No dia seguinte acordei com o corpo inteiramente dolorido, me arrastei para o chuveiro e senti a água morna relaxar meu corpo.
A conversa da noite passada com meu tio não saia da minha mente. Nunca foi meu intuito fazer minha família sofrer, eu os amava completamente, apesar de brigas e confusões morreríamos um pelo outro, mas pelo visto eu era a única que deveria continuar com as mãos mais limpas possíveis....
Peguei uma roupa qualquer e desci estranhando o silêncio que reinava, olhei pela janela e vi que as motos dos gêmeos não se encontravam mais ali, o que certamente indicava que já haviam ido resolver seus assuntos particulares, somente agora com a luz da manhã é que pude reconhecer o carro do meu tio bem escondido na clareira à frente, sabia que este último deveria estar se alimentando e só esperava que ele mantivesse a descrição.
Comi algo rapidamente e peguei as chaves do meu carro indo para fora até que senti uma rasteira e colidi com o chão.
—AHHH tio kol será que dá pra se comportar!! - Eu odiava as brincadeiras sem graça dele, me levantei e tive que tirar grama até do meu cabelo.
Escutei sua risada e logo depois ele falou:
— Seus reflexo estão lentos, se fosse alguém tentando te matar você já estaria morta.
—Se fosse alguém tentando me matar ela já estaria com o cérebro derretido.
Ele revirou os olhos, que dramático.
—Então vamos para aonde?
—Vamos? Eu vou para o Colégio, já você deve matar pessoas eu acredito. Disse abrindo o carro.
Quando olhei novamente ele estava do outro lado do carro.
— Temos um acordo e você não irá quebrar, então, a não ser que queira a cavalaria em menos de 1 hora aqui, é bom me mostrar algo que prove sua teoria.
Suspirei pesadamente e concordei com a cabeça.
—Vamos entrar tio vou lhe contar o que aconteceu.... - Disse me dirigindo para dentro de casa novamente.
Passei uma hora contando os fatos desde que eu tinha saído de Nova Orleans, exceto um que eu preferia manter em segredo....
Achei que meu tio fosse me matar quando contei sobre o feitiço de ligação com os betas, mas eu expliquei que era a forma mais rápida para ter a confiança deles, quanto as criaturas que nos atacaram eu duvidava que ele tinha dito a verdade dizendo que não Sabia nada sobre elas, mas isso eu resolveria outra hora.
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Depois daquela conversa fui pra escola, precisava encontrar os outros e sob os meus protestos meu tio estaria me vigiando, pois segundo ele se algo acontecesse comigo enquanto ele sabia onde eu estava a melhor coisa que aconteceria a ele era uma adaga em seu peito e ser trancafiado pela eternidade....
Quando cheguei os corredores estavam vazios, todos estavam em aula, até que ouvi um movimento no final do corredor, algo em mim me fez me jogar para dentro do pequeno vão escuro próximo e esperar.
Para minha surpresa era Stiles, e isso me lembrou de que na noite passada ele não estava lá com todos, vi ele retirar do bolso uma chave e abrir a porta parecendo relutante, assim que ele entrou, fui indo naquela direção olhando para ver se alguém ou algo poderia estar bisbilhotando. Cheguei até a porta e pude ver tudo claramente, era a letra dele em código que formava um nome, uma ordem, balancei a cabeça atordoada, não entendia muito bem o que estava acontecendo. Fui me virando bem devagar e tomando cuidado para que nenhum dos alunos me vissem através do vidro das portas.
Do nada sinto meu corpo sendo prensado muito forte na parede e uma mão no meu pescoço que fez com que eu quase não pudesse respirar, minha cabeça pareceu girar momentaneamente pela pancada o que fez eu demorar alguns segundos a mais para identificar meu agressor.
Derek.
—Sempre soube que você era um tarado pervertido que está a espreita para abusar de garotinhas inocentes. -Disse debochadamente e uma pontada de ódio, ele aumentou a pressão no aperto e puder ouvir ele rosnar.
—Preparando-se para matar alguém ou fugir? Sei bem que a sua laia deve ser desse tipo.
Eu só me perguntava aonde meu doce tio se encontrava pois isso não era proteger... -Se falar assim da minha família novamente faço você engolir essa língua asquerosa. Agora me solte - Usei toda a força que pude, para bater no braço dele que prendia meu pescoço. Escutei um barulho que devida ser uma rachadura e sorri satisfeita.
Como ele estava surpreso pela atitude repentina sai rapidamente do alcance das mãos dele e me mantive numa distância que me daria vantagem, quando ele abriu a boca para falar o sino tocou e os alunos saíram da sala assim me misturei rapidamente a multidão de alunos a minha volta e assim sai despercebida.

Pude ver que eles estavam no estacionamento, estava encostada em uma árvore enquanto fazia um lanche, senti meu tio ao meu lado.
—Eu disse que você estava com os sentidos bem ruins. - Ele disse encostando ao meu lado.
—E você deixou ele quase me sufocar, tão cavaleiro que nem sei se é você ou tio Elijah com quem falo. - Disse com falsa dúvida.
Ele revirou os olhos e soltou uma risada.
—Nao sei se é você ou uma mini Rebekah.
—Sou uma versão melhorada... -Disse sarcasticamente.


Eles estavam bem enterdidos conversando que nem prestaram atenção, tomei cuidado para ficar longe do Stiles pois tinha algo nele que fazia eu querer estar perto, mas ao medo tempo temer por minha vida. Era algo sombrio, algo que fazia com que eu pudesse sentir o cheiro de morte, de destruição...
Vi que o idiota do Derek estava muito relaxado,fui me aproximando devagar e chutei a dobra do joelho dele, como ele não esperava foi ao chão, este só teve tempo de virar de barriga pra cima antes que eu colocasse o salto da minha bota em direção ao seu coração.
—Da próxima vez que por essas patas imundas em mim, será a última e passará sua medíocre eternidade tentando saber o próprio nome. - Disse despreocupadamente e com uma voz baixa.
—Ninguém vão fazer nada a ninguem - disse Scott se aproximando.
Me afastei e encostei no carro mais próximo, Scoot o ajudou a levantar e o puxou pra seu lado.

—Então Hope o que são aquelas coisas que nos atacaram? - Foi Alisson que perguntou.

—Eu não sei, nunca ouvi falar sobre criaturas como aquelas, mas isso não é problema elas deixaram essas marcas estranhas que posso tentar rastrear através delas.

—E do que você vai precisar? - Isaac perguntou -Acho que não será tão complexo, só um de vocês que está marcado e de um local que ninguém nos interrompa.                                                                                                                              -Vamos para a floresta, ninguém irá nos seguir se formos agora que todos estam aqui fora.- Disse Stiles.

Todos acenaram com a cabeça e tentando não chamar muita atenção nos embrenhamos na mata que cercava uma parte do estacionamento e seguimos mais para dentro. Chegamos em uma determinada parte que era um pouco mais aberta e fui me senatndo no chão, antes que eles sentassem perguntei quem seria o voluntário e Lydia se aproximou, pedi que ela deitasse e ela meio relutante soltando alguns resmungos deitou-se.

—Vai doer?- Stiles perguntou.

—Talvez, eu não sei como é a ligação desta marca com eles, porém se doer nenhum de vocês deve interferir haja o que houver.

Fechei os olhos e me concentrei, primeiro esquecendo da presença deles, empurrei os sentimentos para longe da minha mente, esqueci o local, era como estar em um limbo, sem nada e ninguem, só eu e o poder, tia Freya costuma dizer que algumas vezes entro em um transe muito profundo nessas horas e que isso pode ser perigoso pois a mente pode ficar exposta demais a criaturas que não conhecemos e as que estão querendo se apossar de corpos e mentes. Aos poucos fui permitindo que lembranças voltassem e fixei bem o que deveria recitar, comecei a entoar o cântico e aos poucos era como se a energia fluisse do meu corpo, eu sentia ela penetrando na marca do pescoço de Lydia e se espallhando para encontrar, e quão grande seria minha surpresa quando eu encontrei o que eu procurava tão rápido, estava ali, entre nós, era uma linha fina, porém tinha algo a mais ali também algo quase apagado que tentava se ocultar, então forcei e eu sentia que quanto mais eu tentava mais esta coisa se afastava, e então eu senti meu corpo cair e a completa escridão me apagar e logo depois eu voltei. Lydia parecia a ponto de desmaiar, percebi que tinha sangue saindo do meu nariz e tratei de limpar logo.

—Me desculpe, eu não deveria ter forçado tanto.- Disse para Lydia.

Ela fez um leve aceno com a cabeça. Comecei a levantar, e Scott se aproximou já perguntando se eu sabia quem eram, o que eram e o que queriam.                                                                                                                                                       -Porque não pergunta pra sua namoradinha?- Disse apontando pra Kira.

Todos olharam na direção dela, muito confusos.

 -Eu não sei do que você está falando.-Ela disse quase gritando.

—Ahh não sabe? Então porque eles estão ligados a você? Não de uma forma tão direta, como se fosse da sua mãe ou pai.

—Eu.. eu sou uma kitsune, uma espécie de raposa, mas eu não controlo os meus poderes, eu nem sei o que fazer sobre isso, e sim você acertou sobre a minha mãe, porém ela jamais faria algo que machucasse alguém.

— A menina disse tudo de uma vez como se estivesse entalado, vi que todos pareciam meio chocados e magoados pela amiga não ter contado.

—Então acho que devemos falar com a sua mãe.- Disse Alisson.

—Porém antes de todos irem quero saber Scoot, temos um trato? Eu lhe ajudo e você me ajuda? Pois tem a minha palavra que farei de tudo para manter as pessoas que você gosta em segurança.-Falei firme e olhando bem dentro de seus olhos para que percebesse que eu estava sendo a mais sincera possível nas minhas palavras.

Ele olhou para todos ali como se pedisse aprovação, isso era ser alfa colocar as prioridades e desejos dos seus antes de si próprio.                                                             

 -Sim,temos um acordo.       

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Nos dividimos em dois carros e tinha passado uma mensagem para os gêmeos nos encontrar no endereço da casa da kira. Agora que tudo estava um pouco mais calmo eu podia repassar os acontecimentos do dia, foram novas informações mas me sentia frustada pois queria saber mais. Queria saber o que foi aquilo...

—CUIDADO!!!!!!!

O grito de Lydia que estava sentada ao meu lado me fez acordar dos meus pensamentos e evitar que eu batesse com uma caminhonete do outro lado da pista. Espantei os pensamentos para a gaveta imaginaria da minha mente e voltei a me concentrar no caminho para logo perceber que já estávamos na casa de kira.                                                                       Estacionei o carro e vi que os gêmeos ja se encontravam ali, fiz um breve aceno de cabeça para eles indicando que depois contaria as últimas novidades e  começamos a nos dirigir para a entrada porém, antes que eu pudesse entrar eu o vi, a imagem que estava na minha mente na hora que desmaiei. Um ser envolto em uma espécie de ataduras bem imundas, roupas velhas e um sorriso que me fazia lembrar do que eu vi. Morte. Todos mortos. E foi com esse pensamento que a escuridão me engoliu pela segunda vez e eu esperava que essa criatura permanecesse bem longe.

A jovem caiu nos braços do Styles, o jovem magricelinho que nas útimas semanas estava com uma aparência doentia, ele não sabia o que estava o preocupando e o fazendo desejar ver ruína para a cidade, mas ele sabia que de alguma forma a criatura estava perto... bem perto.