Caçadores de Cabeças escrita por Kentaro Miyazaki
Estava em uma sala escura, quase nada podia ser observado, um clima de terror assolava o lugar. Eis que uma porta é aberta, leves feixes de luzes agora passeavam pelo lugar, sentado de frente para com ela estava um homem, estava com seus braços, sendo um deles na verdade uma prótese de madeira, e tornozelos algemados em longas correntes, era alto, não tão jovem, mas também nem um pouco velho, fisionomia robusta, possuía cabelos castanho-claros, um pouco longos e bagunçados, seus olhos cianos demonstravam um forte sentimento de realização. Assim que a porta fora aberta, ouviu-se então uma voz.
—Siegward Krauss!
O homem levantou-se cuidadosamente ao meio das barulhentas correntes que o cobriam, e seguiu devagar em direção à porta, sendo agora escoltado grosseiramente por um homem, este que pelas roupas era perceptível ser um soldado e ter sido a origem da voz que houvera sido escutada segundos antes.
O homem atravessara um enorme corredor em meio a enormes barras de ferro com vários outros homens se batendo contra elas e exclamando.
—Assassino! Maldito Mercenário! Pensava que iria ficar livre no final?! Escória!
O homem permanecia a caminhar de cabeça baixa, nem sequer olhava em direção aos que o ofendiam. Ainda se encontravam em seus olhos o sentimento de satisfação, porém em seu semblante pálido e sujo, mostrava-se um enorme descontentamento. Então chegara ao fim do imenso corredor, agora o homem e o soldado subiam as escadas para o último destino. A luz aumentava a cada degrau que subiam, ao ponto de finalmente terem saído daquela masmorra e estarem ao céu aberto, os dois ficaram numa espécie de palco e ao seu redor havia multidões de pessoas, era como se aquilo fosse um enorme espetáculo. O homem então é forçado a se ajoelhar e amarrado por um carrasco carregando um enorme machado, o homem agora estava completamente imobilizado e sem chance alguma de reação. A sua frente outro homem em uma espécie de púlpito o esperava a distância.
—Siegward Krauss, mais conhecido como O Lobo Sanguinário, você cometeu crimes contra a moral e a vida da população, dentre os mais leves até o mais brutais, você então, na última vez que olhará para o sol novamente, se arrepende de seus feitos?
—Não, não me arrependo de nada.
O homem então ergue sua cabeça em direção ao locutor, fixando um olhar semelhante ao de um lobo, sendo que este último amedronta-se após ser encarado de tal forma, apesar de que o homem esteja amarrado e em um estado deplorável, houvera lhe garras o suficiente para afugentar um homem da lei em uma distância tão segura como a que se encontrava.
—M-muito bem –O orador tenta se recompor do choque. –Então, suas últimas palavras.
O homem simplesmente ergue seu olhar em direção ao infinito azul, ficando nesta posição por alguns momentos.
—Será isso então? –Questiona o orador. – Que assim seja, execute-no!
O homem então é forçado a abaixar seu pescoço deitando-se sobre uma pedra, porém ainda mantém-se fixamente olhando para o céu. O carrasco então ergue seu machado e nos últimos momentos é possível ver na face do homem um sorriso tão espontâneo e inocente, logo seguido de uma escuridão.
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