Void escrita por Lilindy


Capítulo 23
Capítulo 20 - Inverno


Notas iniciais do capítulo

Aewww, finalmente voltamos! Gente, depois de quase dois meses ausentes, estamos aqui! Acho que não vai adiantar muito pedir desculpas, não é? kkkkk Pedimos mesmo assim, mil desculpas!
Somos gratas por mais um acompanhamento ♥ Muito obrigada por continuarem lendo, mesmo depois de tanta demorada para atualizar a fic! Bom, para recompensar vocês, o capítulo de hoje é bemmmmm grande. Na verdade, é enorme. Mas acho que vocês não se incomodam...kkkk.
Sem mais enrolação, uma boa leitura! Nos vemos lá embaixo!



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O céu se preparava para os meses de inverno, o frio tinha invadido a cidade de Nova York. Piscas-piscas e enfeites natalinos estavam presentes por toda vizinhança de onde Zoey morava. A garota dormia pesadamente encostada no peito de Roman, o rapaz alisava os cabelos lisos da jovem. Ele não queria sair dali, não enquanto observava o rosto delicado de sua namorada proibida. Starling estava vestindo a parte de cima do pijama e peça íntima da parte de baixo.

Warner encara o relógio, três e meia da manhã, ele precisava encontrar quem havia enviado as tais fotos. O rapaz tenta colocar delicadamente a agente no outro lado da cama, o que não adiantou muito. Ela sorria ainda dormindo, começando a resmungar o nome dele e se aninhando mais em seu corpo.

— Você é a tortura em pessoa. – Sussurra ele, olhando as covinhas brotarem na face de Starling. – Eu tenho que ir. – Fala ele, mais para si do que para ela. Estava tentado se convencer, mas era difícil deixá-la, sair de perto do seu refugo e calmaria.

Roman devagar senta-se na cama, virando-se, pronto para colocar um pé no chão, até que ele escuta sua voz.

— São três da manhã. Por favor, não sai da cama.

Ele suspira, fechando os olhos e sentindo Zoey passar suas mãos sobre seus ombros e o abraçando por trás sendo manhosa.

— Starling... – A garota beija seu rosto. – Volte a dormir. – Ele vira-se para encarar o rosto dela.

— Não. Volte para a cama. – Zoey começa a sessão de beijos no pescoço do assassino. Ele sorrir maliciosamente.

— Você está extremamente sonolenta, quase sonâmbula. – Ela nega, deitando-se. De modo fofo, ela se cobre, tocando a mão dele logo depois.

— Estou acordada. – Zoey boceja. – Podemos conversar. – Afirma ela, tentando o fazer ficar. Warner passa as suas mãos no próprio rosto.

— Acordada? – Ele sorrir. – Aham. – Roman volta a se deitar, apoiando sua cabeça não mão direita.

— Você não está com frio? – Zoey pergunta, referindo-se a ele está apenas de cueca box a encarando, mordendo o lábio.

— Não. – Sussurra ele com a voz rouca. – Já você, está congelando. Já considerou colocar um aquecedor na sua casa, Starling?

Carinhosa, leve, sem preocupações, como nunca tinha ficado antes, Zoey p puxa para mais perto.

— Já, mas esqueço. Na verdade, tenho que consertar até o chuveiro. – Declara ela sonolenta. Roman acaricia seu rosto e depois a face de ambos se encontram. Zoey acaricia o peitoral do rapaz.

— Feche os olhos Zoey. Odeio ver você evitar descansar.

— E eu odeio ver você tentando fugir de mim. – Warner dá um riso baixo.

— Não estou tentando fugir de você. – Defende-se ele. – Sou seu e você é minha. – Diz Roman com seu jeito obsessivo, o tom calmo presente na voz.

Chovia lá fora, as gotas de água batiam em contra ao vidro da janela. Warner toca no cabelo da garota, pegando nas mexas castanhas, as aproximando do rosto.

— Morango. – Fala ele referindo-se ao cheiro das madeixas dela. Zoey o olha, o rubor presente na face. – Não tem para quê ficar assim. – Warner pega nas mãos dela enquanto sussurrava aquelas palavras próximo ao ouvido de Starling, fazendo com que a mesma se arrepia-se. Ele volta a encará-la.

— Então pare de me olhar assim.

Ele nega, aproximando-se novamente dela, levando o rosto até o pescoço da garota, cheirando a pele da jovem. Zoey fecha os olhos, sorrindo com os carinhos.

— Isso é uma tática para me fazer dormir. – Diz a agente, quase cedendo ao sono.

— Talvez. – Ele faz biquinho, passando as mãos grandes debaixo da camisa, alisando a barriga da sua namorada. – Sempre faço isso e você sempre dorme. Sempre.

Zoey toca em seus lábios.

— Você também, mas durmo oficialmente depois de uma coisa. – Fala ela de maneira natural.

— Eu sei exatamente o que é. – Roman aponta para os próprios lábios e a agente dá um selinho demorado. Warner retribui de bom grado o gesto, fechando os olhos encanto fazia aquilo. O psicopata abre os olhos, encarando os olhos castanhos de Starling. – Acho que agora pode dormir, não é?

— Não vou mesmo te impedir, não é?

Roman suspira.

— Acredite, eu...eu nunca sairia perto de você se sua segurança não estivesse em risco.

— Podemos fazer isso juntos. Daqui a algumas horas de preferência, não de madrugada. – Ele coloca uma mexa do cabelo liso da garota atrás da orelha.

— Por favor, não pense que não quero passar uma noite inteira com você, por que quero. É tudo que sempre quis. Sempre quis ficar com você. Tudo que eu planejo envolve você.

A garota o encara, um pouco surpresa.

— Planeja? – O coração da jovem agente começa a bater um pouco mais rápido.

Então ele tinha planos que envolviam ela? Será que não era somente ele que vivia fazendo planos? Roman Warner também pensava no futuro? Será que ele também tinha indecisões?

— Uhum. Precisa dormir. – Pede ele fazendo um biquinho mais uma vez. - Você vai insistir?

Zoey respira fundo e toca as pintinhas favoritas dela.

— Eu vou sentir sua falta esses dias. – Roman volta a acariciar o rosto da jovem.

— Serão três dias. Na verdade, serão apenas dois dias e meio. Depois disso irei vê-la, aonde quer que esteja.

— E como vou saber que você voltou? – Warner fecha os olhos e os abre rapidamente, sorrindo maliciosamente.

— Isso é segredo. – Zoey faz uma carinha fofa, evidentemente curiosa.

— Ainda é injusto. – Roman aproxima seu rosto de dela e começa a passar a ponta do seu nariz pela face da garota.

— É só pensar nesse momento e os dias vão passar rápido. – A voz rouca a faz fecha os olhos e focar no timbre de voz de Warner. Zoey volta a encará-lo, sorrindo e gargalhando baixinho.

— O que foi Starling? – Pergunta ele, não entendendo a atitude dela.

— Nada,só... – Ela cobre o rosto. – Eu realmente quero que passe logo e isso é tão bobo.

O assassino ri.

— Eu diria que são minhas habilidades de ser charmoso que contribuem para isso. – A garota revira os olhos com humor. – E eu diria também que está caindo de sono.

Por um momento Starling fecha os olhos, constatando o fato, seu corpo pedia por descanso. O clima frio e Roman ao seu lado eram fatores que a acalmavam.

— Talvez, bem talvez, você tenha razão. – Sussurra ela, bocejando logo depois. – Mas sei que você vai sair assim que eu dormir e não quero isso.

— Eu sei. – Diz ele. - Mas ainda estou aqui.

Quase dormindo, a garota faz um último pedido.

— Então prove. – Ouvindo aquilo o assassino se inclina na direção dos lábios dela e deposita um beijo leve.

— Boa noite.

Fala Roman antes de Zoey cair em sono profundo.

                                                  ***

 Além do despertador, geralmente os raios de sol que tocavam o rosto da garota a faziam se levantar, mas naquele dia não estava sendo daquele jeito. Ainda se espreguiçando, Starling senta-se na cama, virando o rosto para a janela, vendo pela primeira vez na sua vida a neve cair

— Que lindo! – Exclama a garota, prontamente saindo da cama indo abrir a janela.

Os carros, as ruas e os telhados das casas estavam cobertas por uma camada branca. O vento frio bate de frente ao rosto da garota, a fazendo tremer e também se recordar da noite anterior e é claro, dele. Zoey respira fundo o ar frio, pega seus fones de ouvido, tinha que expressar a alegria e felicidade que estava sentindo, faria isso com música. Porém, Starling logo nota que as fotos enviadas para ela não estavam lá.

— Roman. – Resmunga a agente, indo diretamente preparar um café quente.

                                                     ***

Malia chegava ao departamento. Vestia uma jaqueta cor de mel, tremendo de frio. Assim que pega sua ficha diária e bebe um copo de café, Tate avista o agente Raeken vindo em sua direção. Ela dá meia volta e tenta andar apressadamente para sua sala.

— Malia! – Chama seu parceiro, elevando um pouco a voz para que ela o escutasse. – Vai continuar me ignorando? – Indaga ele quando os dois se encaram.

— Eu não estou te ignorando, eu só ... bom... – Ela bebe mais um gole do seu café. – Estou com frio.

Theo sorrir sem humor.

— Então, o que exatamente aconteceu? Eu sei que não queria que eu não contasse sobre o que eu sinto para Zoey tão rapidamente, mas...

— Bom dia para você também Raeken! Quer saber? Para mim você poderia lamber o chão que ela passa! – Solta ela, quase bufando de raiva.

Malia decide o corta logo, estava sem paciência e muito confusa sobre os novos sentimentos que haviam brotado ontem á noite. Quem sabe eles já estivessem dentro dela há muito tempo e só agora, o vendo completamente apaixonado por outra, ela finalmente desse conta deles. Talvez ela tivesse medo de perdê-lo.

— O que deu em você? – Theo toca a mão de sua amiga. Ela se afasta.

— Nada...nada Theo. – Tate se recompõe, respirando fundo. Ela o encara e pigarreia um pouco antes de falar. – Alguma notícia sobre como vamos colocar Krendler contra a parede?

Raeken cruza os braços, suspirando um pouco.

— Se quer mudar de assunto...Tudo bem. – Fala ele um pouco chateado. – E não, não tenho notícias. Será difícil fazer isso nessa época do ano. O departamento geralmente não funciona direito nessa período.

— Viva as festas! – Fala Malia irônicamente, avistando Zoey entrar no local distribuindo gratuitamente vários Bom dia  para os funcionários presentes. – Ela não parece alegre demais?

— Talvez. – Diz Theo, sorrindo ao ver a garota que usava uma boina vermelha, um casaco da mesma cor, botas e outras peças para o frio segurando um copo de café do Starbucks. – Ei Zoey!

A agente encara os dois e sorri.

— Neve! – Fala ela animada. – Não é incrível?

— Isso acontece há séculos, caipira! – Resmunga a agente Tate.

— Malia, por Deus! – Theo encara ela.

— Que foi? - Zoey lança seu olhar para a companheira de trabalho.

— Eu não estou no clima de me importar com o que você fala. – Starling toma um gole de seu café. – Estou feliz demais para isso!

Ao pegar sua ficha, a jovem escuta uma voz bem familiar lhe chamando.

— Garota do bar?

A conselheira do dia do Halloween estava lá, segurando algumas caixas, encarando a psicóloga. Seus cabelos longos e loiros presos em uma trança.

— Garota da bebida? – A loira larga as caixas em cima do balcão da recepção e abraça Zoey, a surpreendendo. A agente retribui o gesto. – A propósito, meu nome é Spencer.

— Oi Spencer. O que faz aqui?

Em meio aquilo tudo Malia caminha até o balcão e pega algumas das caixas que Spencer havia trazido.

— Doações. Para os alunos em treinamento, lembra?

Ainda com cara marrenta, Tate leva as caixas para a sala dos fundos, deixando os três as sós.

— Theo. – Spencer o cumprimenta, sorrindo e dando uma piscada para ele. – Então, acho que meu serviço está feito. Zoey... – A loira volta sua atenção para a garota. – Quando quiser mais conselhos amorosos já sabe onde me procurar.

— Spencer... – Starling estava a ponto de falar mais alguma coisa, mas a garota ainda tinha outras entregas para fazer pelo departamento, por isso a loira acena para eles e segue seu rumo.

A psicóloga olhava para Spencer indo embora ate que Theo pergunta.

— Conselhos amorosos? – A agente morde o lábio inferior, pensando na explicação.

— É uma longa história. Quer dizer, faz dois meses e essa história complicada  de romance e paixonite...não existe mais.

Raeken faz uma expressão semelhante a uma careta.

— É. Isso explica sua cara de felicidade ás sete da manhã.

— Foi a neve. – Justifica-se ela. Se Zoey contasse a ele que tinha alguém e que na verdade a história de romance a paixonite não tinha acabado, Theo começaria a perguntar. Perguntas poderiam levar a um nome e dizer o nome da pessoa não era uma opção viável no momento. Na verdade, em momento nenhum.

— É, claro que sim. – O Rapaz pega outra caixa e caminha em direção a uma sala específica.

— Que droga! – Resmunga ela ao ficar sozinha na ala principal do seu local de trabalho. Talvez acordar de bom humor não tenha sido a melhor idéia para começar o dia.

                                                  ***

Allison tocada a campanhia da casa de sua amiga mais doce e meiga sem parar. Kira, ainda de pijama, abre a porta e encara a Argent sorridente e saltitante.

— São sete da manhã! Como consegue ter tanta energia uma hora dessas?

— Bom dia! – Allison a abraça, entrando na casa logo depois. – Tirei os dois dias de folga e reservei um tempo para organizar nosso grande jantar de natal.

— Jantar? – Pergunta Kira que usava tranças e agora fazia uma careta para a amiga. – Não íamos sair? Um jantar implica eu chamar Scott e a Lydia com certeza vai arrumar um namorado temporário no dia.

Após um tempo Kira arregala um pouco os olhos e abre a boca como se estivesse constatado algo, o que de fato ocorreu.

— Você quer que a Zoey traga o cara que você supostamente acha que ela está escondendo de nós! Alli!

— Não é verdade! – Ela morde o lábio, um pouco incerta do que tinha falado. – Talvez. – Confessa ela. – Ah qual é! Você não está nem um pouco curiosa?

— N-Não. – Gagueja a oriental.

— Rá! – Allison aponta para ela com o dedo indicador. – Mentirosa! Claro que está! E além do mais, é só um jantar. Não vou está estragando a vida da Zo!

— É. Mas ela odeia isso Alli! – A Argent mais velha dá de ombros e sorri.

— Ela vai me agradecer depois que eu salvar a vida amorosa dela. A Lydia ficou com a parte das bebidas, eu com a decoração e acho que o peru e a torta também. – Ela olha para a amiga. – O que vai querer levar?

— Ainda não acho que deva chamar a Zoey só porque você quer conhecer alguém que quase...que talvez não exista!

— Kira, vai ter alguém. E mesmo que não tenha, os convidados vão ter que comer. Que tal sua torta de maçã?

Allison faz uma carinha pidona.

— Por favor? Por favorzinho.

— Isso é chantagem emocional Alli!

A Argent ainda a encara. Kira suspira, pegando na barra do seu pijama depois. Allison ainda a encarava com cara de pidona.

— Tudo bem, tudo bem. Eu levo.

— Isso! – Ela bate palmas dando um largo sorriso. – Agora anda, vamos tirando logo esse pijama. Temos um longo dia pela frente.

— Tá, ta bem. – Fala Kira derrotada. – Vamos logo com isso antes que você tenha um treco. Aliás, a senhora Rachel já sabe? – Pergunta Yukimura, já indo para a cozinha, abrindo a caixa de leite que estava em sua geladeira.

— Claro, ela amou a idéia. Todos amaram, menos você. – Allison pega seu celular.

— Menos eu? – Kira sorrir. – E o Liam? E é claro, e a Zo?

— Por que vocês são estraga prazeres e chatos, sem ânimo! – A jornalista senta-se na mesa e disca o número da amiga agente do FBI.

— Não somos chatos! Somos racionais e realistas. Alli, prefiro muito mais uma saída...

— Shiiu! Está chamando! – Fala ela se referindo a ligação.

Alô?

Zoey estava em sua sala, sentada, digitando alguns relatórios. Suas mãos ocupadas a fizeram colocar a ligação no viva-voz. Assim ela daria mais atenção a sua amiga.

Alli?— Pergunta ela, continuando a digitar.

Bom dia agente federal, tudo certo? Prometa que virá para Beacon Hills!

— Eu tenho escolha?

— Diga oi para Kira também. E sim, claro que tem escolha de não vim para sua casa, rever seus entes queridos e viver o espírito do natal.— Zoey sorri.

Ou seja, continuo sem escolha. OI Kira. — Straling escuta a voz de sua amiga oriental.

Ei Zo! Acredita que a Allison me acordou para planejar o que supostamente cada um de nós vai levar no jantar?

— Claro que sim! Ela é obcecada por controle e aposto que me ligou para intimar o que tenho que levar também. — Allison dá uma risada.

Já que tocou no assunto, preciso que traga vinho e um bolo. Fique á vontade na escolha do sabor. Ah claro, leve seu namorado.

— Quê? — Uma voz um pouco exaltada saiu da garganta de Zoey. -  Não sei do que está falando. Você realmente enlouqueceu. Não...tenho um... — Ela pigarreia. – um namorado.— Diz ela por fim.

Na verdade ela tinha, mas se o levasse para conhecer seus amigos e família, com certeza todos sairiam correndo de dentro de casa e a internariam no hospício maias próximo.

Rá! – Fala sua amiga. – Peguei você! Foi hesitante na hora de responder. Isso prova algo. Talvez exista um meio termo pelo menos.

— Não, não Allison. Está entendendo tudo errado. Eu só...

Zoey para de falar ao ver Theo entrando em sua sala com algumas fichas, falando logo em seguida.

— Ei Zoey, preciso que me faça um favor e me ajude com as novas fichas dos estudantes. – Zoey tenta encerra a ligação, mas já era tarde demais.

Sua melhor amiga começa a falar.

Theo? Oieeee. — A princípio Theo faz uma careta, depois percebe que Starling estava em uma ligação.

— Ah, oi. – Diz ele pegando o celular de Zoey. – Allison, não é? Como vai?

Zoey levanta-se da cadeira e coloca as mãos no rosto, já prevendo a confusão.

— Theo, não... não é uma boa idéia você falar desse jeito. Ela vai achar que... – O desespero na voz de Zoey era visível.

Oi Theo. Estou ótima! E você como vai? Aliás, pelo visto você se lembra de mim. Que maravilhoso! Isso definitivamente é um bom sinal.

Theo sorri.

Então, a Zo já chamou você para vim passar o natal em Beacon Hills?

Starling para e fica sem reação. Ela tinha vontade de matar Allison. Matar ela e em seguida se matar. Isso só poderia ser um pesadelo e dos grandes.

—Natal? – Ele se vira para encarar a garota, sua colega de trabalho parecia ter ficado muda. – Iria me chamar? Zoey, por que não falou antes?

— Na verdade... – Starling tenta consertar a situação.

Não, ela não queria passar o natal com Theo, não daquele jeito. Ele era seu amigo, seu colega de trabalho. Porém, aquele convite o faria pensar justamente o contrário. O que não era verdade por que ela tinha um namorado, um namorado nada tradicional. Levar Theo para o jantar que ela sempre quis ir com Roman, era a pior coisa, o pior pesadelo. Antes que protestasse, inventasse qualquer mentira, Raeken fala diretamente para a sua amiga pelo celular.

— Estarei lá. E não se preocupe, mas acho que ela ficou muda, provavelmente está envergonhada. – Fala Raeken olhando para Zoey.

Você vai? Que ótimo! Isso é muito bom, muito bom mesmo. Nos vemos lá então.

— Tudo bem, foi um prazer falar novamente com você Allison. – Theo passa o celular para Zoey, que ainda parada, processando a besteira e encrenca do dia, não pega o aparelho.

Ainda sorrindo, o rapaz coloca o celular em cima da mesa e sai da sala com semblante feliz. Muito provavelmente tinha entendido aquilo como uma afirmação do tipo “Quero namorar você. Vamos ser uma grande família feliz.”

— Zo? Zo? Você ainda está ai? – Lentamente a garota pega o celular.

— Estou ocupada agora, tenho que desligar Allison. – Starling encerra a ligação com raiva e confusa.

Como faria para lidar com aquilo? Com que cara ela diria: “Não, não quero você lá, agindo como se fosse meu namorado.”? Como diria aquilo? Logo com Theo, logo ele que estava esperançoso e animado. Definitivamente o natal demoraria a passar e seria uma tortura!

Starling volta a se sentar, encostando-se na cadeira, fechando os olhos, pensando naquilo tudo.

Kira encara Allison, fazendo questão de continuar com seu olhar desaprovador no rosto.

— Nem vem Yukimura. Sério, ele mesmo disse que viria.

— Ela desligou na sua cara. Definitivamente está completamente chateada com você! – Fala Kira gesticulando com as mãos.

— Ela vai me agradecer quando perceber o quanto eu dei um empurrãozinho para ela!

Kira revira os olhos e começa a tomar seu café da manhã. Não concordava com a atitude controladora de sua amiga.

                                               ***

Roman encarava a caixinha de música de Misha. Era a única coisa de sua irmã que não tinha jogado fora e hoje percebia o quão grato ficara ao ver que aquele era o objeto que daria para Zoey.

Um sorriso brota em seu rosto enquanto ainda analisava a grande quantidade de detalhes da caixinha. Sentia felicidade em ouvir aquela melodia que ecoava toca vez que ele a abria.

Warner pega o objeto e coloca em sua bolsa juntamente com algumas peças de roupas. Ele senta-se na beirada da cama e avalia as passagens, ainda estavam válidas. Ele queria dá o mundo pra a garota do interior. Tudo seria novo, tudo seria único, por que dessa vez ela estaria com ele e nada mais importava.

O assassino guarda os documentos no bolso principal de sua calça e sai do seu quarto. Colocando o boné preto e óculos escuros, Roman sai da casa e entra em um carro que havia roubado. Ele acelera, o veículo começa a afastasse de sua propriedade, pretendendo nunca mais voltar.

                                                ***

Lydia tinha acabado de escolher um vestido novo para o natal e entrava no provador enquanto Allison explicava o que havia acontecido mais cedo e Kira ouvia tudo calada.

— É,você é louca Alli! Todo mundo sabe disso. – Fala a garota já se trocando lá dentro.

Após um tempo a ruiva sai com um vestido rosa em seu corpo, dando uma voltinha para suas amigas analisarem.

— O que acham?

— Nada haver com o natal Lydia. – Diz Kira, prestando atenção em seu snapchat. – Outro vestido, de preferência um vermelho.

— Tem razão. – Lydia entra novamente no provador. – Então, o Theo vai mesmo? – Pergunta ela quase gritando lá dentro enquanto trocava de vestido.

— Vai! – Responde Allison meio distraída. – Vocês acham que a Zo está me odiando?

— Está! – Fala Kira, constatando o fato.

— Não! – Diz Lydia, ainda se vestindo.

Liam acaba aparecendo ali, jogando a bolsa no chão, cansado.

— Finalmente férias! Cara, não foi justo eu ter ficada na final. – Resmunga ele, sentando perto do provador.

— Ah claro que não! Até por que você é um gênio da química, certo? – Pergunta Allison.

— Eu estava me esforçando nos treinos. E você sabe muito bem que lacrosse pode me garantir uma bolsa para a faculdade. – Fala ele a irmã. – Oi Kira. – o caçula cumprimenta a garota assim que nota sua presença.

— Ei Liam! – Responde a ocidental enquanto Allison revira os olhos antes de o questionar.

— Já tem algo decente para vestir no jantar?

— Claro que sim. E antes que comece, não vou usar nada brilhoso Alli! Não como da última vez. Não mesmo!

Kira sorri com a careta que Liam faz, uma forma de implorar para irmã não comprar nada com brilho para ele. Lydia sai do provador e dá uma voltinha como fez anteriormente.

— Melhor? Agora melhorou? – As amigas fazem que sim ao olhar a ruiva usando o vestido vermelho que ajudava a realçar seus cabelos. – Ótimo! Estou pronta para nossa noite especial!

                                            ***

Zoey coloca uma bolsa pequena no porta-malas, fechando o mesmo e encarando sua casa á sua frente. A garota fecha os olhos por um momento e suspira, amarando os longos cabelos depois. Usando dois casacos, luvas e botas para se aquecer, a jovem coloca as mãos dentro dos bolsos do casaco enquanto andava, observando o ar de sua respiração condensar quando saia de seu corpo.

Ela se dirigi a porta do motorista. Já havia se passado dois dias e estava na hora de voltar para seu antigo lar. Já dentro do veículo, a garota liga o carro e acelera. Seria uma longa viagem. Talvez ela chegasse um pouco mais rápido que o normal, talvez. Starling liga o aquecedor do carro e dirigi rumo a Beacon Hills. Quem sabe Theo desistisse e não fosse. Ele poderia ter notado algo no olhar dela que pedisse para que não fosse. Mas Raeken parecia tão confiante, tão certo.

Ainda pensativa, Starling continuava dirigindo pela estrada principal. Zoey coloca sua playlist tradicional para tocar, procurando alguma música. Ela para no sinal vermelho e começa a pensar em Roman. Ele havia mencionado em um natal longe da casa, longe de tudo. A ideia era loucura, mas era tão tentadora. Afinal, por que Zoey estava indo para aquela cidade? Encontraria todos felizes, suas amigas com seus pares, provavelmente até a Lydia estaria com alguém no jantar. Claro que ela estaria com todos com quem ela se importava, mas ainda faltaria um, sempre faltaria aquela pessoa. Pessoa que em meses havia se tornado essencial para o bem-estar dela.

Mas Zoey o veria em algumas horas, certo? Depois que voltasse do jantar. Ele havia prometido. Esse pensamento a faz seguir dirigindo, a faz ter coragem de enfrentar aquele natal. A psicóloga torce com todas as forças para que o agente Raeken não aparecesse naquela noite. Por fim, a garota deixa Advertising Space tocar, cantando junto com Robbie Williams ao longo do trajeto.

                                             ***

Allison arrumava a árvore de natal mais uma vez naquela noite de vinte quatro de dezembro. Estava na casa de Rachel, a senhora estava na cozinha terminando o preparar o peru da ceia, ele iria para o forno em alguns minutos.

— Lydia! – Allison chama a amiga, saindo da pequena escada que estava ali para ajudá-la a colocar a estrela no topo da árvore. A ruiva sai da cozinha e vai até a sala para avaliar a “obra de arte” que a Argent mais velha tinha investido algumas horas de seu tempo.

— Muito melhor, agora sim! – Ela sorri. – Onde será que está a Zo?

Rachel sai da cozinha e vai para a sala.

— Ela disse que chegaria um pouco tarde por causa do trabalho e outras coisas. – Explica a mais velha. – E vocês me disseram que têm uma surpresa para me contar. Podem me falar logo. O que é? – A senhora coloca a mão na cintura.

— Talvez o novo namorado da Zo apareça! – Allison fala fazendo a mãe da agente ficar surpresa, falando rapidamente logo depois.

— Aquele agente lindo? O de olhos azuis? Ai Deus, como era o nome dele mesmo?

— Theo. – Lembra Lydia, sentando-se no sofá, sorrindo. – Ela é muito sortuda. Só de pensar nele me causa calor.

Rachel sorri.

— Isso é maravilhoso. Minha filha...namorando!

— É sim. Senhora Rachel, todas nós achávamos que Zoey iria focar pra titia, mas quem diria! Mas claro que ela não iria rejeitar aquele homem.

As três sorriem.

— Bem, os presentes estão aqui embaixo. – Ela ponta para baixo da árvore. – É só sortear na hora.

Allison bate palmas animada ao ver quase tudo organizado.

Zoey estaciona o carro na frente da casa de sua mãe, dando um suspiro pesado. Ela sai do carro e vai até o porta-malas, pega a sua bolsa e segue até a porta do banco do passageiro. Tirando o vinho e o bolo de chocolate. Starling fecha a porta, trancando o carrro, guardando as chaves no bolso. Ela vira-se e encara a casa, fingindo um melhor sorriso que podia, andando com certa dificuldade para equilibrar as coisas em suas mãos. A jovem toca a campainha, observando a vizinhança enquanto esperava a porta se abri. Não tinha neve em Beacon Hills, a temperatura não era tão baixa naquela época do ano e é claro, tudo estava na mesmice de sempre. Sua análise acaba assim que sua mãe abri a porta, dando um sorriso enorme ao vê-la.

— Filha! – Exclama Rachel, dando beijos na bochecha de Starling.

— Oi mãe. – Fala a filha de forma calma, dando um suspiro assim que a mãe lhe solta. – Então... eu trouxe o que Alli me pediu.

Rachel faz que sim com a cabeça e olhando de um lado para o outro, ela procura mais alguém na varanda.

— Então... onde está seu namorado? – Zoey a encara.

— Meu namorado? Mãe, do que a senhora está falando? – Questiona ela, uma careta em sua face.

— Vamos, vamos entrar. Quero saber sobre tudo, tudo mesmo.

Zoey entra na sua antiga residência, vendo suas amigas andando ao seu encontro. Lydia a ajuda. Colocando o vinho e o bolo em cima do sofá para em seguida a abraçar. Starling retribui.

— Cadê o Theo? – Zoey suspira e sai do abraço da ruiva.

— Eu não faço ideia. Lembrem-se que é natal, talvez ele queira ficar com a família, como todo mundo faz. – Explica Starling, sendo esmagada por um abraço de urso de Allison logo depois. – Oi Alli. – Fala ela sem graça, lembrando de que tinha desligado na cara da amiga dois dias atrás.

— Vou relevar o fato de ter desligado na minha cara.

— E eu vou relevar o fato de você ter inventado uma história na sua cabeça. Uma historia sobre o Theo. – Diz Zoey em um tom mais baixo de voz. – Cadê a Kira? – Pergunta a agente, tirando os dois casacos que usava. Não precisava deles agora.

— Não inventei. Ele só virá nos visitar, aceite isso. – Defende-se Allison. – Ela virá não se preocupe. Nós duas viemos primeiro para organizar a decoração. O que achou?

Zoey dá uma olhada em sua antiga casa e assenti.

— Está tudo ótimo! – Fala ela, indo para a cozinha depois. – Torta? – Pergunta ela sentindo o cheiro.

— Sim, claro. – Fala Rachel, feliz por ver sua filha depois de praticamente dois meses desde a última vez que a tinha visto. – Então, e as novidades de Nova York? O que tem feito? Quem tem conhecido?

— Essa pergunta de novo? Não conheci ninguém em específico. – Ela sorri depois de responder, ainda desconfortável. – Sério, não conheci ninguém em especial. Não aconteceu nada.

Starling vai até a sala e senta-se no sofá, observando os olhos curiosos que a encaravam. Claro que Zoey estava mentindo sobre aquilo. Existiam muitas novidades, muitas até demais! Mas elas teriam que permanecer escondidas e trancadas. Allison pega seu celular e olha para o visor.

— Ainda tenho que passar na casa dos pais de Issac. Preciso vê a família dele. Eu vou fazer isso e depois volto pra cá. – Informa ela, pegando sua bolsa.

— Vou com você. Preciso passar em casa. – Lydia diz. – Nós voltaremos. – Fala a garota de olhos verdes, beijando a bochecha da amiga, seguindo a jornalista que andava até a porta.

Rachel senta-se de modo que fique de frente para a filha. Ela sorri e Zoey a encara.

— Definitivamente esteve ocupada esses dias. – Começa a mãe. – E sua carinha está diferente. – A senhora sorri alegre, aproximando-se mais de sua filha, que por sua vez começa a sorrir também.

De repente milhões de coisas passam em sua cabeça. Starling queria contar tudo para a mãe. Queria contar sobre a noite que Roman havia dito que era seu namorado, que os dois tinham dormido pela primeira vez juntos, que ele tinha dito que teria uma surpresa para ela.  Pensando nisso tudo, um sorriso enorme brota no rosto da garota. Ela começa a falar.

— Bom, tem uma coisa mãe. E a senhora não acreditar nisso.

— E o que seria? – Rachel passa a mãe nos cabelos da filha, acompanhando o entusiasmo da filha.

Foi quando Starling se deu conta do que iria dizer. Aos poucos o sorriso se desfaz. Ela pigarreia.

— Eu... Eu acho que estou conseguindo resolver outro caso no departamento. – Diz ela por fim.

— Apenas isso? – Indaga a mãe, um pouco receosa sobre o quê perguntar a filha. – Que tal me contar os detalhes hein? Os detalhes sobre essa investigação.

— Ah, claro. – Fala ela, pensando em como contaria sobre o caso sem mencionar os detalhes mais importantes como as fotos que lhe foram enviadas como um modo de ameaçá-la ou o fato de Barney, seu amigo mais velho, ter pego ela aos beijos com um fora da lei.

Por fim, Starling faz um resumo da sua rotina. Ela não era boa em detalhes, mas estava se esforçando. A garota sabia que a mãe lhe cobraria cada parte, cada cena de sua vida na nova cidade. Aquilo tudo lhe parecia um interrogatório sem fim, e estava piorando, pois no final das contas tudo aquilo tinha se voltado para um único assunto: Estava na hora de Zoey encontrar alguém para passar e compartilhar o resto de sua vida.

Rachel não precisava nem ter dito nada sobre quem ela achava que seria essa pessoa perfeita, Zoey sabia muito bem que era Theo Raeken. Ela estava farta, tão farta que pediu licença para tomar um longo banho e se aprontar para o jantar natalino. A garota pega sua bolsa pequena e sobe as escadas, entrando em seu antigo quarto, largando a bagagem na cama e indo para o banheiro se levar e tirar a tensão de cima dos seus ombros.

Ao sair, ela se encara no espelho e de forma mecânica veste-se de acordo com a ocasião. Ela coloca sobre seu corpo um vestido preto simples não muito longo, calça um sapato da mesma cor. Starling estava colocando os brincos enquanto tentava decidir o que faria com seu cabelo naquela noite. Assim que pega a escova para começar o processo, ela escuta alguém batendo na porta antes de entrar, era Kira. Estava sorrindo e usava um lindo vestido branco. O batom vermelho e os cabelos lisos e negros destacavam-se.

Zoey não esconde a alegria de ver a amiga, em um salto Kira é esmagada pelo abraço dela, que mais parecia um pedido e socorro da agente federal.

— Ei! – Yukimura corresponde o longo abraço sorrindo. – Como vai Zo?

As duas se afastam. Zoey sorri, apontando para o próprio cabelo.

— Não faço ideia do que fazer com ele. E você já chegou e... espera aí... – A agente sorri mais abertamente. – Scott está lá embaixo?

— Está. Você sabe como a senhora Rachel não deixaria escapar a chance de fazer um belo interrogatório. – Ela ri levemente. – Passamos em casa primeiro e viemos para cá, exigências da Alli. – A oriental olha para a amiga. – Acho que tenho uma ideia do que fazer com seu cabelo.

— Tem? – Pergunta Zoey, sentando-se de frente ao espelho. Kira anda até ela, já mexendo nas madeixas. Ao que tudo indicava, ela estava preparando um penteado simples e prático.

— Sim. Na verdade, tudo em você fica ótimo. – Zoey sorri.

— Obrigada. Então...você e o Scott...há quanto tempo estão juntos?

Kira ainda penteando os cabelos de Starling, responde a pergunta da amiga com um sorriso no rosto.

— Oficialmente uns quatro a cinco meses.

Zoey suspira. Aquele era quase o mesmo tempo que ela Roman estavam juntos. Na verdade, oficialmente estavam há dias como namorados. Seus pensamentos acabam quando sua amiga lhe faz uma pergunta.

— E você?

— Eu não tenho um namorado Kira. –Mente ela, sentindo uma dor ao negar tudo o que mais queria dizer. – E antes que fale do Theo eu...

— Eu sei que ele só virá por causa da Allison e por que ele gosta de você. Mas... – Yukimura vira a cadeira giratória após terminar o penteado, pegando a maquiagem que se encontrava em cima da cômoda. – Eu sei que não está apaixonada por ele.

Zoey a encara aliviada.

— Sabe? Deus, isso é um alívio! Quer dizer, tudo foi um mal entendido e Theo acabou sendo convidado. Eu fui bem covarde por não pedir para ele não aparecer aqui na casa da minha mãe. – A preocupação e desespero na voz de Zoey eram evidentes. Yukimura para de maquiar a amiga e se senta na cama, a encarando.

— Vamos encarar dessa forma, ele não é seu namorado e não é uma obrigação sua fazer isso. Ele é alguém que a Alli convidou para o jantar.

— De natal. – Completa Starling.

— De natal. Mas pense bem, você não quer impressionar ninguém. Pense desse jeito e tudo ocorrerá bem.

Zoey segura a mão da amiga.

— Eu estou sufocada, sabe? Todo mundo diz “Você precisa arrumar um namorado!” Ou um ficante ou sei lá o quê! Mas nunca passou pela cabeça da minha mãe e das meninas que talvez eu não queira justamente porque eu não preciso e porque eu...

A garota para de falar, cessando o exame de palavras. Ela se cala, evitando o contato visual com sua amiga.

— Eu... – Ela passa a olhar em volta do quarto. Foi em seu quarto em Nova York que ela e Roman tinham se beijado pela primeira vez.

Kira pressionou sua amiga a continuar, apenas a encarava, atenta. Parecia disposta ouvir e entendia que Zoey queria comandar e ditar sua vida.

— Eu conheci outra pessoa. – Estava dito. – Por favor, não entenda mal. Eu só não sei o que dizer, não sei o que pensar. Só sei que o conheci e era ele que eu queria que estivesse aqui.

Apressadamente a garota levanta-se da cadeira, indo até a janela.

— Kira, eu sei que estou sendo injusta. Eu não contei a você ou as meninas, mas é que...é complicado.

Contra a todas as reações possíveis pensadas por Starling, Kira não pergunta nada sobre a tal pessoa. Ela apenas se levanta e vai de encontro a amiga, a abraçando calmamente. De início Starling se surpreende, mas depois sente-se grata pelo gesto da oriental.

— Eu sei, eu sei. - Kira não fazia ideia de que a pessoa a quem a amiga se referia era Roman. – Eu não preciso saber. Na verdade Zo... – Elas voltam a se encarar. – Isso não é algo que você precisa espalhar principalmente se é tão complicado. E eu entendo, de verdade.

As duas sorriem uma para outra, Starling sorria ainda mais, tinha ficado nervosa e hesitante antes contar aquilo. Mesmo não tendo relevado praticamente nada, sabia que Kira era a única que não cobraria nada naquele momento e é essa segurança que a faz continuar.

— Ele é excêntrico, mas ao mesmo tempo consegue ser doce. É extremamente inteligente e me enche de perguntas que não faço ideia de como responder. Mesmo assim ele elogia minhas tentativas de responder, mesmo que elas sejam malucas e sem sentido. Ele adora minha espontaneidade. É irritante e consegue ser muito narcisista, mas eu não ligo por que ele faz isso de um jeito tão...tão...

Zoey falava aquilo tudo olhando para a janela, imaginando Roman.

— Eu me sinto segura com ele mesmo sendo completamente perigoso está com ao seu lado. Ele sempre me elogia. Não é só a minha aparência, mas minha inteligência. Ele me faz sorrir e por incrível que parece eu o faço sorrir também. Ele me deixa sem jeito e me olha como seu eu fosse...fosse a garota mais perfeita desse mundo. Ele consegue fazer isso enquanto eu não consigo dizer o quanto ele é intenso, extremamente charmoso, bonito e dizer o quanto...

— Você está apaixonada por ele. – Diz Kira, sorrindo. Não era um sorriso de deboche, mas sim um de admiração por ver aquele brilho nos olhos da amiga. Ela nunca a tinha visto daquele jeito. – Zo, isso é lindo! É incrível!

Starling fecha os olhos após a afirmação de Kira. Yukimura havia dito, dito para Zoey o que ela já sabia e não admitia. Um frio na barriga a faz sorrir.

— Isso é...é estranho. – Fala ela por fim. A jovem encara a amiga. – Kira, pode não contar a ninguém? Apesar de tudo que eu falei, de tudo que eu sinto...Nós dois...É complicado, é incerto, é ...diferente.

— Entendo. Você está com medo, não está? Com medo de tudo o que está acontecendo? – Zoey anda até o espelho, terminando a maquiagem básica.

— Ele não é perfeito, também tem seus defeitos. Não seria fácil. Sabe, ele não é o cara que a mamãe está esperando nem você, nem a Alli nem ninguém.

Elas se olham novamente.

— Você é feliz? Digo, quando está com ele? – A garota dá um longo suspiro antes de responder.

— Muito. – Kira provavelmente estava com dúvidas. Zoey imaginava o que se passava na mente da amiga. Provavelmente Kira esperava um bêbado, um agressor, um mafioso, um cara bem mais velho ou um garoto mais novo. Com certeza um psicopata procurado por todo país não estava naquela lista.

— Isso significa alguma coisa. Zo, eu não vou contar nada. Eu sei que tem dúvidas sobre ser sério ou se é permanente, não é? – Era sério, mas sobre ser permanente... Esse era o problema. Ela queria que fosse, mas tudo era tão perigoso e incerto.

— É, isso.

— Não vou dizer nada, ok? E torço para que um dia quem quer que seja o príncipe encantado apareça um dia. – Starling morde lábio, dando mais atenção para o penteado. Seu cabelo estava amarrado em um coque, algumas mechas soltas na frente e seu pescoço amostra.

— Obrigada.

A porta se abre, revelando a senhora Rachel sorrindo.

— Os convidados chegaram. E não vai acreditar quem apareceu aqui em casa. Vamos filha, vamos Kira.

As três descem as escadas. Zoey pôde ver a família Argent ali, Mason, Lydia, Issac, Scott, e um rapaz que ela não conhecia. Todos estavam lá. Por fim, Zoey ver alguém alto, forte que sorria e segurava duas garrafas de vinho nas mãos.

— Zo, Theo veio!

                                                 ***

Após a recepção, todos estavam na sala rindo e falando alto. Theo vai ao encontro de Zoey, ela sorri sem graça.

— Você está...Nossa! – Raeken abraça a garota, que afasta ele após perceber que Lydia e Allison sorrindo perante a cena. Liam por sua vez fazia cara feia, evidentemente estava com ciúmes da sua irmã de coração devido a aproximação de Theo.

— Obrigada. Então...você veio. – Diz ela sendo educada. – Se divertindo?

— Tirando o fato das suas amigas me perguntarem milhões de coisas e até perguntarem como é beijar você, estou bem. – Zoey fecha os olhos por um momento, um pouco irritada.

— Vou matar elas! Sério, definitivamente isso é o que vou fazer!

— Não, não precisa. Está tudo bem. Você meio que me convidou e...

A garota o encara, se sentindo culpado. Não, ela não tinha o convidado. Aquilo tudo foi um acidente, um dos grandes.

— Theo... Olha, eu não...

Allison toca um sininho para chamar a atenção de todos, sorrindo animadamente para os presentes ali.

— Então, como todos sabem, nós sempre fazemos um brinde antes da meia-noite. Eu quero ter a honra de fazer um discurso. Portanto, peguem suas taças. Vamos, vamos.

A garota indica a bandeja com as taças.

— Você não Liam! – O caçula a encara, fuzilando a irmã com o olhar. Teve que pegar uma lata de coca-cola diet assim como Mason. – Ótimo, bem melhor. – Fala ela, posicionada no centro da sala.

A Argent se preparava para o discurso.

— Eu quero agradecer a todos por estarem aqui. Somos gratos pela saúde, alegria e novidades. – Allison aponta para Lydia e seu “namorado” do momento, um tal de Ethan ou Aiden. O rapaz tinha um irmão gêmeo, o que dificultava na hora de saber quem era quem. – Não é Zoey? Você também. – Allison sorri para ela.

Starling revira os olhos enquanto segurava a taça, percebendo que o agente Raeken estava mais confiante do que nunca.

— Feli Natal pessoal!

Todos fazem o brinde e enquanto o relógio soava meia noite.

Na grande mesa da sala de jantar, todos começaram a comer. Riam alto e conversando. O alvo daquela noite era Theo, o par perfeito para Zoey. A garota permanecia irritada e calada, apenas apreciando a comida.

— Então Theo, é o parceiro da Zoey? Tipo a agente legal dos filmes? – Lydia pergunta, encostando sua cabeça no ombro de Ethan.

— Tecnicamente não. Estamos trabalhando em um caso juntos, mas minha parceira é a agente Tate e...

— A Malia, certo? – Allison interrompe, sorrindo quando vira o rosto para olhar  para Isaac. – A Zoey falou sobre ela. – Explica a garota.

— Você pelo menos joga alguma coisa? – Pergunta Liam, meio que em um resmungo.

A cara brava e o instinto de proteção do irmão acabam quando Theo sorri e fala:

— Depende. Se refere a vídeo games ou lacrosse?

— Você já jogou lacrosse! – Liam sorri animado. – E ainda joga vídeo game? – Ele olha para Zoey. – Zo, esquece. Vamos passar vinte e quatro horas grudados. – O caçula volta a encarar Theo. – Eu, você e Mason.!

— Só se você jogar Assassin’s Creed. Senão, nada feito cara, nada feito.

Todos da mesa riem, até Kira e Scott, que menciona logo em seguida que já tinha sido o capitão do time de lacrosse quando estudava na Beacon Hills High School. Todo mundo parecia animado, todo mundo menos Zoey. Ela bebia vinho, calada enquanto lembrava-se que Roman odiava jogos, qualquer um. Ele era mais para um cara que ficava na sacada pintando a paisagem que estava ao seu redor, apreciava poemas e até escrevia alguns, sem contar os desenhos. Zoey apostava que Theo não sabia fazer nada disso. Afinal, por que ela estava fazendo aquela comparação? Não podia fazer aquilo. Tinha admitir fato de Theo ser o defensor da lei e Warner ser o gerador do caos, do medo. O devaneio da garota para quando Rachel a chama.

— Zo, eu estou encantada! Quer dizer, eu já estava antes, mas hoje ele provou que é para casar!

— Casar?! – Starling arregalha seus olhos. – Mãe, eu não quero me casar! A senhora sabe ao menos o que eu quero? O que eu gosto? – Sussurra ela, apenas para Rachel escutar.

— Ele trabalhar com você, entenderia seus horários, entenderia o porquê de você chegar tarde em casa. Ele é inteligente e ainda ensina outros a serem agentes federais. Ele é lindo e pelo que eu soube você dois já se beijaram.

Starling nega com a cabeça repetidas vezes.

— Não pensou nessa possibilidade antes? Seriam um casal perfeito. – A mãe a encara, esperando uma confirmação da filha.

Nervosa e irritada, Zoey diz:

— Mãe, eu não gosto dele. Não vê? A senhora, assim como todos aqui, podem pensar que ele é perfeito, mas advinha só mãe. – Ela ainda sussurrava. – Ele não é perfeito para mim. E só para nível de informação, ao menos considerou a possibilidade de me perguntar se eu estou apaixonado por ele?

Rachel a encara. Aquilo foi como um balde de água fria, a fazendo repensar em tudo o que havia dito.

— Filha...Filha, eu... – Zoey levanta-se.

— Com licença. – Fala ela, educadamente, indo até a cozinha lavar o seu prato e taça.

Ela lava os objetos rapidamente, estava irritada. Como a garota tinha previsto, a noite não estava sendo uma das melhores. Após fazer tudo aquilo, ela vai até a varanda observar a vizinhança, observar o céu. O clima estava quente comparado a o de Nova York naquela época do ano.

A porta faz barulho e a jovem avista seu colega de trabalho, caminhando e parando ao seu lado.

— Linda noite. – Ele comenta, sorrindo.

Zoey coloca uma das mãos em sua testa, ela entendia o lado do rapaz. Não havia motivos para culpar ele pelo fato dele ter as características que correspondiam às expectativas dos seus amigos, e nem por ele ser o sonho de toda mãe.

— Eu não acredito que tenha vindo para cá só para me ver, Theo.

— Ah, bom, eu... Você sabe o que eu sinto e além do mais eu gosto das suas amigas e até do Liam. Gosto muito, de verdade. Ele é um garoto inteligente, só é ciumento.

Starling o encara.

— Eu sei o que sente e queria muito poder sentir o mesmo. É só que...Eu não posso e também não posso fazer isso com você.

— Isso o quê? – Zoey suspira antes de contar.

— Eu não iria te chamar para cá. A Allison, ela meio que acha que eu nutro sentimentos por você. E isso só por que eu contei do nosso beijo, e antes que fale ou pergunte sobre o motivo de eu ter citado o que aconteceu, eu quero dizer que isso são coisas que as amigas dizem uma para as outras e isso acabou saindo. Eu não tive a intenção de usar você um suposto par para o dia de festa. Theo, você é meu amigo, de verdade. Mas eu  quero que entenda que não me sinto bem vendo você tentar  algo e sair magoado ao falhar.

— Uau. Isso foi... – Ele para, dirigindo seu olhar para o céu.

— Horrível? Cruel? Manipulador? Egoísta?

Ele gargalha.

— Não. Não, Zoey. Isso foi verdadeiro ser quer saber.

— Isso é um alívio. – Fala ela. – Sabe Theo, com certeza existe ou vai existir alguém que vai retribuir esses sentimentos que você tem por mim agora. Alguém como a Malia. – Diz Starling, pensando no que tinha reparado nos últimos meses.

— Malia? – Zoey assenti.

— Ela gosta muito de você, mesmo ela tendo medo de admitir isso. E vocês dois se conhecem há tanto tempo. O que mais pode está passando despercebido de vocês dois?

Theo a encara, entendendo a perspectiva da garota.

— Não quero empurrar alguém ou forçar algo para te afastar de mim. Estou só acho que você merece algo incrível na sua vida.

— Esse algo seria minha melhor amiga. – Ele fala pensativo. – Talvez você tenha razão sobre o que ela pode sentir por mim. Quer dizer, ela tem andando esquisita e distante depois que eu disse o que sentia por você. Talvez uma conversa não faça mal.

— Mal nenhum.

A porta novamente se abre. Lydia sai anunciando para os dois que estava na hora de abrir os presentes. Os dois entram.

Depois que Zoey havia falado aquilo para mãe e teve aquela conversa com Theo, as coisas melhoram naquela noite. O rapaz não ficou alegando que precisava ir para a cidade vizinha onde seus familiares estariam. Isso justificaria ele ter aparecido em Beacon Hills, além do óbvio, claro.

Os presentes foram abertos. Zoey havia ganhado um colar do Mason e dado uma camisa para Scott. Toda a programação de natal prosseguiu, foi assim durante o resto da noite e no dia seguinte também. Apesar de Lydia e Allison ainda tentarem fazer Zoey reconsiderar Theo, a pressão excessiva havia cessado. Isso fazia a agente do FBI respirar com mais calma e aproveitara manhã em família e amigos. Não podia negar que estava sendo divertido passar aqueles momentos com eles. Porém parte dela ficava esperando, pensando como veria Roman outra vez. Será que ele iria ao encontro dela? Qual seria a tão sonhada surpresa?

                                                    ***

O caminho de volta foi com expectativa e nervosismo. O frio de Nova York havia feito Zoey vestir um casaco preto que contrastava com sua blusa vermelha. Starling sai do carro e encara a sua casa. Ela anda sobre a neve espalhada pela calçada, as chaves na mão. A garota abre ansiosamente a porta, ouvindo as risadas das crianças que brincavam na rua, enquanto ela adentrava na sua residência carregando sua bolsa. A jovem agente vasculha a casa rapidamente, se ele estivesse lá, ela saberia em qual cômodo Warner estaria. Apressada, sorrindo e sapeca, ela abre a porta do quarto. Porém, Roman não estava lá. Ela estava sozinha em seu quarto frio e escuro.

Zoey morde o lábio, desanimada, jogando a bolsa na cama, entrando no banheiro.

Warner havia a observado entrar. Tinha esperado uma hora dentro de um carro qualquer estacionado em um beco, ele finalmente poderia sair do veículo. Ainda um pouco relutante sobre subir pelo telhado escorregadio devido a neve, ele o faz. O assassino vestia um casaco preto, camisa da mesma cor e calça jeans. Entrando pela janela, Warner sorri maliciosamente, sentando-se na cama.

Zoey sai do banheiro, distraída enquanto tirava os brincos e começava a guardá-los na caixa de jóias. Sua próxima tarefa seria tirar as roupas usadas na viagem. Ela dá um pulo, assustando-se ao vê-lo ali parado, sentado em sua cama. Um grande sorriso forma-se em seus lábios logo depois.

— Você me assustou. – Diz ela, sorridente e contendo-se para não correr e abraçá-lo.

— Eu disse que voltaria. – Ele fala, levantando-se da cama, ficando de frente para ela. – Achou que eu não apareceria Starling? – Pergunta ele, o sorriso surgindo em seu rosto.

— Talvez. – Responde ela, mordendo os lábios. Roman dá de ombros.

— Eu senti sua falta e acho que você sentiu a minha. – Ambos sorriem.

Zoey não se controla e corre, pulando em seus braços. Ele não hesita em pegá-la.

— É, você sentiu. – A garota coloca as duas mãos em volta do pescoço do rapaz.

— Só um pouquinho. – Diz ela, fazendo biquinho.

— Aham. Pouquinho? Quer mesmo continuar a falar no diminutivo? – Assim que ele fala, os dois acabam caindo na cama. Ela dá uma pequena gargalhada, vendo ele se aproximar. – Essa é a parte que eu beijo você, senhorita Starling.

De forma intensa os dois se beijam, até que lhes falta fôlego. Ele para, depositando selinhos. A garota tenta o beijar outra vez, ele nega.

— Sabe, é tentador passar a noite aqui com você, mas eu prometi uma surpresa.

— Você lembra. – Fala ela em um sussurro. Roman tira os cabelos do rosto dela e os coloca por trás da orelha.

— Claro que sim. Confia em mim? – Pergunta ele, beijando a bochecha de sua namorada.

Ela faz que sim com a cabeça.

— Bom então, senhorita Starling... – Ele levanta-se e estende a mão para ela. – A convido para nosso primeiro encontro. Será fora do seu belíssimo quarto. – Ela sorri, aceitando o convite. Segurando a mão de Warner.

— Sabe, já saímos do quarto antes. – Ele dá um beijo rápido nela.

— Mas não contou como um encontro. – Argumento ele. – Acredite, posso proporcionar outras aventuras além das que aconteceram nessa cama.

— Ei! – Repreende ela, envergonhada. – Pare, vai me deixar sem graça.

— Nunca. – Fala ele sussurrando, mordendo o lábio inferior dela, a distraindo. – Vamos? – Ela levanta-se e o segue até a janela.

— Roman...Não, não. Tem a porta dos fundos. Eu vou acabar caindo. – Ainda de mãos dadas, Zoey protesta. – Por favor?

— E qual seria o marco dessa experiência? Zoey, por favor. – Ele sorri. – Será a noite perfeita, nossa noite perfeita.

— E isso inclui a janela?

— É, inclui a janela. Diga que sim. – Roman beija seu queixo. – Pense na noite fora daqui. O que me diz? – Dessa vez o beijo vai para a boca. Ela corresponde, começando a bagunçar os cabelos dele. – Não, não desse jeito, senhorita Starling. Não vamos apressar as coisas.

Ele pega sua mão e começa a sair do quarto pela janela, indo para o telhado. O rapaz segura a cintura, a fazendo seguir em direção ao carro assim que os dois descem.

— Mas você sempre acelera as coisas ou me convence a acelerar. – Os dois seguem até o carro, ele abre a porta para ela, entrando em seguida.

— Valeu à pena acelerar as coisas, não acha? – Fala ele de forma sedutora, acelerando o a velocidade, seguindo o caminho onde ocorreria o encontro.

                                                 ***

Ao sair do carro, Zoey se depara com um prédio antigo á sua frente. A dúvida pairava no ar. Roman sai do carro e segura a mão da namorada. Hesitante e com medo de ser pega, Zoey pergunta:

— Tem certeza? Não tem nenhum vigilante? Afinal, o que vamos fazer nesse prédio abandonado?

Warner a guia para a entrada do local.

— Não é totalmente abandonado, vistas são feitas para manutenção. Mas hoje é só nosso. – Roman abre a porta, fechaduras não eram problemas para ele. Ele começa a subir as escadas e espera que ela faça o mesmo.

— Vamos, garanto que vou recompensá-la, Zoey. – Ela o segue, subindo as escadas que não parecia ter fim.

Os dois param depois de um tempo subindo as escadas, ofegantes, ambos de encaram.

— Feche os olhos.

— Quê? Não, não mesmo Roman. Eu vou acabar caindo com essa neve aqui.

— Por favor, faça isso por mim. – Ele acaricia o rosto da garota que claramente curiosa e apaixonada, fecha os olhos no final das contas.

Ele a leva para mais longe da porta de onde eles tinham acabado de sair após subir tantos degraus.

— Incrível. – Sussurra ele. A garota sentia o vento forte bater contra seu rosto, a sensação que ela tinha era de está em um lugar amplo e alto.

— Posso abrir?

— Calma. – Ele posiciona Zoey de frente para o que ele queria que ela visse. Roman a abraça por trás e sussurra em seu ouvido direito. – Pode abrir.

Arrepiada pela voz próxima ao seu ouvido, ela abre os olhos, ficando de boquiaberta. Toda a cidade de nova York podia ser vista daquele lugar. Ela sorrir emocionada, observando os arranha céus e as luzes que reluziam de dentro dos prédios, nas casas e nas ruas. O clima ajudava a tornar aquela paisagem  indescritível. Em momento, a garota se recorda daquela vista.

— Seu desenho. Seu desenho! São aquelas luzes de Nova York do zeu desenho, não é? – Ele sorri charmosamente e de forma encantada responde:

— Sim. Era a coisa mais linda que eu costumava ver quase todas as noites. – Fala ele, ainda com os braços envolta dela, aquecendo.

— Era? – Ela se vira, ficando de frente para ele. Os cabelos voando devido o vento forte.

— Sim, eram até que conhecer você.

Zoey morde o lábio, virando o rosto sem jeito.

— Ei. – Warner passa suas mãos pelo delicado rosto da agente. – Você é tudo para mim. É beleza, é brilho, é o que eu sempre procurei vindo aqui e nunca tive de fato até ver você.

Boquiaberta, ela ainda o encarava.

— Eu quero que saiba que o que sinto é real. Não é uma farsa, não é um blefe. É intenso e concreto. Só você pode me manter são. Não são os remédios, nem as sessões de terapia, é você. Você, minha garota. E eu lhe trouxe aqui por que quero finalmente lhe dizer o que sinto o que eu descobri.

—Descobriu? – Ela sussurra. O coração batendo aceleradamente, a respiração falha.

— Sim. – Ele a aproxima para mais perto de si. Zoey coloca suas mãos ao redor do pescoço do assassino, sentindo o hálito doce e a respiração descompassada, ele também estava nervoso. – Zoey, eu te amo. – Diz Warner.

Starling para e sorri, quase pulando de alegria por dentro. Era real, ele também estava apaixonado.

— Sabe, eu disse a você que falaria o que sinto se você me dissesse primeiro.

— É, foi o que você disse. – Ele a encara ansioso.

— A verdade é que eu te amo Roman. – Após aquelas palavras, Warner sorri, olhando para o céu e depois para ela. Ele avança para um beijo, na ponta dos pés ela ainda segurava o pescoço dele, retribuindo o beijo sem hesitar. Intensificando o beijo, bagunçando seus cabelos.

Afastando-se aos poucos, ele aos poucos para o beijo. Sem fôlego, ela abre os olhos devagar apenas para encarar os dele.

— Tenho bons motivos para pausa. A verdade é que não seria um encontro oficial sem uma dança, certo? – Ela dá um risinho, ainda o encarando.

— Eu não sei dançar. – Roman afasta-se apenas para ligar a caixa de música mediana que estava ali. – Você planejou tudo. Planejou o que iria me dizer, também?

— Sim. Sua resposta é que foi inusitada. Sinceramente você nunca vai parar de me supreender.

Ele estende a mão para ela, elegante e formal como sempre.

— Me daria a honra de dançar comigo, senhorita Starling?

Envergonhada e sem jeito, ela aceita, bem a tempo da música começar a tocar.

— Vou pisar no seu pisar no pé desse jeito Roman.

— Shiiiu. – pede ele. – Só nós dois e a música.

Eles começam a dançar, Roman a conduz. Seguindo os passos dele, Zoey presta atenção na letra da música, encostando a cabeça no peito do rapaz, fechando os olhos e o deixando a guiar.

Aquele momento superava toda a saudade, toda a espera. Ele finalmente tinha dito, Roman Warner a amava e Zoey finalmente tinha falado isso em voz alta.

— Está congelando. – Fala ele em tom baio de voz. Ela volta a encará-lo.

— Não. Na verdade, está muito bom aqui.

— É? E seu eu dissesse que pode ficar melhor? – Ele gira o corpo da garota,  a puxando para si novamente. – Quero lhe dá um presente.

— Não, não precisa Roman. – Ele sorri.

— É importante. Significaria muito se o aceitasse. É seu, assim como eu sou.

A música cessa e ele tira do bolso a caixa de música de Mischa, sua irmã.

— Roman...eu não posso aceitar. Não, não. – Ela nega com a cabeça.

— Eu insisto. Representa algo para mim. Representa nós dois, representa o que sinto por você. Representa nossos planos.

Ela o encara, sorrindo e sentindo os lábios dele contra os seus, lhe deixando sem ar e forças.

— Abra-a.

Roman parecia ansioso e animado. Starling faz o que ele pede. A música começa a tocar. Zoey olha para o interior da caixinha e observa papéis presentes ali dentro. Ela os avalia, eram passagens áreas com destino a Itália.

— Roman. – A garota fica em choque, parada, sem saber ao certo o que falar.

Então era esse o plano? Uma fuga? Ou uma forma de se afastar de todos os outros? Uma oportunidade de está somente com ele? Ela nega com a cabeça. O que ele estava pensando? Fugir? E seus amigos? Sua mãe? Sua carreira e tudo que havia conquistado até então? E sua vida? Do que eles iriam viver? Ela viveria fugindo? Escondida, sem nunca mais pode ter um contato duradouro com as pessoas? Nunca poderia construir algo sólido com a pessoa que amava? A mesma pessoa que a encarava e mudava o semblante perante a hesitação dela.

— É tudo que sempre quis. Você mesma me disse isso. Disse que queria conhecer o mundo. Zoey, eu e você, podemos fazer isso juntos. Podemos sumir e ser só eu e você. Acordaremos juntos, estaremos juntos, viveremos juntos. Não é o que sempre quis?

Ela engole em seco. De fato aquilo era verdade, mas não queria fazer iss de maneira tão radical.

— É que...Roman, é que... – Ele afasta-se um pouco dela. – Não entenda mal, mas é que...

— O quê? É o quê Zoey? Sou eu? – Zoey percebe a mudança de expressão na face dele.

— Não, são as circunstâncias. – Diz ela em um tom baixo de voz. – Eu não posso.

— Não pode? Não pode? Zoey, você disse que me amava. – Roman afasta-se mais dela, exaltando-se aos poucos.

— Eu o amo muito, mas é que essa decisão... Eu, eu  não sei  o que dizer. – Warner a encara, colocando as mãos na cintura.

— É por que sou eu, não é? Um foragido! Um psicopata, um maníaco homicida. Você prefere a sua vida falsa a estar comigo? – Pergunta ele, completamente exaltado.

— Roman você está me assustando! – A garota se afasta um pouco. – Pare, pare, por favor!

— Parar? Parar com o quê? Hein? De amar você? De querer está com você enquanto você acaba com nossos planos por causa do seu apego idiota?! – Ele fala com o tom de voz mais alto que o normal.

— Pare, não fale desse jeito! – Pede ela, começando a ficar com os olhos marejados.

— Quantas vezes eu tenho que me humilhar para você? Eu te amo Zoey!

— Eu sei, eu sei. E eu não disse que não. Eu só acho que na verdade eu não tenho certeza do que quero.

— Tudo que eu sempre quis era você, você! E olha só, olha só! – Roman anda até a caixa de som e a derruba.

— Roman, precisa se acalmar. – Fala ela. – Olha para mim.

Ele faz o que ela pede, claramente magoado e com raiva.

— Se fosse o Theo diria sim? Hein? E se fosse ele? Aposto que ele seria perfeito para passar o natal em família.

Zoey coloca a mão sobre a testa, nervosa. Ele a encara.

— A menos que... – Warner a observa.  – Ele esteve com você esses dias? Hein?

— Roman, ele não tem nada haver com as minhas decisões em relações a nós dois. Por favor, se acalme. Pare, está sendo irracional.

Warner gargalha alto, sendo sarcástico.

— Irracional. Uau, uau. Natal com o honrado Raeken? Tem razão, não sou digno de passar uma vida ao seu lado, não é?

— Não, não fale desse jeito! Nem pense nisso! – As lágrimas já caiam dos olhos dela. – Não vai embora Roman. – Starling anda até ele e segura sua mão.

— Pare de chorar. – Pede ele, agora sussurrando, evitando olhar para ela. – Pare.

— Então fique, por favor.

Ele nega magoado.

— Você arruinou a noite. Arruinou o que tinha entre nós dois. – Diz ele, indo até a porta, descendo as escadas.

Zoey o segue. Tudo estava começando a desmoronar. A dor enchia seu peito. Todo conto de fadas, toda a fantasia, tudo estava indo embora. Ao chegar ao térreo, ela não o vê. A garota constata, Roman tinha ido embora. O carro ainda estava lá, onde ele havia estacionado.

Starling coloca as mãos na cabeça, tentando respirar fundo e se acalmar.  Mas não havia como. Ela o tinha perdido, tudo havia acabado. Seus olhos enchenssem de água. A garota anda até uma parece próxima, encosta o corpo, jogando a cabeça para trás, apoiando-a na parede, começando a chorar.


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Notas finais do capítulo

Então gente, o que acharam? As coisas ficaram tensas no finalzinho do capítulo, não? Pois é, a situação ficará mais complicada nos próximos capítulos!
Pergunta: o que acharam da reação de Roman? Queremos saber a opinião de vocês.
Qualquer erro ortográfico podem nos comunicar também.
Ah sim, eu (Lili), estou com uma nova fic chamada Welcome to the Coven. Ficaria muito grata se puderem dá uma lida nela.
Enfim, por hoje é só pessoas. Bjus e até o próximo capítulo!



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