A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! escrita por Dri Viana


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Sinto informá-las que vou frustrar a maioria ou talvez, todas que acompanham a fic com o que acontecerá. Mas fiquem tranquilas, esse "rolo" não vai durar muito, não!



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Como são as coisas, não é? Quando que eu imaginaria que Heather fosse uma das primas da aniversariante. Nem mesmo Catherine sabia disso! Por um momento cheguei a pensar que minha amiga tinha armado aquilo, mas ela me confidenciou em determinado momento quando teve oportunidade, que não havia planejado nada daquele meu encontro com a minha ‘’paixonite’’, mas adorou a feliz coincidência. E eu também, claro!

—Vê se não perde a chance de investir pra cima dela, Gil. Deu pra perceber que ela está afim. – Minha amiga me cochichou quando Heather não estava à mesa.

—Ela está?

—Claro! Sou mulher e sei quando uma está dando mole para um cara. E ela está te dando mole, Gil.

Sorri todo abobalhado de orelha a orelha. Não podia perde a chance e não perderia. Se estava recebendo uma ajuda do destino ou do que quer que seja, então eu agarraria a chance.

Heather retornou a mesa com uma das outras garotas que estavam com a gente ali e o meu pequeno papo com Catherine ‘’morreu’’ na mesma hora.

—E a sua hóspede?

—O quê que tem ela? – Franzi a testa, sem entender a razão dela trazer Sara a conversa.

—Sempre que os vejo estão juntos. Ontem mesmo os vi passeando no parque do centro.

Minha mãe havia me feito acompanhar Sara, porque a chata da garota encasquetou de ir aquele lugar pra dar uma volta. E sem direito a escolha, eu acabei tendo que ir com ela. Mas não sabia que Heather estava lá.

—Você nos viu lá?

—Sim! Tinha marcado de me encontrar com um grupo de amigos naquele lugar e te vi circulando com a... Sara, não é esse o nome dela?

—Sim, é esse mesmo o nome dela. Eu fui acompanhar Sara no parque a pedido da minha mãe. – A palavra: pedido, eu mencionei fazendo aspas nela.

Heather sorriu.

—Entendi! Então era por isso que você não me parecia muito contente acompanhando-a.

—Não mesmo!

Os dois sorriram juntos.

—Vocês não se dão bem?

—Não! Ela vive me perturbando às 24hs do dia. A gente meio que se atura só isso.

A aniversariante apareceu cortando nossa conversa pra chamar todos da mesa para ir dançar, pois a pista de dança já estava liberada e ela não queria ver ninguém sentado.

Eu me apavorei com isso, pois dançar não é a minha. Além de ter vergonha, eu ainda sou o tipo de pessoa que não tem a menor coordenação motora pra esse tipo de atividade. Eu mais pareço ter duas pernas esquerdas quando danço. Mas a julgar pelo fato de Heather ter se levantado e me chamado pra acompanhá-la na pista, eu me vi obrigado a engolir a vergonha e ir dançar com ela. Não seria nada bonito fazer a desfeita de recusar uma dança à uma garota linda daquelas.

E então, lá fui eu com Heather pra pista e pude ver a cara de surpresa, mas também de aprovação de Catherine que me fez até um sinal de positivo com os dedos.

Me esforcei bastante pra não pisar no pé da minha "parceira" de dança e também pra não parecer tão ridículo dançando e acho que estava me saindo bem nas duas coisas. Heather até chegou a me elogiar dizendo que eu "dançava bem"!

Nós dançamos por cinco músicas seguidas. Heather dançava tão graciosamente que me vi mais encantado por ela. Como uma garota podia ser tão linda assim? Eu precisava criar coragem e contar pra ela o que sinto, mas não nesse momento mais pra frente.

Voltamos à mesa somente nós dois pra descansarmos um pouco e bebermos algo. Acabamos engatando em uma conversar agradável que nem voltamos mais pra pista.

Enquanto isso na casa de Grissom, a mãe do rapaz se despedia de Sara pra ir dormir. Depois de jantarem e de Beth contar a jovem como tinha sido sua saída relâmpago pra encontrar o ‘’ amigo’’ - ao qual já era do conhecimento de Sara – que viajaria por alguns dias para Seattle, a mãe de Grissom disse que ia se recolher para dormir. Seu filho não viria dormir em casa mesmo então, ela não precisava ficar esperando-o chegar pra só depois ir se deitar. Gil ia dormir na casa de Catherine e pela manhã, a mãe de Cath o deixaria em casa como tinha prometido à Beth.

—Eu vou ficar vendo TV mais um pouco é que ainda tô sem sono.

—Tudo bem! Boa noite, querida!

—Boa noite! E tia Beth... Não fica encanada se seu filho vai ou não aceitar quando souber que a senhora está ‘’conhecendo’’ alguém. Sei que não somos parentes, nem nada, mas eu lhe apoio totalmente nisso. A senhora tem mais mesmo que arranjar um coroa bonito pra namorar e seu filho não tem o direito de lhe recriminar por isso. A vida é sua mesmo!

Beth sorriu com ternura para Sara. Aquela jovem em tão pouco tempo já tinha conquistado seu carinho com aquele seu jeito espontâneo e sem papas na língua. Ela inclusive, havia se tornado sua confidente naquela história de estar ‘’conhecendo’’ alguém. Beth sentia em Sara a filha que não teve, a filha com quem certamente estaria dividindo conversas como as quais vinha dividindo nos últimos dias com aquela jovem. Era uma pena que seu filho não parecia gostar muito de Sara, pois adoraria que eles namorassem. Faria muito gosto nisso, porque eles pareciam ser feitos um para o outro. Sem contar, que ainda faziam um casal tão bonito! Mas quem sabe isso não mude. Ela até torcia por isso.

—Você é uma garota de ouro, querida! E obrigada pelas palavras, o apoio e a cumplicidade nessa história.

—Não tem de quê!

Já sozinha na sala após Beth ter subido, Sara pegou o controle da televisão e ficou trocando de canal pra vê se encontrava algo mais interessante para assistir, porém nada lhe parecia bom. Por fim resolveu deixar num canal que passava clipes de bandas, aquilo não era uma maravilha, mas dava pra distrair.

Bastaram dois clipes depois pra Sara se entediar assistindo aquilo. Novamente, ela pegou o pobre controle remoto e o castigou apertando-o sem parar em busca de algo interessante. Desistiu de encontrar algo e desligou a TV. Subiu para seu quarto e já em sua cama, a garota acabou pensando em Gil na festa.

‘’Será que ele tá se divertindo?’’

Involuntariamente, ela pegou-se lembrando de como ele estava bem arrumado antes de ir, e sorriu levemente. Apesar de não ter admitido à ele, ela teve que reconhecer a si mesma que aquele quatro olhos tinha ficado bonitão vestido daquele jeito e sem os óculos de nerd. Facilmente, ele "pegaria" alguém arrumado daquele modo. Talvez, alguma boba romântica que o veria como um príncipe saído dos contos de fada, ou quem sabe, uma garota rica e mimada que ao bater os olhos nele pensaria logo que ele fosse algum "mauricinho" da vida.

De repente, o pensamento de que ele talvez, agora, estivesse se divertindo com alguma garota, chegou a lhe afetar e causar certo incômodo.

"Por que eu tô me incomodando com isso?! Ele pode "ficar" com quem ele quiser!", ela recriminou-se rapidamente.

Pensando bem, ela duvidava seriamente que ele tímido daquele jeito fosse chegar em alguém. Mas e se chegasse? E se ele seguisse o seu "conselho" e arranjasse alguma garota nessa festa?

Ela ficou se corroendo com aquelas dúvidas por um tempo. Resolveu então, acabar com elas. Pegou o celular e digitou uma mensagem para Gil.

Passou-se um minuto... depois dois... cinco... e nenhuma resposta. Ela tentou mais uma mensagem e assim como a primeira, essa segunda também não teve resposta.

A garota então resolveu dormir e deixar Grissom pra lá. Com certeza, ele estava se divertindo tanto que nem queria lhe responder. Mas o que Sara não sabia é que: primeiro, Gil tinha colocado o celular no silencioso, e sendo assim, ele sequer sabia sobre as mensagens; e segundo, naquele mesmo instante, o rapaz estava tão envolvido numa conversa com Heather que mesmo que o celular tocasse em seu bolso, não escutaria. E caso notasse, não se dignaria a interromper sua conversa com Heather somente para responder à uma mensagem de Sara.

—Eu também amo Shakespeare, música classe nem se fale e xadrez, eu curto um pouco! - Heather admitiu tão logo, eu havia lhe partilhado sobre meus gostos, que eram quase os mesmos dela.

—Sério?! - Sorri, adorando aquela coincidência. Ela e eu, tínhamos gostos parecidos, o que a meu ver era ótimo. Pois desse modo, tínhamos assunto pra trocar, ou pelo menos, eu teria um papo pra puxar com ela.

—Não imaginava que a gente tive tanto em comum!

—Confesso que nem eu também! - Admiti com franqueza.

Cada vez mais, eu me sinto atraído e encantado por ela. Heather parecia um sonho de perfeição. Se bem que perfeição não existe, mas caso existisse, seria ela, sem dúvida alguma!

—Eu acho incrível que um cara tão culto, bonito, educado e gentil como você, não tenha uma namorada. O que há com as garotas da sua escola?

Sorri um tanto sem jeito por conta de seus elogios.

—Elas preferem os esportistas durões! - Respondi, dando ombros. Eu não era o modelo de garoto que fazia as garotas se apaixonarem. _Não faço parte desse grupo de caras. Estou mais para... Nerd e estranho, como a Sara diz.

Mesmo que eu vivesse negando a Sara quando ela me definia como um sujeito "Nerd estranho", eu sabia que ela estava certa em me definir assim, porque de fato eu era assim mesmo! E por isso mesmo, que as garotas não me davam bola alguma. Um cara que foge de festas, prefere o sossego de casa, a leitura de um bom livro e tem um gosto musical que não é o dito "normal" para um jovem da minha idade, não é visto com bons olhos pelas garotas que vejo na minha escola.

—Eu não acho que você seja estranho. - Eu esboçei um sorriso. Talvez, ela fosse a segunda garota que não achava isso. A primeira tinha sido a Cath. _E quanto a ser nerd... eu particularmente, gosto de caras assim!

Heather me sorriu e segurou uma das minhas mãos ao fim de suas palavras. Juro, senti um arrepio percorrer todo o meu corpo com aquele contato. Ela estava me dando bola! Ela gosta de caras como eu! Preciso tomar coragem e me declarar agora, ou talvez outra oportunidade disso, não venha surgir outro dia.

—Eu também gosto de garotas como você! Na verdade... Eu gosto de você, Heather! Gostei desde a primeira vez que te vi. Você é linda, inteligente, doce, a garota mais incrível que já vi.

Pronto, falei! Não sei se consigo dizer mais do que isso. Palavras ditas não são muito o meu forte. Eu sou melhor quando exponho meus sentimentos num papel, escrevendo. Falar não é a minha, nunca foi.

Quando terminei de falar, a minha boca tava tão seca que eu não tinha saliva pra engolir, e o meu coração batia tão rápido que achei que iria infartar ali mesmo. Agora, não! Não ouse fazer isso comigo e dar "pane" agora coração. Preciso saber o que me dirá depois do que eu lhe disse.

Seria uma droga se ela me desse um toco depois do que eu admiti, mas a julgar pela sua confissão antes da minha, não sei não. Acho que não vou levar toco, não.

Foi com o coração acelerando mais ainda se é possível isso, que vi Heather aproximar seu rosto do meu até ficarmos a milímetros de distância um do outro, sentindo nossas respirações quente batendo uma no rosto do outro.

Os olhos verdes dela encontraram os meus azuis por um breve instante, e eu só desejei que o que parecia prestes a acontecer não fosse apenas uma imaginação da minha cabeça. E tive certeza de que não se tratava disso, no instante seguinte, quando Heather colou seus lábios no meu em um beijo que de primeira foi apenas um toque de bocas. Depois, por iniciativa novamente de Heather, o beijo foi ganhando formas de BEIJO.

Se por acaso, eu morresse depois daquele beijo, morreria feliz da vida! Mal podia acreditar que estava beijando a garota por quem sou apaixonado há um ano. Ela tem um beijo tão bom! O melhor que já provei. Se bem que ela é apenas a quarta garota que beijo nessa vida, mas enfim... Era bom! Muito bom! E durou bem mais do que nos meus incontáveis sonhos com ela.

O restante da festa a gente passou juntos. Dançamos, conversamos e nos beijamos, muito! Finalmente, eu estava com a garota que sempre quis e estava feliz, pois ela está comigo e gosta de mim.

No caminho de volta pra casa da Catherine, minha amiga foi me sabatinando de perguntas a fim de saber os detalhes do meu lance com Heather. Tive que satisfazer a curiosidade dela e da tia Lilly que se aguçou quando soube que eu tinha arranjado uma garota na festa. Mãe e filha eram a curiosidade em pessoa!

Chegando na casa fui instalado no quarto da irmã da Cath, a Louise que não mora mais lá porque casou-se há dois anos e foi morar na Espanha com o marido.

Sozinho no quarto, eu ria que nem um bobo apaixonado, enquanto me despia pra tomar um banho antes de dormir e lembrava dos bons momentos que passei ao lado de Heather na festa. Ela era muito melhor do que eu imaginava. Estar com ela foi como um sonho.

Ao sacar do bolso do blazer a minha carteira e o celular, percebi que o aparelho piscava uma luzinha que indicava que havia uma mensagem. Logo imaginei que fosse Heather, pois ela me pediu o meu número e disse que me mandaria as fotos que batemos na festa. Só que pra minha total surpresa a mensagem era de Sara. Na verdade eram duas mensagens e tinham sido mandadas há duas horas.

"E aí, quatro olhos? Se divertindo? Ou será que está paradão que nem poste, nessa festa?", dizia a primeira mensagem.

"Seguiu o meu conselho e arranjou uma garota?", eram os dizeres da segunda mensagem.

—Ah, segui sim o seu conselho, insuportável! - Resmunguei com um sorriso. Teria o enorme prazer de contar isso pra ela amanhã.


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Notas finais do capítulo

Até mais!



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