No ônibus:

  Dipper e mabel Pines sentavam-se no fundo do ônibus com certo desanimo nos olhos, eles sabiam, por tradição, que a família tinha um dever com uma criatura magica e ao mesmo tempo maligna, essa criatura que os seus pais apenas se referiam como 'Bill', seria , de acordo com os mesmos seu 'novo mestre'.

  Ambos sabiam desde seus dez anos de idade que eram destinados a isso. Ontem de noite a tão indesejada noticia chegou em forma de um telefonema do tio-avô de Dipper e Mabel, ligando para informar que o tal 'Bill' chegou de sua viagem e estava pronto para escolher seu servo.

  Dipper, que era mais preocupado com o assunto do que irmã, se lembrava bem da sensação de enjoo que sentiu quando foi enformado que que hora da Escolha havia chegado. Seus pais, principalmente a mãe, choraram por horas, provavelmente ainda estavam, mas os jovens Pines não queriam pensar muito nisso, até mesmo Mabel, alegre por natureza estava quieta, e Dipper por sua vez estava tentando esconder o medo em seus gestos. 

"Então, como você acha que é Gravity Falls?" Mabel indagou tentando quebrar o gelo.

"Ahn? Eu não sei, talvez seja só mais umas dessas cidades caipiras de fim de mundo onde ninguém saiba o que é um celular..."

"Acho que seria exagero eles não soubessem oque é celular, Dipper. Como eu iria conseguir o numero de uns gatinhos se eles não tiverem celulares!" Mabel disse com entusiasmo, chacoalhando as mãos com expectativa.

"Sabe...Quem estamos querendo enganar Mabel? Essas não são ferias de verão normais! Estamos indo conhecer um monstro magico que amaldiçoou nossa família e que exige um sacrifício ou sei lá o que para servi-lo por toda a vida..."

"Ei! Se vamos servi-lo então não samos sacrifícios, irmão! Talvez esse Bill seja até um cara legal, quem sabe até bonito!"

"Um cara que faz isso com a gente com certeza não é uma boa pessoa, e pela maneira como o papai e mamãe falaram, ele deve ser um monstro terrível com garras e dentes afiados."

"Bem, se o tivô Stanford lidou com ele até hoje, não vejo porque não conseguiríamos também, Dipper." Mabel comentou, mas o menino ao lado sabia que esperança era falsa, o tal Bill não seria um cara legal e não iria facilitar para nenhum dos dois, Dipper sentia isso.

  O ônibus parou na beira de uma estrada velha, cercada por arvores de pinheiro até onde a vista alcançava. Uma pequena estradinha também era visível, indo para dentro da floresta.

"Sigam esse essa estrada e chegaram a casa do seu parente." Informou o motorista.

"Obrigada!" gritou Mabel quando as portas se fecharam.

  Dipper olhou em volta, era tudo muito simples, ele desejava que daqui em diante também fosse.

Na Cabana do mistério;

  Ford estava na beira da janela do primeiro andar, braços cruzados atras das costas e o pé batendo impacientemente. Ele não podia lidar com o tempo, parecia que passara dias desde que chamou os sobrinhos-netos para Gravity Falls, e as crianças ainda não chegaram.

  'Sera que a minha sobrinha pegou as crianças e as levou pra longe?', 'Talvez eles tenham fugido como Stanley fez...' Os pensamentos levaram Ford a raiva tão rápido que o mesmo não notara duas crianças saindo da estrada cercada de arvores.

  Quando Stan notou os gêmeos, uma onda de alivio tomou conta do velho. Tomando um tempo para observar-los com mais atenção, notou como parecidos eram, a menina vestia um suéter de estrela cadente, enquanto o menino, que segura um mapa e vestia uma camisa laranja e um boné.

  'Melhor eu ir recebe-los.' Stanford pensou. Aproximando-se da porta da frente pronto para abri-la, mas parou e escutou a conversa dos dois a alguns metros da porta:

"Tem certeza que é aqui?" A menina perguntava.

"É o que o mapa diz." O garoto respondia, mas sem certeza.

  Stanford decidiu que era o suficiente, abrindo a porta de solavanco de repente e tão rápido que assustou as crianças que soltaram um grito pela surpresa.

"Vocês são Mabel e Dipper Pines?" Stan perguntou, apesar de poder ser muita coincidência um par de gêmeos aparecer justo esse dia na porta dele. As crianças se olharam por alguns segundos e responderam positivamente com a cabeça. "Ótimo. Entrem, pois temos muito oque conversar."