Void escrita por Lilindy


Capítulo 12
Capítulo 9 - Formatura


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!! Mais uma capítulo pra vocês!! Agradecemos os 11 acompanhamentos, ficamos muito felizes!!! Sempre somos muito gratas aos comentários....nós adoramos!! Enfim, sem mais enrolação, boa leitura!!



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Zoey não queria sair do quarto, não queria sair mais precisamente de sua cama, não dormia assim há muito tempo! Porém, hoje seria um dia agitado, o que era bom, na verdade só dias agitados poderiam fazer ela esquecer Roman Warner.

Oficialmente era o segundo dia de procura, a garota não estava envolvida no caso. O FBI e a polícia de Nova York não tinham decretado uma investigação oficial, porém todos os jornais falavam, mostravam fotos e pediam para que a população nova iorquina ficasse em alerta.

No entanto, a garota acreditava que ele já estaria longe e ela precisava acreditar nisso, precisava porque tudo o que ocorreu não devia ocorrer novamente.

Zoey sai da cama, abrindo as cortinas e se espreguiçando. Ela olha-se no espelho, suspira, teria um dia importante, o sábado mais importante que já tivera. Era o dia de sua formatura no FBI ! Oficialmente era uma agente do Estado. Seus pensamentos são interrompidos quando o seu celular toca. Não poderia ser outra pessoa.

— Alli ! – Exclama Zoey, finalmente veria suas amigas e sua mãe.

Hello, agente especial Zoey Starling !— Brinca Allison. – Sabe, eu ainda não acredito que você conseguiu! Estou tão animada! Sabe que temos que comemorar, a Lydia vai levar todo o kit de maquiagem e a Kira não para de falar o quanto animada está para conhecer Nova York!

Uau! Quanta informação! De que horas vocês irão sair?— Allison logo responde.

— Ás 13:30, não queremos perder nada! Escuta, e seu parceiro? Aquele tal de Theo?— Zoey revira os olhos.

É uma formatura, ele não vai está lá. E ele não é meu parceiro, ele já tem uma parceira e...

Disputado ele, hein?— Allison gargalha de sua própria piada. – Liam está odiando não poder te vê! Mas como vamos todos para o jogo dele no domingo a noite ele até parou de birra.

Isso é um alívio. E enquanto ao Isaac?

Ele tem plantão, não conseguiu uma folga. Mas até que eu gostei, sabe? Vamos ter uma noite das garotas e mas a senhora Rachel!

As duas riam com as palavras de Alli. O barulho de carros vindo do outro lado da linha fez Zoey questionar.

Está dirigindo?

Sim, a caminho da casa da Lydia, estou quase chegando. Então, tenho que desligar agora.

— Tudo bem, espero vocês.

Zoey encerra a ligação. Não tinha falado tudo, não tinha contado sobre Theo e o beijo e sinceramente não achava que importava. Ultimamente Zoey tinha tentado não contar sobre nada, muito menos sobre Roman.

— Droga! – Braveja a garota.

Ela liga seu ipod e coloca seus headphones. A playlist dos anos 90 de Zoey a ajudavam a se acalmar, porém naquele dia só piorava tudo, ela queria tanto vê-lo.

— Zoey, já chega! – Ela aumenta a musica em seu voluma máximo.

                                                      ***

Roman havia se livrado das roupas sujas,as tinha queimado naquele dia. Ele estava na casa de Benjamin Raspel, algo temporário, até ele realmente colocar um novo plano em prática. Mas para ele estava sendo uma manhã complicada, tudo o que devia fazer era sair do país e isso não era difícil. Porém, ele estava ali, em uma casa significativamente medíocre e tudo por causa dela. O que será ela estava fazendo?

Warner resolve tomar banho, ele coloca a cabeça debaixo do chuveiro e deixa a água escorrer. Fazia séculos que não passava mais de 10 minutos sentindo a água, muito menos tomar um banho descente. Ele fecha os olhos e ela surgi em sua mente. O que ele estava pensando? Na verdade, Warner não sabia, a única certeza era de que tinha que vê-la.

Após um longo banho, Roman procura no armário gigante de seu paciente morto, alguma roupa que pudesse lhe agradar. Depois de umas boas olhadas, ele decide vestir uma camisa preta com uma jaqueta da mesma cor por cima e uma calça jeans também preta. Ele olha-se no espelho, até que a roupa lhe caía bem! Mas ele não podia andar pelas ruas tão exposto assim, resolveu  pegar então óculos escuros e um boné, embora detestasse bonés era algo necessário. Teria um longo e arriscado dia pela frente, mas ele precisava tentar, mesmo que custasse sua liberdade.

Warner decide ligar a televisão plana e de alto definição presente no local. A casa de Raspel era afastada e há um bom tempo estava fechada, por isso a poeira estava bem presente ali. No entanto, Roman não pretendia se estabelecer naquele lugar, não fazia seu gênero e sem contar que era extremamente arriscado. A voz do repórter logo interrompe a linha de pensamento do assassino.

“Após a solução do caso, Zoey Starling vira manchete nos jornais! Não só por ter adquirido que as ruas da nossa cidade ficassem mais seguras, mas por também conseguir que os pacientes da Eichen House pudessem ser mais notados.”

O âncora do jornal volta a falar, o homem de cabelos grisalhos sorrir em frente ás câmeras, expondo o resto da reportagem.

“Há anos casos de doenças mentais foram negligenciadas, mas desta vez o Global News pretende exibir uma reportagem especial sobre esses casos, Mas antes temos que falar sobre o novo procurado da polícia, Roman Warner!”

Roman sorri consigo mesmo, ainda ouvindo a reportagem e ao mesmo tempo procurando uma lista telefônica na casa. As lembranças de sua longa estadia na Eichen só aguçavam ainda mais a vontade de confrontar Thomas Heinfield.

“Roman Warner foi preso em outubro de 2013. Antes disso, ele era um conhecido psicólogo que...

Roman diminuiu o volume da TV e continua sua busca silenciosamente..

                                                 ***

Zoey comia cereais ainda com seus headphones, cantarolando e com a televisão ligada. A garota visualiza a foto de Roman na TV, ela para de mastigar o alimento e tira os fones. Mesmo evitando pensar sobre ele, era evidente que queria conhecer mais sobre ele, ou vê-lo, mesmo que por uma tela digital. Ela aumenta o volume e deixa os cereais de lado, curiosa e atenta. A imagem na tela da TV não saia, a foto de Roman, ainda que séria e maldosa, fazia sem coração bater mais rápido, deixando ela nervosa.

Surpreendentemente Warner concordou em colaborar com o FBI, após 10 tentativas. A única que conseguiu arrancar palavras do assassino foi a agente Zoey Starling, mencionada no início da matéria.”

Uma imagem de Zoey aparece na tela, fazendo as fotos dela e Roman ficarem lado a lado, enquanto os apresentadores falavam centenas de informações sobre o assunto.

Zoey fecha os olhos, o que estava fazendo? Assistindo uma reportagem especial sobre psicopatas na TV? Ela levanta-se do sofá e desliga o aparelho. O plano era esquecê-lo e adotar o método de recalque de Freud¹, assim em nenhum momento aquilo a  atormentaria.

                                                ***

— Você sabe para aonde está indo? – Pergunta Kira para Allison que dirigia ouvindo atentamente as intruções do GPS, enquanto dirigia pelas ruas de Nova York.

— Se eu soubesse, o GPS não estaria ligado, gênio! – Fala ela em resposta.

— Só foi uma pergunta. – defende-se Kira que estava ao lado de Rachel Starling juntamente com as bolsas de Lydia no banco de trás do carro.

— As duas poderiam parar de falar? Estamos quase perto, olha só! – Lydia aponta para a enorme rua, as casas da vizinhança assemelhavam-se com aquelas presentes nas fotos mandadas por Zoey. – Alguém pode me lembrar por que ela não veio nos ajudar a chegarmos na casa dela? – Pergunta a ruiva, mexendo em seu celular.

— Por que ele teve que pegar a roupa dela para formatura e você sabe que ela não sabe andar por aqui. A Zo ficou com medo de nos deixar na mão e nos encontrar tarde, então eu decidi usar o GPS. – Responde Alli.

— Vocês duas são “brilhantes” ! – Ironiza a ruiva, agora prestando atenção em suas unhas.

— Espera! Espera! – Kira fala. – Aquela não é ela  saindo do carro? As quatro olham simultaneamente para a janela e vêem Zoey saindo do carro segurando suas roupas embaladas por um plástico.

— Zoey! Zo!

Gritam elas. Allison acelera um pouco para encontrar ela ainda fora de casa. Ainda confusa sobre quem ou quantas pessoas a chamavam, a garota avista as meninas saindo do carro, Zoey logo sorri. Allison sai correndo e dá um abraço de urso na melhor amiga.

— Zo!!! – Exclama Allison animada. – Me Deus, olha essa casa!

— Alli!!! – Zoey gargalha com a animação da amiga, abraçando Lydia e Kira depois. – Cadê a mamãe?

Zoey procura a mãe e lá estava ela, cabelos castanhos assim os dela, os olhos também da mesma cor, a senhora Starling era parecida demais com sua filha, com exceção de que Rachel aparentava ser bem mais velha e possuía cabelos curtos. Ela abraça a filha.

— Nunca mais me deixe viajar com as meninas! – A senhora sorri enquanto falava. – Então, essa é sua humilde residência?

— Ainda estou trabalhando nela, mas façam as honras,entrem! Oficialmente são as minhas primeiras convidadas!

As quatro entram na casa que era um pouco menor do que a antiga casa onde Starling vivia. Era uma casa bonita e até grande demais para apenas uma pessoa.

— Só eu achei essa sua rua esquisita demais? – Zoey gargalha, ajudando a colocar as malas na sala. – É sério! – Enfatiza Lydia, analisando a casa milimetricamente.

— Aqui não é Beacon Hills, Lydia. Quase ninguém se conhece aqui! Então, sim, é sempre silencioso desse jeito. A noite é ainda mais quieto.

— Assustador. – Diz Kira. – Então, para quantos lugares você já foi?

Zoey pensa um pouco, não tinha ido para muitos lugares diferentes em Nova York.Porém, o trabalho a tinha feito ir a lugares horríveis e nada agradáveis.

— Tirando a Eichen House, por que isso nós já sabemos. – Fala Allison. – Falando nisso, vocês viram que Roman Warner conseguiu fugir?

— Essa notícia está em todos os lugares, chega dá medo só de pensar! – Continua Kira. – Como ele conseguiu fugir?

Zoey deixa a sacola com alimentos que ela tinha comprado cair no chão, todas a olham.

— Podemos não falar de Roman Warner? – Pergunta a garota de modo autoritário, tentando disfarçar o incômodo e evitando pensar nas pintinhas distribuídas no rosto dele e as mãos...

— Assunto encerrado, mandona! – Allison ri, mas estranhando a atitude da amiga. – Ei, você tá me ouvindo? Zoey?

A garota vira-se de frente para bancada da cozinha, fechando os olhos, não podia pensar nele desse jeito. Resolveu se recompor, falando com sua melhor voz.

— Só estou guardando as coisas no armário. – Responde ela.

Rachel vai até a direção de sua filha e prontamente a ajuda.

— Comprou mais comida, filha não precisava. – Zoey dá de ombros.

— Geralmente só tenho comida para uma pessoa por aqui, então tive que reabastecer algumas coisas. E não tem problema, sempre vou ao mercado nos finais de semana, mãe.

— Se você diz. Os quartos ficam em cima? – Pergunta Rachel, Zoey coloca seus cabelos por trás da orelha.

— Na verdade, só tenho dois quartos. – Lydia suspira.

— A kira dorme no chão, porque eu não posso. Não quero ter problemas de coluna, não tão cedo!

Todas sorriram, a ruiva sempre tinha que soltar uma alfinetada.

— Nós três vamos dormir na sala. – Afirma Allison. – E antes que protestem, é a senhora Starling que vai dormi na cama.

—  Alli, não precisa... – Rachel protesta.

— Claro que precisa! A senhora irá dormir no quarto, no luxo. Sem “mas”. Além disso, trouxemos nossos colchonetes.

Zoey se alivia, Allison sempre pensava em tudo.

                                                      ***

Relutantemente, Roman continuava ouvindo as reportagem pela manhã, enquanto tentava descobrir como encontrar Zoey. Horas e horas e nada sugia na sua mente, e isso o incomodava. Geralmente sempre conseguia estabelecer um plano, mas quando se tratava dela, era tudo muito nublado, confuso. De repente, uma luz surgi em seus pensamentos. Zoey entraria oficialmente para a Academia do FBI em Nova York, ela estaria lá, recebendo suas credenciais oficiais. Um sorriso brota no belo rosto do assassino, ele sabia onde encontrá-la e faria isso da forma mais elaborada do mundo.

                                                     ***

Zoey tentava ligar para Barney de novo, sem sucesso, ela tenta outra vez.

— Me diz aí, por que esse enfermeiro é tão importante? – Allison pergunta, colocando seus brincos, olhando-se diante do espelho.

— Porque sem ele eu não teria conseguido nem um terço da investigação progrediria se ele não tivesse me autorizado a entrar na Eichen House ou denunciado o doutor Heinfield.

A ligação é atendida.

Alô? — A voz calorosa de senhor enfermeiro surgi no outro lado da linha.

Barney, é a Starling. – O senhor negro sorri.

Senhorita, a que devo as honras?— A garota sorri, falando depois.

Seria pedir demais para o senhor comparecer na minha formatura?— Pergunta ela. – É muito importante sua presença.

Oh puxa! Tudo bem, Starling! Eu não poderia negar esse pedido vindo da senhorita.

Então isso é um sim?

Claro,claro!— Zoey passa o endereço do local e encerra a ligação. Ela coloca o celular na prateleira.

— Muito bem. Muito bem. – Lydia sorri para Zoey. A ruiva sorri, já vestida e com seus enormes sapatos altos, seus cabelos ruivos soltos. – Sua vez mocinha.

Lydia sinaliza para o kit de maquiagem que segurava.

— Isso realmente é tão necessário assim? É uma cerimônia simples, Lydia!

Zoey protesta, já estava vestida e segurando as chaves do carro para ir embora sem precisar passar por todo aquele processo de embelezamento habitual da ruiva.

— Claro que é extremamente necessário! – Fala Allison. – Aliás, talvez o gato do FBI, o garanhão Theo Raeken esteja lá! E não vamos nunca, nem em 10 mil anos, deixar você ir sem pelo menos colocarmos um pó nessa sua carinha cor de oliva!

A mãe de Zoey gargalha, puxando uma cadeira e fazendo sua filha se sentar, relutante a garota se acomoda na cadeira.

— Sem protestos! – Fala Lydia. – Sorria! Vamos, seja boazinha e coopere. – Diz Lydia, a olhando com seus olhos grandes olhos verdes.

— Kira, você pode pelo menos sair do snapchat e dizer que tudo isso não é necessário? – Pergunta Zoey para a morena, os olhos fechados, pois estava sendo maquiada pelas amigas, enquanto Yukimura tirava fotos aleatórias em seu celular.

Após alguns longos minutos, elas terminam de “produzir” Starling. Lydia bate palmas feliz com seu resultado, Allison pega um espelho.

— Você é nossa mais nova obra de arte, Zo!

Zoey olha-se no espelho, a maquiagem era simples e bonita, não chamava muita atenção, mas com certeza realçava o rosto bonito da garota.

— E o que me diz? – Pergunta Lydia

—É, até que não ficou tão ruim! – Brinca Starling. – Obrigada!

A garota olha as horas em seu celular.

— Ah, droga, droga! Vamos, vamos! Temos que chegar lá antes que comece, andem!

Starling pega as chaves do seu carro e vai em direção ao seu carro, indo rumo ao departamento de polícia de Nova York. A formatura ocorreria no auditório principal.

                                                   ***

Roman estava impaciente, dentro do carro há mais de 30 minutos. Talvez a ansiedade fizesse o tic tac do relógio passar bem mais devagar do que o habitual. O local estava razoavelmente cheio, provavelmente vários outros agentes receberiam a gratificação naquela noite.

Mas essas pessoas não importavam para ele, a única que queria ver pelo menos mais uma vez parecia disposta a fazê-lo esperar ainda mais! Mesmo estando longe, sabia que ela não tinha chegado. Warner olha mais uma vez o papel que carregava, será que ela apreciaria o conteúdo dele? Esperava que sim.

Um carro vermelho estacionou, no meio de outros carros cor de bege, preto e branco.  Roman observa, uma garota com cabelo castanhos lisos que batiam na cintura, usando saltos razoavelmente altos sai do carro, ela estava no banco do motorista. Assim que ela vira-se, Roman não pôde acreditar no quanto ela poderia ficar muito mais bonita já era.

A garota usava um blazer preto, uma blusa por dentro da mesma cor e uma saia de cintura alta de cor azul marinho. Os brincos em suas orelhas eram prateados e se destacavam entre seus cabelos.

Ela não estava sozinha, outras garotas saíram do veículo. Qual delas seria Allison? A senhora ali presente deveria ser a mãe, ao julgar pela idade e semelhança com a garota.

Roman queria sair do carro, segurar as mãos de Zoey e dizer o quanto não agüentava mais aquela distância entre eles. Mas aquilo, aquela atitude custaria a sua liberdade e pior ainda, ela mesmo não saberia como reagir, ao menos não com tanta gente em volta. Sendo assim, ele permaneceria ali e seguiria o protocolo que ele mesmo estabeleceu para aquela noite.

                                                         ***

Zoey estava no auditório junto com as meninas. Vários familiares e agentes recém-formados estavam lá. Enquanto o púlpito era revisado, a garota tentava procurar lugares para ela e suas convidadas.

— Zoey? – A garota vira-se na direção da voz que chamou, era Theo, ele estava lá, bem arrumado vestido com seu terno.

— Theo. – Fala ela meio sem graça diante das meninas e da mãe que estavam boquiabertas olhando o agente. – Bom...- ela pigarreia – essa é minha...

— Muito prazer! – Rachel se adianta e cumprimenta com gosto o rapaz, sorrindo exageradamente diante da beleza do agente Raeken.

— Muito prazer, a Zoey comentou sobre a senhora. – Declara Theo.

— Ela comentou? Nossa que ótimo! Ela também falou sobre você para mim! – Zoey fuzila a mãe com os olhos, aquilo não era verdade!

— Falou? – Indaga Raeken, sorrindo, orgulhoso.

Zoey irritada continua as apresentações.

— Allison, Lydia e Kira, esse é o Theo. – Lydia sorri.

— Oi Theo. – Fala a ruiva, ainda com um sorriso enorme no rosto.

— Oi. – Ele a cumprimenta, sendo gentil. Porém, ele logo volta sua atenção para Zoey. – Eu devo dizer que você está muito linda!

Zoey sorri.

— Obrigada. E você? O que faz por aqui? – Ele deu de ombros.

— Jack Craford pediu para eu dá algumas palavras para os formandos e além do mais eu também dou aulas na academia, lembra?

— Então é por isso que você estava lá no meu treino naquele dia. – Declara ela. Theo dá uma piscada para Zoey. – Por que não me disse?

— Digamos que preferir surpreender você hoje.

Zoey continuou sorrindo, mas estava incomodada por dentro, Theo estava ali para vê-la também. O quê na palavra amigos ele não tinha entendido ainda? Zoey avista Malia vindo na direção de ambos.

— Essa é Malia? – sussurra Lydia.

— Acho que sim. – Responde Kira no mesmo tom de voz.

Tate também estava vestida apropriadamente para a ocasião, segurava uma pasta em seus braços, provavelmente falaria algo no púlpito também. A cara da agente quando avista Zoey não foi a das melhores, como usualmente acontecia.

— Temos que subir, a cerimônia vai começar, Theo. – Raeken revira os olhos com a má educação da parceira.

— Tudo bem, eu já vou. – Responde ele. Voltam-se logo em seguida para Zoey, suas amigas e sua mãe. – Então, sintam-se á vontade. Até breve, Zoey.

— Até.

Theo e Malia se direcionam para o outro lado do auditório, deixando Zoey a sós com Rachel e suas amigas.

— Você é louca de não beijar logo ele? – Sussurra Lydia para ninguém ouvir além delas, sentando logo no seu assento.

— Ele é lindo, filha. Tão educado. – Rachel diz.

— Perfeito,cheiroso, atencioso. – Allison continua a sessão de elogios de Rachel.

— Voz linda, se veste bem. – Kira também dá sua opinião.

— Gente! – Fala Zoey, já estressada. – Eu já entendi, ele possui zilhões de qualidades e blá blá blá. Mas será que dá para parar e que história foi aquela de dizer que eu falei dele para a senhora? – Pergunta ela para a mãe.

— Ah Zoey, a gente ta tentando de ajudar. Quem sabe ele não te convida outra vez para um segundo encontro. – Fala Allison sorrindo.

— Pelo amor de Deus! – Fala a garota, suspirando depois. Ela já queria ter ido para o primeiro encontro e provavelmente não gostaria de ir em um segundo.

— Então era pensando nele que você disse para mim que existem homens lindos em Nova York? – Rachel pergunta, brincando com tudo aquilo.

Zoey fecha os olhos, não era em Theo Raeken que Zoey tinha pensado quando elaborou aquela frase. A cerimônia estava começando, Jack Craford falava sobre os deveres dos agentes e da conduto que deveriam seguir dali em diante. Mencionava também o quão era importante servir e proteger a nação americana. A garota olhava para as próprias mãos e se pergunta se Roman se lembrava dela assim que olhava suas longas mãos também.

O chefe Craford falou durante uns 20 minutos, em seguida, Malia Tate tomou a palavra. Embora Zoey quisesse negar, ela falava muito bem em público, logo depois chega a vez de Theo dizer as palavras finais. Ele diz quanto orgulhoso estava por existir pessoas dispostas a proteger os mais indefesos e deter os culpados. Allison cutuca Zoey, a provocando, enquanto Raeken elaborava o melhor discurso motivacional da noite. Após o encerramento, todos aplaudem com vigor, o que incluía Starling.

— E agora gostaríamos de anunciar nossos novos agentes do FBI. – Jack Craford anuncia, chamando um por um os nomes dos novos agentes.

Ao chegar o nome de Starling e garota teve que subir no palco do auditório, Allison levanta-se juntamente com Rachel, Kira e Lydia para aplaudir a amiga. Em cima, no palco, ela avista Barney, que sorria enquanto ela recebia suas credenciais e sorria para a foto.

— Parabéns Starling! – Craford aperta sua mão direita.

— Obrigada, senhor. – Ela sorri, pegando suas credenciais e descendo do local. Theo vem em sua direção e a abraça.

— Seja bem-vinda, agente especial Zoey Starling! – Diz ele, sorrindo.

— Obrigada, Theo. Obrigada, de verdade!

Barney caminha em direção a garota.

— Barney, você realmente veio! – Ela o abraça.

— Eu disse que não perderia. – Enfermeiro declara sorrindo.

— Disse mesmo. Vai ficar para a confraternização?

— Eu adoraria, mas eu tenho que voltar para casa. – Zoey compreende.

— Tudo bem. Obrigada por vim, Barney. Parte disso não aconteceria sem você! – O senhor sorri, cumprimenta Theo e sai do auditório.

— Que tal partimos logo o bolo? – Pergunta Raeken sorrindo.

                                                   ***

Conversando com suas amigas e sua mãe e bebendo uma taça de champagne na pequena confraternização que o FBI havia proporcionado, Zoey ás vezes fazia uma viagem mental e movia seus pensamentos para Roman.

— Zoey, olha a foto! – Diz Kira, fazendo seus snaps. Zoey sorri e faz uma careta para a próxima foto.

— Acho que vou postar essa. – Declara Allison, olhando a quantidade imensa de fotos tiradas naquela noite.

— Zoey, você deveria tirar uma foto com o senhor garanhão. – Provoca Alli.

— Não, parem com isso! A proprósito, já enviaram as fotos para o Liam?

— Peraí. Pronto, enviei. – Afirma Allison.

Enquanto bebia champagne, um agente se dirige a Zoey.

— Starling? – Ela volta sua atenção para o agente. – Telefone.

— Telefone? – Estranha a garota, quem era? Não conhecia mais ninguém que pudesse lhe telefonar. Será que era Barney ou seu chefe? Já que Craford tinha se retirado da cerimônia.

— Já volto.

A garota anda em direção ao local onde o telefone estava estabelecido, pendurado na parede, ela pega o parelho e fala.

Alô?— Pergunta ela, esperando a resposta.

Vejo que esta é sua grande noite, senhorita Starling. – A voz inconfundível de Roman invade o ouvido da garota. Zoey respira fundo, de repente tinha ficado nervosa.

Roman. – Ela olha para todos os lados do auditório, tentando localizá-lo.

Não tenha o trabalho de rastrear a ligação, não vou demorar. — Ele fala calmamente.

Onde você está?— pergunta ela, atordoada. Roman dá um risinho baixo.

Não tenho planos para matar você, Zoey!— Ele brinca com a situação. – O mundo é bem mais interessante com você nele.

Zoey absorve aquilo, tentando encontrar as palavras que de repente não estavam mais lá.

Liguei para lhe parabenizar e realmente devo admitir, senti falta da sua voz. E você,Zoey?

Eu? O que quer dizer com isso Roman?— fala ela, seu tom de voz estava baixo, não queria dizer aquilo em alta voz. Não no meio de todos os outros agentes do FBI, mesmo sabendo que deveria tentar rastrear a ligação.

Sabe ao quê me refiro. Penso em você no mínimo 3 vezes por minuto! Talvez eu estivesse com a esperança de nos vermos novamente.

Não, não! Onde você está Warner?

Seu tom baixo de voz indica que não quer que mais ninguém saiba da ligação, não é?— Roman ri de novo. – Mais um item na lista de coisas sobre nós que esconde do FBI.

Não existe nós!— Ela fala, colocando a mão sobre a testa, vigiando o local. Ninguém prestava atenção na conversa particular deles.

Isso é tão mais interessante. Você negar, mentir para mim. Sabe que sua voz falha quando mente?

Isso não é relevante!— Roman sorri.

Você tentando retomar o controle é fantástico! Mas eu preciso desligar, agente especial Starling. – Zoey logo fala.

Roman?— Ela sussurra outra vez. – Roman?

Ele havia desligado. Zoey coloca o telefone no gancho. Tinha perdido a noção do tempo, embora não tivesse passado mais de 3 minutos. Ela deveria dizer a polícia, a Theo ou a qualquer pessoa. Deveria ter tentado rastrear  a ligação, ou  a melhor das opções: deveria ter desligado! Mas agora já era tarde, tinha escutado a voz dele, a sua risada e o fato dele ter lembrado dela já era o suficiente para ela não parar de pensar nele naquela noite.

— Quem era? – Allison curiosa pergunta, estava comendo um pedaço de bolo. Zoey a olha, odiava mentir para ela, mas não tinha coragem de dizer  que tinha ocorrido. Ela sabia que mentir poderia gerar conseqüências que não teriaam volta, mesmo assim ela promete mentalmente que só seria daquela vez.

— Barney. Ele queria explicar melhor porque não está aqui agora. – Zoey força um sorriso, mordendo o lábio depois.

— Tudo bem. Vem, vamos comer. – Allison a puxa pelo braço, a levando para o centro do auditório.

                                                    ***

Roman estava novamente dentro do carro quando avista Zoey entrando no veículo dela, juntamente com as amigas e a mãe. Era hora de segui-la e foi o que ele fez, mantendo uma distância segura. Ele percorre todo o caminho em direção a casa dela. Roman olha o relógio, 22:45 . Ele estaciona o carro na parte de trás da rua em que a garota morava e espera, espera pacientemente.

                                                  ***

Zoey estava exausta e sua cabeça não parava, estava a mil por hora. Ela olha-se no espelho, retirando a maquiagem e colocando o pijama, uma blusinha vermelha antiga e uma calça de pano também antiga e folgada. Sua mãe estava dormindo no quarto localizado no mesmo corredor do quarto da garota.

A garota desce para verificar as meninas, esperava que estivessem acordadas, porém as três dormiam em seus colchonetes espalhados pela sala.Zoey não as culpava, o horário estava avançado. Assim que as meninas tinham chegado da formatura passaram horas conversando.

Ao olhar o relógio da cozinha, os ponteiros indicavam 1:30 da manhã. A garota solta os cabelos que tinha prendido e sobe as escadas. Tentaria dormir, recarregar as energias para o dia seguinte.

Ela se direciona para seu quarto que estava escuro, fechando a porta logo depois. Zoey vira-se em direção a cama, porém assusta-se com a figura presente ali, sentada perto da janela. Ela não se mexe, apenas confirmando sua teoria quando a voz vindo da figura desconhecida é reconhecida.

— Esperava um grito da sua parte, mas vejo que me surpreendeu novamente. – Ela respira fundo, ainda sem se mover.

— O quê..o quê? – A risada de Roman era baixa.

— Vou lhe dá a chance de elaborar uma pergunta mais concreta. – Ele se levanta e anda em sua direção.

— Não se mexa! – Zoey sussurra, o advertindo.

A luz da lua iluminava o quarto, fazendo ela ter uma visão de Roman inexplicavelmente estava ali, na sua frente. Ela procura a sua arma, olhando para a cômoda perto da cama.

— Procurando por isso? – Roman mostra a arma em suas mãos. – Sabe, não deveria deixar tão exposta.

— Largue a arma, Roman! – Roman morde o lábio. Ele ainda estava com a mesma roupa que estava usando pela manhã. Ele era bem mais alto do que aparentava ser por trás das grades. Zoey não conseguia parar de olhar seu rosto cínico e cheio de pintinhas.

— Está nervosa. –Analisa ele. – Mais do que usual, e não é porque estou segurando esta arma, não é?

— O que faz aqui? Por que está aqui? Por que ligou para mim? Por que, eu... eu. – Ele destrava a arma, a colocando em cima da cama.

—  Quer atirar? Atire, prenda-me. – Ele sussurra as palavras, andando para mais perto de Zoey.

— Fique onde você está! – Ele sorri cinicamente, levantando as mãos, fingindo render-se.

— O que vai dizer a polícia? Hein? Que eu liguei para você? Que eu estava no seu quarto, sabe lá fazendo o quê?

Zoey desisti de tentar ser hostil com ele, não era assim que ambos agiam. Assim que desativou seu mecanismo de defesa, o nervosismo e a respiração acelerada voltaram e de forma violenta.

— O que espera que eu faça? O que espera me seguindo? Qual parte de tudo isso, de toda essa situação você não entendeu, Roman? – Ela falava rápido, passando a mão em sua testa, indecisa sobre o quê fazer e porque diabos ela não tinha pego a arma ou não tinha o atacado.

— Ainda não deixei claro? Zoey, eu venho tentando correr para o outro lado do mundo logo assim que escapei. Mas eu não consegui! É confuso, porque eu acho que parte da culpa por eu não ter realizado esse ato é sua!

— Roman, por favor! – Ela sussurra e com dificuldade respira.

— O quê? – Pergunta ele, casualmente, se aproximando dela e segurando as duas mãos da garota. – Eu queria ter tido a oportunidade de dizer pessoalmente o quão encantadora e impecavelmente linda você estava essa noite.

— Você estava lá? – A garota o olha. – Então, me ligou e estava lá.

— Eu não perderia a sua grande noite, perderia? – Warner soltou as mãos dela delicadamente, a garota se afasta, apenas para perceber que tinha uma parede atrás dela, ela estava encurralada. Ele sorri.

— Quer mesmo fugir de mim?

— Eu preciso.

— Não, não precisa. – Diz ele, passando seus dedos delicadamente no rosto da garota. – Não precisa seguir nenhuma regra quando está comigo, Zoey.

— Eu não devo está com você! Eu preciso que saía! Que pare! Que se afaste, Roman! Eu te peço, vai embora! – Roman coloca algumas mexas de cabelo da garota para trás de sua orelha e sussurra em seu ouvido.

—Ir embora é a última coisa que eu quero fazer nesse exato momento.

— Roman, não! – Pela primeira vez Zoey tenta afastá-lo, tocando e empurrando seu ombro, o que realmente não adiantou muito. De perto, ele era muito mais bonito, mais cheiroso e  a voz dele era mais perfeita ainda. O que só vazia Starling ficar sem reação, mole, paralisada! Ela tinha tentando o afastar, mas a verdade é que ela não estava se esforçando ao máximo e de fato ela estava hipnotizada por ele.

— Eu consigo parar de pensar em você, não consigo! – Roman alisa novamente o rosto da garota. – É confuso, mas agora que estou perto de você a sensação é tão boa que compensa toda a confusão que isso me causa. O que você Starling, me causa.

— O que você quer? – Roman desliza suas mãos de forma delicada e gentil até a cintura de Zoey.

— Quero que admita para mim o quanto quer me conhecer também, o quanto quer me ver.

— Sabe o que está propondo? Isso é insano, é loucura! Eu...

— Mas é o que quer? – Zoey fecha os olhos, era tudo que mais queria, queria que ele ficasse, mas também era tudo que não podia!

— Você me surpreende, me desafia. Zoey Starling você me faz ter dúvidas, e eu não tinha dúvidas antes de conhecer você!

Os olhos, as pintinhas, a sua respiração contra o rosto dela, Zoey estava ali parada, entre a parede e Roman. E não queria sair dali! Estava impotente diante da situação.

— Precisa ir embora. – Zoey declara, sabia que era uma frase boba, mas ela não pensava direito quando Roman estava ali, tão próximo dela!

— O que você realmente quer? Eu posso ir embora e você nunca mais me verá novamente ou podemos tentar descobrir quando nós dois estamos juntos.

As mãos de Roman tocam o rosto de Zoey novamente.

— Não ouse me colocar nessa posição! Não ouse me fazer escolher! – Fala ela, com tom baixo em sua voz. Os lábios de ambos estavam muito próximos e ela não fazia absolutamente nada para impedir isso.

— Mas você já escolheu, Zoey. Já escolheu desde o dia que nossas mãos se tocaram e você não fez nada para que eu parasse.

— A culpa é minha? – Ele sorri, direcionando seus lábios para os dela. Zoey fecha os olhos, absorta pela sensação e a vontade de querer que ele a beijasse.

— Eu posso me responsabilizar por ela, se me permitir. – O hálito doce de Roman sopra no rosto de Zoey e a garota não teve muito tempo pensar nisso, porque os lábios de Roman estava nos dela e inexplicavelmente ela começou  a corresponder.

O beijo era lento e calmo, Roman mal tocava em sue rosto, meio que com medo da rejeição da garota. Porém, logo envolveu a cintura de Zoey em seus braços quando percebeu que ela não o parou. Starling envolveu o pescoço de Roman em seus braços e diante de tudo aquilo, ela só voltou a raciocinar quando o beijo deu uma pausa. E antes que ele voltasse a beijá-la, ela vira o rosto, tirando sua mãos  que estavam em volta do pescoço do assassino.

— Roman, por favor, vai embora e nunca , nunca , mais nunca mais  me procure novamente. – Diz ela, evitando encontrar o olhar dele.

Ele a encara, passando as mãos nos próprios lábios.

— Espera que depois disso eu nunca mais a procure?

— Sim ,eu espero. E quero que saia da minha casa, do meu quarto, que suma!

Ela o encara. Atordoada, ainda recuperando-se e voltando a respirar normalmente.

— Agora!!

Roman sorri, assentindo com a cabeça e tirando um pedaço de papel de seu bolso, o colocando em cima da cama da garota. Ele a encara mais uma vez.

— Foi realmente muito melhor do que eu tinha imaginado! – Fala ele, referindo-se ao beijo. – E mais uma coisa. – Uma pausa. – Ainda bem que sei quando mente para mim, Zoey.

Ele se direciona para a janela e pula. A altura não era tão grande e isso facilitou a saída dele.

Zoey tentava se controlar, se acalmar, raciocinar e pensar a respeito. Ela não conseguia, só queria mais, porém não deveria! Era loucura não era? A garota senta-se na cama, a mente girando sem parar. Até que olha o papel que Roman havia deixado, ela o abre, era um desenho de seu rosto, ali, naquele papel. No canto inferior direito estava escrito:

Encanto e Graciosidade.


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Notas finais do capítulo

1 : O recalque foi inicialmente estudado por Freud e designa o mecanismo através do qual o indivíduo tenta eliminar do seu consciente representações que considera inaceitáveis.

Então pessoas, o que acharam? Quais são suas opiniões sobre o encontro de Roman e Zoey? Aguardamos os comentários. Qualquer erro, opinião podem nos falar.
Abraços, até o próximo capítulo!
Bjus, Lili ♥



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