— O Adrien? Ele é... Um amigo meu...

— Amigos se beijam agora? - Dava pra sentir a raiva dele no olhar, eu não queria olhar pro seu rosto.

— C-chat, eu ia te contar... Mas, eu estava com medo...

— Medo do quê, princesa? - Ele me chamou de princesa, ele não estava me odiando?

— M-medo de você me achar uma traíra e que beija qualquer um que vê pela frente, mas eu juro, eu não sou assim, foi uma questão de... De...

— Impulso?

— V-você lê mentes? - Olhei pra ele que sorriu, chegou perto de mim e me abraçou, eu estava achando aquilo estranho, mas retribui - Pensei que ficaria com raiva.

— Você se arrependeu não é? Só estou triste por não ter me contado antes, querida princesa - Ele se aproximou do meu ouvido e cochichou - Confesso que estou com ciúmes.

— Não precisa ficar gatinho bobo. Eu prometo que você é o único que eu vou beijar daqui pra frente - Falei essa frase já me aproximando dele, beijando-o logo em seguida. Quando nos separamos, ele perguntou o que raios era aquele jogo da Margarida - É um jogo que eu posso perder tudo o que eu tenho de direito se eu não responder: É da Margarida, é um jogo perigoso, muito perigoso.

— Mas você não pode me perder, não é? - Ele me abraçou por trás - Quer jogar?

— Topo - Eu me virei pro seu rosto, ele estava me encarando fixamente e perguntou de quem era meus lábios, eu pensei naquela pergunta e depois respondi - Meus...

— Que pena, resposta errada, My Lady - E me beijou. Depois se afastou e olhou pra janela - Você canta bem...

Corei na hora, depois lembrei, eu fiquei cantando com a Alya, ele escutou tudo, tudo... Coloquei minha mão no rosto agradecendo gaguejando muito:

— De nada, aliás, fala pra sua amiga que eu estou ótimo - Olhei pro seu rosto, que estava sorrindo - ChatNoir logo estará de volta nas ruas de Paris.

— Eu sei - Coloquei minha mão sobre o curativo, depois olhei pro seu rosto - Eu não tenho aula hoje...

— Isso é bom, certo? - Ele ficou mexendo nas mechas do meu cabelo, se sentou numa cadeira e me sentei em seu colo - Eu não comi nada hoje...

— Isso não é problema - Peguei um biscoito no prato e coloquei na boca dele - Gostou?

— Amo coisas com chocolate envolvido - Ele falou se aproximando do meu pescoço - Como o seu cheiro...

Corei, muito, ele se afastou e viu meu rosto vermelho e riu um pouco. Peguei outro biscoito e coloquei novamente na sua boca:

— Quando eu posso ir pra casa?

— Quando cicatrizar, mas pelo que estou vendo, você não quer ir tão cedo - Eu olhei pra ele e ele concordou com a cabeça - Eu sei das coisas, gatinho.

— Eu sei que sabe, princesa.

Ficamos conversando até dar meio dia e minha mãe me chamar pra almoçar, desci, peguei um prato e comi com eles, e menti dizendo que estava muito bom e que ia pegar mais, só na parte do que eu ia pegar mais pra mim, mas na parte que estava bom não era nenhuma mentira, meus pais sabiam cozinhar muito bem. Subi e coloquei o prato na frente do Chat:

— Coma tudo, gatinho doente - Baguncei seu cabelo, e ele fez isso, comeu tudo, depois deixei o prato na pia e voltei pro meu quarto - Tenho que fazer os deveres de sexta agora, quem será que pode me ajudar?

— Estou sempre aqui pra quando quiser, princesa.

Passamos mais um tempo conversando até bater um sono, eu não tinha dormido a noite toda, falei pra ele que ia dormir. Me deitei na cama e ele se sentou na frente me olhando:

— O que foi?

— Estou te vendo dormir... Esperando você dormir na verdade.

— Chat... Canta uma música pra eu dormir, por favor...

— Ham, qual você quer que eu cante?

— Qualquer uma - Eu vi seu rosto pensativo - Por favor...

— Tá bom - Ele beijou minha testa e começou a cantar

Aquela estrela que brilha no céu,

Aquela estrela que brilha muito longe de mim,

Deve ter chegado ao meu coração,

 Aquela estrela gravada em meu coração,

Aquela estrela que brilha em meu coração,

Penso que poderia ser você.

 Pode me escutar tremer?

Oh estrela,

Pode sentir meu coração arder?

Você é minha estrela.

Acordei sozinha no quarto, era de madrugada... Por quanto tempo eu dormi? Porque só consigo acordar cedo quando não tem aula? Onde o Chat estava? Olhei pro banheiro, estava trancado, já o encontrei:

— Quer queijo, gatinho?

— Aceito - Desci as escadas e peguei queijo pra ele e mais alguma coisa pra comer e levei lá pra cima, quando dei pra ele, esperei alguns minutos, o Chat reapareceu na minha frente - Lanchinho da madrugada?

— É, mas primeiro, temos que trocar isso - Disse apontando pro curativo - Tem que trocar no mínimo duas vezes por dia... E eu sou esquecida, trocamos agora.

Fiz todo o procedimento e notei que já estava cicatrizando, ele já podia ir embora daqui um tempo, fiquei meio triste esse momento, estava gostando da companhia dele todo dia. Comemos o que eu trouxe e depois fiquei deitada na minha cama, quando deu de manhã, fui pra varanda e observei a polícia parando em frente a minha casa, o que aconteceu? Falei pro ChatNoir se esconder no banheiro e desci as escadas:

— Bom dia policial, o que veio fazer aqui - Começou minha mãe, eu estava na ponta da escada e me juntei a ela - Algum problema?

— Bom, parece que um dos colegas de sua filha desapareceu, eu vim apenas perguntar se ela viu ele passou por aqui - Ele olhou diretamente pra mim e fiquei imaginando quem poderia ter desaparecido, uma onda de medo subiu meu corpo - Você por acaso viu Adrien Agreste algum dia desses?