Eu, Meu Noivo & Seu Crush — Thalico escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 1
"Eu não vou me casar com Nico Di Angelo!"


Notas iniciais do capítulo

[A fanfiction foi/está sendo editada]
Olá pessoinhas,
Sejam bem-vindas a origem do Team Pipopinha! Sinta-se à vontade para pegar um cupcake e tomar um pouco de chá, enquanto nos aventuramos por essa selva de tretas, ok?
Aviso que no final do capítulo tem um "print" da conversa entre Zeus e Hades, estas tirinhas, além de serem divertidas, são essenciais para o desenrolar da fanfiction.
Ademais, boa leitura!
[Capítulo atualizado em 21/02/2017]
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Narração: Thalia Grace

 

— Casar?!

Acredite ou não, esta foi a palavra que eu, Thalia Grace, Filha de Zeus e Tenente das Caçadoras de Ártemis, gritei em uma noite particularmente quente de meados de junho, no meio de uma das inúmeras salas do maior palácio do Olimpo, acompanhada da própria deusa da caça, Ártemis, e do meu pai, Zeus.

Por que do meu grito? Porque era um absurdo o que Zeus me pedia. Não só isto, devo ressaltar, mas também era um absurdo que Lady Ártemis o apoiasse em uma decisão tão insana. Logo, seria um absurdo maior ainda eu sequer pensar em cumprir tal plano digno de pacientes de sanatórios.

— Vocês estão loucos? — Continuei meu discurso atordoada. Tudo bem, chamar os deuses de loucos é uma forma de suicídio, mas, que outra explicação teria para tal proposta que me faziam?! — Eu sou uma Caçadora de Ártemis, eu não posso, não quero e não vou me casar!

Argumentei aos gritos, um tanto quanto exaltada, tentando trazer os deuses de volta à razão. Veja bem, eles queriam que eu me casasse com um cara desconhecido, provavelmente um deus, tudo em nome do “bem maior”, “para salvar o mundo” e um monte de outras baboseiras similares.

— Eu sei disso, Thalia. — A deusa da caça falou suavemente, as mãos torcendo o tecido pálido do vestido em um ato de nervosismo ao se levantar da poltrona branca no meio círculo onde estávamos sentados. Ártemis estava se apresentando de maneira similar com que comandava a caçada: cabelos castanhos avermelhados e sorriso acolhedor; mas sua aparência era mais velha, cerca de dezesseis anos, provavelmente uma estratégia para me causar empatia. — Você não é só minha caçadora: é a minha tenente, a segunda no comando, a melhor da caçada… E é por isso que estou te pedindo isso!

Ela suplicou, os olhos amarelos prateados pedindo complacência ao me fitarem acompanhados de um sorriso pesaroso. Eu a conhecia bem, ou, pelo menos, tão bem quanto é possível conhecer uma deusa imortal com centenas de anos; Seis anos e meio era o tempo que eu a servia, tempo no qual eu permaneci congelada aos dezesseis anos e aconteceram muitas coisas, inclusive a guerra com Cronos e a guerra com Gaia, a última há quase quatro anos.

— Lady Ártemis… — Supliquei, apertando meus lábios em nervosismo. — ...Pode me pedir pra enfrentar uma alcateia inteira, matar o Leão de Neméia, buscá-la no Tártaro, até pra abraçar Hades ou restaurar o poder do oráculo… Mas não casar!

— Vamos, Thalia, seja razoável… — A voz de meu pai soou e a raiva aumentou consideravelmente. Ele me pede que eu abandone toda a minha vida pra me entregar a um cara que eu sequer conheço e ainda me pede para ser razoável?!

— Seja razoável?! — Remedei Zeus como se fosse uma criança, preparada para dizer que ele podia pegar toda aquela “razão” e enfiar aonde bem entender! Tipo na cabeça, pra ver se cria juízo!

— Thalia, acalme-se… — Lady Ártemis me repreendeu, provavelmente me impedindo que fosse incinerada pelo nosso pai.

— Acalmar?! Eu tô super calma! — Repliquei, mas, talvez, eu estivesse um pouco histérica. Porém, isto era aceitável diante minha situação, não?! — Vocês é que estão histéricos, insanos, loucos…

— E depois de uma guerra dessa você quer o quê?! — Zeus esbravejou, me fazendo calar a boca antes que falasse mais besteiras que Percy. — Nós quase fomos destruídos duas vezes em menos de uma década! Há séculos isso não acontecia!

Por um lado, meu pai estava certo: todo o Olimpo ainda se mantinha apreensivo, a espera de mais um super vilão resolver acordar e acabar com todo o mundo de uma vez; Quem saber tio Tártaro resolve dar uma volta na terra e esmagar todos no meio do caminho, não é mesmo?!

Além do fato de que ainda estamos sem profecias — particularmente, estou muito feliz com isso! —. Isto mesmo: O espírito de Delphos havia decidido dar uma passeada pelo mundo em plena guerra com a bisavó Gaia e até agora não havia entrado em contato com Rachel Elizabeth Dare; Só nos restava os vestígios dos livros sibilinos, pelo que ouvi de Reyna, a pretora do Acampamento Júpiter.

— E como enfiar um anel no meu dedo vai ajudar? — Questionei depois de alguns segundos em silêncio, os quais passei respirando fundo e contando até dez, antes que fosse fulminada; O que seria pior? Virar cinzar ou me casar com um desconhecido?

Zeus e Ártemis se olharam diante minha pergunta, uma conversa que não sei dizer se era somente no olhar, ou telepática mesmo. Eles estavam apreensivos, a preocupação e os milênios estampados nos olhos, indicando que havia muito mais por trás de tudo aquilo.

— Alianças… — Lady Ártemis se pronunciou depois de mais um silêncio incomodo. — Isto vai nos ajudar: Alianças mudarão tudo. Precisamos de novas alianças entre os olimpianos, e nenhuma é tão forte e indissolúvel quanto o casamento. Nem juramentos de castidade, eu deveria dizer.

— Você não será a única a fazer sacrifícios…— Meu pai continuou o discurso, usando a técnica do “tá reclamando do quê? Não se faça de coitadinha! Tem gente pior que você!”. — Mas a diplomacia é o primeiro passo. — Zeus falou a última frase com os dentes rangindo. Era óbvio ele não concordava inteiramente com aquilo, admitir que precisava ter alianças era negar a autossuficiência, o que não combinava com o mega-ego do Senhor dos Deuses.

— Como os acampamentos! — Lady Ártemis tomou a palavra, o estresse tornando-a mais pálida ainda. — A interação entre o Acampamento Meio-Sangue e o Acampamento Júpiter melhorou muito a relação entre os deuses e os semideuses, o índice de mortes caiu bastante quando começaram a se ajudar em todas as partes do país, além de tantos avanços e aprimoramentos em ambos! Pergunte aos seus amigos como eles estão mais felizes!

— Nós sabemos que falhamos com os outros deuses, e principalmente com nossos filhos, Thalia. — Meu pai suspirou, piscando os olhos azuis, tão parecidos com os meus, lentamente. Por baixo da névoa e de seu tom, ele parecia cansado e nervoso, como se a batalha interna sobre me pedir ajuda tivesse minado todas as suas forças. Por um momento, fiquei tentada a não ficar tão histérica ou com tanta raiva dele. — Por isso precisamos de alguém de confiança pra nos ajudar com eles.

— Eu não estou entendendo onde vocês querem chegar… — Eu murmurei depois alguns segundos em que os deuses me fitaram esperançosos. Não conseguia entender ainda o que um casamento meu com um deus poderia auxiliar na paz.

— Você será minha embaixadora, minha filha. — O rei dos deuses escolheu cautelosamente as palavras, o peso do vocativo “minha filha” deixando-me tensa ao pensar na responsabilidade que ele me passava. — Você estará sempre no Olimpo, poderá visitar a caçada, conhecerá tantos lugares… — argumentou, usando o meu desejo de estar sempre em meio a natureza e a curiosidade de conhecer o mundo como um ponto positivo. — E estará sempre nos acampamentos, perto dos seus amigos, perto do seu irmão. Perto de Jason. Não é isso que quer?

A menção do nome do meu irmão fez minha garganta fechar. Por anos eu havia sonhado o reencontro com meu irmãozinho e, quando o reencontrei, a caçada impedia o real convívio. Nos falávamos vez ou outra por mensagem de íris, mas eramos praticamente estranhos, não compartilhávamos de piadas íntimas ou histórias engraçadas, era a mesma relação que eu teria com um conhecido distante, não com meu irmão.

A maior parte desta impessoalidade era culpa minha: ser uma caçadora me deixava sempre desconfortável e desconfiada de homens, mesmo com meu irmão, e não me restava muito tempo para mandar uma mensagem de íris e escutar Jason contar sobre como seu time havia ganhado o caça à bandeira da semana. Eu me sentia culpada por isto, e Zeus estava jogando baixo em usar meu irmão na chantegame, contudo, estava conseguindo me desestabilizar.

— Pense nisso: você será como uma deusa, viverá para sempre, terá poder… —Encarei Zeus quando este deu seu último argumento. Não sei como ele poderia acreditar que aquilo faria diferença para mim, não só porque eu já era praticamente imortal, mas porque eu nunca desejei ter tanto poder, pelo contrário, me assustava o peso de ser filha do Senhor dos Deuses e toda a responsabilidade que aquilo me cabia.

— …Poder para ajudar os seus amigos! — Lady Ártemis o cortou, percebendo que a última fala de nosso pai havia o feito perder parte da credibilidade. Ele quase havia me convencido a sair dali e não voltar nunca mais ao Olimpo. — Não queremos perder mais semideuses, não quero mais crianças mortas…

— Mais traidores. — Zeus cortou a deusa da caça, olhando fixamente para mim com o semblante sério. — Não queremos mais virar nossos filhos uns contra os outros.

Respirei fundo, pensando em como tudo teria sido diferente se os deuses tivessem pensado nisso antes de Cronos ter conseguido se regenerar, justamente graças a devoção de meio-sangues que se viraram contra os olimpianos por se sentirem abandonados. Phoebe, Celyn, Naomi, Zöe, Bianca, tantas caçadoras mortas nos últimos anos…

Sem falar nas amazonas e nos semideuses de ambos os acampamentos. E não posso deixar de citar uma das mortes que mais me atingiu: Luke. Tantas mortes que poderiam ter sido evitadas se os deuses aparecessem nas escolas no dia dos pais ou mandasse uma mensagem de íris no dia do aniversário dos filhos…

— Por que vocês não descem de vez em quando e conversam com eles, se isso preocupa tanto? — Retruquei, tentando desviar os pensamentos de tantos amigos perdidos. Os olhos do meu pai quase soltaram raios diante da minha fala, ele até abriu a boca para responder, mas Lady Ártemis foi mais rápida.

— Nós queremos isso! Mas não podemos… Você viu o que acontece quando um deus mexe na vida de um mortal nunca acaba bem. — A deusa utilizou o velho argumento de que, quando deuses interferem na vida dos filhos, havia um alto preço a ser pago. Tudo bem, era verdade, mas no momento eu não queria dar real importância a isso.

— Nós vencemos guerras? — A raiva me fez responder ironicamente Ártemis. — Porque, se metade dos deuses tivessem colaborado com o Percy, essas guerras nem teriam começado!

— Eu digo com relação à May Castellan, Thalia! — A deusa da caça retrucou, fazendo um arrepio gelado percorrer meu corpo ao lembrar do estado da velha mãe de Luke que havia ficado insana devido o poder do oráculo. Não fazia ideia se ela permanecia viva, mas não pude deixar de pensar que, se ela nunca tivesse ficado louca, talvez Luke não tivesse se aliado a Cronos e levado tantos semideuses para o lado dos titãs. Tudo bem que houve outros fatores e poderia ter sido outro semideus a ocupar a posição e fardo de Luke, mas o argumento de Ártemis era forte. — Maria di Ângelo, Ethan Nakamura, Silena Beauregard… Sem falar nos tempos antigos e tantos outro como Hellena, Paris… Todos os troianos: você conhece a história da Guerra de Tróia e como tudo começou por Éris! E ainda posso citar Minos, Medéia, Ulisses… Ate sua Mãe.

Minha garganta novamente se apertou, ao lembrar em como os encontros com meu pai, na sua forma grega e romana, haviam elevado a ambição e egocentrismo de Beryl Grace, o que a deixou no fundo do poço, abandonando não só os filhos à própria sorte, como também a própria vida ao álcool.

— Tantos mortais que perderam sua vida porque nós não conseguimos nos manter distantes… — Ártemis continuou, apesar de ser a que menos se envolvia em questões mortais. Isto é, quando as questões não envolvia a nós, caçadoras. — Mas não podemos deixá-los sozinhos. Precisamos de alguém que confiamos entre eles…

— Um espião? — Perguntei um tanto amarga, percebendo como eu estava me tornando apenas uma peça naquele jogo.

— Não, Thalia. — Meu pai quem me respondeu, com o semblante ainda sério e triste. — Queremos alguém que entenda os dois lados. Por isso precisamos de você.

— Por quê?! — questionei, ainda sem entender. — Por que eu? O que eu tenho de especial?

— Você é a filha em quem mais confio… — Meu pai argumentou e seus olhos mostravam uma sinceridade que me fez arfar. Podemos negar até a morte, mas nós, meio -sangues, muitas vezes sentimos a necessidade de aprovação e da confiança dos nossos pais. Zeus estava me oferendo isto: era tentador.

— E você corresponde aos outros requisitos da vaga. — Uma voz soou do corredor, fazendo Lady Ártemis olhar raivosa para as portas duplas da sala privada.

— Apolo! — A deusa da caça ralhou ao reconhecer a voz inconfundível do irmão gêmeo. — Nunca lhe ensinaram que é feio ouvir conversa atrás da porta?

— Aprendi com minha irmanzinha. — O deus arqueiro respondeu, antes de exclamar em dor. — Nem vem, Atena. Se eu vou ser punido, você também vai!

— Cale a boca, seu idiota! — A voz da deusa da sabedoria se fez ouvir e eu apenas franzi a testa.

— Venham aqui os dois! — Zeus ordenou aos filhos.

— Eu não vou entrar primeiro! — Apolo resmungou ainda atrás da porta e exclamou novamente em dor. — Não adianta me bater! Você chegou primeiro, você entra primeiro!

— Andem logo! — A voz de meu pai ecoou pela sala, como se ele tivesse em sua forma divina e, no momento seguinte, a porta era aberta e Atena era a primeira a entrar, a cabeça erguida sem constrangimento algum, como se nós fossemos os errados em não permiti-la escutar atrás da porta, os olhos cinzentos, tão similares aos de Annabeth, me analisando enquanto se sentava ao lado direito do nosso pai.

Não me surpreendi ao ver Apolo a seguir, em tamanho humano e sempre imaturo e quente sorrindo inocente para nosso pai enquanto passava os dedos pelos fios loiros em nervosismo e deixava a porta bater em um estrondo que ecoou pela sala no Olimpo. Seu sorriso se desfez por um segundo, diante o olhar se repreensão de nosso pai, mas ele apenas encolheu os ombros e saltitou se colocou ao lado da irmã gêmea, apoiando o braço no ombro de Ártemis, que lhe deu um tapa na costela mandando que ele não encostasse.

— Há quanto tempo estão ouvindo? — Zeus questionou, fazendo com que os gêmeos parassem de se implicar. — Sinceramente, Atena: de Apolo eu esperava, mas você…

— Essa decisão é complexa demais pra me deixar de fora! — A deusa argumentou como se falasse o óbvio.

— Ei, como assim já esperava de mim? — Apolo resmungou, decidindo que estava cansado de importunar Ártemis e se sentando no chão em uma posição de índio.

— Esperem! — Pedi um pouco alto demais, tentando controlar a situação. Era estranho ver meu pai brigando com meus irmãos um milhão de anos mais velho que eu como se não passassem de crianças. Os deuses se calaram e me encararam, como se esperassem um discurso meu. — Apolo, o que você quer dizer com os outros requisitos? — Questionei, lembrando-me da sua fala pouco antes de entrar na sala.

— Eu disse pra ficar calado! — Atena reclamou por entre os dentes, enquanto Lady Ártemis dizia que não era nada com o que me preocupar e Zeus dava mais uma bronca no meu meio-irmão mais velho.

— Apolo! — Acabei por gritar com raiva, percebendo que só ele poderia ser totalmente sincero comigo naquele caso. — Eu quero que Apolo me responda, ou eu vou sair por essa porta e minha resposta será não!

Os três deuses se encararam, talvez se perguntando de onde os semideuses estavam tirando tanta petulância.

— Os requisitos que seu futuro sogro pediu, irmanzinha. — O deus do sol me deu um sorrisinho sarcástico.

— Apolo… — Zeus o repreendeu, com medo do que ele poderia me dizer.

— Uma hora ou outra ela vai saber, — Meu meio-irmão deu de ombros, falando o óbvio. — melhor que seja agora e por nós.

— Quais requisitos? — Perguntei com mais firmeza, olhando-o fixamente nos olhos dourados.

— O de sempre, você sabe: — Apolo continuava com seu magnifico sorriso sarcástico enquanto enumerava o que eu não sabia: — virgem, jovem, bela, forte, saudável…

— Ah, como se eu fosse uma vaca pro abate? — Ergui a sobrancelha, percebendo que a analogia era perfeita.

— Eu diria mais como um cordeiro. — Atena falou pensativa, completamente insensível.

— Não, não como uma vaca pro abate. — Apolo me corrigiu, dando de ombros — Mais como uma vaca pra prenhar.

— Apolo! — Os três deuses exclamaram ao mesmo tempo, provando que as palavras do deus da arquearia eram verídicas. Minha única reação foi usar o bom e velho sarcasmo:

— Sério? O que mais vocês fizeram? — Ergui a sobrancelha, me levantando da poltrona e os encarando enquanto cruzava os braços. — Calcularam pelo tamanho dos meus seios quanto leite sou capas de dar? Mediram minha cintura pra ver quantos crias vou parir?

— Exatamente isso! — Apolo exclamou e Lady Ártemis acertou a cabeça do gêmeo em um tapa. — Ai! Estou brincando, Thalia. — Ele levantou ambas as mãos como se estivesse se rendendo em uma expressão séria, antes de desmanchá-la com o sorriso sarcástico. — Ou não.

Senti como se o ar me faltasse e comecei a arfar, nervosa. Aquilo era insano! Atena e Ártemis bateram no irmão ao mesmo tempo, fazendo-o exclamar com mais força:

— Brincadeira, brincadeira! — Entretanto ele me deu uma piscadinha, deixando-me em conflito se era verdade ou não. Não duvido muito, para ser sincera!

— O que esse idiota quer dizer é que você é a única, Thalia! — A deusa da caça tentou consertar a situação, mas parecia embaraçada. — A única que preenche esses requisitos e que nós confiamos! Eu confio em você, minha caçadora.

— E eu confio em você, minha filha. — Zeus falou calmamente, se levantando da cadeira para ficar à minha frente. — Pra fazer o que é certo.

— Minha filha? Sério isso? — O deus da música reproduziu meus pensamentos. — Isso é apelativo demais até pra você, pai.

— Apolo! — Zeus reclamou, fuzilando meu meio-irmão com os olhos. — Quer ficar de castigo de novo nesse século?

— Tá, eu parei! — O deus ergueu novamente as mãos em rendição, tentando esconder o sorrisinho.

— Saia já daqui! — Zeus esbravejou irritado, tornando o ar com cheiro de ozônio.

— Espera! Ele fica. — Eu pedi. — Parece o único que está sendo honesto comigo. — Lancei um olhar magoado para Lady Ártemis que abaixou a cabeça envergonhada. — O que vai acontecer comigo se eu aceitar?

— Você terá a imortalidade tirada até o dia do casamento. — Atena explicou depois de um suspiro. — E então você vai viver um pouco aqui no Olimpo e um pouco no Acampamento, não é de boa índole que viva no mesmo ambiente que o noivo antes que os juramentos sejam feitos.

Fiz uma careta pra deusa da sabedoria. Ela tava com medo que eu transasse com um noivo que, diga-se de passagem, eu nem queria, antes do casamento?! Ou ela estava com medo de que as pessoas achassem isso? Uou! E eu achava que Atena era contra a opressão das mulheres!

— E depois — A deusa da sabedoria continuou seu discurso. —, você continuará seu trabalho como embaixadora, representando o Senhor dos Deuses em muitas ocasiões, junto a aliança feita com seus sogros.

— Mas a maior parte do tempo ficará nos Acampamentos. — Lady Ártemis cortou Atena, com um sorriso, sabendo que o argumento de que eu poderia ficar junto ao meu irmão era o que mais pesava para mim.

— E meu futuro marido também? —Questionei, desejando que a resposta fosse não. Quando menos contato, melhor!

— Logicamente. — Atena me lançou um olhar como se eu fosse a criatura mais burra da face da terra, algo que me era familiar depois de tanto contato com Annabeth.

— E ele vai aceitar? — Perguntei erguendo a sobrancelha, não acreditando que tudo podia já estar acertado. — Um deus vai aceitar viver entre meio-sangues?

— Um deus? — Apolo se pronunciou novamente, franzindo a testa. — Vocês não contaram pra ela?

— Me contaram o quê? — Meu nervosismo aumentou, ao encarar cada um dos deuses que desviavam os olhos. Zeus chegou a se sentar novamente, olhando para as paredes pálidas da sala.

— Você não se casará com um deus, Thalia. — Lady Ártemis sussurrou, tocando gentilmente em meu braço, como um conforto. — Ele é um semideus, como você. A aliança será selada com o casamento entre dois meio-sangues e a imortalidade será dada a ambos. Vocês dois se tornarão os embaixadores de seus pais. Ou melhor, você se tornará, porque ele já o é.

— Um embaixador do pai? — franzi a testa, tentando me lembrar de onde havia visto algo assim. Não me lembrava de qualquer deus ser chamado de embaixador. — Só vi tal título uma vez… — Comecei a raciocinar, a sensação de frio tomando conta do meu corpo a medida que começava a perceber com quem poderia vir a me casar.

— A aliança será feita entre dois grandes. — Meu pai tomou a palavra, olhando fixamente para mim. — Eu farei as pazes com meu irmão de uma vez por todas, minha filha. É o melhor caminho.

— Você irá direto pro inferno. — Apolo zombou, usando a analogia que faziam entre os deuses gregos e o cristianismo, sempre colocando a figura do meu “futuro sogro” como o diabo.

— Vocês querem que eu me case com… — Não consegui dizer o nome dele, minha garganta se fechando quando mais insana e real me parecia a possibilidade.

— Com o filho de Hades. — Atena falou seca, o tom irritado como se eu fosse uma criança surda. — Reconhecemos que na guerra contra Cronos seria muito… difícil…vencermos sem Hades. E seu filho teve papel importante na guerra contra Gaia, ele ajudou a levar a Athena Parthenos até os acampamentos. O filho de Hades é digno da imortalidade e a compartilhará com você.

— Espera! — Pedi mais alto, minhas mãos movendo para meus cabelos negros em uma necessidade de extrapolar o nervosismo. — Vocês só podem estar loucos… Insanos…

— Minha filha, pense bem… — Zeus começou novamente o seu discurso, levantando-se.

— Não! — Gritei atordoada, fechando os meus olhos azuis para me acalmar. Aquilo só podia ser um pesadelo. — Eu não vou pensar bem! E eu, definitivamente, não vou me casar com Nico Di Angelo!

 

 


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Notas finais do capítulo

Link das tirinhas com melhor resolução: http://ellynivoeh.16mb.com/emnsc/capituloi
Se a Thalia não quer, tem alguém aí que queira?!
"Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão,a autora quando dorme sonha com reviews de montão"
Yep, eu não nasci pra escrever poema, ashau'
[ATUALIZAÇÃO:
Eu sei que você está ansioso/ansiosa para ler, mas deixe um "oi" rapidinho, eu adoro interagir com vocês e sou lecal (a maior parte do tempo, pelo menos).
Ademais, espero que tenha gostado!]


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