O que Sobrou de Um Coração escrita por Akasha


Capítulo 2
Um Coração Flutuante


Notas iniciais do capítulo

Boa noite galerinha-du-mau..!!!!
Segue o segundo caps pra vocês... Agradeço muito os comentarios... Espero que gostem deste segundo capitulo...



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Damon se levantou da poltrona no aeroporto e foi em direção ao portão de embarque com o diário em sua mão esquerda. Parou ao lado de uma lixeira e em uma fração de segundos decidiu guardar o diário na mochila que carregava consigo para esta viagem. Os óculos escuros e a jaqueta de couro italiana o fazia se destacar dos humanos em pleno saguão. Como se o fato de ele ser um vampiro lindo e mortal já não fosse o suficiente. As pessoas se afastavam meio como se impulsionados por um sexto sentido. Um lado humano que buscava a sobrevivência.

            O vôo foi tranqüilo...

“Damon, meu coração está em pedaços ao vê-lo tão triste. Querido, você não pensou que era o único, pensou?”

 

            Damon acordou assustado com o sonho... ou seria um pesadelo... talvez uma lembrança... Katherine apenas o usou pelo tempo que lhe foi conveniente. Ele a amou. Na verdade, nem ele sabia se realmente era amor, ou se Stefan tinha razão. O que Damon sentiu por Katherine foi uma doença. Um obsessão. Uma ilusão...

 

- Bem vindo a Carolina do Norte. O avião irá pousar em dois minutos. Apertem seus cintos pois o pouso pode ser turbulento.

 

            A veia azul e doce da comissária de bordo fez Damon se desvencilhar de seus devaneios. Nada do que ela disse lhe fizera diferença, porem a veia azul em seu pescoço o despertou. Damon estava com sede. A primeira coisa que desejava fazer ao chegar ao solo era conversar com essa comissária e leva-la a um local reservado. Longe dos demais humanos. Há quanto tempo ele estava seguindo uma dieta sem corpos. Não sangue animal. Isso nunca iria lhe fazer a cabeça. Porém Damon precisava ser cauteloso, e desde que passou a conviver com os humanos em Mystic Falls bebia apenas sangue do banco de sangue. Em pacotinho. Como aqueles suco vendidos para crianças em supermercados. Ele não agüentava mais. Queria um sangue quente e pulsante.

            Damon seguiu pelo pequeno corredor em direção a porta de saída quando o avião pousou. Apenas olhou para a comissária de uma forma intensa. Hipnotizando-a ele disse baixinho.

 

- Estou lhe esperando.

           

            A comissária assentiu e antes que pudesse confirmar o encontro, Damon já estava descendo pela escada que fazia o acesso dos passageiros ao solo do aeroporto. Era fascinante como Damon se sentia melhor agora. Depois de tanto tempo pode enfim usar seus poderes da forma correta. Correta para um vampiro. Ainda não havia feito sua refeição, porém já se sentia parcialmente satisfeito por poder voltar a sua natureza. Fria.

            Após todos os passageiros descerem do ônibus, a comissária caminhou lentamente até Damon, conforme sua ordens, e então ele a conduziu até um sala vazia que ficava no inicio do aeroporto.

            Damon passou seus dedos compridos e gélidos pelo rosto de sua presa, por seus lábios, desceu por seu pescoço e enfim traçou as linhas daquela fina, porém suculenta veia humana. Sim. Ele queria isso. Ele desejava. Mais que o próprio sangue em si, Damon desejava o ato de poder possuir sua presa. Beber o seu sangue e tomar sua vida.

 

- Não se preocupe. Só vai doer um pouquinho. – Damon disse a comissária em uma voz casual e sedutora. E então ele a mordeu.

 

******

 

            Ele levou aproximadamente duas horas para chegar de carro até a casa da tal garota com poderes que poderiam destruir vampiros. Ele ainda não acreditava totalmente que isso fosse possível, porém ele ansiava muito por isso, tornando seu desejo uma crença.

            A estrada que o levara até a mansão branca e cercada de arbustos era repleta de curvas e cheia de folhas secas por quase toda sua extensão, formando um lindo e típico dia de outono. O sol, que apesar dos anos, lhe queimava os olhos, ainda que através das lentes escuras, se punha lentamente no horizonte, tornando a paisagem ainda mais bela ao entardecer.

            A casa não era nada modesta. Mais parecia um palácio. Uma mansão em branco impecavelmente cuidada. O porteiro da casa não era normal. Era como ele. Isso não seria possível. Como a garota da tal profecia poderia ser vigiada por vampiros? Será que ...? Não... Katherine não poderia estar manipulando a esta menina também. Ela não é tão poderosa quanto pensa.

 

- Pois não? – O vampiro da portaria questionou Damon.

- Eu gostaria de falar com o Sr. Henrique Sparrow. – Damon respondeu em tom amigável. Porem o porteiro continuara com sua postura firme e fria.

- A quem devo anunciar?

- Damon Salvatore.

- Um momento por favor.

 

            O guarda entrou pela porta para a sala onde ficara a maior parte do dia e pegou em suas mãos pálidas um telefone antigo. Da época que ainda se precisava de telefonistas para realizar chamadas. Antigo, clássico e de muito bom gosto. A sofisticação estava em todas as áreas da mansão. Damon tinha de admitir isso. A pessoa que cuidara desses detalhes deveria ter em média uns 500 anos.

            Damon ainda fazia suas anotações mentais quando o vampiro retornou a porta da guarita lhe permitindo a entrada.

            A estrada que conduzia Damon até a casa branca era a mesma que o levava até a propriedade. Parecia que as folhas secas haviam sido colocadas propositalmente naquele lugar. Quem iria se dar ao trabalho de tamanho esforço?

            Ao chegar na porta de entrada da mansão, imensamente bela como todo o restos, uma moça com roupas de empregada lhe abriu a porta, o convidando para entrar. Esta sim tinha um coração pulsante e um sangue latejante por debaixo da pele. Definitivamente ela era humana. Porém, suas feições e voz o contradisseram.

 

- O Sr. Sparrow o está aguardando. Por aqui por favor.

 

            A empregada virou as costas e Damon nada mais tinha a fazer senão segui-la. Passando por um imenso saguão, perfeitamente branco como o lado de fora da casa, a empregada o conduziu a uma sala, onde tinha um retrato enorme de uma garotinha, que aparentava uns 5 anos, e um garoto, que poderia ser dois ou três anos mais velho que a garota, dançando balé. Parado em frente ao retrato gigante, um senhor de cabelos escuros e curtos o analisava com seus olhos igualmente escuros. Damon neste instante não pode não reparar que o Sr. ali presente não tinha vida.

 

- Sr. Damon Salvatore. Veio para a vaga de segurança de minha filha?

 

            Damon não havia vindo a este local por este motivo, tão pouco tinha a pretensão de ser um empregado, porém este era um jeito sutil de entrar naquela casa, e Damon ficou tentado a aceitar.

 

- Sim senhor...?

- Sparrow, Henrique Sparrow. Nos falamos por telefone, pelo que me recordo.

- Exatamente.

 

            Isso não fazia sentido. Quem seriam as crianças do quadro e porque a casa estava repleta de vampiros. Não podia vê-los naquele momento, porém podia ouvi-los nos outros cômodos. Não havia feito essa viagem longa para uma convenção de vampiros. Vinha atrás de uma garota capaz de matar Katherine.

 

- Então senhor Salvatore. O que me diz? Aceiro o trabalho?

 

            Damon não havia escutado a proposta, estava prestando atenção nos ruídos acerca. Apenas concordou, evitando qualquer tipo de conversa que o pudesse desmentir.

 

- Amaly!! – Henrique Sparrow chamou a empregada que prontamente apareceu à porta do cômodo pérola.

- Peça para Karoline descer por favor!

- Sim senhor.

 

            Karoline. Esse nome lhe trouxe algumas recordações. Sangue bom. Para beber é claro. Em pouco tempo Damon ouviu um ruído na escada seguindo os passos da empregada. Com um passo a frente, Damon saiu do cômodo perola, voltando ao grande saguão branco, o qual havia atravessado momentos antes. Olhando para a escada Damon vislumbrou uma garota de cabelos louros, presos em uma trança embutida.

            A garota tinha o mesmo rosto inexpressivo que a empregada. Não. Seus olhos transpareciam uma certa quantidade de dor. Seus olhos eram de um verde vivido. Sua trança descia pelo ombro formando um dossel sobre o pescoço delicado da garota. Sua pele clara e frágil era envolta por uma leve ceda rosada. Uma calça leve e uma mini blusa suave cobriam o corpo da garota que descia as escadas como se estivesse flutuando. Um coração flutuante. Damon mal poderia acreditar no que seus olhos lhe mostravam quando o olhar da garota cruzou com o seu.


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Notas finais do capítulo

Criticas? Elogios? Idéias?
Façam a autora feliz!!!
Beijos e Mordidinhas