No dia seguinte...

Mary estava na biblioteca levando uns livros para o balcão para pegar emprestado quando viu Josh vindo até ela.

M: oi. – cumprimentou quando ele chegou perto.

J: ta fazendo o que aqui?

M: eita! Parece até meu guarda-costa. – brincou.

J: meu pai disse pra eu ficar de olho em você.

M: por que? – disse irônica. Ela sabia o por quê, só queria provoca-lo. Já estava ficando insuportável essa obsessão dele atrás dela.

J: você sabe por que.

M: eu não estou gostando nada disso. – disse Mary meio alterada que recebeu vários shiiiiiiii!

Mary largou os livros numa mesa e saiu da biblioteca seguida pelo seu irmão que a agarrou pelo braço quando chegaram no corredor.

J: deixa de bobeira Mary.

M: imagina você ter alguém vinte quatro horas te perseguindo? Você iria gostar? Eu não posso nem sair do meu quarto. eu sou livre Josh. Não quero ninguém me prendendo.

J: mas é pro seu bem pombas! – nesse momento Gerard apareceu no corredor.

Josh e ele se encararam e Mary só ficou os observando. Algo estava estranho nisso tudo. Mary aproveitou o momento pra escapar de Josh e correu pro seu quarto passando por Gerard que a olhou espantado.

C: ih! O que é isso menina? Cruzes! – disse Carla ao ver Mary chegar apressada trancando a porta do quarto.

M: foi mal. – disse nervosa estalando os dedos.

J: abre essa porta Mary! – josh bateu na porta com força e começou a gritar por ela do lado de fora.

C: namorado? – Mary fez com a cabeça que não. Josh continuou batendo até uma voz feminina dar-lhe uma bronca. Ele então parou com o escândalo e parecia ter ido embora.

M: ufa! – disse Mary aliviada.

C: o que houve? Quem é esse garoto?

M: meu irmão.

C: nossa! Você o deixou bravo.

M: é...mas eu não agüento mais. – disse ela caindo na cama sentada.

C: por que ele é tão chato?

M: ordens do meu pai.

C: que antiquado. – Carla fechou o livro que lia e se sentou na cama de Mary. – o que está pegando? Por acaso você é filha do presidente?

M: não, imagina. É que...meu pai tem medo que eu fique novamente no hospital.

C: no hospital? O que aconteceu?

M: faz um ano e meio que isso aconteceu...eu não lembro o que aconteceu, mas eu acordei num hospital e soube que tinha estado em coma. eu não lembro o que aconteceu no dia para eu estar num hospital e não me lembro também de algumas coisas sobre meu passado.

C: que estranho.

M: é. Mas o médico garantiu que minha memória pode voltar a qualquer momento.

C: vai ver que é por isso que acha que conhece o Frank e o Gerard. Você já deve ter visto os dois em algum lugar e não lembra.

M: pode ser. Por isso quero tanto falar com aquele menino, eu sinto que ele sabe quem sou eu, mas ele foge toda vez que eu chego perto. Eu preciso saber do meu passado Carla. preciso saber como eu era. É caso urgente.

C: uau! Eu adoro coisas estranhas desse tipo. Menina, eu vou descobrir esse mistério para você.

M: mas como?

C: vamos a uma festa hoje.

M: hoje? Mas meu irmão...

C: esquece seu irmão. Gerard estará lá e eu vou obriga-lo a falar com você. Dessa vez ele não escapa.

Quando foi de noite Carla e Mary se preparavam pra festa no quarto...

C: que roupinha mais cafona.

M: o que tem minha roupa? – disse olhando pro que vestia.

C: não dá pra se vestir melhor? Está muito santinha pra uma festa. Eu te empresto uma roupa minha, que tal?

M: eu não gosto muito de roupas preta.

C: você que sabe. Vai com esse vestido mesmo então. – alguém bateu na porta. – já estou indo.

M: estou pronta.

C: posso pelo menos te pintar?

M: mas não muito forte, por favor.

C: ok.

Alguns minutos depois as duas saíram do quarto.

F: nossa! Estão umas gatas. – Frank agarrou Carla e deu-lhe um beijão.

M: hum hum! – forçou um pigarro.

F: ok, já entendi o recado.

C: vamos. - e os três foram rindo em direção à escada.

Os três chegaram na festa que era atrás do campus, perto da piscina. Havia bastante gente. Bastante rosto desconhecido por Mary com exceção de Gerard que estava conversando com um grupo e ela logo o avistou. Por sorte dela, Josh não estava por lá. Isso a deixou mais aliviada.

C: E então? está gostando da festa?

M: está bem animada. – disse ela que estava perto da mesa de comes e bebes observando o pessoal dançar.

C: daqui a pouco vamos lá pra conversar com o Gerard.

M: ta.

De repente Carla sumiu com Frank, e Mary ficou sozinha olhando a mesa de comes e bebes. Pegou um ponche e começou a beber enquanto observava o pessoal dançando.

J: E aí gata. – disse um menino ruivo, baixinho e magrelo postando-se ao lado dela.

M: perdão, eu te conheço? – perguntou Mary curiosa.

J: não, mas podemos nos conhecer se você quiser.

M: ah, ok – respondeu ingênua.

J: é nova por aqui?

M: sim, eu sou.

J: e está cursando o que?

M: artes.

J: eu também. Só que estou no terceiro período.

M: é muito difícil?

J: imagina. Pra quem gosta nada é difícil.

M: me chamo Mary. – disse estendendo a mão pra ele.

J: Mary? Lindo nome. Pode me chamar de Juca. É o meu apelido. – e num tom galanteador pegou na mão dela e beijou.

M: ok... – disse Mary recolhendo sua mão sem graça. – ...Juca.

J: está gostando da festa?

M: ta bem animada sim. Mas eu não curto muito esse negócio de festa.

J: Sabia que você é linda?

M: o que?

J: você. É muito linda. – disse chegando perto dela.

M: acho que está confundindo as coisas. Quando disse que queria te conhecer era só por amizade.

J: amizade? Qual é gata, só um beijinho.

M: não Juca. – disse empurrando ele então Carla apareceu e o puxou pela gola da camisa.

C: Algum problema Juca?

J: não, não. Eu já estava indo. – disse ele que saiu correndo.

C: idiota.

M: valeu.

C: esse garoto é um idiota mesmo. Ele se ferrou quando veio dar em cima de mim por que eu meti a mão na fuça dele.

M: nossa! Carla...e o Gerard? – perguntou Mary mudando de assunto.

C: foi pra isso que eu vim falar com você. Ele não pôde continuar na festa por que não estava se sentindo bem.

M: jura? – disse Mary desapontada olhando de um lado a outro a procura de Gerard.

C: foi mal. Mas amanhã eu prometo que coloco vocês de frente.

M: valeu. Acho que vou voltar pro quarto então.

C: eu também, essa festa não está com nada. – disse cruzando os braços e olhando em volta. - Mas me espera que eu vou avisar ao Frank que já vou.

M: ta.

C: me espera aí. – disse ela indo em direção ao Frank.

Mary ficou esperando no mesmo lugar e se virou olhando pra piscina que estava atrás dela. Lembrava do que tinha acontecido no dia anterior. foi quando aconteceu o incidente.

J: ei caloura! – quando Mary se virou só pôde sentir as mãos de alguém lhe empurrando e ela caiu com tudo na piscina.

Ao cair na piscina e bater de leve no fundo ela entrou em desespero, começou a lembrar do sonho que tinha tido e não conseguia nadar pra chegar à borda, ela começou a se debater desesperada. Foi começando a ficar com falta de ar e perdendo os sentidos quando sentiu alguém puxar-lhe pela cintura.

Gerard a colocou no chão e fez respiração boca a boca e Mary voltou a si. Ela o olhou espantada ao ver que foi ele quem a salvou. Respirava fundo e estava assustada com o acontecido.

G: você está bem?

M: você me salvou... – foi a única coisa que ela conseguiu dizer.

C: ai meu Deus! Mary você está bem? – disse Carla empurrando o pessoal da rodinha que se amontoava em volta deles.

M: to legal sim. – disse se sentando com a ajuda de Gerard.

G: deve estar com frio, toma. – disse tirando o próprio casaco e dando a ela.

M: obrigada.

J: Mary! – Mary olhou pro lado e Josh apareceu no meio da multidão e se ajoelhou até ela. – pode deixa que daqui eu continuo. – disse ele tirando a mão de Gerard de Mary. Gerard se levantou e se afastou dele.

M: ele me salvou.

J: quem fez isso? – perguntou ele mudando de assunto.

A: eu vi foi o Juca. – Disse uma das meninas do motim.

C: eu vou arrebentar esse garoto! – gritou Carla procurando por ele.

M: Carla! Por favor, esquece. Deixa isso pra lá. – disse Mary segurando o braço dela.

J: vamos Mary. – Josh ajudou-a a se levantar e a levou pro quarto.

Ao chegarem no quarto Josh começou a reclamar, mas logo parou ao ver a cara de Mary que tinha acabado de levar um susto imenso e essa não era a hora pra brigas.

M: aconteceu Josh! Como na visão. Eu não estava presa, mas eu não consegui nadar, eu não consegui respirar. Não consegui. – disse chorando.

J: calma. – disse acariciando os cabelos dela. – eu te avisei pra não sair sem mim Mary, por que foi tão teimosa?

C: não brigue com ela. Não está vendo o quanto está assustada?

Josh olhou pra Mary que chorava com cara de espanto. Parou de falar e deu-lhe um beijo na testa dela. Ele decidiu se retirar e deixa-la só.

Depois do susto e estar seca e ser tranqüilizada por Carla, Mary foi se deitar. Ao pegar no sono ela teve um sonho diferente dos outros.


- - Sonho - -

Gerard e ela estavam sentados no sofá. Os dois se beijavam enquanto um filme rolava na tv.

G: eu te amo, sabia? – disse com um olhar apaixonado colocando o fio de cabelo que caia sobre o rosto dela atrás da orelha. Ele a beijou. ela então sorriu feliz ao ouvir isso dele pois ela o amava também. - tenho uma surpresa pra você.

M: é? – perguntou surpresa.

G: está no meu bolso.

M: no seu bolso?

G: é.

Ela colocou a mão no bolso da jaqueta dele e encontrou uma caixinha e ao abrir viu que era um anel.

M: ó meu Deus! É lindo. – disse admirando o anel que tinha na caixa e o pegando na mão.

G: Mary... – ele pegou o anel da mão dela e o colocou em seu dedo. –...você quer se casar comigo?

M: gee! – disse ela emocionada tapando a boca com as mãos. – mas é claro. É tudo o que eu mais quero nessa vida. – e o beijou emocionada com o pedido. Algumas lágrimas caíam sobre seu rosto de emoção.

- - Fim do sonho - -


Nesse momento Mary acordou assustada. O sonho tinha sido tão real, foi como se tivesse mesmo acontecido. Mary olhou pra seu lado e Carla dormia junto com o Frank na cama ao lado. Ela pensou em Gerard e sentiu algo dentro dela, algo estranho. Era como se ela o amasse, como no sonho. ficou pensando no sonho que tinha acabado de ter por alguns minutos e depois fechou os olhos pra tentar dormir novamente.