Ele estava exausto. Seu trabalho não era o que o incomodava e sim as coisas que ele acabou passando. O dia fora muito estranho: cosplayers apareceram na rua, gatos os avançaram... Cada coisa inexplicável que não faria sentido falar aqui. Cansado, rastejava para seu quarto, até que vê algo se movendo na sua cama. Um rato? Bem... um rato não poderia ter aquele tamanho. Mas o que seria? Uma mulher! Uma mulher de pele totalmente branca, cabelos brancos e olhos brancos! Uma assombração!? Uma alma penada que veio tomar a sua vida? Veio em sua mente que se sua alma fosse tomada por aquele fantasma de corpo esguio não seria tanto problema (ele gosta de mulheres pequenas). M-mas o que ele estava pensando!? O exagero daquela situação o fez falar consigo mesmo de tal forma que até gritou seus pensamentos:

—Agora me veio isso! Estava querendo ter uma noite tranquila depois de acabar de sair daquela meleca de trabalho! Não... não foi o trabalho a meleca e sim as coisas que aconteceram! Porquê um pombo ficou em cima da minha cabeça? E porquê um gato tentou me atacar e não o pombo!? Qual é o sentido da situação!? E ainda veio aquela moça cosplayer para me irritar dizendo que "uma vida muito importante que eu preciso cuidar virá pra terra..." o que ela quer? Que eu seja o pai do filho dela? Que absurdo! Absurdamente absurdo! Nem conheço a mulher e já....

Ele percebe que a criatura estava falando algo... palavras estranhar que nem pareciam transcender do latim.

—Agora vai me mandar magia? Olha isso! -Ele concentra a na sua mão, mas não aparece nada- Espada de luz! -realmente não sai nada- Viu? NÃO  EXISTE MAGIA! Agora saia do meu quar....

—Olá cara criatura deste planeta! Eu vim de um lugar muito...

Ele a interrompeu para continuar reclamando

—Ok, não importa de qual galáxia que você veio! Só saia da minha casa! Quem te convidou aqui? Deve ter sido a maldita da minha chefe Elena que quer que eu "pare de ser virgem e pegue logo qualquer uma mesmo que seja uma puta!" pelamor dos céus!

—Mas eu não sou uma puta! Disse a nossa alienígena extra dimencional

—a é? Então como sabe o significado disto!? 

—Eu entrei em sua mente para aprender tudo que você sabe!

—Duvido muito! Sabe qual foi a coisa mais cabulosa que eu já fiz?

—Aos 10 anos de idade você fugiu de casa só para aprender como era viver na rua. Ficou dois anos vivendo por si só e depois voltou para casa dizendo que aquilo era uma "experiência que poderia servir para estudos posteriores". Você queria ser psicólogo, mas não passou na faculdade e agora está neste emprego para estudar para um concurso público para ganhar dinheiro para depois estudar como queria!

Ele ficou tão perplexo que não conseguiu falar nada. Alguns segundos se passaram e timidamente Adrias diz:

—Falei tudo o que você pensava?

—Ok... não sei como você conseguiu essa informação, mas ainda quero que você saia daqui! Mesmo sendo alienígena ou não!

—Desculpa terráqueo.... Posso te chamar assim não é?

 -Me chame de André que fica menos estranho.

—Tudo bem, desculpe-me André mas cheguei a este mundo agora, eu realmente não sei aonde eu poderia ir.

—Apenas levante-se e saia daqui!

Ela, cansada de ouvir tanto desaforo -e que nunca se sentiu tão mal assim... é isso que se chama tristeza?- tentou sair da cama dele para ir para fora. Mas antes que conseguisse andar desajeitadamente ela cai.

—P-p-p-p-porquê você está sem roupa?

—Já falei... não sei como funciona este seu mundo. E agora eu estou sentindo algo no meu peito estranho por culpa de suas memórias

—Seria vergonha?

—Acho que o termo é este.

—Ok! Apenas vista uma roupa!

—Mas eu não sei usar essas coisas que estão em baixo de mim! Olha! elas não estão se movendo!

—E por que você precisa fazer elas se moverem!

—Com magia?

—COM FORÇA! 

Ela que já estava triste, começa a deixar lágrimas escorrerem.

—O-o que é isso?

Ele percebe que está a tratando mal... apesar de não saber se é uma pegadinha ou não sua voz e todo o seu modo realmente é estranho até para alguém interpretar. Ou ela é uma grande atriz ou aquilo era real. Apesar de ainda não acreditar, apenas fala mais calmamente:

—Isso se chama chorar... Você está tão triste que lágrimas escorrem de seus olhos.

—E por que estou com vontade de ficar gritando de dor? Isso dói muito!

Ele realmente se arrepende do que fez, pega o lençol de sua cama e coloca sobre o corpo da intrusa. Ele enxuga o rosto dela com o mesmo pano, e ela começa a ficar rosada mesmo com o choro.

—O-o que você está fazendo?

—Enxugando suas lágrimas. Há algum problema?

—Em meu mundo apenas encostar na pessoa é sinônimo de desejar copular para ter filhos.

—Nossa! Vocês não devem se tocar de forma alguma né?

—Realmente... o máximo que nos falamos muitas vezes é enquanto voamos e tocamos no ar que a pessoa assoprou. Isso em seu mundo deveria ser muito estranho né.

Ele para de enxugar pelo perigo do mal entendido, porém ela segura a sua mão.

—Pode continuar. Sei que isso apenas é afeição no seu mundo... Ao menos isso demonstra que você sente algo por mim.

Ele olha profundamente em seus olhos cinza-claro. E decide que não irá expulsá-la até entender o que estava realmente acontecendo. Enquanto enxugava as lágrimas ele ainda pergunta:

—Vamos supor que você realmente seja de outro mundo. Porquê você viria para este ao qual não há nem poderes para você voar?

—Eu desejava ter algo a mais do que apenas magia. Você sabe quando sente que o seu mundo está tão dentro de algo, que você não consegue se posicionar? É como um beco sem saída aonde ou você vive a mesma vida que eles ou sofre sozinho. 

—Sim... aqui chamamos isso de facechat...*

—Neste mundo tem a mesma coisa? Como você sobrevive sem realmente sentir algo... algo como nós tivemos agora.

—Isso se chama briga. E realmente não quero isso todo dia para minha vida.

—Pode não parecer, mas mesmo que eu esteja me sentindo mal, ao menos consigo sentir... Isso é incrível. Principalmente esse sentimento de agora... Será que é o que chamam de amor?

Rapidamente, ele retruca.

—Não, é apenas consolo. Amor é beeeeem diferente. Quando sentir uma dor acalorada no peito você vai saber.

—Mas então se você sabe o que é porquê você não o tem? e porquê você o busca?

—São perguntas complicadas... Vamos deixar para bem mais tarde. Antes vamos levantar.

Então ele tenta a carregar. Ela sente uma pequena pressão em suas pernas, e não entendendo pergunta:

—Isso é andar?

—Sim.

—Pode me soltar então, acho que sei o que fazer.

Ele a solta. Ela começa a dar alguns passos e depois começa a correr dali. Ele se sentiu desiludido, pensando que era apenas uma maluca no manicômio e deixou-a ir sem problemas. Mas alguns segundos se passa e ela volta com um sorriso alegre:

—Sei andar e correr! E correr me deixa feliz também! 

—Isso é outra história. Até te explico isso, mas antes me explique tudo o que aconteceu com você para ver se "engulo" isso tudo.

Então ela o explicou o que acontecera