Void escrita por Lilindy


Capítulo 24
Capítulo 21 - A Lei


Notas iniciais do capítulo

Oiee pessoas! Não demoramos muito para voltar, não é? Queremos agradecer mais um acompanhamento e outra favoritação, muito obrigada!!! Bom, sem mais enrolação, desejo uma boa leitura para todo mundo.



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24 horas antes do julgamento

 

Paul Krendler andava de um lado para o outro dentro de seu apartamento caro e luxuoso. O viva voz estava ativado, a voz abafada e prejudicada de Mason Verger ecoava durante aquela negociação.

— Eu não entendo. – Diz Krendler preocupado, um pouco hesitante.

Não há o que entender Paul. Tudo o que tem que compreender é o que é importante para você! — Fala Mason, sentando em sua cadeira de rodas, tendo uma vista maravilhosa da varanda de sua propriedade.

— Não, não. Eu não entendo porque ela não mostrou isso, ela é sempre tão correta.

Ela não mostrou isso porque ela não recebeu, e não recebeu por que nunca foi enviado e não foi enviado porque Warner não escreveu, por que eu escrevi! — Diz Mason, impaciente.

— Ahh. – Paul começa a sorrir, brincando com sua raquete de tênis. Em minutos ele iria jogar.

Cordel segurava a carta em suas mãos, a prova falsa que faria Starling ser afastada do caso.

Então, o que acha?— Pergunta Verger ao telefone. – Quanto? O dinheiro, quanto? Vamos, fale!

— Cinco. – Mason sorri debochado, como sempre.

Vamos falar com o devido respeito. Vamos...

— Quinhentos mil dólares.

Melhorou, mas não muito. Vai funcionar?

— Vai funcionar e não vai ser bonito.

E o que é?— Pergunta Mason, desligando e encerrando a ligação e também a negociação.

                                                                                  Dia do julgamento

 

 Zoey encarava o espelho do banheiro do departamento. Limpava seu rosto que insistia em encher-se de lágrimas. A água que ela passava no delicado rosto tinha a função de amenizar seu rosto inchado e choroso. Dois dias haviam passado depois da briga. Depois que Roman saiu do telhado, Starling ficou chorando por minutos até que criou forças para pegar um táxi e ir para casa, desmoronar ainda mais.

A garota pega um pedaço de papel toalha e enxuga mais uma vez seu rosto. Prende os longos cabelos em um rabo de cavalo, verificando sua roupa formal que tinha vestido para depor, estava decente. Forçou um sorriso, estava péssimo mas era tudo o que conseguiria no momento. Estava magoada, ferida. A dor era sempre tão forte assim? Alguém bateu na porta.

— Starling? – Chama Malia, uma, duas e uma última vez.

— Já estou indo. – Responde Zoey, apoiando as mãos em cima da pia, um modo para ajudar a não desistir e não voltar a chorar. – Só um minuto Malia. – Ela pigarreia, melhorando a voz, passando um brilho nos lábios depois. Fechou os olhos e caminhou até a porta, a abrindo. Ela avista Malia que logo a encara.

— Está tudo bem? – Pergunta ela. – Eu sei que é sua primeira participação em um tribunal, mas precisa se acalmar, tudo bem?

Zoey quase sorri, não era por isso que o mundo lá fora parecia mais frio, mais triste, mais sem graça. O motivo era Roman Warner.

— Tudo bem. – Menti Starling, começando a acompanhar Malia pelo corredor cinza.

O barulho dos saltos altos das duas era o que fazia Starling ficar mais atenta ao ambiente que se encontrava. Se não fosse por isso, aquele dia era o predominaria em sua cabeça, a fazendo chorar outra vez.

— Não é algo grande, haverá apenas os promotores, o Craford. Você, eu e o Theo vamos ser chamados depois, seremos testemunhas. Se essa primeira audiência funcionar, aí sim Mason vai precisar de um bom advogado.

Tate sorri para ela, dessa vez, pela primeira vez, um sorriso que indicava que as duas estavam no mesmo time. Zoey pigarreia antes de falar, queria medir as palavras.

— Obrigada. – Ela pausa um pouco antes de continuar. – Malia, eu...Não que seja da minha conta mas...O Theo falou com você?

Malia cruzou os braços. Os cabelos curtos estavam mais arrumados, ela usava um batom escuro e o ar seguro e a altura eram duas das coisas que faziam Tate parecer uma amazona. Um pouco desconfortável, ela começa a falar.

— Possivelmente Starling. Olha... Por quê?

— Por que, bom...

— Você meio que influenciou ele a falar comigo. Disso eu já sei.

— É, mas não é só isso. Quero lhe dizer uma coisa. – Starling a encarando.

— Theo merece ser feliz, muito feliz e você é a única pessoa que pode fazer isso, Malia. – Tate arregalhou os olhos chocada. – Eu espero muito que os dois tenham muitas e muitas conversas. – Starling sorri sincera, tocando no ombro da outra agente. Devia ser a tristeza, o nervosismo que tinham a feito falar aquilo, mas pelo menos ela tinha expressado o que queria, o que desejava para ambos.

Malia respira fundo e sorri verdadeiramente. Aquele sorriso significou mais do que os raros sorrisos sem expressão que ela deu em todos em meses. Ela toca não mão depositada em ombro e mesmo um pouco sem graça com aquilo, ela fala:

— Obrigada Starling. Obrigada, de verdade.

A conversa das duas é interrompida quando Theo chega segurando uma maleta, endireitando a gravata que completava seu terno.

— As duas estão com febre? – Comenta ele, brincando. – Estão sorrindo uma para outra? – Ele sorri, ficando de frente para elas.

— Engraçadinho. – Diz Malia radiante. Theo dá um beijo mais demorado na bochecha da agente Tate e outro sorriso surge nos lábios dela.

Zoey se afasta um pouco, pelo menos alguém ali estava feliz.

— Ei Zoey. – Diz Theo animado. – Pronta para apreender alguém hoje? Por que eu com certeza estou!

— Estou...sim. – Responder ela pausadamente. Na verdade, não estava animada para nada, mas precisava ficar, e com certeza precisava mudar aquela voz melancólica. Então tratou logo de fazer isso. – Estou. – Diz ela com um pouco mais de animação.

Três sorriem. Craford aparece na porta da sala onde aconteceriam as preliminares do julgamento contra Mason e Paul Krendler. O coração de Zoey começou a bater mais rápido, era a hora, precisava ser forte.

— Agente Especial Zoey Starling? – Craford, seu chefe, a chama. – A promotoria aguarda a sua presença.

Ela vira o rosto, encarando os dois colegas de trabalho.

— Estaremos aqui. – Diz Theo, sempre calmo e experiente.

— Tudo bem, vamos lá. – Sussurra ela, mais para si mesma do que para eles.

Assim, ela caminha pelo corredor nervosa e agitada. Craford ainda segurava a porta, esperando ela entrar. E assim ela fez. Starling o cumprimenta.

— Senhor.

— Starling.

Ao entrar a garota vê logo de cara, Paul Krendler. Também estava lá o mesmo homem barbudo, com a idade um pouco avançada e de óculos que esteve no início das investigações, sem contar a presença de Craford. Ela estranha aquilo, presumia que uma audiência tivesse mais pessoas presentes.

— Bom dia. – Ela os cumprimenta, sendo educada mesmo não recebendo a mesma atitude de volta de nenhum ali presente.

— Sente-se senhorita Starling. Precisamos conversar sobre algumas coisas. – O velho falou. Ela faz o que lhe é pedido, acomodando-se na cadeira á sua frente.

Paul Krendler levantou-se de seu assento e tirou os óculos de grau, pigarreando logo depois. Ele deposita a carta na mesa para Zoey poder ver a prova falsa.

— O que é isso? – Indaga ela, sem entender.

— Esperamos que você possa nos informar sobre a natureza desse objeto dirigido á você com muito carinho, eu diria.

A carta estava lacrada.

— Eu nunca vi isso na minha vida. – Fala Zoey afinal era verdade.

— Então como explica isso ter sido encontrado no seu escritório? – pergunta Krendler. - Aquele lugar mais parece um porão.

— Como quer que eu responda, senhor Krendler? Aliás, deixe-me perguntar. Quais motivos eu teria para esconder isso?

Sim, ela e Roman tinham passado um tempo juntos, mas aquela prova era uma armação.

— Talvez pela natureza do seu conteúdo. Para mim parece uma carta de amor.

— Examinaram as digitais? – Questiona Zoey, já ficando impaciente e inquieta com a acusação.

— Não há digitais. – Responde Craford, assumindo a palavra.

— Análise grafológica? – Pergunta ela novamente.

— Digamos que você é a doçura do leão, a resposta para seus enigmas. – Diz Krendler fazendo uma menção ao que estava escrito na carta. – Isso soa como as palavras dele para mim. – Krendler diz, sendo hábil em forjar tudo aquilo.

— Do jeito que falou me parece soar como um homossexual.

— Como um louco apaixonado. – Zoey levanta-se, irritada e revoltada.

— Senhor, eu queria dizer que... – O outro homem toma uma decisão, passando por cima das palavras da jovem agente.

— Agente Starling, está licença até que a análise do documento seja feita e prove o contrário do que está sendo constatado aqui. Durante esse tempo ficará com o seguro e o plano de saúde, mas peço que entregue sua arma e sua identificação ao agente Craford.

Starling indignada, para um pouco para processar tudo aquilo. Ela faz o que foi pedido, tirando sua arma do coldre e sua identificação, depositando-os sobre a mesa na frente dos seus superiores. Em meio ao silêncio presente ao local, ela resolve falar. A revolta e raiva presentes em seu peito estavam pedindo que o fizesse.

— Eu quero falar uma coisa e tenho esse direito.

— Fale. – O diretor diz um pouco impaciente. Não queria prolongar mais aquilo.

— Ótimo. – Zoey ainda em pé, encara todos. – Creio que o senhor Verger está tentando capturar Roman Warner por vingança pessoal. Creio que o senhor Krendler está de conivência com ele. Creio que o senhor Krendler está sendo pago para isso.

— Tem sorte de não está sob juramento. – Fala Paul, a encarando sério.

— Ponha-me sob juramento e a você também! – O tom alto na voz de Starling quase tornou aquela frase um grito.

— Zoey! – Craford a adverte. – Se não houver provas contra você, será integrada sem nenhum tipo preconceito. Se não dizer ou fazer algo que torne isso impossível.

Ela se recompõe, assentindo com a cabeça. Saindo da sala após o veredito, ainda impaciente e revoltada, Zoey vai até sua sala, pegando suas coisas e colocando em um caixa.

Theo entra na sala, claramente revoltado com todo o ocorrido.

— Eu sinto muito. Vamos arrumar um jeito de você voltar, vamos colocar Paul Krendler atrás das grades.

Ainda arrumando as coisas, Starling diz sem ânimo:

— Não sinta. Talvez eu tenha me envolvido no caso errado, talvez eu tenha chegado perto demais de coisas que eu não deveria. – Diz ela irritada, jogando os objetos de qualquer forma na caixa.

— D que diabos está falando Zoey? Estávamos no caminho certo para expor alguém corrupto. – Ela para e respira fundo.

— Tenham cuidado você e a Malia. E por favor, até que tudo isso se resolva, não mexam com Krendler nem com Mason, ok? Me prometa, por favor Theo. – Hesitante Theo faz que sim com a cabeça. – Ótimo. – Diz ela pegando as chaves do seu carro, saindo da sala com as caixas na mão, ela segue para fora do departamento, estacionado um pouco do local.

Entrando em seu veículo vermelho, jogando todas suas coisas no banco de trás, ela começa a refletir um pouco sobre tudo. A carta era uma falsa evidência, mas ela e Roman tinham vivido algo juntos. E se ela merecesse aquilo? E se a justiça estivesse a punindo merecidamente por esconder a verdade? Ele era uma hipócrita? Starling para um pouco de pensar nisso e volta a outro problema. Mason estava atrás de Roman, tentando matá-lo e querendo ou não, a garota não podia deixar isso acontecer. Apesar de tudo, ele ainda era importante para a jovem, muito na verdade. Starling volta pensar na carta. A pista falsa vinha de alguém ainda mais desprezível que Mason Verger, Paul Krendler. Porque a justiça contra ela deveria ser empregada logo pelas mãos de alguém corrupto como ele?

Zoey liga o carro e dirigi rumo a sua residência. O nervoso e a preocupação com Roman só aumentavam. Afinal, aonde ele estava?

                                                                                     

 Dia 22 de Dezembro

 

Roman olhava para as fotos dele e de Zoey. Tinha prometido descobrir quem havia as tirado e quem estava a ameaçando. O assassino se encontrava de frente com a pessoa que tinha vendido a máquina fotográfica para o perseguidor. Tinha passado muito tempo torturando outras pessoas para conseguir chegar até ali.

— Já disse tudo o que sei! – O homem tentava se soltar da cadeira, estava amarrado pelos pés e mãos. Warner o observa.

— Não, não me disse. – Ele olha em volta, analisando a casa do homem. – Olha, isso não é uma casa de alguém que somente vende produtos idiotas como uma câmera fotográfica. Aliás, não é uma câmera qualquer. Ela é tão específica, capaz de tirar fotos a longas distâncias com alta definição. – Warner faz seu comentário e se aproxima do homem. – Quero um nome. – Roman bate no rosto do vendedor.

— EU NÃO SEI! – Grita ele, choramingando, a boca ensanguentada. – Te disse tudo o que sei. Eu vendo para muitas pessoas, muitas mesmo.

— Eu quero um nome. Alguém com dinheiro suficiente para comprar isso! – Ele ponta para um exemplar da câmera, uma igual a que tinha tirado as fotos. –Alguém específico! Alguém que tenha comprado várias delas! – O psicopata bate outra vez.

— Ele não me disse! Não me disse, eu juro. – Ele encara o rosto de Warner. – Mas...Mas eu lembro de como ele era. Era alto, muito alto. Cabelos castanhos e olhos claros. Eu não sei ao certo. – Ele ofegava nervoso e com medo. – Só... Só me deixe ir. Eu não vou contar nada a ninguém, nada.

Warner suspira e logo depois se aproxima ainda mais do homem dando uma facada no estômago do vendedor rico.

— Esse é o problema, você não me disse nada! – O homem arregala os olhos devido à dor que estava sentindo, momentos depois, sua cabeça pede para o lado. Ele estava morto, ali amarrado em uma cadeira. Roman por sua vez, limpa a faca, saindo da grande casa.

                                                                                             Atualmente

 

Roman arrumava suas coisas, colocando em suas malas algumas as roupas e coisas de sua casa do lago, lago esse que já havia congelado. A TV estava ligada, não queria ser consumido pelo silêncio.

O silêncio o fazia lembrar ela, Zoey Starling, uma menina do interior, inocente, inteligente, perigosamente gentil e decidida que o havia feito se apaixonar, e agora era a responsável por ele está em pedaços. Warner pega as chaves de um carro qualquer, pronto para abandonar o local e a cidade de vez. Porém, segundos depois a jornalista do telejornal menciona um nome de grande importância para ele. Roman passa a prestar mais atenção na reportagem.

“A agente federal Zoey Starling foi afastada do caso que envolve o milionário Mason Verger e o federal Paul Krendler após uma possível prova ter sido apresentada contra a agente. Ela permanecerá afastada do FBI enquanto aguarda o resultado das análises de acusações envolvendo seu nome. Há poucos meses no FBI, Zoey Starling começou sua carreira participando de uma investigação envolvendo Roman Warner, o maníaco assassino conhecido em todo país. Hoje ouviremos algumas palavras de um dos líderes do departamento, Paul Krendler.”

Uma imagem de Paul sendo entrevistado aparece. Então aquele era o Paul? Roman começa a respirar fundo, sua fúria se elevando. Então era isso, tinham afastado a Zoey?

— O FBI e o departamento de Justiça estão analisando a prova e com ela as acusações envolvendo a agente Zoey Starling. Bom, as acusações são bastante preocupantes. E eu gostaria de fazer uma observação. A agente Starling é uma das nossas melhores agentes.

Roman detecta o sarcasmo presente na voz de Paul. Afastar ela do FBI? Por mais magoado e irritado que ele estivesse com a agente, ninguém deveria ter a ousadia de fazer algum mal contra ela.

Warner desliga a TV. Pensa um pouco e por fim joga as malas pelo quarto. Sorri consigo mesmo. Precisava ajudar Zoey, precisava acabar com Mason Verger e sua laia.

                                                 ***

Zoey chega a sua casa. Ela tira a caixa de dentro de seu carro e abre a porta da entrada principal. A garota joga de qualquer jeito as coisas no sofá, novamente dando-se conta de que aquela situação não poderia ter chegado mais longe. Ela vai até a cozinha e pega uma garrafa de vinho, a abrindo. Aquela garrafa estava apenas para decoração, não era costume da jovem beber. Porém, beber naquele momento era o que parecia certo a se fazer. Aquilo a calmaria temporariamente.

A psicóloga deposita o líquido na taça e começa a tomá-lo, enquanto arrumava sua cozinha. Starling abria seus armários, retirava o conteúdo e passava um pano umedecido no interior deles. Aquilo tudo distraída sua mente e a fazia parar de querer gritar ou chorar.

Após um longo período fazendo aquele, veio o anoitecer. Zoey se senta no sofá de frente para a televisão, disposta a terminar a garrafa. Ela consegue e não acostumada a tal coisa, não demorou muito para o cansaço junto com a falta de prática em beber a fizessem adormecer ali.

                                                ***

Amanhece. O som do telefone tocando faz a jovem acordar e levantar devagar. O barulho vindo do telefone era insistente e muito! Quem quer que estivesse no outro lado da linha, queria muito falar com ela. Por fim, ela atende.

Alô?

Olá Zoey. – Roman e sua voz inconfundível fazem Zoey quase se sentar outra vez. – A ligação será longa e mesmo sabendo que está proibida de utilizar uma arma em qualquer lugar da cidade, traga uma se quiser

Para quê exatamente?— Questiona ela, indo para o quarto, abrindo seu armário para pegar a arma que ela guardava. Ela pega seu casaco logo em seguida.

Por que preciso que entre no seu carro, temos muito o quê conversar.

Achei que não quisesse conversar.— Fala ela abrindo a porta, pegando as chaves para entrar em seu veículo.

Sentado dentro do carro, usando óculos escuros, Roman observava Starling acelerar o carro e sair da rua de sua casa ao longe. Ele começa a segui-la, dirigindo e evitando proximidade.

Sabe que a coisa que mais gosto de fazer é conversar com você. Starling, onde você está?

— Na Rua Principal. – Ela suspira ainda claramente magoada.

Siga por ela, vá em direção ao estacionamento perto do parque, por favor. – Zoey conecta um fone de ouvido ao celular, assim poderia fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Dirigir e falar com Roman ao celular.

— Por que estamos fazendo isso? Esta me evitando?

— Não, tecnicamente estou esperando por você. Sabe que adoro nossos encontros secretos.

— Roman... – O tom da voz dela era de alerta. Estava cansada e queria respostas. – Apenas fale. Hoje não é um bom dia para enigmas.

— Como se sente? Digo, em relação aos seus superiores. Como se sente em relação a ter sido afastada do FBI, hã?

Ela suspira.

Então você já sabe. Claro que sabe. – Ela sorri sarcástica. – Estou bem.

— Não, não está. E nós dois sabemos quem foi o responsável por isso. Mason. É sobre ele que se trata essa conversa.

— Sabe de mais alguma coisa. — Fala ela, quase chegando ao local.

— Sei de algumas coisas, incluindo algumas informações sobre seu perseguidor. – Starling morde o lábio, pensando um pouco. – Onde você está?

— Perto do parque. Vai demorar um minuto no máximo para você chegar.

Zoey estaciona e sai do veículo, segurando uma bolsa que também havia trazido consigo, os fones ainda em seus ouvidos. Ela olha em volta, tentando encontrar Roman no tal parque.

— Então...Perseguidor? – Questiona ela ainda procurando por ele.

Entre no shopping.

Zoey avista um mini shopping. Na verdade era mais uma extensão do estacionamento. Lá dentro existia uma espécie de praça de alimentação, algumas lojas e brinquedos. Crianças e famílias enchiam o lugar

— Ainda me procurando? - Pergunta Roman, saindo do carro, pondo o boné juntamente com um casaco preto um pouco comprido para ele.

— Um belo lugar, uma bela escolha. – Diz Zoey um pouco perdida, andando pelo local, aos poucos se distanciando das pessoas, do centro daquele lugar, afastada do barulho, pelo menos da maioria dele. – Roman?

O silêncio no outro lado da linha a faz questionar se ele ainda estava lá.

— Roman, eu acho que Mason me afastou do caso para conseguir sua atenção. Para ir atrás de você e saber exatamente onde você estaria.

Ela acelera os passos, sentindo pessoas a seguindo.

Estou sendo seguida, Roman. – Ela sussurra em meio as pessoas e crianças que passavam ali.

Estantes depois, Starling sente seu braço sendo puxado em direção á uma viga que impossibilitava que qualquer um a veja, a escondendo.

— Shiiu. – Roman a encarava com aqueles óculos escuros que estava usando. – Eu sei, eu sei. Não é você que estão seguindo, sou eu. Temos alguns minutos antes de você sair daqui. – Fala ele, tinha coberto a boca dela. Zoey tira a mão dele de seu rosto.

Ele tira os olhos.

— Você sumiu. – Começa ela. – Você praticamente gritou comigo, você... – Ela fecha os olhos e suspira. – O que é tão importante assim? – Indaga ela.

— Eu sei ok? – É tudo que ele diz em meio a um sussurro.

Os dois estavam próximos, a respiração de ambos se cruzando.

— Tenho uma ideia de quem seja o perseguidor.

Ele tira um papel do bolso.

— Apenas profissionais usariam produtos como a câmera que ele usou para tirar as fotos. Descobri que ele também comprou coletes, armas de longo alcance, entre outras coisas. Se conseguir identificar quais lojas vendem tudo isso, talvez possa encontra um nome.

— E está me dizendo isso tudo por que... – Ela franze o cenho. – Roman...

— Por que estão vindo atrás de mim e eu quero que fique com essas informações para descobrir quem ele é.

Warner coloca uma de suas mãos no rosto da agente, a fazendo fechar os olhos, sentindo seu toque.

— Está me pedindo para deixar os homens contratados por Mason Verger pegarem você? – Pergunta ela indignada.

— Estou. É isso que estou pedindo e agora quero que você vá. Assim que as acusações sobre você forem retiradas, você será reintegrada e sua vida voltará ao normal.

— Eu não vou deixar você. – Diz ela quase sussurrando enquanto o encarava. – Não vou. – Starling nega com a cabeça. – Mesmo depois daquela noite, mesmo depois de tudo aquilo. Eu não posso. Não me peça para deixar você morrer.

— Isso é um pouco exagerado. Sabe que sempre tenho um plano. Tome. – Roman coloca o papel no bolso do casaco dela, nele continha as informações que iria lhe ajudar. Ela o encara. – Fique segura e confie em mim.

— Roman... –

A jovem tenta segurar sua mão, mas ele sai do local e se mistura com a multidão. Starling começa a andar com passos acelerados, vendo movimentos estranhos. Alguns homens se direcionavam para a entrada do estacionamento. Ela corre e mesmo com a presença das crianças passeando pelo local, a agente resolve fazer algo.

— FBI! FBI!

Zoey grita tentando afastar as pessoas, mesmo sabendo que aquilo era arriscado, resolve tirar a arma da cintura.

— SAIAM! SAIAM! – Ela grita mais alto mantendo seu caminho até a entrada do estacionamento bem a tempo de ver Roman inconsciente sendo colocado dentro de uma van.

Sem pensar ela começa a atirar no veículo. As pessoas presentes começam a gritar e logo o parque vira um caos. Starling tenta correr na direção da van, mas a mesma já estava longe demais. A última coisa que ela vê é dois homens fechando a porta traseira do veículo. Eles saem do campo de visão da garota.

— Droga! – Resmunga ela em um sussurra. Ofegava enquanto observava todas aquelas pessoas  ao seu redor assustadas, tentando ainda raciocinar sobre o acontecido.

                                             ***

Craford olha para Zoey. A polícia estava no local. Starling era interrogada sobre o que tinha acontecido ali e também questionava pelo uso proibido de arma.

— A primeira coisa que um histérico diz é que não está histérico, mas eu não estou histérica, estou calma. – Fala ela após seu chefe se aproximar.

Craford suspira.

— Pense nas coisas boas que fez, pense na sua carreira Starling.

— Dois homens derrubaram Roman Warner e o colocaram dentro de um van. Eu disse o número da placa e vou repetir tudo na frente de testemunhas. Acredito que foi a pedido de Mason Verger. – Diz ela, ignorando o comentário de Craford.

— Está bem. Tratarei disso como seqüestro. Mandarei alguém com autoridade local entrar com permissão na mansão de Verger. Se ele nos deixar entrar. – Fala o líder e chefe Craford.

— Eu devia ir, pode autorizar. – Diz Zoey nervosa, pensando como Roman estaria.

— Não, você não vai. Vai ficar em casa e vai esperar que eu a telefone e diga o que achamos. Se acharmos algo. – Ele estava irritado com a teimosia da agente.

Craford entra no carro.

Zoey fecha os olhos pensando sobre o que iria fazer. Mason era engenhoso, esperto. Tudo aquilo tinha sido calculado, até o fato dela está em perigo, afastada do FBI temporariamente. Starling entra no carro e pensa no que iria fazer. Ela morde o lábio, conhecia o caminho para a propriedade do milionário

— Dane-se.

A jovem liga o veículo, seguindo caminho para a propriedade de Mason Verger.

 


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Bom, a partir de agora as coisas ficarão mais sérias. Acho podemos dizer que voltamos um pouco para o clima do início da fanfic. Isso inclui o comportamento de Roman e mais foco no caso. Ah sim, o capítulo foi baseado em uma parte do filme Hannibal. Achei que seria válido informar isso a vocês.
Bom, até a próxima! Bjus, Lili ♥



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