Maria: Enfim, eu pensei bem, e decidi que vou dar outra chance para Estêvão!

Fabíola: Como?!

***

Maria: Por que a surpresa?

Fabíola: É que eu pensei que você e Estêvão não voltariam mais. Irmã você não deve se esquecer do que ele fez com você!

Maria: Eu não vou me esquecer, mas eu não vou viver a minha vida toda de coisas do passado, e além do mais, todos merecem uma segunda chance. Fabíola, eu o amo!

Fabíola: É, infelizmente o amor é cego. Se você quiser fazer isso, eu não vou te contrariar, mas não concordo e nem te apoio, mas não se esqueça que, o que eu mais quero é te ver feliz.

Maria: Eu sei Fabíola, mas já estou decidida. Bom, agora deixa eu subir, ainda vou falar com a minha Laurinha antes de ir dormir.

Fabíola: Claro. Boa noite!

Maria: Boa noite. (Maria abraça Fabíola, e vai para o quarto de Laura)

Fabíola: (falando sozinha) Eu não acredito nisso! E esse idiota do Leonel não prestou nem pra fazer Maria esquecer Estêvão. (com a mão na cabeça) Pensa Fabíola, pensa em alguma coisa. Esses dois não podem ficar juntos, não podem...

Quarto de Laura.

Laura estava em seu novo quarto, deitada em sua cama, mexendo no celular, quando Maria aparece.

Maria: Posso entrar?

Laura: Claro Maria! Nem precisa perguntar. Vem senta aqui do meu lado!

Maria: (se senta ao lado de Laura) Vim te dar um beijinho de boa noite.

Laura: Acabei de realizar meu sonho de infância!

Maria: Que sonho?

Laura: É que quando eu era criança, meus colegas da escola sempre me diziam que toda a noite, as suas mães lhes davam beijos de boa noite, e eu sempre quis ter uma mãe pra fazer isso, minha vó e minha tia faziam, mas não é a mesma coisa.

Maria: Entendi. Eu também tinha essa vontade, e como você não estava aqui, eu fazia isso com o Greco as vezes. Mas se depender de mim, eu vou fazer isso todas as noites, até você ficar mal acostumada. (Maria dizia isso, enchendo Laura de beijos e abraços)

Laura: Bom, mal acostumada eu acho que já estou (rindo). Agora falando sério, quando você volta a trabalhar?

Maria: O dia certo eu não sei, mas vou ficar uns dias em casa ainda, pra minha mãe não ficar falando na minha cabeça (ri). Mas por que a pergunta?

Laura: Não é por nada.

Maria: Você está aprontando alguma coisa, você está meio estranha.

Laura: Claro que não, só estava curiosa.

Maria: Sei. Agora vou deixar você descansar, porque amanhã você trabalha. (beija a sua testa)

Laura: Boa noite, Maria!

Maria: Boa noite meu amor! Olha, é pra dormir, e não ficar no celular, tá!

Laura: Tá bom. Já guardei!

Maria: Ok. Boa noite meu anjo! (dá outro beijo em sua testa, e sai)

Todos se recolhem para seus aposentos. Enquanto alguns dormem, outros permanecem acordados, pensando. Maria conversava com seu bebê, feliz, pela decisão tomada. Em contra partida, Fabíola matutava numa forma de impedir que Maria e Estêvão se reconciliassem.

Manhã seguinte.

Maria: (se juntando aos outros para o café) Bom dia!

Todos: Bom dia!

Maria: Acho que está faltando alguém na mesa.

Greco: Verdade! Pai, cadê a minha mãe?

Bruno: Ela saiu bem cedo, disse que ia ver uma amiga que esta doente.

Laura: A essa hora da manhã?

Carmen: Também achei estranho. Mas, e aí Laurinha, gostou de dormir aqui?

Laura: Gostei, mas essa não foi a primeira vez que dormi aqui, lembra?

Maria: Verdade, teve aquela vez que a senhorita fugiu da igreja. (da um risinho)

Laura: Ah Maria, nem quero me lembrar disso. Dia trágico na minha vida. (rindo)

Greco: (olhando para o relógio) Meu amor, vamos, senão vamos nos atrasar.

Laura: Vamos! Tchau vó, tchau tio Bruno, e tchau Maria.

Greco: Tchau todo mundo. (ri)

Todos:  Tchau!

***Em alguma lachonete***

Leonel: Oi Fabíola! O que você quer falar comigo?

Fabíola: Vim falar de Maria.

Leonel: Aconteceu alguma coisa com ela?

Fabíola: Não, calma, ela está bem!

Leonel: Ai, que susto você me deu! Então o que você quer falar sobre ela?

Fabíola: Primeiro eu quero dizer que você é muito lento Leonel.

Leonel: Como assim? Não estou entendendo.

Fabíola: Vou ser bem clara. Eu e Maria conversamos muito, e ela me conta muitos segredos dela, e ela me disse que ficou muito agradecida por você ter ficado o tempo todo no hospital com ela, e tal, e que de repente poderia rolar algo mais entre vocês, mas você não chega junto.

Leonel: Ela disse isso?

Fabíola: Sim!

Leonel: Mas no dia do almoço, ela me disse que só me via como irmão.

Fabíola: Claro né Leonel! E você queria que ela dissesse o que, se Laura estava presente? O que Maria menos quer é magoar a minha sobrinha, que por sua vez, quer que os pais fiquem juntos.

Leonel: É, faz todo sentido.

Fabíola: Claro que faz todo sentido. Leonel, você não pode jogar essa oportunidade fora!

Leonel: Mas por que você está fazendo isso?

Fabíola: Porque o que mais quero, é que minhã irmã seja feliz, é só nisso que eu estou pensando!

Leonel: Eu nem acredito que Maria disse essas coisas sobre mim! Agora sim que eu não vou desistir dela!

Fabíola: Isso mesmo! E eu vou ajudar vocês dois ficarem juntos! Me dá seu número, qualquer coisa, eu te ligo, ou mando mensagem. Vocês vão ser muito felizes juntos!

Leonel: Aqui está! (entrega um papel para ela)

Fabíola: Ótimo! Ela não sabe que vim falar contigo, então não fala nada pra ela, e assim que der, te ligo, pra combinarmos, ok.

Leonel: Claro, eu vou fazer o que você disser, só pra ficar com Maria!

Fabíola: Bom, agora deixa eu ir. Até mais, e por favor, seja ágil. (sai)

Leonel: (falando sozinho) Eu não acredito que breve estarei com o amor da minha vida!

***Studios Fernández***

Laura: (entrando na sala de Vivian) Vivian, posso entrar?

Vivian: Claro, entra!

Laura: Quero falar uma coisa com você, já que você conhece Maria e a família dela há tanto tempo.

Vivian: Bom, se eu puder, claro que vou te ajudar. Então, diga o houve.

Laura: O que você pode me dizer sobre a minha tia Fabíola.

Vivian: Sobre a Fabíola? (pensa) Fabíola e eu nunca fomos de ficar conversando, só falamos o essencial. Mas o que exatamente você quer saber?

Laura: Ah, sei lá Vivian, sobre o passado dela, o relacionamento dela com a família, essas coisas.

Vivian: Sobre o passado, já ouve boatos que ela era muito namoradeira, diziam até que ela tinha mais de um namorado ao mesmo tempo, mas não sei se é verdade. Agora sobre o relacionamento dela com a família, eu não sei muita coisa.

Laura: Ai Vivian, tenta se lembrar de algo!

Vivian: Hum (pensando), eu acho que ela sempre teve um pouco de ciumes da sua vó com a sua mãe, mas nada muito relevante. Ah (como se lembrasse de algo), eu já ouvi alguns boatos de ela era apaixonada por seu pai, antes dele conhecer sua mãe, mas ela nega isso até a morte. As más línguas dizem também, que ela só se casou com Bruno por despeito, que ela nunca o amou. É só isso que eu sei, e na verdade nem sei se é verdade.

Laura: Nossa! (surpresa) Então minha tia não é flor que se cheire.

Vivian: Ai Laura, não diga besteiras! Isso foi no passado, hoje sua tia é mulher casada, e de respeito, e acredito que isso tudo sejam boatos. Você não está desconfiando da sua tia, não é?

Laura: Claro que não Vivian! Como eu poderia desconfiar dela?

Vivian: Então qual o motivo dessas perguntas?

Laura: Nem um motivo em especial, só curiosidade mesmo, e também acredito que tudo isso não passam de boatos. Mudando de assunto, Maria disse que volta a trabalhar daqui a alguns dias, só tá ficando em casa esses dias pra minha vó não ficar falando na cabeça dela. (ri)

Vivian: Ah que bom! Já está tudo esquematizado, só preciso saber o dia exato, pra montar tudo.

Laura: Assim que souber o dia te aviso. Agora deixa eu ir fazer meu trabalho. Fui. (sai)

Vivian: (falando sozinha) Por que será que Laura fez essas perguntas sobre Fabíola? Boa coisa ela não está aprontando.

Mais tarde.

***Casa dos Fernández ***

Quarto de Maria.

Fabíola: (entrando) Oi Maria,  estou entrando.

Maria: Oi, claro entra aí.

Fabíola: Tá vendo o que nesse celular?

Maria: Tô mandando uma mensagem pro Estêvão, quero contar logo pra ele a minha decisão. Não quero ficar nem mais um segundo longe dele!

Fabíola: Ah sim. (fingindo) Você não sabe o quanto eu fico feliz por ver esse seu sorriso voltando!

Maria: E eu fico feliz por você respeitar a minha decisão. Olha, me espera aqui um instante, que eu vou ao banheiro, estou super apertada.

Maria joga o celular em cima da cama, e sai pra ir ao banheiro.

Fabíola, astuta como uma serpente, se aproveita, pega o celular da irmã, e encaminha a mesma mensagem que ela mandou para Estêvão, para Leonel. Em seguida, após ver que a mensagem foi entregue, ela trata de excluir para que Maria não veja.

Fabíola: Isso é só o começo. Vocês não vão ficar juntos, se o Estêvão não for meu, ele também não vai ser de Maria!

Maria volta.

Maria: Tá falando sozinha, Fabíola?

Fabíola: Ah, não, estava lembrando de uma coisa que vi na TV ontem.

Maria: Ah, claro. Que amiga sua que está doente? Porque você não tomou café conosco pra visistar uma amiga, certo?

Fabíola: Sim. Mas vocês não a conhecem, aliás, ela nem é minha amiga, é só uma conhecida da academia. Ela é tão sozinha, que pegou um resfriado e está de cama, e me ligou, e pra ser gentil, eu fui visitá-la.

Maria: Compreendo. Mas por que tão cedo?

Fabíola: Credo Maria! Parece que está desconfiando de mim!

Maria: Claro que não Fabíola! Não precisa me dizer mais nada!

Fabíola: Assim eu me sinto ofendida! Agora eu vou dizer o porquê!

Maria: Eu já disse que não precisa!

Fabíola: Mas eu vou dizer!  Eu perdi o sono quando estava amanhecendo, e como não tinha ninguém acordado, eu fui da uma caminhada, e no caminho resolvi visitá-lá. Foi isso! Satisfeita?

Maria: Eu disse que não precisava se justificar! Me desculpa irmã!

Fabíola: Não sei Maria, me dá licença, vou dar um mergulho. (sai)

Maria: Acho que fiz uma pequena besteira...

***Empresas San Roman***

Estêvão estava ocupado, revisando uns papeis, quando percebe que chega uma mensagem em seu celular.

Estêvão: (lendo) Me encontre hoje naquela praça que nos encontrávamos antigamente às 21:00, não se atrase. (falando sozinho) Será que ela já se decidiu? Ai meu Deus! Qual vai ser a resposta de Maria?...

***Em outro lugar***

Leonel lia um artigo numa página na internet, ao terminar sua leitura, pega seu celular e vê uma mensagem, e se anima ao ver que era o número de Maria.

Leonel: Mensagem de Maria! (Lendo) Me encontre hoje naquela praça que nos encontrávamos antigamente às 21:00, não se atrase. (falando sozinho) De que praça Maria está falando?

Leonel permanece pensando sobre o lugar que, supostamente, Maria o chamou, até ele se recorda de um lugar, que, provavelmente, seria o mesmo do tal encontro.

Leonel: Ah, deve ser aquela praça onde sempre marcávamos de nos encontrar depois da faculdade, eu, ela e uns outros dois ou três amigos.  Só pode ser ali!

Leonel festeja o convite de sua amada, mesmo sem saber que o convite não era pra ele.

Tanto Estêvão, como Leonel, aguardam ansiosamente pela noite, mas precisamente, às 21:00.

***Enquanto isso, na casa dos Fernández***

Maria: Mãezinha!

Carmen: Oi meu amor! Que sorriso mais lindo!

Maria: Eu tomei uma decisão, e acho que a senhora não vai estar de acordo

Carmen: Sobre você e o Estêvão juntos de novo? Eu já conversei com ele, e disse que não vou me meter com vocês dois, se ele te faz feliz, automaticamente ele me agrada!

Maria: Como assim!? Como a senhora falou com ele sem saber o que eu iria decidir?

Carmen: Maria, eu sou sua mãe, e uma mãe conhece muito bem seus filhos. Eu sabia que você iria aceitá-lo de volta. E por acaso você não se lembra como ficou quando Laura decidiu que ia se casar com Carlos sem amá-lo? Você agiu como mãe, mesmo sem saber que ela era sua filha!

Maria: Nossa! Então esses super poderes de mãe existem mesmo! (ri) Só não sabia que eu também possuía!

Carmen: Você é mãe, então é claro que você também tem esses super poderes! (ri) (volta a falar sério) Filha o que eu quero é que você seja feliz, mesmo que seja com Estêvão!

Maria: Obrigada mãe!  Eu tentei lutar contra miem mesma, mas essa luta é impossível vencer!

Carmen: Sim. E ainda bem que você percebeu isso. Agora eu te peço uma coisa.

Maria: O que?

Carmen: Vê se dessa vez você consiga ser feliz!

Maria: Eu vou mãe!  Eu já tenho tudo que preciso: uma filha que eu amo, esse bebê que está aqui dentro, o homem que eu tenho certeza que me ama, minha família!  Agora só falta uma coisa pra tudo ficar perfeito.

Carmen: O que?

Maria: (mordendo os lábios) Aquela torta de limão, que só a senhora sabe fazer!

Carmen: Começou os desejos de grávida!  Vamos até a cozinha, que vou providenciar agora a sua torta!

As duas vão até a cozinha para preparar a tal torta. Elas conversavam e brincavam, e era o Carmen mais gostava, estar com suas filhas.

O dia passa, e anoitesse. Já se aproximava a hora do encontro, todas as partes estavam prontas e se dirigiram ao local indicado.

Leonel foi o primeiro a chegar. Ao chegar, ele espera por Maria. A mesma acabara de chegar, e encontra Leonel de costas, o que impedia de ver o rosto do mesmo. Ele percebe a chegada de Maria, e se vira, fazendo com que ela o veja.

Maria: Leonel? O que você está fazendo aqui? (se aproxima dele)

Leonel: (toca sua face) Maria, você está tão linda! Digo, você é tão linda!

Maria: Leonel...

Leonel: (interrompe) Não Maria, não diga mais nada! Eu já entendi tudo! Desculpa por não ter percebido os teus sinais, eu fui um besta mesmo.

Maria não estava entendendo nada do que Leonel falava, e muito menos o porquê dele estar ali.

Mas quando ela menos esperava, Leonel a puxou pela  cintura com uma mão, e a outra pegou-na pelo pescoço e a beijou de uma forma surpreendente, que ela não entendeu. E no momento em que ela ia empurrar Leonel, Estêvão aparece, e para o azar de Maria, vê tudo.

Estêvão: (respira fundo, ao ver a cena) (batendo palmas) Que bonito!

Continua...