Ultimate Power escrita por TaeSong Moon


Capítulo 7
Hold


Notas iniciais do capítulo

* Alguma coisa que não entendam é só perguntar.
* O capítulo foi revisado mas, mesmo assim, qualquer coisa me avisem por favor.
* Comentários&Favoritos são sempre bem-vindos.
* Boa leitura!

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Obrigada aos comentários! ♥



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POV'S Koharu


Sentei-me no meu lugar. Olhei em volta e não vi Louis.
Nana não estar aqui faz-me falta. Para não estar atenta aos olhares de desprezo alheios, fui ao meu telemóvel onde existia uma mensagem.


"O teu pai piorou o seu estado. Estamos a lutar ao máximo para que ele recupere! Não te preocupes, apenas continua a estudar. Sobre o dinheiro, está tudo sob controle, tens a casa paga, tudo. Tenta só não o desperdiçar, precisámos de poupar o máximo...
Beijos ♥ :* Saudades tuas pequenina!"


Os meus pais são adotivos. Cresci num orfanato e aos meus seis anos de idade, uma família que não podia ter filhos começou a cuidar bastante de mim. Eu era loira com olhos castanhos e esverdeados mas, com o passar do tempo, só a cor dos olhos se manteve e o cabelo escureceu, ficando num castanho claro. O meu pai, há 2 meses e meio ou até já fez três meses, sofreu um grave acidente de mota e desde aí que anda sempre a piorar e a recuperar... A minha família não tinha uma conta recheada, mas tentou ao máximo dar os melhores cuidados para Rogério (nome do meu pai adotivo) para que este não partisse tão cedo... A Juliana (nome da minha mãe adotiva) disse para eu me esforçar e tirar boas notas nas provas finais para conseguir passar para esta escola. Ela disse entre muitas lágrimas que o maior desejo de Rogério era ter a sua "filha" na melhor escola de Portugal e ser altamente qualificada para ter melhores condições de vida. E cá estou eu, realizando o sonho de Rogério. Ele queria ser professor mas nunca teve oportunidade. Desemprego e mais desemprego... Ele desejava também que eu fosse médica mas simplesmente não dá. O meu sonho era ser cantora, estar em palco. Mas como estou no 12º, posso sempre tirar boas notas e tentar ter um emprego com o salário elevado para poder ajudar os meus pais. Ou posso sempre arranjar um part time que se ajuste aos meus horários escolares.
Mas... eu tenho de aguentar estar aqui, mesmo que me desprezem eu tenho que levantar-me para continuar ajudar a recuperar Rogério.
Quando tirei a cabeça dos meus pensamentos, dei conta da confusão em que a sala se encontrava. Olhei e só podia. Adrien estava à porta.


— Posso? Quero ter aula aqui. - Disse Adrien.

 


— C-Claro! S-Só não sei se temos cadeiras de vago... - O professor tremia ao falar para Adrien. Olhou para o meu lado e apontou para a cadeira de Nana - Q-Queres s-s-sentar- t... (ele estava a tratá-lo por tu) ... Q-Quer s-sentar-se ali?


Eu e Adrien trocámos olhares de raiva.


— Pode ser. - Sorriu de lado.


Murmúrios fizeram-se ouvir.


Quer dizer, em primeiro o lugar o professor pergunta "Quer?" em vez de "Sente-se ali." . Qual a dificuldade em afirmar isto?! E quem é o professor mais idiota no mundo que o deixa entrar sem mochila para a aula? Para não falar que não usa uniforme. Deve ser alérgico.
Ele sentou-se, cruzou os braços e olhou para mim. Tentei ignorar até que ele falou.


— Vais-te arrepender.


Ignorei. É isso que devemos fazer quando pessoas piores que aranhas estão a falar para nós, certo? Ah, okay, não devia ter ofendido as aranhas.


— És muda agora? - Insistiu.


Voltei a dar a ignorância.


— Já entendi, finalmente reconheces a diferença entre nós.


Mais um momento de ignoração por minha parte.


— Okay, é mesmo isso. Para te perdoar tens de te pôr de joelhos à frente de toda a gente.


Ignorei.


— Se não o fizeres, a tua amiguinha sofre.


Agora encarei-o. Ele que faça o que quiser comigo, mas não coloque um dedo na Nana.


Na última folha do meu caderno escrevi "Só nos teus sonhos, idiota. Um ser tão desprezível como tu não me faz temer."


Ele leu e rangiu os seus dentes. Voltei a virar o caderno para a parte da frente e tornei a prestar atenção à aula, mesmo ouvindo burburinhos por parte de algumas pessoas. Um avião de papel veio ter à minha cabeça mas ignorei, pousando-o em cima da mesa. Passado alguns segundos, uma bola com cuspe (eu sei, que nojo) veio ter à minha mesa e eu apenas a deitei para o chão.


— PROFESSOR! - Um aluno quase gritou - A Koharu anda a fazer aviões na sua aula, cuspiu num papel e deitou-o ao chão e, para finalizar, escreveu no seu caderno a dizer que o Adrien era um idiota!


Eu olhei para o aluno que estava a fazer queixa de mim e Adrien sorria de lado maléficamente, sem mostrar os dentes e arqueando a sua sobrancelha como "a vitória será sempre minha, eu avisei-te".


— Koharu! - ele aproximou-se de mim furioso e começou a mexer no meu caderno - Onde está!? - perguntou.


— Na última página!! - o mesmo aluno que fez a queixa exclamou. Se não me engano, o seu nome é Viktor.


Ele leu a última página e parecia deitar fumo pelo nariz. Ouvi risinhos por parte das meninas.


— Expulse-a da aula! - Uma menina ordenou.


— Melhor, suspense-a! - A menina loira falou.


— O quê? Vocês ouviram o que ela chamou ao Adrien? Expulse-a da escola! - Outra meteu-se.


O que eu fiz de mal? Enquanto todos discutiam e o professor pedia desculpas a Adrien, olhei para Anne que estava dentro da minha mochila e com um olhar de preocupada. Com a cabeça, fazia o sinal negativamente como "Não, não deixes isso acontecer!" Mas eu não percebi a mensagem. Depois, mandou-me um papel com uma mensagem com letras minúsculas. Parecia uma idiota a tentar ver algo sem o telescópio. B....K? Hmm... O que me guiam BK? Espera, tem duas palavras e acaba em "s" ... B...K...S. Olhei para ela como sinal que não entendia nada e enviou-me outro papel com letras maiores, desta vez com uma lupa iria conseguir chegar lá. L...P....B, L,K,S. B,L,K,S? (Soletrei) BLKS (A palavra suou-me Black... Espera, é mesmo isso! Black Pearl's!? Mas onde?) Escrevi "Black Pearl's" num papel maior e dei para ela. Ela fez sinal positivo.


— ESTÁ-ME A IGNORAR? - O professor estava a gritar comigo e ecoavam risos de gozo pela sala de aula.


— Você vai ouvir a minha parte? - respondi calmamente o que fez Adrien mudar de expressão de "eu venci" para "como é que ainda não começas-te a chorar?".


— Não!


— Então eu vou-lhe ignorar tanto como você ignora ouvir a minha parte.


Alguns começaram a dizer "BOCA PARA SER EXPULSA~~!". O professor enervou-se tanto que bateu com as suas mãos na minha mesa.


— VOCÊ VAI SAIR E VAI REZAR PARA CONTINUAR NESSA ESCOLA!


Não... eu não podia... Seria um desgosto para a Juliana e principalmente para Rogério. Sinceramente eu já estava envergonhada o suficiente e eu queria chorar sem parar. Mas não podia. A minha imagem tinha de ser rapariga muda que não chora. Entendem? Eu sofro muito e guardo as lágrimas para mim, choro no silêncio. Resolvi obedecer à injustiça e arrumei as minhas coisas. Nem uma lágrima saiu apesar delas estarem a lutar para ver quem saía primeiro.


Ao sair da sala ouvi Adrien a dizer "Professor, posso ir à casa de banho?" e foi aí que comecei a correr. Para que lado? Esquerda ou direita? Só não queria que aquele imbecil visse as lágrimas que já estavam a cair assim que coloquei um pé fora da sala. Finalmente encontrei a saída, só não sei como. Olhei em volta e vi umas escadas. Subi e fui ter ao ponto mais alto da escola, penso que se chama terraço. Podia ver tudo dali.


— BLACK PEARL, Koharu! - ela limpava as minhas lágrimas.


— Onde...? - Não tirei o olhar do chão.


— Ali, na empresa ao lado! - ela apontou mas eu só olhei para o idiota do Adrien que estava a dar voltas lá fora. Wow, grande ida à casa-de-banho.


— KOHARU! - Anne chamou a minha atenção.


— Eu não estou com vontade... - Olhei para o lado.


— Isto não é de vontades, Koharu! Eu sei que te sentes mal, mas lembra-te que eles é que irão se sentir pior assim que souberem que todos os alunos estavam, na verdade, inocentes! - a jewel tentou animar-me.


— Tudo bem! Mas até aí quem sofre sou eu! - contrariei nervosa - Desculpa... A minha família está com problemas! Tudo acontece ao mesmo tempo! Agr! - Despentiei o meu cabelo - Estou esgotada...


— O que se passa..? - a pequena perguntou.


Contei a história toda a Anne. Sobre ter pais adotivos, do acidente de Rogério, de ele ter-me a mim como um sonho e apesar de sonhar ser cantora, quero ter um emprego em que ganhe um bom salário e até isso acontecer, arranjar um part time.


— Koharu, tu és fantástica. De cabeça erguida seguras a tua coroa de rainha. Apenas continua forte! Eu estarei sempre aqui para rir e chorar contigo, prometo! - Fez o maior sorriso que pôde e limpou-me as lágrimas - Agora estás esplêndida!


— Obrigada - sorri fraco, mas dei um sorriso sincero. Com as minhas mãos limpei o resto das lágrimas - Vamos combater esse Black Pearl! 


— Yay! - a pequena escondeu-se de repente. Em uma questão de segundos ouvi passos.


— Jurava que pensava que estavas a chorar - riu com os braços cruzados atrás da sua cabeça. Era Adrien.


Ignorei e comecei a caminhar. Precisava de me transformar o quanto antes.


— O quê? Estás a ignorar-me? - comecei a ouvir passos atrás de mim. Desviei o olhar por uma questão de segundos e ele caminhava atrás de mim - Ei! Eu sei que estás a ouvir-me! Não és surda pois não? - agora ele estava ao meu lado - Pára! Eu sei que me amas e me achas irresistível. -


Eu aí parei e arquiei a minha sobrancelha do género "Mas que camada de besteira estás praí a dizer?!" mas não falei .


— Finalmente! - ele falou e continuou - Eu estive a pensar, "mas que género de miúda me maltrata tanto e nem depois de ser tão gozada e injustiçada, chora?" e aí cheguei a uma resposta! - ele fechou um pouco o seu olhar e colocou o seu indicador no meu nariz. Aproximou o seu rosto do meu e disse - Tu a-mas-me! - deu ênfase no "a-mas-me".


Eu afastei os nossos rostos e gargalhei. Como é que ele é tão idiota ao ponto de pensar isso?!


— Acertei? - colocou a mão no seu cabelo - Eu percebi logo. Como tenho muitas apaixonadas, tenho a certeza que reparas-te logo nisso no primeiro dia. Para seres diferente, decidis-te maltratar-me apesar de te custar muito. Tudo o que fizes-te era para eu te notar, certo? Não te preocupes, o segredo está guardado, apesar de teres muita concorrência.


Continuei a rir. Ele era a pessoa mais cómica e imbecil que alguma vez vi na minha vida.


— Porque te ris? - Ele começou a ficar indignado.


Após me acalmar do riso, fiz uma postura séria.


— Em primeiro lugar, tudo, mas mesmo tuuuudo o que disses-te está errado. Não fazes o meu género. És uma criança. Em segundo lugar, és desprezível. Em terceiro lugar, és super convencido e egocêntrico. Em quarto lugar, eu nunca te iria amar nem sequer pelo exterior! Tu tens uma personalidade horrível. Trata-te moço. Se for necessário dinheiro, eu própria te o dou. Agora deixa-me passar que tenho coisas bastantes mais interessantes para fazer. E queres um conselho de menina atrevida, porém sincero? Vai-te masturbar, deve ser o único momento de prazer verdadeiro e sem fazer mal a ninguém que deves ter na vida.


Desci as escadas e nem vi a cara dele.

(...)


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Notas finais do capítulo

* Alguma coisa que não entendam é só perguntar.
* O capítulo foi revisado mas, mesmo assim, qualquer coisa me avisem por favor.
* Comentários&Favoritos são sempre bem-vindos.
* Boa leitura!

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Até à próxima! ♥