Void escrita por Lilindy


Capítulo 25
Capítulo 22 - Sangue na neve


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem? Mais um capítulo para vocês! Muito obrigada pelas 10 favoritações, vocês são demais ♥.
Bom, espero que gostem do capítulo, uma boa leitura!



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Vários carros da polícia saiam da propriedade de Mason Verger depois de fazerem uma verificação no local. Cordel, o fiel mordomo, sorria para os policiais que agradeciam a recepção.

— Agradecemos a gentileza do senhor Verger por nos permitir checar a sua propriedade. – O policial sorri.

— Sem problema. – O mordomo responde. – Para ele foi um prazer recebê-los.

O policial o cumprimenta, dando um aceno, dirigindo-se as viaturas logo depois. O portão de entrada da mansão abre para a saída dos carros que seguiam em frente a caminho do centro de Nova York.

Estava anoitecendo. A neve pintava de branco o gramado da mansão. Verger estava sentado em sua cadeira de rodas, ao lado dos seus equipamentos médicos encontrava-se Cordel, ali parado, esperando uma oportunidade para falar.

— Cordel, eles já foram? – Um pouco nervoso e inquieto sobre a situação, o rapaz confirma.

— Sim, senhor. Eles já foram.

— Ótimo! Ótimo!  - Fala o milionário com certa dificuldade devido a sua condição física. – Telefone para o Carlo. Peça que ele o traga imediatamente.

— Sim, senhor. – Fala o mordomo indo ao telefone , discando os números para informar ao capangas que os mesmos estavam autorizados a trazer Roman Warner para a mansão.

                                              ***

Dirigindo em uma velocidade considerável pelo caminho alternativo, Zoey pretendia chegar á mansão. Ela aproxima-se da propriedade, desacelerando o carro enquanto o direcionava até os arredores, perto da floresta. Starling para o veículo.

A jovem agente pega sua arma e abre a porta do carro, sentindo o tempo frio que castigava o local. Zoey sabia que era arriscado, que poderia perder tudo, poderia até mesmo morrer. Porém, ela não poderia permitir que algo acontecesse a ele. A garota respira fundo e segue caminho, aproximando-se da grande casa.

Com cautela e a arma posicionada. A jovem buscava uma segunda entrada alternativa. Em meio a sua busca, a psicóloga percebe o silêncio. Onde estariam os funcionários que trabalhavam ali? Um pensamento vem á sua mente. Claro que a maioria dos funcionários não estaria presentes. Quanto menos pessoas ali menor seria o número de testemunhas. Verger não se arriscaria assim.

Ela continua sua busca. O frio estava intenso, Starling poderia ver o ar condensando-se de sua respiração. A temperatura estava baixíssima, se não fosse a adrenalina em seu corpo, a garota estaria tremendo de frio.

A agente acelera os passos quando acha uma possível entrada para a cozinha. Passando a mão pelo vidro da grande janela, a jovem constata que de fato era a cozinha, uma cozinha bem luxuosa. Starling dá uma olhada pelo local através do vidro, não havia nenhum empregado ali. Ela tenta arrombar a porta chocando o peso de seu corpo contra a mesma, mas aquilo era inútil e só servia para fazer barulho.

A jovem agente olha ao redor, anda um pouco e pega uma pedra no chão. Ela joga a mesma em direção ao vidro, que obviamente quebra após o contato com a pedra. O vidro quebrado permitiria a garota que ela pudesse tentar abrir a porta por dentro. Ela coloca seu braço direito pela abertura que tinha se formado depois do vidro de quebrar, no processo Starling acaba cortando sua mão, mas não se importou muito com o fato.

— Vamos, vamos. – A garota estava quase abrindo a porta. Ela estica o braço mais um pouco. Um minuto depois o clássico som produzido quando algo é destrancado faz a garota esboçar um leve sorriso. Momentos depois o som de passos se faz presente.

O céu estava quase escuro tornando a visão do local dificultosa. Starling vira-se, apontando a arma cautelosamente para todos os lugares. Um minuto se passa e por fim a garota decidi voltar sua atenção para a porta, que agora estava aberta. Ao tentar entrar, Starling acaba sendo imobilizada por trás por um homem.

A agente resmunga, libertando-se e girando o corpo, apontando a arma para a tal pessoa ali.

— Fique parado ou eu atiro!

O homem gorducho levanta as mãos, rendendo-se. Um sorriso brota em seu rosto quando um outro homem envolve um dos seus braços em volta do pescoço de Starling.

— Me larga! – O tal homem tentava tirar a arma da mão direita dela enquanto a garota se remexia. Por fim, ele consegue e a arma cai no chão. A agente dá uma cotovelada na barriga dele e isso o faz soltar o pescoço dela. Por um instante a jovem sente o alívio de ter se livrado do aperto sobre sua garganta antes de tentar ter sua arma em mãos novamente.

O gorducho chuta o objeto fazendo com que ele se distanciasse da agente. Desarmada, Zoey se vê obrigada a lutar com aqueles dois homens, e assim ela faz. A garota defende-se contra as investidas deles, os socando e desviando de seus ataques. Porém, Starling acaba sendo surpreendida quando um deles dá uma rasteira nela, a fazendo cair no chão coberto de neve. A jovem tenta se levantar, sendo impedida quando o mesmo cara que a derrubou aponta a arma na direção do seu rosto.

— Quietinha. Seria uma pena fazer um estrago nesse rosto, não acha boneca? – Pergunta ele cinicamente. – Levante-se. Vamos. AGORA! – O homem eleva a voz. – Anda!

Zoey levanta-se devagar, rendida, vendo seu plano fracassar.

— Tá, eu disse para andar!

O outro homem segura seu braço com força enquanto seu parceiro ainda apontava a arma para o rosto da agente.

— O senhor Mason vai adorar uma platéia VIP hoje. – Diz o homem armado, olhando a garota de cima para baixo. – Você é uma coisinha linda do FBI.

Aquela declaração provoca uma expressão de nojo no rosto da garota que desesperadamente tentava se soltar. Starling acaba levando um tapa, provocando um corte em seu lábio inferior.

— Eu disse que seria uma pena fazer um estrago nesse rostinho. Vamos, anda logo!

Os três seguem para o portão principal da mansão, caminhando apressadamente.

                                             ***

Cordel endireitava a gravata borboleta do Senhor Verger. O milionário parecia animado com sua vingança, que agora estava muito perto de ocorrer. Mason olha o empregado e questiona:

— Vai ficar para o grande show? – Hesitante, com a garganta seca, o mordomo suspira enquanto terminava seu serviço.

—  Se o senhor não se importa...

— Você vai ou não ficar, Cordel? – Questiona o rico, já impaciente.

— Senhor... – Antes de o mordomo terminar de falar, os capangas aparecem na sala com Zoey Starling de refém. – Mas o quê? – Cordel estava assustado com o rumo que aquela situação tomava. – Agente Zoey Starling. – A garota o encarava. Pedindo algum tipo de ajuda da parte dele.

— Ora, ora, ora. - Mason sorri, tossindo logo depois, o ato de sorrir ás vezes era muito para ele naquelas condições. Ele posiciona a cadeira de rodas automática de modo que ele ficasse de frente para a garota. – Agente Especial Zoey Starling. Vejo que veio resgatar seu adorado príncipe.

— Pare com isso senhor. Ela... Ela não tem nada haver com o seu plano.

— Cale essa maldita boca Cordel! Seja útil uma única vez na vida! – Fala o milionário, voltando sua atenção para a jovem garota. – Então é verdade. Estão apaixonados? – Pergunta ele. – Mas veja só. Carlo amarre ela. - Mason volta a encarar a garota. – Que tal antes do show temos uma conversa sobre a programação? O que acha Zoey?

— Prefiro morrer.

— Isso está na lista, mas não é prioridade.

Carlo prende com força as mãos da agente, o outro capanga ainda mirava a arma na cabeça dela. Com um empurrão, Carlo a faz se sentar no sofá. Presenciando tudo aquilo, Cordel suava, claramente não concordando com toda aquela insanidade. – Assim está melhor.

— Então, nessa sua cabeça doentia não passa a ideia de que algo virá me procurar? – Diz ela, soltando a pergunta. – Acha que vai sair livre dessa? Está enganado.

— Bom Zoey, minha mente não é doentia. Roman Warner é doentio. Será que só  você que não percebe isso? Ainda por cima vem até aqui defender a honra dele?

— Não sabe nada sobre ele, nada! – Ela o encara, ainda tentando livrar suas mãos das cordas.

— Claro que sei. Ele finge ser um mentor, finge ser amigável e usa você. E quando se cansa, ele faz isso. – Mason referia- se ao próprio rosto. – No seu caso, bom... Ele se impressionou um pouco mais, eu diria. – O rico sorri um pouco. – Já fizeram as juras de amor? Ah, deixe-me advinhar, se entregaram um para o outro? Você é tão maluca quanto o Warner!

O milionário é surpreendido quando Starling cospe em seu rosto, o que consequentemente a faz receber outro tapa no rosto, dessa vez machucando sua bochecha direita.

— Senhor! – Cordel anda em direção a agente.

— Fique quieto Cordel! Está envolvido nisso tanto quanto eu! Uma palavra minha e sua vida está completamente acabada!

O empregado trava no meio do caminho.

— Cordel, você pode ajudar. Eu sei que pode, sei que não é uma má pessoa, por favor! – Starling tenta conseguir ajuda mais uma vez. Carlo segura o queixo de Zoey com força.

— Cala essa boca!

Mason olha novamente para a garota que estava furiosa.

— Sabe, eu pensei durante muito tempo sobre como eu poderia torturar Roman. Claro que a ideia de matá-lo veio a minha mente, óbvio. Mas finalmente, depois de anos, encontrei a arma perfeita para fazê-lo sofrer e vê-lo ao menos expressar um pingo de sentimento humano. – Ele pausa um pouco. – Essa arma é você agente. Ele vai assistir você morrer. – Mais uma pausa para recuperar o fôlego. – Sabe, eu não tinha planos de usá-la, mas você apareceu e tudo fez sentido. Na verdade, tenho que lhe agradecer. – Ele direciona o olhar para um dos capangas. – Carlo, leve-a para o local.

— o quê?! Não, não! Me solta! – Agente se debate enquanto os dois homens a levavam para o local escolhido por Mason para que ocorresse o tal show. – Não! Não! Cordel me ajude! – Pedia ela, o tom de voz já se elevando.

                                              ***

Roman encontrava-se preso apoiado em uma estrutura parecida com uma maca de hospital, só que em pé. Seus pés e mãos estavam cuidadosamente presos. Warner estava no meio do que parecia um celeiro, frio e vazio.

Ele tentava se soltar quando escuta passos vindo. Eram mais homens e Verger, sendo empurrado por Cordel em sua cadeira de rodas. O mordomo tremia e não conseguia encarar Warner.

— Ansioso para saber o que eu preparei para você? – Começa Mason. Roman permanece calado. – Acho que agora você preferiria que eu estivesse morto, não é?

Warner solta uma risada.

— Não Mason. Na verdade, prefiro muito mais você do jeito que está agora. – Responde o assassino, referindo-se ao estado facial deplorável do homem e á sua condição física altamente prejudicada.

— De qualquer forma, depois de hoje, você não terá tempo para refletir sobre muita coisa.

Roman dá mais uma de suas risadas, encarando o rico.

— Ah é? E o que de tão terrível você vai fazer comigo? – Pergunta sarcasticamente o psicopata.

— Com você? Nada, não por enquanto. Mas quem sabe com ela. Carlo.

Carlo e seu irmão gorducho chegam arrastando Zoey até o celeiro. Os dois se encaram e Warner vê os pequenos ferimentos em seu rosto, aquilo faz com que ele force ainda mais as algemas, ainda tentando se libertar. Ele repete aquele ato várias vezes.

— Tire suas mãos de cima dela! – Roman fulmina Carlo com o olhar. Era a vez do capanga apontar a arma que agora estava mirando na testa da garota.

— Então isso causa uma reação em você? – Mason sorri. – Ótimo, ótimo! Vamos começar por ela então.

Warner força as algemas mais uma vez.

— ENCOSTE UM DEDO NELA E EU JURO QUE VOCÊ VAI PAGAR!

Mason é retirado do local pelos capangas que jogam Zoey no chão úmido do celeiro. Cordel disfarçadamente, aproveitando a distração do patrão e dos dois homens, joga uma pequena faca de cozinha para a garota. Starling lança um olhar para o mordomo, agradecendo.

— Cordel!

O mordomo apressa os passos e anda até Verger, o direcionando para a parte de cima do celeiro onde ele observaria o “show” melhor. O celeiro estava fechado, silencioso, silêncio esse que não duraria muito, pois minutos depois o som de alguma coisa se chocando contra a porta de madeira, localizada na parte de trás do celeiro, ecoa pelo lugar.

Ainda assustada, Zoey começa a cortar as cordas. Estava nervosa e isso quase a fez deixar cair a faca de suas mãos, o que com certeza revelaria o segredo.

— Zoey... – Roman sussurra para ela, alternando o olhar entra a garota e a porta ao fundo. Ele queria saber o que se escondia lá.

— Eu sei, eu sei. – Diz ela, concentrada na sua escapatória. – Estou tentando.

— Pare e respire um pouco. Estão nos vigiando. Faça isso devagar. – Ele a orienta.

— Não temos tempo. – Sussurra ela. Estava sentada no chão.

As tábuas que constituíam a porta de madeira continuavam a se mexer e o que se ouve depois não deixa dúvidas sobre o quê estava do outro lado da porta dos fundos.

Uivos.

— Lobos. São lobos por trás da porta. – Roman tenta mais uma vez se libertar quando vê que os homens já se posicionavam para dá passagem aos animais, deixando os dois morrerem.

Mason chega á o primeiro piso do celeiro com a ajuda de Cordel. O milionário agia como se estivesse em um camarote de um teatro prestes a assistir uma ópera, pronto para ter a melhor experiência possível.

— ABRAM AS PORTAS! – Grita o rico, animado devido à possível vitória.

Nesse meio tempo, Zoey acaba se soltando. Ela corre até Carlo antes que o mesmo abrisse as portas, o empurrando. Starling vai para cima dele e soca seu rosto, o impossibilitando de revidar. Ela pega sua arma e vira-se, atirando no ombro do irmão gorducho. Mais dois homens que estavam na parte de cima do celeiro apontam para ela e rapidamente Starling atira os acertando. Ela vai até Roman e mirando nas algemas ela atira novamente.

— Cordel faça alguma coisa! Vá até lá agora! – Fala Mason, nervoso vendo seu plano ir por água abaixo. O mordomo por sua vez fica estático.

Os tiros seguintes vão para as algemas que prendiam Roman pelos pés. Ele se liberta, encarando Starling em seguida.

—As portas não vão segurar por muito tempo.

Os animais se chocavam contra a madeira, os lobos uivavam. Eles estavam com fome, foram deixados assim e agora pareciam prontos para ter sua refeição.

Mais alguns capangas de Mason chegam ao local, estavam armados e cercavam os dois. Warner pega a faca do chão.

— Uma faca? Sério, uma faca? – Zoey fala quase gritando, desesperada em meio aquilo tudo. Roman por sua vez dá um sorrisinho e corre para mais perto dos capangas. – Roman!

Zoey vira-se e atira em um outro homem próximo a ela. O assassino tinha conseguido derrubar os dois capangas, ele pega as duas armas antes pertencentes aos dois e começa a atirar.

— Abaixa. – Pede ele a garota. Zoey faz o que ele pede e assim o psicopata mira na cabeça de outro homem. – Quando atirar faça para matar Starling. – Diz ele, referindo-se ao fato dela não fazer tal coisa e indicando os feridos que ainda poderiam puxar os gatilhos de suas armas.

Os lobos forçam mais uma vez a madeira, fazendo com que a mesma quase cedesse. Isso faz Zoey distraísse possibilitando que um capanga segurasse seu pescoço a fim de sufocá-la.

Warner aproximasse por trás e soca o rosto do homem, afastando ele da garota apenas para derrubá-lo no chão logo em seguida. Roman mira no peito do homem e atira.

— Assim que disser você tem que correr.

— Só se você correr também. – Diz ela um pouco ofegante, tossindo um pouco logo em seguida devido ao aperto na garganta.

Os dois encaram-se.

— Por favor, não me peça para deixar você de novo. – Warner permanece com o olhar fixo na garota, segundos depois ele responde.

— Tudo bem, não vou deixar você. – Ela assente. – A saída é logo ali, vamos correr.

Warner indica a porta se abrindo, os pedaços de madeira sendo arrebentados. Zoey encara a cena. Os focinhos dos animais já expostos a sua vista.

— Está pronta? – Starling faz um gesto positivo com a cabeça.

— CORDEL ENTRE LÁ! FAÇA ALGUMA COISA! MALDIÇÃO!  - Grita o senhor Verger.

Roman olha para os dois e com a arma em mãos, mira. Porém logo depois um sorrisinho surge em seus lábios. Warner morde o lábio inferior.

— Cordel? – Roman fala, dirigindo-se ao mordomo. – Por que não o empurra? Depois diga que fui eu. – Sugere ele, virando o rosto para os lobos que estavam prestes a entrar no local.

— Roman... – Zoey estava apreensiva. – Vamos. – As portas se arrebentam e os lobos entram furiosamente.

— Corre. – Os dois correm com todas as forças. Ofegante Zoey chega primeiro até a porta, a abrindo. Warner se próxima logo depois, enquanto corriam pela neve, tentando alcançar o outro lado da mansão, os dois podiam ouvir a voz de Mason.

             - Cordel, faça alguma coisa! – O mordomo escuta a voz nervosa e preocupada do padrão. Ele estava cansado daquilo, daquelas ordens, de tudo! Em um ato impulsivo, Cordel liga o comando que permitia a cadeira de rodas andar sozinha. – Cordel, o que está fazendo? Cordel! – O mordomo empurra Mason para a rampa que dava acesso ao piso superior. – Cordel! Cordel! – A cadeira segue. O rico tentava sair daquela situação apertando os botões, mas foi inútil.

Ele cai em meio aos lobos, não conseguia se mexer. Mason estava caído de lado, não conseguiria se levantar era inútil. A última coisa que Mason Verger vê são os caninos que penetram a carne de sua face. Cordel assustado corre em direção à porta presente no piso superior que daria acesso a saída mais perto da mansão.

— Vai, vai. – Warner coloca Zoey na sua frente. Alguns homens de Mason que estavam do lado de fora do celeiro começam a atirar. O assassino revida e também começa a disparar as balas presentes em sua arma, acertando um.

Starling para de correr ao perceber que estava longe demais de Roman. Ela vira-se, vendo-o atirar nos capangas. A agente se aproxima, retirando sua arma da cintura.

— CUIDADO! – Ela grita, percebendo que um tiro vinha na direção dele, empurrando-o para o chão, fazendo ambos caírem na neve. – Roman? – Zoey o encara, verificando se ele estava bem. Starling percebe sangue nas mãos de Warner. – Ei, ei. – Ela segura seu rosto.

— Eu me arranhei só isso, só isso. – Ele diz, apontando para a mão que continha o ferimento.

A garota suspira aliviada. Ela volta a segurar sua arma a posicionando para frente, tentando localizar mais alguém ali.

— Acha que há mais alguém? – Ele move a cabeça positivamente. – Onde?

— Dentro da mansão. – Starling olha para o local.

— Então vamos sair daqui. Você não pode ficar aqui, simplesmente não pode! – Argumenta ela.

Warner se levanta, olhando para a garota.

— Deixar você aqui sozinha não é um opção. – Zoey repete o gesto dele e levanta-se também. Roman segura o rosto dela. – Temos que cuidar disso. – Fala ele, referindo-se aos machucados no lábio e na bochecha.

— Eu estou bem. - Starling olha para a mão direita dele, ainda estava sangrando. – Você me assustou. – Diz ela. – Quase morreu.

— Shiu, shiu. – Roman a abraça e ela retribui, o abraçando fortemente, enterrando sua cabeça em seu peito.

                                              ***

Warner abre a porta, estava armado já esperando a presença de mais alguém dentro do local. Starling entra em seguida, a agente estava com suas roupas sujas, cabelos embaraçados, rosto ferido e cansado.

— Acho que todos estavam lá fora. – Afirma ela em um sussurro após Roman verificar em alguns pontos do lugar. Ele guarda a arma.

— Preciso cuidar desse corte. – Diz ele olhando para a própria mão. Momentos depois ele vira-se para encarar a garota. – Por que me seguiu? – Questiona ele. – Sua teimosia não tem limites, não é?

— Minha teimosia? E enquanto a sua? – Indaga ela. – Estava disposto a morrer só para me manter segura!

— VOCÊ QUASE FOI MORTA NA MINHA FRENTE ZOEY! – Grita ele. Roman parecia preocupado e desesperado. – Tem ideia do quanto eu ficaria desamparado sem você?

Starling se cala, ela tinha ideia do que aquilo tudo representava para ele. Todas as pessoas que um dia ele já amou morreram na frente dele.

— Eu não podia deixar você. – Diz ela quebrando seu silêncio. – Ele te mataria. Queria que eu deixasse isso acontecer? Queria?

— Eu sou ruim para você. – Fala Warner como se aquilo fosse uma sentença. – Sou uma trava na sua vida. Eu quase provoquei sua morte.

— Não foi você, foi o Mason.

— Não, não. – Nega Roman balançando sua cabeça negativamente. Zoey caminha até ele para toca seu rosto e encarar olhar que parecia perdido, quase choroso. Warner estava sem chão.

— Olhe para mim. – Pede ela e ele o faz. – Ninguém me forçou a amar você. Ninguém. Está me ouvindo? Eu podia ter dito não no momento que você tocou as minhas mãos na Eichen House ou quando me beijou pela primeira vez.

Roman fecha os olhos enquanto ouvia as palavras de Zoey, sentindo seu toque.

— Desculpe ter gritado com você. – Diz ele. – Eu só a faço chorar. Desculpe pela maneira que agi, eu... – Ele abre os olhos. – Eu só não suportei a ideia de você ter me rejeitado. Eu...

Roman suspira, parando de falar. O rapaz percebe a presença de mais alguém na sala.

— Cordel. – Warner pega sua arma.

— Não! – Fala Zoey ao perceber o rapaz assustado ali. – Não faça isso! – A  agente  anda até o mordomo. – Abaixa essa arma Roman, ele nos ajudou.

— Ajudou você, Starling. – Diz ele, abaixando o objeto. – Ele sabe demais, sabe sobre nós.

— Eu... Eu não vou dizer nada. Isso não é da minha conta. – Cordel estava nervoso.

Zoey para e pensa um pouco, uma hora ela teria que ligar para a polícia. Teria que relatar o ocorrido.

— Estaria disposto a depor, a testemunhar no tribunal? – Questiona ela. – Comprovando que Mason Verger tentou assassinar a mim e a Roman?

Warner encara Cordel com seu olhar maléfico.

— Deixando alguns detalhes de lado, é claro.

— Roman. – Zoey o repreende apenas para vê-lo sorrir.

— É só um reforço positivo. – Fala ele, andando mais um pouco para abaixar-se, ficando no mesmo nível de Cordel, que estava sentando no chão. – Se difamar ela, estragar a carreira dela ou insinuar algo sobre mim e Zoey, mato você.

Starling o puxa pelo braço.

— Está o assustando. – Warner dá de ombros.

— Estou falando sério.

— Eu também estou Zoey. Ele poderia ter visto eu e você... Você sabe. – Ele aponta para os próprios lábios.

— Pode voltar a falar sério? – A garota cruza os braços, estava preocupada.

Warner caminha até a cortina de uma das janelas, rasgando uma parte do tecido. Ele volta-se para o mordomo prendendo as mãos de Cordel.

— O que esta fazendo?

— Você vai precisar de uma cena no mínino convincente. Uma em que eu não tenha te ajudado tanto assim na escapatória.

— Uma cena onde você tenha fugido logo depois de ter me ajudado. – Completa ela, raciocinando onde aquilo tudo iria parar. – Você...

Starling para, ficado estática, processando o que aconteceria em seguida. Ele iria embora e dessa vez seria permanente.

— Não me olhe assim. – Pede Warner a olhando. – Você sabe que eu tenho que dizer adeus Zoey.

A garota coloca uma mão sobre a testa.

— Eu nunca pensei sobre isso.

— Isso não estava nos planos, acredite. – Roman segura pequenas mãos da jovem. – Não era assim que eu pensei que terminaríamos.

— Isso não está ajudando. – Diz ela, indo até a janela percebendo que começava a nevar novamente. Starling sente as mãos de Roman em sua cintura. Ela fecha os olhos.

— Sabe como eu imaginei? – Zoey sente as lágrimas percorrerem e molharem seu rosto. – Não chore. – Roman beija o pescoço da garota, sussurrando em seu ouvido as Próximas palavras. – Eu imaginei você e eu em Paris tendo um jantar maravilhoso. Em seguida nós dançaríamos ao som de violinos. – Ele beija a bochecha dela, enxugando as lágrimas que insistiam em cair. – Na manhã seguinte eu acordaria ao seu lado, sentindo seu perfume perfeito, sua pele...

— Roman... – Pronunciasse Zoey. Naquele momento a garota sentia como se caísse em um abismo.

— É assim que eu imagino. Olhe para mim, Starling.

Ela o encara.

— Você sempre vai ser minha, Zoey e eu sempre serei seu. - A garota soluça alto enquanto ainda chorava. – Por favor, não. Pare, por favor. – Pede ele se referindo ao choro.

— Roman. – Starling sabia que era a última vez que o veria. Ela procura controlar o choro. – Eu te amo. – Warner a beija intensamente, ignorando a presença de Cordel. Ela corresponde, entrelaçando suas mãos ao redor do pescoço dele, sentindo cada sensação, cada toque.

— Feche os olhos. – Pede ele em um sussurro após terminar o longo beijo, beijo esse que ela sabia que era o último.

Starling atende ao pedido de Warner, sentindo o calor do corpo dele se distanciar. Ela sabia, ele estava indo embora. A garota abre os olhos, não o vendo mais ali.

                                                     ***

Zoey tinha ligado para a polícia, várias viaturas estavam novamente naquele local. A garota se encontrava na ambulância, cuidando dos cortes. Craford vai até ela, um pouco sem jeito e envergonhado.

A garota encarava o chão, a dor era tudo que ela sentia agora. Queria ficar sozinha. Já tinha dito tudo o que tinha acontecido, até mencionado Roman como prisioneiro. Cordel contava sua versão, sem mencionar muitos detalhes sobre ela e o psicopata, especialmente sobre o último beijo.

— Eu sinto muito Starling. – Ela encara o chefe. – É tudo que posso dizer. Iremos atrás de Krendler. Você sairá do afastamento. Eu... Eu lamento tanto. Eu...

— Tudo bem. – Diz ela, não muito expressiva. – Acredito que agora tudo está resolvido.

— Sim, mas não posso deixar de me culpar por essa chacina. – Fala Craford, referindo-se aos corpos que agora estavam sendo retirados de dentro de celeiro e alguns na parte de trás da mansão. – Tem alguma ideia de onde Roman Warner possa está?

A agente toca em suas próprias mãos, procurando forças para falar em voz alta sem que sua voz revelação sua vontade de chorar de novo.

— Ele me ajudou e foi embora. Eu... Eu não sei aonde ele possa ter ido. – Diz ela com sinceridade, ele não tinha dito nada e ela também não perguntou. Afinal, do que adiantaria saber se ela não podia está com ele?

— Tudo bem. Pegaremos seu relatório daqui a dois dias e assim que eu puder tratarei de localizar Paul krendler. – Craford olha para a jovem agente. – Bom trabalho, Starling.

— Chefe? – Ela o chama.

— Sim?

— Então, como fica o caso Romam Warner agora? Está fechado? – Craford pensa um pouco.

— Nosso objetivo ainda é prendê-lo, mas temporariamente sim, ele está fechado. Descanse Zoey, tire um dia de folga. Acredito que não teremos notícias de Warner por um tempo.

— É. – Diz ela, pegando seu casaco, saindo da ambulância. A garota caminha até seu carro, no caminho ela vê Cordel. – Obrigada. – Diz ela, agradecendo, selando o segredo que existia entre eles. Uma mão tinha lavado a outra naquela situação.

                                                ***

Starling dirigia lentamente até sua casa. Estava evitando pensar no fato que ele tinha partido. Então era isso? Seria daquele jeito? Ela recusava-se a acreditar. Era tarde da noite, por isso o trânsito estava tranqüilo, quase não havia nenhum carro nas ruas. O corpo da garota estava dolorido, ela precisava de um banho.

Ela chega ao destino, sua casa. Ela sai do carro, pegando as chaves de sua residência. Starling não evita e olha ao redor. E se ele estivesse ali por perto? Ela balança a cabeça para espantar aquele assunto. Triste e ferida, a garota abre a porta. Zoey anda até a cozinha para tomar um copo d’água, parando ali mesmo. Precisava pensar em tudo que tinha passado naquele dia.

Um barulho vindo do corredor escuro interrompe os pensamentos dela. O coração da jovem acelera seus batimentos, será que ele estava lá? Ele tinha desistido de ir? Starling caminha até o local. O silêncio prevalecendo.

— Roman? – Fala ela em um tom baixo de voz enquanto escutava passos. A porta dos fundos estava aberta.

A agente acompanha o som, caminhando até para no meio do corredor. Ela vira-se dando de cara com o tal perseguidor. Ele ainda usava a máscara do ghostface que estava usando na festa de Halloween. A garota grita e ele a puxa pelo braço, Starling tenta revidar, mas ele era forte e ela estava tão cansada.Por fim, ele tapa sua boca com um pedaço de pano umedecido com algo, algo que a faz desmaiar.

                                              ***

Roman sabia que era uma péssima ideia ir vê-la pela última vez, e apesar de não querer o fim dos dois fosse daquele jeito, ele precisava vê-la mais uma vez, checar se ela estava bem. Foi com esse pensamento que Warner entrou pela janela do quarto de Zoey, como fazia antes. Provavelmente ela estaria dormindo, porém não foi aquilo que ele viu ali. Zoey não estava lá, a cama nem desforrada estava, a luz do banheiro não estava acessa.

— Zoey?

Warner sai do quarto e desce as escadas.

— Zoey! Zoey?

Roman a chama várias vezes, falando mais alto. Sem resposta Warner passa a procurar em outros cômodos, colocando as mãos na cabeça quando não a acha.

— Droga! – Diz ele frustrado. Onde ela estaria?

Warner repara no copo d’água presente no balcão da cozinha e as coisas dela ainda estavam sobre a mesa junto com as chaves tanto do carro quanto da casa.

— O perseguidor. – Diz ele em meio a um sussurro, sentindo a raiva brotar em seu peito.

Como ele poderia ter a deixado sozinha sabendo que ainda existia perigo?

                                                   ***

Theo batia na porta da casa de jovem agente. Ele bate uma, duas e mais algumas vezes, porém ela não aparece para atendê-lo. Raeken tinha ido vê-la depois de saber o que tinha acontecido, o rapaz tinha ligado para ela, mas a garota não atendeu sua ligação. Theo nota que as luzes estavam apagadas, ela poderia está dormindo. Craford havia o informado que a agente tinha ido para casa a cerca de uma hora. Ainda com a ideia de que a amiga estaria descansando, o agente estava prestes a sair quando escuta um barulho estranho de dentro da casa. Em um ato rápido, Theo abre a porta principal da casa a chutando fortemente.

— FBI! – Fala Theo com sua arma em mãos.

Raeken nota uma movimentação na cozinha e vai até lá, ligando a luz do local, dando de cara com Roman Warner.

— Você! O que você fez com a Zoey?!


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Notas finais do capítulo

As coisas vão ficar mais sérias a partir de agora!!! O que vocês acharam? Qual é a opinião de vocês sobre Theo ter encontrado Roman ali na casa de Zoey?
Gente, qualquer erro de coerência, ortográfico ou se deixamos passar algum detalhe pode nos informar, ok?
Até o próximo capítulo! Bjus, Lili ♥



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