — Ártemis começou a dizer e, preciso admitir, nunca a vi tão desconfortável.

— Por quê? — Perguntei, erguendo meu rosto para fitá-la nos olhos. — Por que concordar com essa loucura?

— Estou cansada dessas guerras sem fim, minha caçadora. — A deusa suspirou, puxando uma cadeira e sentando na minha frente.

— Mas isso não fará diferença…

— Fará. — Lady Ártemis sussurrou, seus olhos amarelos quase lacrimejando. Havia muita dor ali, era óbvio que seus pensamentos estavam perdidos em milênios de lembranças. — A paz entre os três grandes é o primeiro passo. As desavenças entre eles foi a primeira jogada de Cronos.

— E quanto a paz com Poseidon? — Questionei, engolindo em seco. Era histórico que Zeus e Hades possuíam mais brigas, contudo, Percy foi o peão utilizado em toda a guerra com Cronos.

— Estamos trabalhando nisso. A paz será selada entre o filho dele e a filha de Atena.

— Percy e Annabeth?! — Quase gritei, surpresa pela informação. Percy e Annabeth deuses… qual a probabilidade de aceitarem isso?! — Eles sabem disso?!

— Como eu disse, está sendo trabalhado. — A deusa entoou, deixando implícito que meus amigos não faziam ideia da confusão que também estavam sendo metidos.

— Quem garante que agora ele aceitará a imortalidade agora? — Ergui a sobrancelha, lembrando-me que o meu primo já havia dito um sucinto “não” para a oferta.

— Porque Annabeth esteve mais perto da morte do que nunca. — Ártemis respondeu, a expressão sombria de uma maneira que nunca havia visto nela. — E ele fará por ela.

(…)

No dia seguinte — ou madrugada seguinte, se preferir —, meu desânimo era tão acentuado quanto o mau humor de Ártemis. As demais caçadoras ainda dormiam, alheias a tudo, o silêncio era pesado entre mim e a deusa que parecia perdida em pensamentos enquanto esperávamos Apolo.

— Contou a alguém? — Ouvi a voz suave de Lady Ártemis e, se não vivesse em estado de alerta, provavelmente teria me sobressaltado.

— Achei mais sensato manter em segredo. — Respondi em um tom baixo, meus olhos fixos no horizonte, analisando cada estrela cheia de histórias que brilhava fracamente àquela hora. — Fiz errado?

— Não esperava algo diferente de você. — O tom da deusa tinha um pouco de orgulho e não precisava olhar para saber que havia, pelo menos, a sombra de um sorriso em seus lábios. Sorri o máximo que a situação permitia, feliz por causar orgulho na deusa que servia.

— O que dirá a elas? — Perguntei ainda baixo, apertando a camisa de flanela fina que vestia quando uma brisa soprou. Não me importo muito com calendário, mas, a julgar pela temperatura mais alta que o habitual de madrugada, devíamos estar no começo do verão. — Sobre minha ausência?

— Direi a verdade: — Ártemis respondeu sem me olhar e me perguntei como a deusa explicaria que sua Primeira Tenente saiu da caçada porque foi obrigada a se casar. — você está em uma missão que deve cumprir sozinha.

— E o que devo dizer no acampamento?

Será que “Oi, Quíron. Os deuses enlouqueceram — sim, de novo — e isso incluí Ártemis. Eles querem que eu me case com aquele emo do chalé treze. Posso ficar aqui até alguém salvar eles de novo?” soaria legal?

— Eu a enviei, e isso é tudo que devem saber. — A frieza no tom e na postura de Lady Ártemis estava começando a me deixar nervosa, principalmente ao se complementar com a noite mau dormida.

— Devo ficar no chalé oito e continuar com a tiara? — Questionei, engolindo em seco e encarando-a.

A deusa, por fim, me olhou, como se não entendesse minha pergunta. Ela balançou a cabeça e voltou a desviar os olhos:

— Faça como preferir.

Novamente engoli em seco e voltei meu olhar para as estrelas, questionando-me se Zoe alguma vez passou por algo assim. Ela não me contou que eventuais propostas de casamentos faziam parte do cargo de Tenente.

 

Olhou para os céus tentando não me sentir pior com o silêncio tenso, mas minha garganta estava apertada e a mente enevoada.

— Lady Ártemis? — Chamei no tom mais baixo possível, contudo, ainda audível. — O que aconteceu? O que te fez mudar ideia?

— Zoe. — Ela sussurrou com a voz rouca, parecendo conter a emoção. Ela nunca havia chorado ou demonstrado fragilidade diante as caçadoras, mas, como sua primeira tenente, já havia presenciado momentos em que Ártemis mostrava que mesmo uma deusa tão forte poderia cair. — e Phoebe, Naomi, Celyn… até Bianca. Quantas caçadoras morreram só na última guerra?!

Não respondi, apesar de saber os dolorosos números. Não foi fácil enfrentar Cronos e Gaia, principalmente na batalha com Órion. Havíamos perdido tantas irmãs, por mais que outras tivessem entrado, nunca esqueceríamos as que se foram ou perdoaríamos seus assassinos.

— Meu irmão está chegando. — A deusa sussurrou, observando o céu e quebrando meus pensamentos sobre tantos rostos saudosos. — Não pense que eu desejo vê-la longe, minha caçadora. Mas sei que é o melhor pra todos… principalmente pra você.

Novamente, não sabia o que dizer, não havia o que dizer. Observei enquanto o carro do sol descia e Apolo estacionava ao meu lado, feliz demais para meu gosto.

— Olá maninha — O deus começou a implicar, mas ao ver o semblante da gêmea calou-se. Apolo poderia ser a personificação da irresponsabilidade, mas eu era testemunha de seu amor e proteção para com a irmã.

— Cuide dela. — A deusa ordenou em um tom firme. Engoli em seco, pensando em como me despedir ou pedir alguma nova orientação, mas não foi necessário: a deusa se dissolveu em névoa, sem nenhuma palavra.

— Então… podemos ir?

Apolo questionou e não vi outro caminho senão assentir, o coração acelerado assim que toquei a porta do carro.

É desnecessário narrar toda a terrível viagem, a maneira como o terror me fez fechar os olhos o máximo que consegui. Quando já estava em terra, tentei me recuperar do enjoo e da tontura, curvando-me com as mãos no joelho; Permaneci assim mais de um minuto, ciente que Apolo havia descido do carro e me encarava, estranhamente sério.

— Ainda bem que nosso pai não é o deus dos carros. — Tentei soar brincalhona, para quebrar o clima. O terror da altura, bem como o medo do que me esperava estava começando a me deixar arfante.. — Seria vergonhoso.

— Não me importo com seu medo de altura. — Meu meio irmão celestial deu de ombros, encostado no carro como um super modelo (gostoso) de calendários.

— E com o que você se importa? — Questionei, corrigindo minha postura e ficando séria, cruzando os braços para encarar o deus.

— Você vai gostar dele. — Apolo sussurrou pensativo, olhando o céu límpido de começo da manhã.

— Quem? — Perguntei, mas já sabia exatamente a resposta.

— Seu noivo.

— Como você sabe? — Requeri, esperando que ele não estivesse em uma espécie de visão futurística a qual me via feliz com Nico. Apolo perdeu o poder de ver o futuro, certo? Se estivesse vendo isto seria apenas fruto da sua imaginação, certo?!

— Primeiro: eu sou o deus das profecias. — Ele argumentou, dando um sorriso presunçoso que me lembrava o de um gato prestes a abocanhar sua presa. — E, segundo: eu tenho visto ele algumas vezes.

— Está de olho nele? — Questionei, tentando pensar no porquê de Apolo estar de olho justo em um filho de Hades.

— Não. — Ele sorriu abertamente. (Gente, como é possível alguém ter um sorriso tão lindo?) — No meu Raio de Sol: Will Solace.

— Quem? — Novamente perguntei, sem entender o que vigiar seu filho faria Apolo prestar atenção em um semideus filho do Mundo Inferior.

— Você vai entender.

— E é o deus dos enigmas, também?

— Thalia… — Apolo suspirou, desfazendo o sorriso e voltando a ficar invulgarmente sério. — Se esforce pra conhecer a alma dele. Você vai ver uma outra parte do Di Angelo, uma parte que ele só mostra pros amigos. Se você conseguir ver, vai entender porque achamos que vocês dão certo, vai entender porque essa aliança é tão importante.

— E quem garante que ele vai me mostrar? — Questionei incomodada, trocando o peso de um pé para outro.

— Olhe Will e o olhe pelos olhos de Will. — Apolo deu um pequeno sorriso irritantemente misterioso.

— Isso não o deixará cego? — Retruquei, apertando meus braços ainda cruzados. Quando foi que eu entrei para um talk show de charadas?!

Apolo não me respondeu. Pelo contrário, caminhou até seu carro reluzente e colocou a mão na porta, preparando-se para entrar no Mazerati. Contudo, ainda com a mão na maçaneta, olhou para mim, novamente sério, mas com um leve sorriso um tanto quanto misterioso.

— Uma última coisa, Thalia Grace: Quantos amigos você perdeu nessa última guerra? Quantos filhos você acha que nós perdemos em tantas guerras?

Mais uma vez, não havia o que responder. Sem esperar resposta, meu irmão imortal entrou do carro e deu partida, me deixando sozinha na floresta do Acampamento Meio-Sangue.

Balancei a cabeça tentando esquecer todo o peso insano que colocavam nos meus ombros, e marchei para o chalé número um, decida a ver se Jason estava por lá e — quem sabe? — descansar até o horário do café.

Encontrei meu irmão dormindo profundamente em um nicho perto do qual um dia eu usei, ajoelhei-me silenciosamente ao seu lado e sorri nostalgicamente, retirando alguns fios loiros da sua testa. Ele se remexeu e murmurou antes de abrir os olhos:

— Piper?

— Anda recebendo visitas clandestinas, maninho? — Brinquei, imaginando como isso nunca se encaixaria com Jason.

— Thalia? — Ele perguntou, abrindo os olhos lentamente. Não era possível ver muito de sua face na penumbra, mas não podia deixar de admirar como meu irmão estava ficando cada vez mais bonito com o passar dos anos.

— Volte a dormir, Belo Adormecido.

— Vai estar aqui quando eu acordar? — Jason murmurou, tentando lutar com seus olhos que cismavam em fechar. Passei meus dedos por seus cabelos e lhe sussurrei:

— Pode ter certeza.

Meu irmão se deixou vencer pelo cansaço e fechou os olhos lentamente, voltando ao sono profundo. Não resisti a passar minha mão por seu rosto, admirada com seus traços cada vez mais marcantes com a chegada dos vinte anos, tão diferente de quando era o bebê que eu tomava conta. Confesso que o velei nostalgicamente por alguns momentos antes de deixar minhas coisas em um canto e seguir seu exemplo de descansar.

(…)

— Grace!

Acordei com insistentes batidas na porta do chalé. Xinguei mentalmente o ser humano e esperei que desistisse, mas o chamado se tornou mais alto e irritante.

— Grace!

Levantei grogue e mal humorado, mal passando os dedos pelo meu cabelo embaraçado. Aproveitei que havia dormido vestida da mesma forma que cheguei, isto é, com leggin e camiseta, e não me preocupe em abrir a porta de uma vez, quando iam bater novamente. A claridade do sol atingiu meus olhos, me fazendo semicerrá-los, sem conseguir muito mais do que a silhueta de um garoto magricela parado a minha frente.

— Você não é o Grace. — Uma voz meio rouca masculina murmurou, enquanto eu apenas suspirava, tentada a mandar a criatura para o Tártaro.

— Sim, eu sou uma Grace. — Resmunguei, tentando me situar em que horário deveria ser. Provavelmente havia dormido demais, graças à noite que não dormi nada. — Posso saber que Hades você está fazendo aqui?

— Thalia? — O garoto questionou e tentei revirar os olhos, mas eles ainda não haviam se adaptado a luz, o que me deixou vendo mais bolinha coloridas e com a cabeça latejando.

— Esse é meu chalé, não é?! — Retruquei sarcastica, muito tentada a xingar aquele cara e voltar pra cama.

— Achei que fosse o oito.

— O que você quer?

— Hã… Eu estava procurando o Jason.

Suspirei mais uma vez, pensando que meu irmão era popular demais para o meu gosto. Deixando de lado toda a educação que tinha, resmunguei já fechando a porta:

— Bem, eu não sou ele. Então adeus…

— Nico! — A voz do meu irmão soou antes que eu fechasse a porta completamente, me fazendo suspirar e recostar ao umbral, sonolenta o suficiente para ficar de olhos fechados. — Por Zeus, esqueci completamente! Sinto muito… Thalia! — Jason cortou sua fala, provavelmente ao me ver. Antes que eu pudesse sequer abrir meus olhos, senti seu corpo me puxar para o seu em um abraço.

— Jason — Consegui sorrir, sentindo cheiro de baunilha.

— O que faz aqui? — Meu irmão questionou, se afastando um pouco, mas ainda segurando meus ombros.

— Ah… uma longa história. — Dei de ombros, sentindo-me acolhida por seu reluzente sorriso animado. Eu não poderia lhe contar sobre as loucuras do nosso pai, não poderia colocá-lo nessa confusão.

— Quanto tempo vai ficar?

— Tempo suficiente pra você enjoar. — Brinquei, bagunçando seus cabelos. Deuses, como eu sentia saudades do meu irmão!

— Não querendo atrapalhar, — O garoto inconveniente que me acordou disse, roubando a atenção do meu irmão. — mas você ainda pode me ajudar?

— Desculpa, acabei perdendo a noção do tempo. — Jason se desculpou com um sorriso acanhado.

— Piper de novo? — O inconveniente questionou rindo, fazendo meu irmão ficar vermelho.

— E tenho que ajudar alguns semideuses com latim, não vou poder agora — A voz de Jason saiu um pouco mais aguda, denunciando seu constrangimento e nervosismo.

— Tudo bem. — O garoto respondeu em um tom amigável.

— Podemos marcar pra amanhã?

— Acho que vou pedir a Will. — O inconveniente disse. Apesar de meus olhos estarem apenas no meu irmão, podia saber pelo seu tom leve que ele devia estar sorrindo. — Ele não é o melhor arqueiro, mas deve ter um tempo entre um plantão e outro na enfermaria.

— Sinto muito, cara.

— Não se preocupe.

Bocejei diante a conversa deles, questionando-me porque ainda estava parada na porta do Chalé de Zeus. Decidida a tomar um banho e despertar completamente, dei as costas para os garotos, mas fui impedida pela voz de Jason:

— Ei, por que Thalia não te ajuda? — Parei no meio do caminho, tentada a perguntar se Jason havia herdado a loucura de nosso pai. — Quer dizer, quem melhor que a própria Tenente das Caçadoras de Ártemis para ensinar arco e flecha?

— Jason você bateu a cabeça de novo?! — o garoto questionou com a voz subindo uma oitava e tive que concordar que a pergunta tinha fundamento:

— Me pergunto a mesma coisa.

— Thalia, o que vai fazer agora? — Ignorando nossos protestos, meu irmão questionou com os olhos fixos em mim, de uma maneira que declarava “eu não aceito não como resposta”.

— Não sei… — Confessei, dando de ombros. Nunca havia ficado no acampamento depois de entrar para a caçada, não fazia ideia se seguiria o cronograma do chalé oito ou do de Zeus, como meu irmão. — Falar com Quiron, eu acho.

— Nico pode te acompanhar e depois você o ensina, assim todos ficamos bem.

— Eu realmente prefiro que Will me ensine. — O garoto quase suplicou, parecendo aterrorizado com a ideia. Não era para menos, afinal, nós caçadoras somos famosas como a pior companhia para membros do sexo masculino. — E eu não quero incomodar…

— Vamos, Di Angelo. — Jason instigou sorrindo. — Minha irmã não vai te transformar em um cervo. Certo, Thalia?

Refleti por alguns segundos, reconhecendo o garoto parado fora do chalé por seu sobrenome. Daquele ângulo eu não poderia vê-lo, mas a imagem do garoto magricela filho de Hades que tentavam me empurrar como noivo surgiu na minha mente, com uma carranca de raiva que deveria estar expressa na sua face naquele momento. Esse pensamento me fez sorrir.

— Claro. — Afirmei para meu irmão, que sorriu ainda mais animado. — Seria um prazer te ajudar.

— Isso é um código pra vou te matar? — Foi a resposta do Di Angelo, que me fez me aproximar da porta do chalé.

— Vamos, Nico. — Jason pediu, tentando ser diplomata.

— Está com medo? — Impliquei, recostando-me novamente ao umbral. Semicerrei os olhos novamente, ainda incomodada com a claridade súbita.

— Ainda me lembro de Porto Rico. — Nico retrucou, o tom nenhum pouco amigável.

— Me encontre aqui em vinte minutos, Di Angelo. — Ordenei, já formando planos em minha mente. — E prometo que vai encarar os alvos de outra forma.

— Como? — O Di Angelo resmungou. — Com empatia? Solidariedade? Como iguais?

— Até mais, meninos.

Acenei, voltando de uma vez por todas para dentro do chalé um, ainda escutando Nico ralhar com Jason.

Revirei minha mochila a procura de algumas roupas e encontrei um celular branco com uma fita vermelha enrolada. Apesar de estranhar o objeto, liguei o visor e automaticamente uma mensagem apareceu:

Oi filhinha,

Gostou do presente? Fale comigo sempre que quiser :)

Beijos, papai.

Olhei para o número do remetente e encontrei somente escrito “Papai”, com o número oculto e provavelmente sem permissão para alterar os dados. Sério isso?!

Respondi a mensagem rapidamente, um tanto quanto sarcástica:

Melhor presente do mundo

Obrigada :)

Só uma pergunta: Nico sabe dos seus planos?

Guardei o aparelho e retomei meus planos de ir tomar um banho. Quando voltei alguns minutos depois, já havia recebido a resposta:

Claro!

Ele ta ansioso pro casamento :) ♡

E você?

Revirei os olhos, não acreditando naquilo. Respirei fundo antes de responder, tentando com todas as minhas forças não xingar o Senhor dos Deuses:

Eu não disse sim

Então Nico estava ansioso pro casamento? Bom agora que está ansiosa sou eu, principalmente para “ajudar” com arco e flecha.

 


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Notas finais do capítulo

A tirinha continua, é só acessar: http://ellynivoeh.16mb.com/emnsc/capituloii
Sei que deve estar querendo ler o próximo capítulo, mas que tal deixar um comentário neste antes disso?

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[Atualizada: 07/03/2017]