A Love To Remember escrita por Clarice Alessandra


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oii :)



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Meu corpo doí um pouco por conta da posição em que dormi ontem. Não estava acostumada a dormir “abraçada” com alguém. Tony continua dormindo. Levanto-me fazendo o possível para não acorda-lo.

Tenho certeza de que quando acordar ele vai estar com uma grande dor cabeça. Acho que vi uma caixa com remédios no quarto do Ezra. Volto ao quarto tentando não fazer barulho algum, mas acabo esbarrando no guarda-roupa e fazendo um barulho extremamente alto. Anthony pula da cama assustado:

— Me desculpa, eu não queria te acordar. – digo tentando me aproximar. Ele não diz nada, apenas coloca a mão na cabeça, pressionando uma parte específica. – Por que você não vai tomar um banho? Quando voltar eu te dou um remédio.

Novamente ele não diz nada, vai para o banheiro e escuto o chuveiro sendo ligado. Ele vai me ignorar mesmo? Já pedi desculpas, fiz um jantar maravilhoso e ele vai me tratar assim? Acho que me dou melhor com o Tony bêbado.

Anthony demora quase meia hora no banheiro, quando decido ver se ele está vivo ainda, ele me chama pedindo por roupas – que a propósito, eu já havia separado – Ele demora mais alguns minutos para sair do banheiro e volta para o quarto apenas com a parte de baixo das roupas que eu lhe entreguei:

— Acho que bebi demais. – Tony diz olhando para baixo e engolindo o comprimido em sua mão.

— Você acha? – tento brincar, mas parece que ele não tomou isso como uma brincadeira. – Anthony, eu estou brincando. Você está bem?

— Sim, só com um pouco de dor de cabeça. – ele me olha e se aproxima. – Eu posso te pedir uma coisa?

— Claro que sim! – agora estamos progredindo.

— Posso te dar um abraço?

Ele me olha de um jeito tão irresistível. Acho que se ele tivesse me pedido isso com esses lindos olhos verdes brilhando, mesmo na época da escola – onde eu o odiava muito – eu não conseguiria dizer não. Na verdade, quando percebo eu mesma o abracei. Tony demorou um pouco para retribuir, mas quando ele percebeu que o meu contato era um sim disfarçado, Tony me apertou tão forte que por um segundo achei que ele queria nos fundir em um só, mas não reclamei, ele precisava desse abraço e sinceramente, eu também.

Seu cheiro está tão presente na minha cabeça. Não sei se é o seu perfume ou o seu shampoo, apenas sei que é uma delícia. As mãos de Tony faziam um carinho nos meus cabelos e nas minhas costas. Mas aos poucos ele vai se afastando:

— Obrigado por isso. – ele diz colocando a camiseta que eu havia separada para ele.

— Não precisa agradecer. Aliás, sempre que precisar pode me abraçar. – ele me olha levantando as sobrancelhas. – Quer dizer, nem é como se fossemos inimigos, certo?

— Você tem razão. Ezra está na Abby e vai voltar só mais tarde. E eu tenho que ir para o estúdio...

— Mas hoje é sábado.

— Me deixa terminar de falar. Eu tenho que ir ao estúdio para um casal escolher as fotos do álbum de casamento. Devo chegar de tarde. Tudo bem pra você?

— Okay, tudo bem pra mim.

Ele pega suas chaves no criado mudo e sai. Odeio ficar em casa sozinha. Mas por outro lado, agora seria uma excelente oportunidade de ver aqueles DVDs que estão naquela caixa. Mexo novamente no guarda-roupa e encontro a caixa. Diferente da primeira vez em que mexi na caixa, agora ela está organizada. Pego um DVD qualquer e coloco no aparelho:

“A câmera está na mão de Tony. Consigo ver apenas ele:

— Eu estou gravando esse vídeo para reclamar que estou sendo abandonado.

Ela vira a câmera para mim. Pareço estar perdida em alguma coisa que passa na televisão:

— Minha esposa está me trocando por “Hannibal Lecter”. Isso mesmo. Ziva DiNozzo está trocando o cara simpático aqui pelo comedor de gente.

— Cala a boca. Estou tentando prestar atenção no filme.

Ele fica alguns segundos com a câmera focada em mim e depois se levanta. Me vejo seguir os seus passos com os meus olhos:

— O que você está fazendo? – pergunto o vendo tirar o filme do aparelho de DVD.

— Recuperando a minha esposa. – ele quebra o disco.

— ANTHONY! EU NÃO ACREDITO! Você parece uma criança carente implorando por atenção. Nem o Ezra é assim.

— Não foi isso que você me disse quando estávamos “tomando banho”.

— Você é ridículo. Eu te odeio. – digo jogando almofadas nele.

— Não me odeia nada. Você me ama. – ele diz se aproximando de mim e segurando meus braços me impedindo de agredi-lo de alguma forma.

— Mas eu deveria te odiar.”

Não consigo terminar de assistir. Isso é muito estranho para mim. Estou me esforçando, mas é estranho.

Depois de algumas horas, Anthony voltou para casa com Ezra. Eu estava morrendo de saudades do meu filho. Passamos a tarde inteira assistindo filmes – depois de eu ter sugerido vermos o filme do Hannibal Lecter.  O filme era realmente bom. – Eu achei que depois de ontem Tony se sentiria a vontade para voltar pro “nosso” quarto, mas ele não o fez. Então Ezi dormiu comigo.

No domingo não fizemos absolutamente nada, quer dizer, eu não fiz nada. Anthony levou o Ezra para assistir um jogo dos “Dallas” que por algum “milagre” – como Ezi havia descrito – eles estavam na cidade.

Quando voltaram Tony veio com a história de que eu deveria ir descansar afinal tinha terapia no dia seguinte.

Não consegui dormi. Acordei parecendo um zumbi. Minhas olheiras estavam evidentes. Quase não consegui descer as escadas até o andar de baixo:

— Nossa, você está horrível. – Tony disse entregando alguma coisa para o Ezi.

— Bom dia pra você também. Bom dia meu amor. – disse beijando Ezra.

— Bom dia mamãe. Papai não se pode falar assim com uma mulher.

— Isso mesmo filho, ensine o seu pai a como ser um homem.

Tony me olha com aquele sorriso cínico. Acho que algumas coisas não mudaram:

— Temos que sair. Já estamos atrasados.

O caminho até o consultório foi rápido. Tony prometeu que deixaria Ezra na escola, passaria no estúdio para resolver alguma coisa e voltaria antes de começar a minha sessão. Depois de alguns minutos o vejo entrando pelo consultório com um café nas mãos:

— É para você, vi que não comeu nada lá em casa.

— Obrigada. – eu não percebi o quanto estava com fome até ver aquele lindo copo cheio de cafeína.

Em pouco tempo a porta se abre e uma moça sorridente diz meu nome. Tony se levanta comigo e caminhamos até a mulher:

— Bom dia Ziva, eu sou a Dr. Haly.

— Bom dia. – eu digo apertando a mão dela e em seguida Tony faz o mesmo que eu.

— Tony você pode esperar aqui fora.

— Claro Sasha. – então eles se conhecem? Eu deveria saber disso, afinal sou a esposa dele. Pessoas casadas dizem as coisas umas as outras.

“Sasha” coloca as mãos em volta dos meus ombros e me conduz até a sua sala:

— Então, como está sendo o seu dia?

— Meu dia? Não sei dizer, meu dia começou a apenas umas duas horas atrás.

— Eu já estou ciente da sua situação. E eu quero que me diga como está sendo sua relação com as pessoas de que você não se lembra, por exemplo, o seu filho.

— Ezra? Ezra é incrível. Ele é tão esperto e tão amoroso. – o que é estranho, porque eu sempre pensei que os filhos de Anthony seriam algum tipo de marginalzinho –

— Isso é bom. A relação mãe e filho está fluindo bem. Ele sabe sobre a sua perda de memória?

— Na verdade não. Ele é só uma criança, não quis traumatiza-lo.

— Entendo, mas eu sugiro que seja franca com o seu filho, isso fortalecerá a relação de vocês, ele vai sentir que você confia nele para se abrir e ele consequentemente fará o mesmo com você. Mas e o seu marido? Como vocês estão?

— Humm, também não sei dizer. Estamos tentando.

Passei uma hora falando sobre mim e sobre meu mês sem memória. Foi horrível, eu não tinha nada sobre o que falar.

Assim que saio Anthony está me esperando, nos despedimos da Dr. Haly e vamos para o carro:

— Eu vou buscar o Ezi e depois vamos para um lugar especial.

— Que lugar especial?

— É surpresa.

Ele me ignorou e ignorou todas as minhas perguntas durante todo o trajeto até a escola do Ezra. Quando chegamos à escola, Tony saiu do carro e voltou alguns minutos com Ezi no colo

— Oi mamãe. – ele diz me abraçando.

Tony volta a dirigir fingindo que eu não existo e que estou morrendo de curiosidade. Quando chegamos Ezra dá um mini grito, tira os cintos e sai correndo para dentro de... um prédio?:

— Tony, que lugar é esse?

— Você já vai descobrir.

Entramos no prédio que mais parecia uma escola olhando por dentro:

— Bom dia Sr. E Sra. DiNozzo. – uma moça de no máximo 22 anos nos cumprimenta. – Ziva, eu espero que já esteja melhor. – olha e ela me conhece.

— Ela ainda não melhorou, mas agradecemos.

Tony passa os braços por volta dos meus ombros e vai me guiando pelo local:

— Aqui é uma escola.

Agora sim faz sentindo. Tem várias salas aqui. Algumas com crianças tocando ou cantando, outras com adultos fazendo a mesma coisa. Mais algumas salas adiante vejo Ezra sentado desenhado. Ele nos vê e vem correndo com um desenho na mão:

— Mamãe, olha. – ele me mostra o desenho, mas não consigo ver porque ele fica balançando a folha de um lado para o outro. – Sou eu e a Annie.

— Annie? Quem é Annie?

— É a amiguinha do Ezi. Eles se conhecem desde pequenos. – Anthony aponta para uma garotinha de cabelos pretos compridos que agora acenava para nós.

— Filho, você não quer ficar com a sua mãe e seu pai?

— Não mamãe, eu vou brincar com a Annie. – ele diz correndo de volta para a sala e sentando com a Annie. Eu só consigo ouvir Tony gargalhando do meu lado. – Qual é a graça?

— Mesmo não se lembrando da Annie você sente ciúmes dela.

— O que? Eu com ciúmes de uma menina de cinco anos de idade? Por favor, DiNozzo.

— Eu te conheço.

— Okay, eu admito que não gostei do fato de que meu filho não desenhou os pais como qualquer criança normal faria.

Anthony se aproxima de mim e sussurra em meu ouvido:

— Eu vejo ciúmes dentro dos seus olhos. – ele se afasta devagar. – Vamos, tem um lugar que eu quero te mostrar.

Subimos de escadas e lá em cima tem um salão que logo percebo ser de dança. Esse lugar é incrível, é uma escola de artes:

— Aqui é uma escola de Artes. – Tony disse olhando para o nada.

— Eu percebi. Anthony esse lugar é incrível, maravilhoso. De quem é essa escola.

— Sua.

— MINHA?

— Sim, tudo isso aqui é seu.


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Notas finais do capítulo

Até mais. Beijos da tia :3



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