Hope estava deitada na sua cama tentando dormir mas não parava de pensar em como teve coragem para se abrir com os gêmeos, eles aceitaram bem, pelo pouco tempo que se conheciam eles aceitaram e prometeram ajudar, o ritual tinha uma parcela de culpa nisso. 
A garota se remexia inquieta, não conseguia dormir, se sentia presa. 
Levantou e desceu as escadas bem silenciosamente para não acordar os meninos que dormiam no quarto ao lado, ela achou melhor já que estava muito tarde para irem embora.
Abriu a porta de casa e pôs se a caminhar pela densa floresta. Um galho cortou seu braço e quase instantaneamente estava curado. 
Cura de lobisomem, pensou dando um sorriso de lado e logo uma lembrança tomou conta de seus pensamentos.

Flashback

—Pai... PAI!! - Gritou a menina. 
—O que foi Hope, até as almas de nossos inimigos no inferno escutaram. -Disse o homem com falsa irritação. 
—A diferença é que você está vivo, a semelhança é que os dois não respondem. -Disse a garota bufando e se jogando na poltrona. 
O homem não resistiu e deu uma alta gargalhada. 
—Está passando tempo demais com Kol não acha? - Disse levantando uma sobrancelha. 
—Não vim aqui para discutir com quem passo tempo, sabe que dia é hoje? - Disse a garota empolgada. 
—Na verdade não, estou tão ocupado que não tive tempo de ver. -Disse o homem folheando uns papéis com falso interesse. 
—Você prometeu, por favor. -Pediu usando sua melhor cara triste. 
—Todo ano a mesma coisa... - Disse o homem suspirando. 
—E todo ano você tenta me enganar, estarei esperando lá embaixo. -Disse a menina se levantado e correndo para longe antes que o pai reclamasse. 
Era Halloween e Hope adorava, todo ano ela e seu pai saíam pelas ruas e viam crianças e festas acontecendo, no final iam para o ateliê do pai e pintavam uma das coisas que mais chamaram atenção no passeio. 
Seu pai desceu e logo começaram a caminhar pelas ruas, tudo estava normal até que seu pai viu algo, ou melhor alguém. 
—Hope fique aqui que eu já volto. -Disse autoritário. 
—Pai o que... 
Mas na velocidade de vampiro ele já tinha desaparecido. 
A menina esperou e nunca viu uma rua se esvaziar tão rapidamente pois quando deu em si estava sozinha, resolveu caminhar em direção ao atelier, mal deu dois passos e um vampiro veio em sua direção, assustada levantou a mão e proferiu o primeiro feitiço que veio em sua mente :
— Le Specto tre colo ves bestia. -Assim que falou se arrependeu, o coração do vampiro veio para violentamente em suas mãos. 
—Hope...- O grande  Klaus Mikaelson olhava paralisado pra sua filha, ele não queria que ela passasse por isso. 
—Pai o que eu fiz? -Disse a garota chorando se deixando cair no chão e soltando o coração como se fosse algo venenoso. 
Antes que o homem pudesse falar algo um grito da filha se fez presente, a lua que estava escondida apareceu cheia no céu como se debochasse de pai e filha. 
O homem rapidamente já estava do lado dela e a pegando no colo enquanto os ossos se quebravam,  correu rapidamente para o lugar vazio mais próximo, o cemitério. 
—Pai está doendo muito -Disse a menina chorosa com mais da metade de seus ossos já quebrados. 
—Vai ficar tudo bem, estou aqui. -Disse sem saber o que fazer passando a mãos nos cabelos da jovem. 
De repente a jovem soltou um uivo alto e imponente, os olhos já não eram azuis como os dos pai e sim estavam de um amarelo tão mortal e assassino que se a situação não fosse essa o pai daria um sorriso orgulhoso. Não se podia mais vê-la pois em seu lugar só existia um lobo raivoso que só tinha em mente matar o responsável, pois só se tinha duas certezas, aquilo foi planejado e o responsável iria pagar. 

Fim do flashback

Quando Hope deu em si percebeu que não parara de caminhar enquanto aqueles pensamentos que tanto queria esquecer preencheram sua mente, eram lembranças dolorosas e confusas pois até hoje não entendia com que intuito alguém acelerou sua transformação.

Olhou a sua volta e percebeu que nunca esteve naquela parte da floresta, agradeceu por sempre usar o anel da Lua que permitia controlar a transformação, aguçou seu olfato e começou a farejar. Sangue e morte. Sangue, morte, lobo.
Logo ficou em alerta, não era o cheiro de nenhum que conhecia, se sentiu uma idiota, sua mãe tinha dito várias vezes que em uma floresta cheiro de sangue e morte significavam o território de uma matilha. 
Barulhos de galhos denunciavam que fora descoberta, a menina só tinha duas saídas, fugia ou lutava. 
Hope quase gargalhou com esse pensamento, era uma Mikaelson, não fugiria. 
Uma lista de feitiços passou em dia cabeça, sabia que sua melhor chance era usando bruxaria pois se transformar ainda era doloroso e um pouco lento. 
E então no meio da escuridão da densa floresta ela viu, olhos azuis tão assassinos e hipnotizantes ao mesmo tempo. O homem estava em sua forma de lobisomem então não se podia ver o rosto perfeitamente, era alto de cabelos escuros, usava roupas que podiam camuflá-lo naquele breu. 
Eles se encararam como se tentassem se decifrar ela via que aos poucos sua forma de lobisomem ia deixando-o revelando um homem muito bonito, rosto anguloso, forte e os olhos eram... 
O contato foi quebrado por barulhos de galhos, como se algo ou alguém estivesse correndo. 
—Quem é você? -Os dois indagaram ao mesmo tempo. 
—As damas primeiro. -Hope falou sarcasticamente. 
—Quero ver ser desaforada quando estiver sem a língua. -Respondeu grosseiro. 
Os dois não percebiam mas a cada palavra se aproximavam. 
—Adoraria ver você tentar. -Hope já estava sem paciência, quem aquele lobisomem de meia tigela pensava que era? 
Já estavam com os rostos a milímetros... Outro barulho de galho foi escutado. 
Ele virou a cabeça farejando. 
—Quer saber não tenho que me preocupar com uma menininha mal educada que invade o território dos outros. -Ele disse já se virando. 
Hope ficou chocada, aquele ogro tinha mesmo a chamado de menininha? 
—COMO VOCÊ OUSA ME CHAMAR DE MENININHA!!!! VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?? SEU VERME, EU VOU ESMAGAR VOCÊ E PINTAR ESTÁ CIDADE COM SEU SANGUE.
Mas ela nunca soube o que ele iria responder pois no meio da floresta, tão rápido quanto apareceu ele sumiu.
Ela andava com passos largos e firmes em direção a casa, bateu a porta com tanta força que se os gêmeos lá em cima não estivessem dormindo profundamente teriam acordado. 
Subiu as escadas praguejando e xingando até a última geração dele. Entrou no quarto e se jogou na cama olhou para o lado e gemeu, 4:10, perdeu uma noite de sono por causa daquele lobo idiota.