Te Fuíste de Aquí escrita por Maitê Miasi


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

"Quando olho em seus olhos
É como observar o céu de noite
Ou um belo amanhecer..." -Jason Mraz



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Estêvão: E nunca se esqueça, aconteça o que acontecer, que eu te amo muito, entendeu.

Laura: Tá pai. Mas por que você tá falando assim?

Estêvão: Por nada, só me prometa que você nunca vai se esquecer disso.

Laura: Claro pai, eu nunca vou me esquecer disso.

Os dois se abraçam, e Estêvão se retira. Ele fica preocupado, pois ele sabe que seu segredo está prestes a ser destruído.

***

Estêvão dizia estas palavras, pois sabia que mais cedo ou mais tarde, Laura descobriria que Maria é sua mãe, e ele não queria que ela o odiasse, mesmo sabendo que isso seria o mais provável.

***Casa dos Fernandez***

Maria não havia descido para jantar, uma coisa que sua mãe estranhava, pois ela sempre jantava com a família. Carmen preocupada, vai até o quarto da filha para saber o que está havendo.

Carmen: Filha, posso entrar?

Maria: Claro mãe, nem precisa perguntar.

Carmen: Fiquei preocupada, você não desceu pra jantar conosco. Aconteceu alguma coisa? Você tá com uma carinha triste.

Maria: Eu tô bem mãe, só não quis descer pra jantar.

Carmen: Não adianta mentir pra mim Maria, eu sou sua mãe, te conheço desde que você nasceu.

Maria: (dá um risinho sem graça) Não dá pra esconder nada da senhora não é? Ah mãe, (começa a chorar) tô cansada dessa vida, não aguento mais esse sofrimento de ter que viver sem saber onde está minha filha.

Carmen: Ah minha filha, vem cá (se deita no colo da mãe) eu sei como você deve estar sofrendo, e ao ver seu sofrimento, eu sofro também. Não perca a fé, nossa Laura vai aparecer, você vai ver.

Maria: Eu queria ter essa confiança que a senhora tem, mas já não acredito mais. Não me dá mais vontade de existir, pra quê vou viver se não posso ser feliz?

Carmen: Nunca mais diga isso Maria. Você tem sua família que te ama, e te quer bem, e eu tenho certeza que vamos encontrar sua filha meu amor!

Maria: Quando? Por que o Estêvão fez isso comigo, será que ele nunca pensou em mim, na minha dor? Talvez ele não me amasse como disse tantas vezes.

Carmen: Para de pensar nisso, não se martirize mais. Tenta descansar, eu vou ficar aqui você até você dormir. Não quero que você chore meu amor...

Carmem permanece consolando Maria, até que ela dorme. Ela detestava ver suas filhas sofrerem, por menor que fosse o motivo.

As semanas foram se passando normalmente. Laura ainda tentava conquistar o carinho de Maria, mas sem sucesso, Maria permanecia como iceberg, porém Laura não pensava em desistir tão cedo, agora era questão de honra.

***Casa dos Fernandez***

Carmen: Bom dia! (cara de espanto) Ué, cadê Maria?

Todos: Bom dia!

Fabíola: Não sei mãe, não a vi saindo hoje. Acho que nem tomou café.

Carmen: Estranho, Maria nunca sai tão cedo.

Maria tinha ido para o Stúdio. Realmente ela nunca saia tão cedo de casa.

Laura também havia chegado cedo, e vê uma luz acesa e vai ver quem estaria ali a essa hora da manhã.

Laura: (entra sem bater na porta e dá de cara com Maria) Ah, me desculpe senhora, pensei que fosse Vivian que estivesse aqui. Com licença.

Maria: Espera Laura! Entre, sente-se por favor.

Laura: (pensando) O que!? Ela não ficou brava, e ainda me convidou para sentar pela primeira vez? Estranho! (falando com Maria) A senhora deseja alguma coisa?

Maria: O que faz aqui tão cedo?

Laura: Me confundi quando olhei a hora, e acabei chegando mais cedo que o normal.

Maria: Hum. Tenho ouvido coisas boas a seu respeito. Ouvi dizer que todos do seu setor gostam de você, que você deixa as coisas todas em ordem.

Laura: Eu tento me dar bem com todos, e manter meu ambiente de trabalho mais organizado possível, dessa forma é melhor para trabalhar.

Maria: Muito bem, continue assim! Pode se retirar.

Laura: (se levantando) Obrigada senhora!

Ao abrir a porta, Laura dá de cara com Vivian que tinha acabado de chegar.

Laura: Oi Vivian!

Vivian: Oi Laura! Tudo bem?

Laura: Tudo sim, com licença.

Vivian: Toda.

Maria: Nossa, já estão assim, amiguinhas?

Vivian: Que foi, tá com ciúmes?

Maria: Claro que não! Por favor né Viviam, não tenho mais quinze anos para ter ciúmes.

Vivian: Sei lá. O que ela estava fazendo aqui? Você estava brigando com ela?

Maria: Claro que não! Você deve pensar que eu sou a pior das pessoas, não é?

Vivian: As vezes penso sim.

As duas riem.

Mais tarde, estava tudo calmo no Stúdio, Laura não fazia nada, e Vivian lhe pede um favor.

Vivian: Laura vem aqui por favor.

Laura: O que foi?

Vivian: Você pode fazer um favorzinho pra mim? É que a secretária da Maria quebrou o pé, por isso não está vindo, então o trabalho aqui está dobrado.

Laura: Claro, não estou fazendo nada mesmo. O que eu tenho que fazer?

Vivian: Tire xerox desses documentos aqui, e encaderne esses aqui, por favor (entrega os papéis a ela).

Laura: Mas como vou fazer isso? Isso daqui está uma zona!

Vivian: Você é inteligente, eu sei que vai se achar nesta bagunça. Quando terminar, me procure na sala da Maria, provavelmente estarei lá.

Laura: Posso fazer um pergunta indelicada?

Vivian: Faça.

Laura: Por que você só vivi na sala da Maria?

Vivian: (ri) É muito indelicada mesmo. Porque eu não sou só funcionária da Maria, somos amigas há muito tempo, aposto que você nem era nascida quando nos conhecemos.

Laura: Nossa, mas eu não sou tão velha assim. (ri)

Vivian: Vai logo fazer o que te pedi, senão chega a hora do almoço e você não terminou isso ainda.

Laura: Está bem. (sai rindo)

Laura fazia seu trabalho com prazer, por isso todos gostavam dela, até mesmo Maria, que até o exato momento não tinha admitido ainda.

Greco: Oi. Tá fazendo o quê?

Laura: Que susto garoto! Tô tirando umas xerox que Vivian me pediu. E você, o que faz aqui?

Greco: Nada, vi você aqui e vim falar contigo.

Laura: Não deveria estar trabalhando? Não é pra isso que Maria te paga

Greco: Eu não trabalho aqui, pelo menos não ainda! Só venho acompanhar minha tia.

Laura: Sua tia?

Greco: Isso mesmo, Maria é minha tia. Vamos começar de novo, (rindo e estendendo a mão) meu nome é Greco Fernandez, muito prazer!

Laura: O meu é Laura, o prazer é todo meu! (também ri)

Greco: Você não é aquela garota que passou no teste que minha tia promove todo ano?

Laura: Sim!

Greco: Realmente minha tia deve ter gostado muito de você.

Laura: Por que você tá dizendo isso?

Greco: Porque você foi contratada sem passar pelas outras etapas.

Laura: Que etapas?

Greco: Você não sabia? Além do teste, as candidatas que passam, tem duas outras etapas para cumprirem.

Laura: (surpresa) Nossa, não sabia mesmo.

Greco: Mas é. Bom agora que já nos conhecemos, podemos almoçar juntos, aceita?

Laura: Tudo bem, mas hoje não. Amanhã almoço com você. Agora deixa eu subir com esses papéis.

Greco: Tudo bem, te espero amanhã.

Laura chega para entregar os papéis para Vivian, e entra na sala de Maria, sem bater, de novo.

Laura: Com licença.

Maria: Vem cá, seu pai ou sua mãe não te ensinaram que se deve bater na porta antes de entrar não?

Laura: Meu pai sim, minha mãe nunca.

Maria: Por que não?

Laura:  (falava com um tom de voz natural) Porque ela morreu assim que nasci.

Era isso que Laura dizia para as pessoas sobre sua mãe, ela se envergonhava em dizer que ela havia saído de casa, como seu pai lhe contara.

Maria: Sinto muito!

Laura: Sem problemas. Aqui está os papéis que Vivian me pediu que xerocasse e encadernasse. (deixa os papéis em cima da mesa) Está tudo organizado, por ordem alfabética e de acordo com as cores das capas. Com licença. (sai)

Maria: (falando sozinha) Que eficiência!

Já era o fim do expediente, todos já se organizavam para irem para casa. Maria vê Laura falando com umas colegas de trabalho e vai falar com ela.

Maria: Laura!

Laura: Oi senhora, precisa de mais alguma coisa?

Maria: Não. Está indo pra casa ou pra faculdade?

Laura: Pra faculdade.

Maria: Você vai de quê?

Laura: Vou de táxi.

Maria: Então guarde seu dinheiro para o lanche, eu te dou uma carona.

Laura fica sem entender nada, mas aceita a carona de Maria.

No carro.

Laura: Por que a senhora está me dando essa carona?

Maria: Se você quiser ir andando, te deixo aqui mesmo.

Laura: Não. Só estou estranhando, a senhora sempre me tratou com indiferença. Por que a senhora me contratou sem que eu precisasse de passa pelas outras etapas?

Maria: Quem te disse isso?

Laura: Seu sobrinho.

Maria: Não sabia que estava amiguinha do Greco.

Laura: Mais ou menos. Por que a senhora é tão fria com as pessoas?

 Maria: Sabia que você fala demais.

Laura: Sim, sabia, minha vó sempre me diz isso.

Maria: Laura, têm coisas na minha vida que você nunca vai entender.

Laura: Mesmo que eu nunca entenda, eu acho que a senhora deveria ser mais amável com as pessoas, não deveria tratar mal quem só quer um gesto de carinho seu.

Maria: Você não tem medo que eu te demita por falar assim comigo?

Laura: Não. Eu só estou dizendo a verdade. Bom eu fico na próxima esquina. Obrigada senhora e até amanhã.

Maria: Até amanhã Laura.

Laura sai.

Maria: Essa garota me impressiona cada dia mais. É de pessoas assim que eu preciso do meu lado, verdadeiras, que não tenham medo de me enfrentar.

Maria ficava pensando nas coisas que Laura que Laura disse a ela, e que nenhum de seus funcionários, a não ser Vivian, tinham coragem de dizer, o que fazia com que Maria gostasse mais ainda dela.

Laura já havia saído da faculdade, e ia pra sua casa com Carlos. Quando chega em casa, se depara com a megera da Ana Rosa, a quem ela não fazia a menor questão de agradar.

Ana Rosa: Minha enteada querida!

Laura: Eu não sou sua enteada, pelo que eu saiba você ainda não se casou com meu pai. (falando com os outros) Me deem licença, vou até meu quarto me trocar e já desço para jantarmos.

Alba e Daniela riem da forma que Laura fala com Ana Rosa, pois também não gostavam dela. Já estavam todos presentes para jantarem.

Ana Rosa: E aí Laurinha, está gostando de trabalhar com Maria Fernandez?

Laura: (indiferente) Sim, e por favor me chame de Laura, pois afinal esse é meu nome.

Ana Rosa: Foi só um gesto de carinho.

Laura: Dispenso seus gestos de carinho.

Estêvão: Laura!

Alba e Daniela riem disfarçadamente.

Carlos: (quebrando a tensão, se levanta) Bom, quero aproveitar que estão todos aqui presentes, quero fazer algo que eu espero a muito tempo (segura a mão de Laura) Laura, meu amor, você quer se casa comigo?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem pessoal, boa leitura!



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