A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! escrita por Dri Viana


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui com um novo capítulo. Quero agradecer antes de tudo, a linda recomendação que recebi da Fofura. Muito obrigada pelas palavras, coração! Elas me deixaram sem saber o que dizer além de OBRIGADA... E OBRIGADA!

O capítulo é seu e acredito que você e as demais leitoras vão gostar dele, porque Sara está demais. Ela vai dizer ao Grissom exatamente o que todas nós queríamos dizer a ele com relação à Heather: "Você e ela não tem nada a ver!"

Beijos e espero que gostem do que irão ler.



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Passava das oito da manhã quando a tia Lilly me deixou em frente à minha casa. Agradeci-a pela carona e nos despedimos. Ela partiu de volta pra casa dela e eu entrei na minha.  Encontrei minha mãe na sala, já pronta pra ir trabalhar em pleno domingo. Coitada! A exposição seria na quarta e ainda tinha detalhes importantes que ainda estavam pendentes e ela teria que resolver o quanto antes. O artista que exporia, era exigente e queria que tudo saísse perfeito já que aquela seria sua única exposição no país. Daqui ele seguiria pra Roma onde também exporia.

—Bom dia, querido! Como foi a festa?

—Foi boa!

Meu sorriso bobo me denunciou, mostrando que tinha sido bem mais do que "boa".

—Pelo que vejo foi mesmo!... Quando eu chegar no fim da tarde quero saber mais dessa festa!

—A senhora não vem almoçar em casa?

Ela me contou que não daria tempo. A proximidade da exposição, fazia o trabalho na galeria só aumentar e minha mãe era mais exigida no serviço. Imprensa de vários cantos viria cobrir o evento, então tudo teria que sair perfeito.

—Nos vemos a tarde, querido. - Ela me deu um beijo no rosto. _ Você já tomou café?

—Não! Eu preferi tomar aqui em casa mesmo. O seu café é melhor que o da tia Lilly.

—Ah, então aproveita que a Sara ainda está tomando café e toma com ela. Agora tenho que ir, querido. Tchau!

—Tchau! Bom trabalho, mãe!

Assim que ela foi embora, eu larguei meu blazer juntamente com a gravata no encosto do sofá, e fui cuidar de tomar café. Pouco me importava em enfrentar logo cedo, o humor negro de Sara. Hoje, eu estava tão feliz pelo que rolou ontem na festa, que aceitava numa boa à companhia de Sara.

—Bom dia!

Seguindo a boa educação que recebi, cumprimentei Sara ao entrar na cozinha. A felicidade saltava pelos meus poros que eu até conseguia ser educado com minha hóspede, mesmo ela não merecendo.

—Nossa!!... Pelo seu sorriso de pateta e a cara de bobão que tá fazendo, a festa ontem deve ter sido boa!

Sara sempre sendo um "amor de pessoa" comigo! É impressionante como ela gosta de ser mal-educada com a minha pessoa.

—Vou ignorar o fato de ter me insultado sem eu ter feito nada à você. E sim, foi boa a festa. Mais que boa, diria!

—Ai que legal! Fico feliz por você!

Detectei em seu tom de voz o puro deboche! Óbvio que ela estava tirando com a minha cara ao dizer-me aquelas coisas.

—Também vou fingir que acredito nisso que falou.

—Te mandei duas mensagens ontem pra saber como estava a festa e você nem pra se dignificar à responder, né?

—Sinto muito, mas estava ocupado demais pra isso. Vi sua mensagem só quando cheguei na casa da Cath de madrugada. E a propósito, segui seu conselho.

A cara que ela fez foi intrigante, meio descrente e surpresa.

—Jura?? E quem foi a coitada?

—Pra começo de conversa, não foi nenhuma coitada!

—Ai meu Deus! Não me diga que foi um COITADO? Mas você me disse que não era gay!

—E não sou! - Olhei severamente pra ela.

—Ai! Não precisa ficar NERVOSA, só estava querendo te irritar. Então como se chama a coi... a garota?

—Não vou contar mais nada também. - Resmunguei irritado enquanto servia-me de café.

—Se não vai contar, então é porque não tem garota alguma e está inventando isso pra mim, por algum motivo desconhecido.

Como ela conseguia ser tão irritante assim? Meu Deus!

—Não estou inventando nada!

—Quem é ela então?

Eu só ia contar agora pra ela não ficar achando depois que eu estava inventando sobre a garota.

—Heather!

—Esse não é o nome da vizinha ruiva?

Ela me encarou séria e com a xícara de café a poucos centímetros de sua boca.

—Na verdade é a vizinha ruiva. Ela estava na festa e... Nós "ficamos"! - Notei que assim que disse isso, a expressão de Sara mudou. Ela fez uma cara de profundo desagrado, como se não tivesse gostado nada do que ouviu. _Que foi? Que cara é essa?

Ela levou a xícara a boca e tomou o restante de seu café. E só então me respondeu de maneira ríspida:

—É a minha cara! A única que tenho por sinal!

Depois de proferir-me tais palavras grosseiras, ela levantou-se da cadeira e foi até a pia depositar sua xícara.

—Eita, que com você não dá pra manter um diálogo legal, né?

—Você e ela não tem nada a ver! - Ela virou-se pra mim com cara de poucos amigos.

Era só o que me faltava!! Essa garota se achar no direito de dar pitaco sobre a minha vida.

—Olha essa é a sua opinião, que a propósito, eu nem pedi. E pra sua informação, ela e eu, temos tudo a ver! Compartilhamos dos mesmos gostos. Heather curte música clássica que nem eu. Ela também aprecia livros. E...

—Blá... Blá... Blá! - Sara interrompe-me. _Pelo jeito, essa Heather é uma  "versão feminina" sua. Parabéns! - Ela bateu-me palmas em deboche. _Você  parece que encontrou o par perfeito!

—Qual é o seu problema, hein? - Fiquei de pé e a encarei sem entender esse seu comportamento.

Por que ela parecia tão marrenta e hostil que o seu habitual? Sentia Sara incomodada, irritada e descontente com alguma coisa, e descontava justamente em mim seu descontentamento.

—Não tenho problema algum, quatro olhos!

—Não é o que parece!... Quer saber? Não sou obrigado a aturar seus desaforos. Tô feliz e não quero estragar minha felicidade por sua culpa. Bye!

Saí da cozinha e deixei  Sara sozinha. Eu, hein!! Ela parecia ter acordado com o pé esquerdo naquele dia, pois só me deu patada atrás de patada enquanto conversávamos. Eu, ás vezes, queria entender qual era a dela? Por que era assim comigo?

Momentos mais tarde, estava deitado na minha cama falando pelo celular com Heather, quando escuto uma batida na porta e logo em seguida, a mesma era aberta por Sara. Ela me perguntou se podíamos conversar.  Franzi a testa com estranheza.

Desde o "atrito" no café há três horas,  que a gente não se viu ou se falou mais. Eu me reservei o direito de ficar só no meu quarto e não correr o risco de ser insultado por Sara. Mas, eu devia imaginar que a qualquer momento ela viria me procurar pra me importunar.

—Heather, eu vou ter que desligar pra resolver umas coisas aqui. A gente pode se falar mais tarde?... Ok! Outro pra você, querida. - Encerrei a ligação e encarei com desconfiança e estranheza a garota parada na porta do meu quarto.

—Nossa! Já está nessa melação toda com ela?

—O que quer conversar? Porque não acho que temos assunto pra isso.

Foi com surpresa que vi Sara encarar o chão e me pedir desculpas por seu comportamento de horas atrás. Pelo seu modo de falar, ela parecia sincera e eu achei que devia acreditar e aceitar suas desculpas. A justificativa dela para tal comportamento foi que está de TPM. Eu ri com ironia. Então, desde que ela pôs os pés nessa casa está em TPM constantemente, pois não houve um dia em que ela se comportara bem comigo. Mas deixa pra lá!!

—Me diz por que você gosta de implicar comigo? - Eu quis saber depois de termos feito aparentemente "as pazes".

—Não é que eu goste. - Ela me respondeu enquanto a observava bisbilhotar a escrivaninha onde estavam jogados alguns livros meus. _Eu acho divertido. Você fica uma comédia irritado. Caraca!... "Hamlet"!  Eu li esse livro. "Ser ou não ser, eis a questão!"

Sara recitou-me de maneira engraçada numa falsa seriedade, umas das falas mais conhecidas do livro. Eu não me contive e ri discretamente da maneira como ela falou. Tinha sido engraçado!

Confesso que fiquei espantado em saber que ela tinha lido aquele livro. A garota não tem cara de ser amante de leitura e mais ainda, daquele tipo de leitura clássica.

—Pensei que livro não foi a sua "praia"!

—Depende do livro. Esse é legal. Divertido!

Divertido??

Onde??

Hamlet é uma tragédia. Conta a história de como o Príncipe Hamlet tenta vingar a morte de seu pai, Hamlet, o rei, executado por Cláudio, seu irmão que o envenenou e em seguida tomou o trono casando-se com a rainha. A história explora temas pesados como a
traição, vingança, incesto , corrupção e
moralidade.

Me diz onde pode haver diversão nisso?

—É uma história trágica, Sara. - Fitei-a com descrença.

—Eu sei, não sou tapada, quatro olhos!

—Então como pode ser divertido?

—Sendo oras! O príncipe que viu o fantasma do pai, depois soube pelo mesmo que ele havia sido assassinado pelo próprio irmão. E então, correu atrás de vingança contra aquele filho da... peste que matou o pai dele. Sabe que eu achei que o Hamlet não ia conseguir se vingar? Mas que bom que ele conseguiu!

Ela era louca ou tinha um parafuso a menos pra achar aquela tragédia toda divertida.

—Você não é normal, Sara!

—Olha quem fala!

...

Por incrível que pareça o resto daquele dia foi bom. Eu diria até que foi o melhor desde que a Sara está aqui em casa. Durante o almoço, à pedido dela lhe contei da festa, como tinha sido. E depois contei sobre o lance com a Heather e notei que quase sempre que eu a mencionava, Sara ficava incomodada e mudava de expressão, mas resolvi não comentar isso.

Eu posso dizer que nós conseguimos uma aparente "trégua". Mas obviamente apesar da trégua, Sara não deixou de implicar algumas vezes comigo ao longo do dia, o que não deixava de ser novidade. Sabe que acho que se ela parasse com isso, não seria ela? Mas ao que parece a gente aparentemente tá começando a se entender, ou não, né?! Vai saber!

Estávamos na sala vendo um filme de zumbis que Sara insistiu e me obrigou a ver junto com ela. Eu confesso que esse gênero de filme não me agrada, mas entre esse e um outro que era de pura carnificina que Sara colocou como opção pra EU escolher entre eles pra gente assistir, optei pelo primeiro. A película teve duração de uma hora e vinte minutos e quando os créditos finais subiram, agradeci.

—Muito maneiro esse filme, não achou?

Eu olhei pra ela com pavor. Deus me livre daquilo! E eu escolhi aquele filme no doce engano dele ser menos sangrento que o outro de carnificina. Quanto me enganei! Acho que terei pesadelos com aqueles zumbis!

—Achei péssimo!

Ela riu.

A porta da sala se abriu. Era a minha mãe chegando do trabalho.

—Olá, crianças!

—Oi, mãe!

—Oi, tia Beth!

—Como foi lá galeria?

—Graças a Deus a grande maioria dos pepinos foram resolvidos. E vocês, como foi o dia?

—Foi bom. Acabamos de ver um péssimo filme juntos.

—Mentira! O filme era ótimo, tia Beth!

—Ótimo pra você, porque pra mim não foi!

—Eu sei que gostou do filme, só não quer admitir.

Claro que eu não gostei! Deus me livre! Filme horrível! Ia dizer isso a ela, mas minha tomou a frente, tentando apaziguar uma possível desavença que aconteceria entre Sara e eu.

—Ok, meninos sem brigas.

—Não estamos brigando, mãe. Apenas divergindo em um ponto de vista.

—Exatamente, tia Beth!

—Até porque demos uma trégua um ao outro, não foi? -  Olhei pra Sara sentada na outra extremidade do sofá em que eu estava.

—Pode-se dizer que sim!

—Mas que coisa bom então. Será que agora vão começar a se entender e virarem amigos?

Olhei pra Sara e ela pra mim. Ambos fizemos uma careta. Amigos?? Nós dois??? Acho que a minha mãe já quer demais.

—Vamos devagar com isso, mãe.

—Pois é, tia Beth. Vamos devagar... Bem devagar, de preferência como uma tartaruga.

Nós três acabamos rindo dessas palavras de Sara.


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Notas finais do capítulo

Sara sai com cada uma!

Desconfio que alguém foi picada pelo bichinho do ciúmes!

Beijão a todas e nos vemos no próximo capítulo!



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