Te Fuíste de Aquí escrita por Maitê Miasi


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

"Te fuiste de aquí, sin pensarlo.
Dijiste que no me amabas más.
Yo te supliqué, quédate aquí.
Yo no sé que haría sin tí, no creo soportarlo" -Reik.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/685737/chapter/13

Maria fica sozinha na sala dos San Roman, ela mal imaginava que estava tão próxima de toda a verdade.

Estêvão acabara de chegar, e vê Maria parada. Ela ainda não o tinha visto, pois estava de costa para ele. Ele sabia que agora não tinha para onde correr, o que ele mais temia, estava prestes a acontecer

Estêvão: Boa noite...

***.

Maria se assusta com aquela voz que falava com ela, e que vinha do nada. Ela sabia que conhecia a voz que falava com ela, e sabia que era de Estêvão, e não queria que acontecesse o que ela imaginava. Ela se vira lentamente, e dá de cara com Estêvão. Ela se dava conta no do que estava acontecendo. Ela acabara de descobrir quem na verdade era Laura!

Maria: (não querendo acreditar no que estava acontecendo) Não, não pode ser, me diz que isso não é verdade...

Maria não suporta tamanha emoção e acaba desmaiando. Estêvão se preocupa com o que possa ter acontecido, e logo a pega pelos braços e a leva para seu quarto.

Alba, Daniela e Laura ficam sabendo do acontecido e logo vão para o quarto de Estêvão para saber como estava Maria.

Laura: O que houve pai, pra ela desmaiar?

Estêvão olha pra sua mãe e irmã. Elas já sabiam o que tinha acontecido.

Estêvão: Não sei Laura. A pressão dela deve ter caído. Olha ela está acordando. Laura vai até a cozinha pegar um copo d´água pra ela.

Ele disse isso porque Maria estava acordando, e ele não queria que Maria falasse alguma coisa que o comprometesse.

Maria: Onde eu estou?

Estêvão: Calma Maria, você desmaiou por um instante.

Maria: (lembrando do que aconteceu) Não diga mais nada. Eu não acredito que a minha filha estava o tempo todo ao meu lado e você não me disse nada!

Alba: Calma Maria, gritar desse jeito não vai resolver as coisas.

Maria: Como vocês têm a coragem de me pedir calma? Eu vou agora mesmo dizer a Laura quem eu sou.

Estêvão:  Você não vai fazer isso! Pensa na Laura.

Laura: Engraçado que eu tenho feito isso a vida inteira. Não adianta me dizer mais nada, eu vou falar agora com Laura.

Alba: Maria, o Estêvão tem razão. O que Laura vai dizer ao descobrir de uma hora pra outra que você é mãe dela? Isso tem ser conversado com calma.

Maria: Eu posso ir agora falar com ela, e acabar com toda essa história.

Estêvão: Não senhora. Se tem alguém que deve acabar com tudo isso, sou eu. Se eu inventei essa história, então eu a destruo.

Maria: Muito conveniente pra você. Então vamos os dois falar agora com ela. Vamos Estêvão, falar com Laura.

Laura entra com o copo d´água, e acaba escutando seu nome na conversa.

Laura: O que é que vocês tem pra conversar comigo?

Estêvão: (olhando para Maria) Não é nada filha. Vamos jantar, Maria você precisa comer alguma coisa.

Laura: Vamos!

Maria: Laura, espera!

Todos se assustam, pois pensavam que Maria iria desmascarar Estêvão.

Laura: Sim, Maria.

Maria: Posso te dar um abraço?

Laura: (sem entender) Pode.

Maria abraça sua filha como mãe, pela primeira vez depois de muitos anos. Seu coração estava explodindo de alegria, pois o dia que ela tanto sonhava, finalmente aconteceu. Laura não entendia o motivo daquele abraço, mas sentia algo diferente, algo que não conseguiria explicar com palavras, era algo tão profundo, que fazia ela querer ficar ali naquele abraço para sempre. Ela não imaginava que estava abraçando a sua mãe.

Estêvão, Alba e Daniela só olhavam aquela cena, sem dizer nada. Mas sabiam que aquele sentimento era forte demais para permanecer em segredo. Eles sabiam do gênio difícil de Maria, e que ela não seguraria sua língua por muito tempo.

Laura: Por que você está chorando, Maria?

Maria: Não é nada filha. Bom, chega de perder tempo, vamos jantar.

Mesa do jantar.

Laura: Maria, depois disso que aconteceu, nem te apresentei a minha família.

Maria: (tentando quebrar a tensão do ambiente) Nem precisa querida. Eu conheço a sua família.

Laura: (surpresa) Como assim? Vocês já se conhecem?

Estêvão: (toma a fala para si, impedindo que Maria dissesse algo) Sim filha. Nos conhecemos há muitos anos, digamos que ela fez parte de nossas vidas por um tempo.

Maria: Isso mesmo. O mundo é muito pequeno. Quem diria que eu teria uma funcionária filha de um grande amigo do passado! (irônica)

Laura: Então por que vocês nunca me disseram que a conheciam?

Alba: Porque Maria vivia uma vida diferente da nossa. E pensávamos que ela não fosse a mesma Maria.

Maria: Ai é que vocês se enganam. Eu só cresci e alcancei a fama, mas continuo a mesma Maria de sempre.

Laura: Agora não entendo uma coisa. Se o senhor a conhecia, por que falava  mal dela?

Estêvão fica sem graça.

Maria: Ah Estêvão, quer dizer que você falava mal de mim para sua filha?

Estêvão: (fica vermelho) Na verdade não fala mal...

Maria: (o interrompe) Nossa, ficou vermelho! Não precisa mentir pra mim, eu te conheço muito bem, e sei que Laura não iria mentir.

Conversa vai, conversa vem. Estêvão queria morrer naquela noite. Cada palavra que Maria dizia ele pensava que iria dizer tudo. Maria não quis dizer nada, pelo menos não ainda, mas não pensava em ficar calada por muito tempo.

Maria: Alba, Daniela o jantar estava ótimo, como sempre. Mas já vou indo.

Estêvão: Eu te levo!

Maria: Não precisa, eu vou sozinha.

Estêvão: Você ainda não está 100%. Não discuta comigo, eu te levo e pronto.

Maria aceita por livre e espontânea pressão que Estêvão a leve.

Maria: Até mais!

Os dois saem.

Laura: Nunca vi meu pai tão nervoso perto de uma mulher, como hoje. Será que pintou um clima entre os dois?

Daniela: Não diga besteiras Laura, por favor.

Durante a ida para casa, Estêvão e Maria não falam uma palavra sequer um para o outro. O silêncio tomava conta do local.

Ao chegar na casa de Maria, ela sai do carro da mesma forma que entrou, não agradece, bate a porta e entra em casa, sem dizer nada e nem olhar para atrás. Estêvão ainda permanece a olhando até que ela entrasse em casa, admirando suas belas curvas, pois pensava em como o tempo havia feito bem para Maria.

Maria entra em seu quarto, e bate a porta. Ela começa a gritar e chorar, desesperadamente. Ela maldizia a Estêvão, pelo o que havia feito. Ela quebra tudo o estava em sua prateleira, jogava o que via na frente no chão. No mesmo momento em que sentia feliz por ter encontrado sua filha, ela sentia um ódio gigantesco por Estêvão, a quem ela jurava que jamais perdoaria. Ela não conseguia entender o motivo pelo qual ele tinha feito aquilo. Primeiro, ele sumiu com sua filha, e depois sabia que sua filha estava ao lado dela, e de nenhum modo quis procura-la, para dizer a verdade, coisa de homem covarde.

Manha seguinte.

***Stúdios Fernandez***

Vivian: Me chamou?

Maria: Sim. Sente-se. Vivian, a Laura é minha filha!

Vivian: (não acreditando) Maria, já te disse que você vê sua filha na Laura, eu sei que você gosta dela, mas você não deve criar essa ilusão dentro de você.

Maria: Não Vivian, dessa vez é verdade. (entrega a ficha de Laura para Vivian) Olha aqui o nome dela, Laura S. R., esse S. R. quer dizer San Roman. Vivian, a Laura é minha filha!

Vivian: Maria, isso é muita coincidência.

Maria: Não é. Eu não te disse, mas encontrei Estêvão ontem, com a ajuda de Leonel. Discutimos e tal, mas ele não me levou até minha filha. Ontem à noite Laura me chamou pra jantar em sua casa, e eu aceitei, e chegando lá dei de cara com Estêvão San Roman. Acredita agora?

Vivian: Não é possível! Sua filha sempre esteve ao seu lado! Por isso você sentia aquela afinidade tão grande por Laura! E por que não me disse que tinha encontrado Estêvão?

Maria: Desculpa, estava meio atordoada com o que tinha acontecido.

Vivian: Então quer dizer que Laura já sabe que é sua filha?

Maria: Não. Estêvão nem a mãe e irmã me deixaram dizer. Mas não vou permitir ficar ao lado da minha filha sem que ela saiba que sou sua mãe.

As duas permanecem conversando sobre o assunto, e como não acreditavam no que o destino tinha feito, juntado mãe e filha.

Corredores do Stúdio.

Carlos: Laura preciso falar com você!

Laura: Eu não tenho nada pra falar com você!

Carlos: Você me deve uma satisfação!

Laura: Você é um falso! Eu já sei de tudo, sua mãe já morreu há dez anos, não adianta mais fingir.

Carlos: Eu não sei do que você está falando. Esse seus amigos que colocaram coisas na sua cabeça.

Laura: Não adianta mais Carlos, eu não acredito mais nas suas palavras. Eu fui uma imbecil por acreditar em você.

Carlos: (a segura pelos braços) Você não vai me fazer passar vergonha Laura.

Laura: Me solta Carlos, você está me machucando.

Greco aparece no meio da discussão dos dois.

Greco: Ela já disse, solta ela.

Carlos: Quem você pensa que é seu babaca, pra se meter?

Greco não se segura, e acaba dando um soco na cara de Carlos, fazendo com que ele caísse no chão.

Laura: Por favor Greco, para com isso!

Maria escuta a confusão da sua sala, e sai para ver o que estava acontecendo.

Maria: Que porra é essa aqui no meu Stúdio! (olhando para Carlos) E quem é você?

Laura: É o Carlos, Maria.

Maria: Ah, então você é o tal Carlos?

Maria não resiste, quando descobre quem era o Carlos, e dá um tapa na cara dele.

Carlos: Você ficou maluca?

Maria: Você não, senhora! Agora saia daqui, eu não quero que você coloque os pés aqui de novo, está me ouvindo.

Carlos sai dali morrendo de ódio de Maria, Greco e Laura.

Laura: Desculpa gente, não quis que isso aconteça.

Maria: Tudo bem, não precisa se desculpar. Agora vem comigo na minha sala.

Sala de Maria.

Maria: Sente-se. Vou te fazer uma pergunta, quero que seja sincera comigo.

Laura: Tudo bem, pode perguntar.

Maria: A sua mãe morreu mesmo?

Laura: (ela fica sem jeito, mas responde) Na verdade não. Minha mãe saiu de casa quando eu era bem pequena. Eu não me lembro dela, e nunca mais ela apareceu.

Maria: E por que você inventou essa história de que ela tinha morrido?

Laura: Porque meu pai disse que ela saiu de casa por causa do seu trabalho, mas ele nunca disse o que ela fazia, e eu sempre tive vergonha de dizer isso, então inventei essa história, que de algum modo não está errada, porque nunca mais a vi, então na verdade ela está morta.

Maria: Nossa Laura. O que você sente por ela?

Laura: Não sei. As vezes eu sinto muita falta dela, dos conselhos que ela poderia me dar, de emprestar seu ombro pra eu chorar. Nessa história toda de casamento com Carlos, eu queria que ela estivesse ao meu lado, talvez se ela me dissesse que eu não deveria me casar, eu não me casaria. Mas também tem vezes que eu a odeio, por ela ter saído de casa, e não ter pensado nem em mim, nem no meu pai, por ela não ter dado notícias do seu paradeiro, enfim, existe uma confusão de sentimentos dentro de mim a respeito dela.

Maria: Laura, meu amor, eu te entendo. Mas acho que antes de julgar sua mãe, você deve ouvir a versão dela, você tem que ouvir o que ela tem a dizer como defesa.

Laura: Acredito que isso nunca vai acontecer, pois já não tenho esperanças de encontra-la.

Maria: Não diga isso, ela pode estar mais perto do que você imagina. Deixa eu te contar uma coisa sobre mim que só as pessoas mais próximas sabem. Você sabe que há anos atrás eu fui casada, não é? (Laura balança a cabeça com o sinal de sim) Então, o que poucas pessoas sabem, é que eu tive uma filha...

Laura: (a interrompe) Você teve uma filha? Como assim, ninguém sabe dessa história!

Maria: Pois é, quase ninguém sabe porque não deixei a mídia registrar esse fato. Mas a minha história é parecida com a sua, só que invertendo os personagens. Por algum motivo que eu desconheço (disfarça, para que ela não desconfie que Maria falava de seu pai) meu ex marido saiu de casa com minha filha, e não deu nenhuma satisfação, o que me fez odiá-lo por todo esse tempo. Eu consegui encontra-lo, mas minha filha ainda não sabe que sou sua mãe, e nem sei como dizer isso a ela, pois não tenho certeza se ela vai me aceitar como sua mãe...

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aí está o tem esperado capítulo. Espero que gostem, boa leitura. Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Te Fuíste de Aquí" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.