Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 3
Capítulo 3 — Intimidade Palpável


Notas iniciais do capítulo

Adoro esse capítulo *-* lá embaixo vou fazer alguns comentários sobre minhas influências para essa história.



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Assim que a presença da sua companhia foi revelada, Diana trancou a porta da varanda. Tranquilamente ela caminhou pela sala e ergueu a perna, pousando o pé esquerdo sobre a mesa de centro, tirando a bota.

— Estava em vigilância? — O Batman perguntou, ainda sentado na poltrona. A luz amarelada do abajur iluminava sua máscara, criando um clima sinistro que Diana desconsiderava.

— Não, esse trabalho de vigilância noturna parece ser seu. Costumo aparece pela manhã, ir em reuniões na ONU, coisas que você sempre foge. — Ela respondeu, tirando a bota do outro pé. — Está me esperando já tem muito tempo?

Batman não respondeu. Ele se levantou, enquanto Diana caminhava para seu quarto, carregando o par de as botas sem salto. Ao contrário do que as pessoas fantasiavam, não havia glamour em um par de botas de uma guerreira amazona. Elas eram confortáveis e bastante úteis no quesito proteção. A história de Aquiles mais do que prova que todo cuidado é pouco.

Diana continuou falando sobre a ONG que havia visitado, e a animação das crianças ao vê-la. Também sobre como era bom o contato com outras mulheres de culturas diferente e poder trazer conforto e consolo para elas.

O herói ouviu tudo em silêncio, parado ao lado da porta, enquanto a princesa se desfazia de seu uniforme.

— Adotou um novo visual? — Ele falou despretensiosamente, referindo-se a calça e as botas maiores e, com certeza, mais eficientes para utilizar em uma batalha, usando as pernas como arma de combate. — Já faz algum tempo que não usa a tiara dourada.

Diana gostava de como Batman prestava atenção nos meros detalhes, embora soubesse que esse era o trabalho dele. Mas, ainda assim, gostava de saber que ele poderia se lembrar de coisas simples que outras pessoas não se importariam em guardar na lembrança.

— Sim, já faz um tempo. — Diana tirou a tiara dourada e guardou em uma gaveta de segurança dentro do guarda roupa, colocando-a ao lado da tiara de prata. — As crianças adoram colocar essa tiara na cabeça. Elas se sentem especiais. Por isso a usei.

Diana destravou o colete pela lateral, era uma vestimenta especial, feita por suas irmãs ferreiras em Themyscira, sob medida para seu corpo. Guardou-o, enquanto seus cabelos negros caiam pelas costas nuas. A amazona virou o rosto, para encarar Batman, que ainda estava parado no mesmo lugar. Queria poder ter o dom de ler pensamentos, assim, quem sabe, saberia decifrar o que aquela expressão nula queria dizer.

Pensando melhor, ela não queria entrar na mente de Batman, mas desejava alcançar o coração para entende-lo melhor, dessa forma, acreditava que poderia entender a si própria.

— A mensagem que me enviou alguns dias atrás. — Ele então começou a falar sobre o que o trouxera a Washington. — Não pude responder antes, estava ocupado com...

— Com sua cidade. Eu sei, eu sei. — Diana tirou a calça de seu uniforme e vestiu um robe acetinado. Virou-se para Batman, sentindo uma alegria contagiante desde que deixara a ONG, por isso nem estava mais tão abalada pela pequena briga que tiveram. — Talvez eu tenha sido um pouco intolerante com você naquele dia. Mas acredito que tudo já foi esclarecido pelo tempo, embora não tenha ouvido nenhum pedido de desculpas. Ao menos quatro pessoas ouviram nossa conversa. Então creio não ter revelado muita coisa sobre nossa situação atual.

O silêncio prosseguiu. Ela deu um sorriso, balançando a cabeça. Naquela tarde, ouviu relatos diversos daquelas mulheres, o que a ajudou olhar por um ponto de vista diferente as atitudes de Batman. Ainda havia coisas que a incomodava, só que não dava para pressioná-lo contra a parede. Quer dizer, até dava, usando sua super-força. Mas não queria apressar as coisas e acabar estragando algo que mal estava certo de vingar.

Era um sentimento confuso aquele. Não tinha certeza das reais intenções de Batman, mas também não sabia ao certo se estava pronta para mergulhar de cabeça. Apenas sentia o que o corpo lhe dizia.

— Eu não irei importuná-la mais em seu trabalho. — Por fim ele disse. A Mulher Maravilha poderia pegar aquela frase como um pedido de desculpas, pelo menos era o que ela chegaria mais próximo de um. — Aquele foi um caso isolado, daqui em diante não estarei mais em seu caminho.

Diana deu alguns passos para frente, descalça sobre o carpete. Embora a noite estivesse mais fria, o quarto estava numa temperatura agradável.

Ela ergueu a mão e acariciou o rosto do herói mascarado, a outra mão acompanhou o movimento e, com certa intimidade, ela ergueu a máscara sem ser repreendida. Ao tocar o rosto de Bruce Wayne, a amazona sentiu o coração bater mais acelerado, e todo o seu corpo ser preenchido por uma sensação de cobiça.

Sem a máscara, a expressão de Bruce tomava outras nuances. Diana podia interpretar melhor seu olhar, o leve movimento de seus lábios, permitindo um sorriso.

Eles se beijaram. E como esperado, a sensação era incrível.

— Diana... — Bruce falou, assim que o beijo terminou. Mas ela não o deixou continuar, já sabia o que vinha depois.

— Eu poderia te prender sobre aquela cama. Mas eu sei que as pessoas precisam de você nesse momento, mais do que eu. — Ela pousou as mãos sobre o peito do herói, alisando a armadura de fibra de titânio com a ponta dos dedos. — Quando eu era uma criança, treinava com minha mãe e um dia decidi subir uma das montanhas mais perigosas da ilha. Ela me disse que, antes de me arriscar, eu precisava saber as consequências.

Diana olhou para Bruce, entregando sua máscara logo em seguida. Ele a ajeitou prontamente.

— Sua mãe é uma mulher sábia. — Ele comentou, sua expressão já não dava mais para ser interpretada.

— Naquele mesmo dia eu subi a montanha e lutei com um lobo selvagem, caí e fiquei presa em um minúsculo espaço, com as duas pernas quebradas. Eu era uma criança e ainda não tinha total controle sobre minha força. — As mãos de Diana foram escorregando sobre o peitoral de Batman, até segurar suas mãos. A luva grossa impedia que ela sentisse as mãos de Bruce. — Calculamos errado as consequências por falta de experiência.

— A experiência pode causar pavor em algumas pessoas. Elas podem desistir, devido suas tentativas passadas. — Batman concluiu.

Diana amarrou a fita do robe, dando um leve nó. Já haviam encenado cenas como aquela algumas vezes durante os últimos seis meses. O Batman sempre desviava sua rota do crime para viajar alguns milhares de quilômetros até Washington com seu jato, apenas para lhe dar algum tipo de esperança. Pois, se aquilo não significasse algo seriamente importante, a Mulher Maravilha então poderia questionar tudo o que havia aprendido desde que pisara seus pés naquele país.

— Então é isso. — Ela cruzou os braços, sua cabeça levemente inclinada. — Sua experiência o leva a desistir antes mesmo de tentar de verdade?

— Sabemos onde isso vai dar. — Era mesmo difícil interpretá-lo, quando apenas via um homem sombrio a sua frente.

— Será que nós realmente sabemos, Bruce? — Diana sentou-se na cama, longe dela em parecer sensual ou coisa parecida, suas ações eram naturais. — Eu não me arrependo de ter subido aquela montanha. Assim como não me arrependo de ter me entregado para você naquela noite em Zurique. Pois você permitiu que eu o alcançasse e visse quem realmente é. Sem a armadura que vem protegendo-o.

Batman era um homem de incrível porte e que transmitia segurança o tempo todo. Para alguns, transmitia medo. Para Diana, o Batman era a verdadeira identidade de Bruce Wayne, e ele estava tão certo daquilo, que sacrificava tudo pelo título de Cavaleiro das Trevas.

— Eis o problema. — A voz do Batman era melancólica. — Não quero criar falsas expectativas. Aquele homem que você conheceu não está no comando. Eu não poderia trazê-lo à tona todos os dias. Sequer desejo que ele tome o controle.

— Eu não o quero aqui. Desde que eu saiba que ele está aí dentro de você. — Diana levantou-se da cama rapidamente, ela havia dito que outras pessoas precisavam de Batman. Só que o Batman precisava da Mulher Maravilha naquele momento. — O meu corpo queima na expectativa de estar com você.

Ela o beijou nos lábios, suas mãos se prenderam em volta do pescoço dele, a armadura do Batman era fria e resistente, mas nada impedia que Diana o alcançasse pelo coração. Ansiosa, ávida pela língua que preenchia em sua boa, o beijo retribuindo em igual intensidade. As mãos de Batman acariciavam o corpo dela, embora o contato das luvas não fosse exatamente carinhoso, mas ainda excitante.

Batman pegou Diana no colo e ela entrelaçou as pernas ao redor do corpo dele, arrancando a máscara, até chegarem na cama. Enquanto a amazona tirava seu robe, o cinto de utilidades caía no chão. O uniforme dele não era nada fácil de tirar, mas poderia fazer um esforço. A Mulher Maravilha arrancaria tudo com sua força, só que valeria a pena destruir um uniforme de trezentos mil dólares?

Bruce, que era mais habilidoso com suas próprias mãos, tirou as peças mais complicadas o mais rápido que conseguia. Seu corpo suava embaixo das camadas de proteção. Os beijos de Diana não o permitia ser mais ágil com a remoção do que restava do uniforme, mas suas mãos já estavam livres das luvas, podendo assim sentir o toque da pele quente dela.

Eles deitaram na cama, resistente até certo ponto, Diana girando para ficar sobre Bruce, beijando-o no pescoço, alternando em mordidas. Ela ergueu a cabeça, interrompendo o beijo.

— Ouviu alguma coisa? — Bruce perguntou, preocupado.

— Não. — Ela relaxou e sorriu. — Esqueci de uma coisa, espere aqui. — Diana saiu da cama, pegando seu robe no chão.

— Tem certeza de que está tudo bem? — Ele insistiu.

— Só um minutinho, eu prometo que é rápido. — Diana saiu pelo corredor, vestindo o robe e entrou no quarto de Elizabeth, ela abriu a porta do banheiro, puxando todas as gavetas do armário, até encontrar o que procurava. Olhou-se no espelho, seus cabelos relativamente bagunçados.

Diana retornou para seu quarto, com a embalagem da camisinha na mão. Bruce aproveitou para remover seu uniforme por completo, o que era uma boa notícia. Afinal de contas. Não dava para abandonar o quarto e pular a janela calçando as botas, caso não tivesse certeza de que tudo estava sob controle lá fora.

— Você comprou isso? — Bruce perguntou, bastante a vontade em cima da cama.

— Prometo repor assim que tiver um tempo disponível. — Diana tirou o robe, agora, na segunda vez, gostando mais da reação de Bruce.

— A gente pode resolver isso depois. — Ele estava sentado na cama e a puxou para seu colo, abraçando-a. Beijou seus seios, acariciando seu corpo com as mãos, deitando-a na cama.

Diana apertou suas mãos contra as costas de Bruce, possuía total controle sobre sua força, embora, algumas vezes, era levada a perder a lucidez, causando algumas marcas mais profundas. Não que Bruce reclamasse quando ela se entregava de maneira tão sincera.

Por volta das três horas da manhã, Bruce se levantou. Ele precisava partir, e Diana sabia que não poderia prendê-lo na cama por mais tempo, embora quisesse acordar pela manhã e encontrá-lo ao seu lado. Todas as outras vezes em que eles se encontraram, precisaram partir mais cedo pois havia algum chamado. Seja em Gotham, Washington ou na Liga da Justiça.

Diana não foi convidada para o banho, Bruce saiu do banheiro com os cabelos molhados. Deitada na cama, ela o observou vestir a armadura e tornar-se Batman. A despedida não poderia ter sido diferente, senão um olhar e movimento de cabeça. Sem beijos, sem abraço, sem uma promessa de ligar mais tarde.

Não havia sinais de que aquilo duraria para sempre ou algumas semanas. Só havia uma chama de esperança que fazia Diana acreditar que valia a pena descobrir como seria o futuro.


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Notas finais do capítulo

Como sabem, se não sabe vão saber hehe, a DC possuí uma linha cronológica bem maluca. Algumas HQs são oficiais e essas histórias contam a trajetória da Mulher Maravilha. Existem diversas versões. Acaba de lançar o Wonder Woman Earth One, que estou louca para comprar e conhecer o quadrinista na CCXP esse ano.
Eu fui influenciada por várias histórias. Mas vou mudar várias coisas para poder encaixar e explicar tudo. Como a história dela com o Steve Trevor, nas HQ ele aparece na Segunda Guerra mundial, em Novos 52 eles foram apresentados no mundo atual, e é essa linha que quero atual, só que eles se conhecem desde os anos 90.

Não quero estragar a surpresa da leitura com muitos detalhes.
Quadrinhos que eu indico da WW linda:
Wonder Woman Os Novos 52
Hiketeia ♥ tem o Batman.
O Reino do Amanhã.
Superman & Mulher Maravilha (Os Novos 52). Eles são um casal na linha cronológica atual da DC, mas se engana quem acha que os dois são iguais. O Clark e a Diana batem de frente toda hora em diversas discussões. Eles não são nada iguais, fora que o Batman aparece um monte KKKK então para quem curte Super e Bats, Super e WW, WW e Bats, é bem legal ♥
Falei demais, agora vocês que devem falar.
Beijos.