Miraculous: Tire a Máscara escrita por SofyLiddell


Capítulo 34
Pensamentos no Banho


Notas iniciais do capítulo

valha gente, o capítulo passado só teve dois comentários? O que aconteceu com vocês? Estou com medo, hein

—- aproveitem o capítulo, resolvi não focar muito em romance e mais em amizade (adoro fazer isso)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/684272/chapter/34

Eu não estava com raiva do ChatNoir porque ele falou o nome da Ladybug no momento. Eu estava com chateada porque achava que ele tinha descoberto que eu era a heroína, e aquilo era um segredo muito grande. Pena que acabei de perceber que ele acha que aconteceu a primeira opção, e agora nunca mais vem aqui em casa.

E outra: eu deveria confiar nele. Somos namorados, confiança deveria ser a base de um relacionamento, por que eu não consigo simplesmente falar para ele? Ele também é um herói, ele sabe que deveria esconder quem é para todos. E de bônus, talvez ele também teria contado quem ele era.

Já era bem a décima quinta ou décima sexta vez que eu pensava naquilo naquela semana, e era um belo sábado. A festa seria naquela noite, e Alya estava agora mesmo no meu quarto me ajudando com os últimos detalhes do vestido. Nino também estava aqui, e Adrien não pode vir, agenda de modelo superlotada. O que é estranho é que o garoto loiro também estava agindo estranho comigo. Ótimo, os dois garotos que eu gosto resolveram me dar um gelo juntos.

— Marinette? Você furou seu dedo – Minha amiga avisou, e então eu percebi a gota de sangue que apareceu.

— Ah, nossa, eu sou muito desastrada, não é? – Peguei um algodão e o pressionei contra meu dedo. E então uma lágrima escorreu. Era como se a dor quisesse sair por algum lugar, mas não foi a dor da agulha, era a dor que eu estava sentindo. Eu precisava falar com o ChatNoir.

— Mari, você está bem? Se quiser, não precisamos ir para o baile, podemos ficar por aqui, comendo besteiras, bebendo chocolate quente e conversando até tarde. O que acha?

— Não está tudo bem, eu quero ir! – Consegui dar um sorriso – Até porque, bem, oadrienvaiestarlá – Eu falei tão rápido e baixo que a frase saiu realmente desse jeito, sem espaços e sem pausas.

— AH! Eu sabia! Você quer ver ele e está chateada porque ele não pôde vir mais cedo, hehe, eu te conheço, Mari – Ela riu e foi ajeitar seu vestido. Os tons de laranja, amarelo e vermelho de alguma forma combinaram, e a sua máscara de raposa estava impecável. Não queria falar nada, mas eu fiz tudo.

— Bom, pelo menos tudo ficou pronto a tempo – Falei. Olhei para o meu vestido, algo bem Ladybug. Saia cheia e muitos pontos pretos, optei por um tomara que caia, eu sei que eu vou ficar um pouco envergonhada, mas se o resultado iria ficar bom, eu não me importava. As nossas roupas estavam lindas, eu não tenho que me preocupar com nada.

Só com o fato de que meu par é o menino que não fala comigo a duas semanas.

— Alya, e se ele não for pro baile? E se ele não veio aqui como forma de dizer que não vai? – Minha ansiedade cresceu.

— Marinette, calma, eu conheço o Adrien porque ele é o melhor amigo do Nino, e eu sei que hoje mesmo, na hora das fotos, ele parou e comprou a rosa dele para dar pra alguém especial – E começou a fazer cócegas em mim. É o que eu sempre penso: todos nós precisamos de uma Alya.

— Ah, ok, ok, para. Tá, entendi – Sorri e ainda soltei umas risadinhas – O que achou do seu vestido?

— Tá brincando? Está perfeito! Vamos arrasar – E voltou pra cama, onde ficou apreciando a sua roupa – Nossa. Acabei de pensar em algo bem louco! E se houvesse mais do que apenas a Ladybug e o ChatNoir?

— O-oi? – Travei. Ela sabia?

— É, mais do que dois heróis. Tipo, imagina uma raposa também. Ou uma mariposa? Ou quem sabe uma tartaruga até! – De onde ela tirava aquelas ideias, Alya, pare de viajar muito ou simplesmente ser muito inteligente.

— Alya, você está louca. Só a Ladybug e o ChatNoir já estão dando conta da cidade – Ótimo Marinette, você sabe esconder muito bem.

— Ah, eu sei, mas sei lá... Eu adoraria ser uma heroína, sabe? – E pegou a máscara da sua roupa e ficou vendo imaginando altas coisas – Nossa, ia ser muito linda uma roupa pra uma heroína que o animal seria um pavão, não era? – No momento eu estava comendo um biscoito e engasguei.

— Ai, é, r-r-realmente seria b-bem bonita – Água, eu preciso de água. Tikki, onde quer que você esteja, espero que permaneça aí bem escondida até minha amiga parar de criar todas essas teorias (REAIS) e nós estejamos bem longe, lá na escola, lá no baile. Onde tem água, por falar nisso.

Alya chegou do meu lado com a garrafinha dela:

— Nossa você está bem mesmo, Mari? – Pegou um biscoito e deu uma mordida – Cuidado hein, seu par não vai gostar de saber que você foi parar no hospital pela segunda vez em um mês.

— Eu estou bem, Alya, é só que você viaja muito e isso me impressiona – Voltei total atenção para meu vestido. Que na verdade estava pronto. Mas eu precisava disfarçar.

— Hm, será que não tem algo mais escondido? – Olhou de rabo de olho para mim – Não sei não, Marinette, você às vezes é bem estranha.

Riu, terminou seu biscoito e foi pegar suas coisas para tomar banho. Perguntou se podia ir primeiro, e eu falei que a casa era dela. Quando a mesma se trancou, Tikki apareceu já pegando seu biscoito.

— Poxa, essa foi por pouco, não é, Marinette?

— Sim, a Alya viaja muito, mas, infelizmente, sabe muito bem onde chegar.

— Hihihi, não se preocupe, ela nunca vai descobrir, você esconde muito bem. Além do mais, adorei seu vestido, combina comigo – E deu um loop no ar.

— Ah, você acha que combina com você? Fofinha – Dei carinho em sua cabeça.

— Então, como você acha que ficou com o ChatNoir?

— Honestamente? Não faço a menor ideia, ele simplesmente sumiu. E o estranho é que nesse tempo Paris ficou tão calma.

— Bom, também estou estranhando isso. Longe de mim estar reclamando, mas é que não acho que o Hawk Moth faria isso, ele deve estar tramando algo grande. Desculpe se eu estiver sendo pessimista.

— Não, você está sendo realista. Pelo menos ele não sabe que sou a Ladybug, eu acho. Talvez ele volte a falar comigo – Sorri com o pensamento. Sentia falta do meu gatinho.

Alya saiu do banheiro olhando para baixo enquanto secava o cabelo com a toalha, o que deu tempo da Tikki se esconder.

— Sua vez, Mari!

— Ok – Peguei minha toalha e fui para o banheiro.

x – x – x

Geralmente garotas normais ficam pensando em meninos na hora do banho, ou em meninas, ou festas, ou escola. Mas eu não sou uma garota normal, eu sou uma heroína, protejo Paris, então meus pensamentos no banho se limitaram a uma frase:

“Não acho que o Hawk Moth faria isso, ele deve estar tramando algo grande.”

Banheira. Sempre banheira. Eu podia tomar banho no chuveiro mas não estava com cabeça para isso. Precisava pensar. Se o grande vilão estivesse esperando pra fazer um brilhante plano, o que ele faria? Acho que ele... Esperaria.

Droga. Um akuma já podia estar à solta. Mas um akuma é vingativo, ele não esperaria muito para atacar, mas nós não fomos chamados, não era algo totalmente perigoso e que pusesse pessoas em risco de vida, então, tinha que ser coisas pequenas. Infelizmente, não peguei em nenhum jornal e não vi TV durante umas duas semanas, e meu celular foi usado para pesquisas, músicas e falar com Alya.

Emergi. Precisava de adrenalina. Fiquei embaixo d’água até meus pulmões gritarem por ar, e mesmo assim fiquei mais um pouco. Subi puxando todo o oxigênio do banheiro pra mim, o que chamou atenção da garota de cabelos laranjas:

— Mari, você está bem? – Talvez fosse a terceira vez no dia que ela falasse aquilo, e eu precisava inventar outra desculpa.

— Estou, só esqueci como se respira por uns segundos – Quê? Quem raios diz isso? Ah, você não sabe da melhor: ela acreditou.

— Marinette, se algum dia eu tiver que te enterrar, que seja por uma morte no mínimo normal e que não seja por você ter se engasgado com um caroço de abacate porque você não viu ele – Ri. Mas então percebi: Alya. Ela podia ser uma chance deu saber o que estaria acontecendo em Paris.

Terminei meu banho rapidamente e sequei meu cabelo no banheiro mesmo, me cobri com a toalha e sai aos tropeços. E então, falei meio rápido, mas ela conseguiu entender:

— Alya, o que aconteceu em Paris na última semana? Eu estou totalmente desligada dos jornais e televisores e internet e isso tudo, como você sabe, pensei em perguntar para você. E aí, quais as novidades da nossa cidade? – Sim, talvez eu a tenha assustado, mas ela já estava acostumadas com minhas crises aleatórias.

— Bom, ela tá meio parada, mas vem acontecendo uma onda de coisas estranhas, não está sabendo? – Pude perceber o sorriso se formar no canto de sua boca, o que significava que ela estava louca para falar sobre aquilo, só não tinha o momento certo.

— Ahn, não – Me sentei na frente dos meus desenhos e comecei a me maquiar enquanto escutava minha amiga.

— Bom, tudo começou num ferro velho, não foi bem um ato de terrorismo e nem sequer um assalto, foi mais a marca estranha que deixaram na parede – Ela saltou em frente ao meu computador e abriu numa página da web qualquer – Era a marca de uma borboleta, mais especificamente uma papillon. Bom, foi o que os que entendem do assunto disseram.

Congelei. Papillon? Era a marca de um akuma. Alya virou o computador para mim e pude ver a borboleta grande marcada na parede. Não era uma pichação qualquer, era como se tivessem queimado.

— Bom, isso é bem... Estranho – Não sabia mais o que falar – E o que mais de estranho aconteceu?

— Nada muito chamativo, olha, não estou reclamando, é ótimo esse ladrão não ter roubado bancos ou nada muito valioso, só que – Ela respirou fundo – Sei lá, ele é muito talentoso, ele simplesmente desaparece e entra nos locais sem ser visto, é incrível! – Novamente virou o computador pra mim, e mostrou imagens de câmeras de segurança. Ela deu play. Uma sombra preta apareceu rapidamente na tela e depois sumiu na mesma velocidade, não dava nem ao menos para distinguir se era um animal ou uma pessoa.

— Muito. Muito. Muito estranho. Mas o que ele anda roubando até agora?

— Comida. Lojinhas de conveniência. Aqueles brindes de torre eiffel que todo mundo tem! Coisa pouca, é por isso que eu acho estranho, se ele é tão bom assim, por que ele não rouba, sei lá, a Monnaie de Paris?

— Não se empolgue tanto, não estamos numa série.

— Marinette, vivemos numa cidade onde temos vilões que são do mal por causa de borboletas e uma heroína joaninha e um herói gato preto, não vivemos numa série? A história de Paris é digna de telas de cinema da Marvel! – Eu ri, mas também foi de nervoso, por acaso aquela sombra preta do vídeo tinha asas?

— Ahn, e qual é a relação dos roubos com a borboleta gigante?

— Todo lugar assaltado fica essa marca em algum lugar. Não do mesmo tamanho, é claro, mas sempre a mostra – E então ela colocou na tela cinco fotos, todas da marca da borboleta. Uma na entrada de um mercado, outra na porta de uma conveniência, outra numa estante da biblioteca, outra numa locadora e mais outra, a gigante, no ferro velho.

— Isso seria um caso para o Scooby Doo – Alya disse e soltou uma risada.

— Ele tem nome?

— Bom, estão o chamando de Papillon.

Papillon. Isso não era um caso para o Scooby Doo. Era um caso para Ladybug e ChatNoir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e aí? teorias? o que vocês acham?

amo vocês ♥ Podem comentar, eu não mordo hehehe