Mas quando ela menos esperava, Leonel a puxou pela  cintura com uma mão, e a outra pegou-na pelo pescoço e a beijou de uma forma surpreendente, que ela não entendeu. E no momento em que ela ia empurrar Leonel, Estêvão aparece, e para o azar de Maria, vê tudo.

Estêvão: (respira fundo, ao ver a cena) (batendo palmas) Que bonito!

***

Maria: (se surpreende ao ver Estêvão) Estêvão!

Leonel: Estêvão, o que você está fazendo aqui?

Estêvão: O que eu estou fazendo aqui? Vou fingir que nem escutei isso! Pois bem Maria Fernández, essa foi a sua decisão? Me fazer de idiota!

Maria: (se desespera) Claro que não Estêvão!  Eu não sei o que o Leonel está fazendo aqui!

Leonel: Como assim? Eu não vou ficar como culpado nessa história!  Você me mandou uma mensagem, me chamando aqui!

Maria: O que?! Você está louco, eu não mandei nada pra você!

Leonel: Claro que mandou Maria! E eu vou provar!

Leonel tira o celular do bolso, e para azar de Maria, ele mostra a mensagem, realmente ela estava ali, e Maria não podia negar.

Maria: Estêvão, eu não sei como essa mensagem foi parar ali, eu não a mandei.

Estêvão: (grita) Já chega Maria! Se você não quisesse mais nada comigo era só dizer, não precisava me fazer passar esse papel de idiota!

Leonel: Eu não vou permitir que você fale assim com ela!

Estêvão: Você não é ninguém pra permitir alguma coisa!

Estêvão estava saindo, desolado, e se sentindo o pior de todos os homens.

Maria: (chorando) Estêvão, onde você vai?

Estêvão: Vou deixar o casalzinho a sós. Se era isso que você queria Maria, pronto, conseguiu, agora sou eu que não quero mais te ver. (sai)

Leonel: Maria...

Maria: Não encosta em mim! Tá vendo o que você fez? Estêvão deve estar pensando o pior de mim!

Leonel: O que eu fiz? Eu vim porque fui chamado, e não vou aceitar sair como o culpado!

Maria: Eu não mandei essa mensagem pra você, e não sei como ela chegou aqui. Por favor Leonel, não me procure mais, eu não quero mais te ver! (saindo)

Leonel: Maria, não faz assim! Deixa que eu te levo pra casa!

Maria: Não precisa, eu sei o caminho! (sai)

O plano de Fabíola dera certo. Estêvão estava odiando Maria, pelo papel que ela o fizera passar. E Maria só sabia chorar, ele não entendia como aquela mensagem chegou até Leonel.

Maria estava sem cabeça para voltar para casa, pois ela estava se sentindo a pior das pessoas, e não queria chegar em casa e ter que dar explicações à todos. Então ela ficou rodando com seu carro, até ficar mais tarde, e ela ter coragem de entrar em sua casa.

***Casa dos Fernández***

Maria respira fundo, e entra em casa. Todos já haviam se retirado, então ela foi direto para se quarto. Mas para seu azar, Carmen estava acordada, esperando-a, e percebeu que ela não estava tão sorridente, como quando saiu.

Quarto de Maria.

Carmen: Filha, estou entrando. (percebe que Maria está chorando) Filha, o que houve, por que você está chorando?

Maria: Mãe, deu tudo errado, o Estêvão me odeia!

Carmen: Como assim Maria? Me conta o que houve!

Maria: (seca as lágrimas) Eu fui até o lugar, onde combinei, para conversarmos, e eu ia dizer o que eu sentia, e a decisão que eu tomei, mas quando eu cheguei, quem estava me esperando, era o Leonel!

Carmen: E o que o Leonel estavá fazendo lá?

Maria: Eu realmente não sei, eu também achei estranho. Mas quando eu fui perguntar pra ele o que ele estava fazendo ali, ele não me deixou falar, e me agarrou...

Carmen: (interrompe) Não precisa dizer mais nada, eu já sei o fim da história, Estêvão chegou na hora, e viu tudo.

Maria: Isso mesmo. E agora ele acha que eu quis fazê-lo de idiota.

Carmen: Calma filha, não esqueça que você está gravida! Mas como o Leonel descobriu que você ia se encontrar com ele lá?

Maria: Não sei como, mas ele também recebeu uma mensagem minha, mas não fui eu que mandei, mãe!

Carmen: Eu acredito em você meu amor! Agora tenta descansar, vocês vão se acertar breve, eu tenho certeza.  Agora vem cá, eu vou ficar aqui com você, até você dormir.

***Em algum canto da cidade***

Estêvão não podia acreditar no Maria tinha feito com ele. Ele a odiava, e odiava a si mesmo por amá-lá tanto. Sem coragem para voltar para casa, ele entra num bar qualquer e começa a beber, indiscriminadamente.

Estêvão: (já bêbado) Desce mais uma garçon!

O bar já estava quase vazio, por causa do horário, e um funcionário chega até Estêvão para tentar convencê-lo a ir pra casa.

Funcionário: Meu senhor, o senhor já bebeu demais, não acha melhor ir pra casa?

Estêvão: Eu não quero ir pra casa, eu quero beber mais, até esquecer aquela desgraçada que só me faz sofrer! Senta aqui comigo, toma uma também!

Funcionário: Senhor, eu não posso, estou em horário de trabalho.

Estêvão: Só um minuto, eu tô precisando de uma palavra de um amigo, prometo que depois eu vou embora!

O funcionário do bar reluta, mas acaba se sentando com Estêvão.

Estêvão: Cara, eu fui traído pela mulher que eu amo, e isso dói demais! Você já foi traído alguma vez?

Funcionário: Não senhor.

Estêvão: Eu vacilei pra caralho com ela, eu sumi da vida dela, mas o destino nos juntou novamente. Porra, eu disse pra ela que eu estava arrependido, mas acho que ela não acreditou. Ela me traiu com um cara que  é quase meu irmão! E isso é que dói mais!

Funcionário: Nossa, eu nem sem o que dizer numa situação dessa.

Estêvão: Mas eu vou esquecê-la de uma vez por todas, eu vou esquecer que ela existiu na minha vida! Garçon, trás mais uma!

Funcionário: Não, eu não posso permitir que o senhor beba mais! Eu te ouvi, agora você precisa ir pra casa!

Estêvão: Tudo bem amigo, eu dei minha palavra que eu ia, agora eu vou. Obrigada, amigos como você não existem mais!

Estêvão se levanta, mas não consegue dar nem um passo, de tão bêbado que estava.

Funcionário: Eu não posso deixá-lo ir pra casa sozinho nesse estado. Senhor, o senhor está de carro?

Estêvão: Estou, meu carro é aquele ali fora (aponta para o carro).

Funcionário: Então o senhor vai me dizer onde mora, e eu o levo em casa.

Estêvão: Está bem amigo.

O funcionário se dispõe a levar Estêvão até a sua casa, mesmo sem conhecê-lo, sorte de Estêvão que não se tratava de um mal caráter, aproveitador.

Funcionário: Chegamos senhor. Toma a chave do seu carro. E boa sorte com a tal mulher!

Estêvão: Toma! (entrega um cheque a ele) É pra você, e obrigada pela sua atenção!

O funcionário fica surpreso com a atitude de Estêvão, afinal, o que ele poderia esperar de um bêbado sofrendo de dor de cotovelo?

Estêvão entra em casa, e para seu azar, sua mãe estava acordada, e o vê chegando.

Alba: Estêvão, o que houve com você?  (percebe que está bêbado) Você bebeu?

Estêvão: (cambaleando) Bebi só um pouquinho, mãe.

Alba: Só um pouquinhô? Você está completamente bêbado!

Estêvão: (chorando) Mãe, ela me traiu, ela me traiu com Leonel!

Alba: Ela te traiu? Você não está falando de Maria, não é?

Estêvão: Eu não quero vê-la nunca mais!

Alba: Ah meu Deus, por que esses dois não se acertam logo? Vem comigo, vou preparar um café amargo pra curar essa bebedeira!

Estêvão faz o que sua mãe havia pedido, e depois de algum tempo, acaba conseguindo dormir.

Manhã seguinte.

Alba e Daniela estavam tomando café, quando Estêvão aparece, queixando-se de dor de cabeça.

Estêvão: Ai, como dói a minha cabeça! (Se senta à mesa com as duas)

Alba: E o que você queria depois de ter enchido o pote?

Daniela: Como assim? Estêvão bebeu?

Estêvão: Ah mãe não seja exagerada!

Alba: Estou falando bem sério! Você chegou em casa chorando, por causa de Maria, dizendo que ela tinha te traído, e eu não entendi absolutamente nada!

Daniela: Que historia é essa Estêvão?

Estêvão: É isso mesmo! Encontrei Leonel e Maria aos beijos!

Alba: Ah, você está de brincadeira, não é?

Estêvão: Não, isso é bem sério, mas eu não vou contar os detalhes. Agora me dêem licença, vou trabalhar, vê se assim eu esqueço ela. (sai)

Alba: Você precisava ver como ele chegou ontem, nem acreditei!

Daniela: Essa história é muito estranha, Maria nunca deu bola para o Leonel, e Estêvão pega os dois aos beijos, sei não, não acredito que Maria seja tão baixa a ponto disso.

Alba: Também não acredito.

***Casa dos Fernández***

Todos estavam à mesa tomando café, menos Maria, que acabara de chegar, porém a mesma estava arrumada, pronta para sair.

Carmen: Bom dia filha, como você está?

Maria: Viva!

Laura: Aconteceu algo que a gente não sabe?

Maria: Não foi nada meu amor! Me dêem licença, preciso resolver um problema na rua.

Carmen: Filha, eu entendo que você está com pressa, mas toma café pelo menos!

Maria: Não mãe, eu como qualquer coisa na rua. Beijos! (sai)

Fabíola: Mãe o que houve com ela? Ela estava preocupada, nervosa, sei lá.

Carmen: Nada que nos diga respeito. Vamos deixá-la. Só espero que ela volte melhor pra casa.

Maria não estava disposta a se dar por vencida tão facilmente. E como já era de se esperar, ela vai atrás de Estêvão, para que pudessem conversar, mas como adultos dessa vez.

***Empresas San Roman***

Maria: Bom dia, eu quero falar com Estêvão!

Secretária: A senhora tem hora marcada com o senhor San Roman?

Maria: Não, mas eu preciso falar com ele!

Secretária: Então, sinto muito, mas a senhor não poderá falar com ele.

Maria: Mas eu não estou pedindo a sua permissão, estou somente te comunicando. Agora me dá licença!

Maria entra na sala de Estêvão, enquanto a secretária permanecê falando sozinha.

Estêvão se surpreende ao ver Maria em sua sala.

Estêvão: Posso saber o que você está fazendo aqui?

Maria: Você achou mesmo que eu iria me contentar com o que você me disse ontem?

Estêvão: Não, imaginei que você pudesse me procurar, eu te conheço, e sei que você quer se explicar. Mas eu não estou disposto a te ouvir.

Maria: Então dessa vez sou eu que digo que você não precisa falar, só me escuta.

Estêvão: Creio que não vá mudar alguma coisa, mas prossiga.

Maria: Eu sei que realmente parece que eu enviei aquela mensagem para o Leonel, pois tudo indica que sim, já que meu número estava lá. Se você quiser acreditar nisso, eu não vou poder mudar o que você pensa. Então eu vou te dizer uma vez só, eu não pretendia te fazer de idiota, como você disse, se eu te chamei ali, era pra dizer que eu ia nos dar mais uma chance. Estêvão eu te amo! E mesmo se quisesse, não poderia e nem conseguiria viver sem você, eu jamais te trairia, ainda mais com Leonel! (começa a chorar) Será que você não entende? Eu te quero, eu não posso mais viver sem você! Mas se você quiser, eu vou embora daqui agora mesmo, e nós não precisamos nos ver mais. Depende de você!

Estevão se levanta e vai até Maria.

Estevão: (tocando em sua face) Maria, eu não gosto de te ver chorando!

Maria: É porque eu sofro em pensar que poderemos ficar separados de novo!

Estêvão: (bota o indicador sobre os lábios dela) Shiiii! Não diga mais nada! Eu acredito em você,  eu vejo sinceridade no seu olhar, e sei que não está mentindo. Tudo aquilo foi um mal entendido, que mais tarde será esclarecido!

Maria: Eu te amo tanto!.

Estêvão: Eu também te amo, meu amor!

Estêvão, sem perder mais tempo, puxa sua amada para um beijo apaixonado. Suas línguas se entrelaçaram, e quanto mais eles se beijavam, mais queriam se beijam. Por um instante, a vontade era de se entregarem um ao outro ali mesmo, mas os dois sabiam que o lugar não era propicio, e que não lhes faltariam opotunidades para isso.

Mais tarde.

***Casa dos Fernández***

Fabíola: Vai sair mãe?

Carmen: Sim, vou resolver um assunto.

Fabíola: Que assunto?

Carmen: Deixa de curiosa Fabíola, é um assunto particular.

Fabíola: Aposto que tem a ver com Maria!

Carmen: Sim, tem a ver com sua irmã.  Agora deixa eu ir, o motorista está me esperando. (sai)

Fabíola: (falando sozinha) Vai mãezinha, advogar a causa da sua queridinha!

***Apartamento de Leonel***

Carmen aperta a campainha, e Leonel ao abrir a porta, se surpreende ao vê-la.

Leonel: Carmen, que surpresa. Entre por favor!

Carmen: Obrigada Leonel. Você deve imaginar o motivo da minha visita.

Leonel: Sim, imagino. Mas, sente-se. Quer tomar algo? Uma água, um café?

Carmen: Não, obrigada. Eu não vou me demorar muito por aqui.

Leonel: Como queira. Mas, diga, em que posso ajudá-la?

Carmen: Maria me contou o que houve ontem, ela e Estêvão discutiram, e ela ficou sem chão depois do acontecido.

Leonel: Imagino, mas eu não apareci lá somente por que eu quis, eu recebi uma mensagem de Maria, pedindo que eu fosse até lá.

Carmen: Tudo bem, mas ela nunca de deu esperanças, então por que você a beijou?

Leonel: Porque Fabíola disse que, Maria disse a ela, que poderia rolar algo mais entre nós,  só que eu tinha que ser mais ágil com Maria.

Carmen: (surpresa) Fabíola te disse isso?

Leonel: Sim, ela me encontrou ontem para falarmos sobre Maria, e ela disse que ia ajudar para que nós  dois ficássemos juntos

Carmen: Leonel, tudo isso que aconteceu foi um equívoco, minha filha ama Estêvão, sempre foi e sempre será. Não sei como essa mensagem chegou até você, mas não foi Maria que a enviou.

Leonel: Eu percebi que não tenho chances com Maria. Tudo o que fiz foi por amor, e eu nunca quis prejudicá-la. O que eu mais quero, é que ela seja feliz, mesmo que não seja comigo.

Carmen: Muito nobre o que você disse. Você ainda vai conhecer alguém que te mereça, porque você é um bom homem, e eu acredito que, o que você fez, não foi por mal. Eu vou tentar descobrir o que houve, resolver esse mal entendido. Bom, vou indo, até mais Leonel.

Leonel: Até mais Carmen!

***Empresas San Roman***

Carmen: Boa tarde! Será que posso falar com Estêvão?

Secretária: A senhora tem horário marcado com ele?

Carmen: Não, mas se você disser que Carmen Fernández quer falar com, tenho certeza que ele não vai se negar a me atender.

Secretária:  Só um momento que eu vou falar com ele.

A secretária vai até a sala de Estêvão comunicar sobre a presença de Carmen, e volta depois de usn minutos.

Secretária: Senhora, pode entrar!

Carmen: Obrigada, você é muito gentil!

Carmen entra na sala de Estêvão,  que não estava surpreso com a presença dela ali.

Estêvão: Eu já sei pra que veio, e digo que chegou tarde!

Carmen: Estêvão, você tem que acreditar que Maria e Leonel não tem nada...

Estêvão: (interrompe) Calma Carmen! Maria esteve aqui, e nos acertamos. Eu fui um idiota por ter pensado que ela e Leonel teriam alguma coisa!

Carmen: (respira aliviada) Ai que bom! Que bom que vocês fizeram as pazes, espero que agora seja oficial.

Estêvão: Por mim, claro que sim, o que eu mais quero é ficar com Maria!

Carmen: Só peço uma coisa, não fique chateado com Leonel, ele não fez por mal. Ah, mais uma coisa, tem gente querendo separar vocês dois, e o Leonel foi um instrumento.

Estêvão: Seja clara Carmen!

Carmen: Eu não posso dizer mais nada, mas lute pelo amor de vocês com força, não deixe ninguém separá-los, e não se deixe ser levado por palavras das pessoas.

Estêvão: Claro sogrinha, eu vou agir como a senhora está dizendo. Obrigado!

Carmen: Agradeça cuidando da minha filha! Agora vou deixar você trabalhar, até mais Estêvão. (sai)

Estêvão: (falando sozinho) Eu tenho quase certeza de que ela estavá falando da Fabíola. Meu Deus, a própria mãe desconfia da filha, não dá pra acreditar!

Carmen e Maria voltam para casa. Porém Maria não esboça alegria, fazendo com que Fabíola pensasse que ela e Estêvão ainda estivessem brigados.

Fabíola: To vendo que Maria ainda está chateada com alguma coisa.

Carmen: (não dá muita bola) É...

A noite já estava caindo, Estêvão liga para Maria, combinando de irem jantar juntos. Maria aceita o convite, e se arruma como nunca antes.

Todos estavam na sala, conversando, quando Estêvão aparece, para surpresa de todos, principalmente de Fabíola, que se corroía por dentro.

Estêvão: Boa noite à todos!

Fabíola: O que você está fazendo aqui?

Estêvão: Como o que? Vou levar a minha mulher para jantar fora!

Fabíola só faltou cuspir fogo, enquanto Laura ria, orgulhosa de seu pai. E quando menos esperavam, Maria aparece na topo da escada, todos a olhavam, ela estava dislumbrante, diria até magnífica!

Ela desce lentamente as escadas, e cada passo que ela dava, Fabíola não se aguentava, mas ela tinha que segurar, senão ela se entregaria.

Maria: Meu amor, aqui estou!

Estêvão: Você está linda!

Um beijo apaixonado acontece...

Continua...