Teen Love – POV.RILEY

Um mês tinha se passado desde que eu e Brian demos a notícia de que seríamos irmãos. Minha mãe e Ernest continuavam saindo e planejavam marcar o casamento pro próximo verão. Eu procurava ajudar ao máximo, e Brian fazia o mesmo.
Quanto a Operação Lovebirds? Bem, ainda não tive progressos. Quer dizer, aquele abraço foi um grande salto, mas infelizmente não se repetiu. Nas últimas semanas eu estivera tentando formular um plano, mas ainda não consegui. Por que era tão difícil? Eu sempre fui especialista em planos desse tipo, mas agora minha mente estava em branco!
As provas começariam no dia seguinte, por isso as meninas viriam estudar na minha casa, e os rapazes fariam o mesmo na casa de Brian. Eu estava de bobeira no sofá esperando elas chegarem, vestindo shorts curtos de pano e uma blusa preta de mangas compridas dois números maior que o meu.
Por volta das três da tarde a campainha tocou. Fui correndo atender e me deparei com Cher na porta do apartamento.
– Oi! – disse, relutante. Ela usava uma camiseta cinza por baixo do suéter azul, jeans e all star. – Cheguei muito cedo? – perguntou, reparando que não tinha mais ninguém além de mim em casa.
– Não, imagina! – respondi com um sorriso. - Entra!
Abri espaço pra ela entrar, e ela o fez. Sentamos no sofá e ficamos em silêncio por alguns minutos. Resolvi quebrar o gelo:
– E então? O que está achando da América?
– O quê? – perguntou, confusa.
– Quer dizer, você é do Reino Unido, não é? – tentei explicar.
– Ah, sim! Bem, é muito legal. As pessoas daqui tem sido bem legais comigo e me ajudam a me adaptar. – respondeu Cherise.
– Que bom!
Ficamos em silêncio por mais algum tempo.
– Há quanto tempo você e Brian se conhecem? – ela perguntou de repente.
Pensei um pouco.
– Acho... que desde que eu me lembro! – ela ficou calada, como se esperasse que eu continuasse. - Eu nasci em Manhattan, Nova York. – expliquei. – Meu pai morreu pouco antes de eu nascer. Quando minha mãe já podia viajar, ela se mudou pra cá e conheceu o pai do Brian, afinal eles moram aqui em frente. – apontei para a porta e a garota instintivamente se virou para olhar. – Brian tinha mais ou menos a minha idade, ou seja, poucos meses de vida. Crescemos juntos sempre desejando que fôssemos irmãos de verdade, afinal já éramos de consideração. E agora... Bem, minha mãe planeja marcar o casamento pro próximo verão.
– E vocês nunca pensaram um no outro de forma diferente? Tipo... Ah, sei lá, sabe... Como...
– Não, nunca! – respondi com um sorriso antes que ela completasse a frase, feliz por ela se importar. – Mas, apesar de sempre negarmos, isso sempre foi um problema nosso. Todos os namorados que já tive tinham ciúmes de nós, não importa o que dissessemos. O mesmo vale pras namoradas dele. Por isso, mais ou menos todo ano eu tento arrumar uma namorada nova pra ele. Mas, infelizmente, meu plano mais recente não anda muito bem...
– Que plano? – perguntou, tentando ao máximo esconder a curiosidade.
A campainha tocou antes que eu pudesse responder. Me levantei e abri a porta. Dei de cara com Annie e Angie. Annie estava com os cabelos louros soltos e vestia um suéter azul-escuro estampado, jeans e botas de cadarço marrons de cano curto. Já Angie vestia jeans, uma blusa branca estampada, jaqueta jeans e all star.
– Oi! – disseram em uníssono.
– Oi! – respondi. Elas entraram (sem eu nem convidar! Folgadas!) e cumprimentaram Cher. Sentei-me ao lado de Cher e falei: - Muito bem! Vamos começar?!

***

Já faziam horas que estávamos estudando. Acho que a matéria já estava bem grudada e não aguentávamos mais ver matéria.
– Afe, cansei! – declarou Angie e se deitou na cama com uma expressão derrotada.
– Arre, cansei também! –anunciou Annie, e depois se jogou ao lado da irmã.
– E eu idem! – declarou Cher, e se juntou às duas na cama.
– Acho que não tenho escolha, né... – falei, e logo depois me joguei em cima das três.
– AAAAII! SAI DE CIMA, RILEY! – gritavam enquanto se debatiam.
– TA ESMAGANDO A GENTE! – gritou Angie.
Então Annie virou bruscamente a cabeça pra mim:
– MAPE? – perguntou.
– Ah, com certeza MAPE! – respondi. Saí de cima delas e corri junto com Annie pra sala gritando “MAPEEE” feito louca.
– O que é MAPE? – perguntou Cher.
– Maratona de Animes Pós Estudo! – respondeu Angie enquanto eu ainda gritava feito doida.
– Puxa, já amei essa ideia! – declarou Cher. Ela pulou no sofá ao meu lado enquanto eu sacava o celular. – Vai chamar os meninos?
– Seria uma deselegância não chamar! – respondi, pomposa, e depois caí na gargalhada.

Heeeyy, Briiii! Já podem sair do sofrimento! Vamos ter MAPE, então NÃO venham pra cá! A propósito, eu me esqueci de trancar a porta. /Rils

Um minuto depois a porta foi aberta violentamente e os meninos entraram com toda a delicadeza do mundo.
– UHUUUU!! - gritava Brian.
– Riley, você é a melhor! Nos salvou do sofrimento coletivo! – anunciou Harold.
– Eu sei que sou, Harry! – respondi. – Mas...
Brian parou de comemorar.
– Mas o quê?
– MAS como as garotas são as anfitriãs, então NÓS escolhemos o anime! – falei.
– Ahhhh... – os meninos reclamaram.
– A, B! – respondi.
– Isso não é justo! – Owenn exclamou, cruzando os braços. Me levantei e cruzei os braços também.
– Ah, sim, é mais que justo! – repliquei.
– Mas nós somos visita!
– Mas nós somos as anfitriãs! E NÓS convidamos vocês!
– NÓS escolhemos vir!
– NÓS poderíamos nem ter convidado vocês! Mas fomos boas amigas e optamos por convidá-los! E, além do mais, nós tivemos a ideia!
– Bom, NÓS escolhemos vir e não recusar! NÓS devemos escolher o anime!
– Não, as GAROTAS devem escolher o anime!
– Os GAROTOS!
– AS GAROTAS!
– OS GAROTOS!
– AS GAROTAS!
– OS GAROTOS!
– AS GAROTAS!
– OS... – Ele foi cortado pelo barulho de um celular. Olhamos para nossos amigos, que assistiam tudo do sofá, sem soltar um pio.
Reparei que Annie tinha o celular nas mãos, e percebi que ela estava filmando tudo.
– Ah, não parem! Estava tão clichê! – falou, ainda filmando. Acho que fizemos cara de desentendidos, pois ela parou de filmar e explicou: - Essa briga! Ta clichê! Principalmente a parte dos dois se aproximando cada vez mais enquanto falam!
Percebi que, realmente, eu e Owenn estávamos quase colados. Ele deve ter percebido isso ao mesmo tempo que eu, pois nos afastamos ao mesmo tempo. Fui até o sofá e peguei o controle da tevê.
– As garotas escolhem.
As meninas começaram a rir e os meninos (principalmente Owenn) ficaram com a cara amarrada. Olhei para elas em uma pergunta silenciosa de qual anime colocar. Elas se entreolharam e Angie falou:
– Anda logo, Riley! Senão só vamos terminar essa maratona em agosto, daqui a dez anos! – Boa escolha. Entendi perfeitamnete a referência e coloquei o anime na tevê. Depois disso, me joguei no sofá súbitamente feliz. Não queria perder um minuto.
Logo o anime começou e eu dei boas risadas com a Menma com fome. Ela de fato me reprensentava. Tentei não pensar muito no final da história dela e em como eu ia chorar como um bebê.
Afinal, apesar de tudo eu simplesmente amava Ano Hana.