Void escrita por Lilindy


Capítulo 13
Capítulo 10 - Presença


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, tudo bem? Bom, primeiramente pedimos desculpas pelo atraso da postagem do novo capítulo, sabemos que combinamos que postaríamos todas as sextas, mas essa semana ocorreu uns imprevistos, então desculpem nosso atraso! Também queríamos agradecer os 14 acompanhamentos, os comentários de Mih e Elaine, adoramos! E dizer que sentimos falta dos comentários de Apenas Lorena e Nathy, não sumam meninas, sentimos falta! Bom, sem mais enrolação, desejamos uma boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/684091/chapter/13

 

                 

Zoey olhava para o teto de seu quarto, deveria ser muito cedo, ao julgar pelo frio e o som dos pássaros ecoando sua suave melodia no início da manhã. A garota tinha dormido muito pouco durante a madrugada e o motivo de sua insônia era nada mais que o homem mais procurado do EUA naquele exato momento.

Ela direciona o olhar para o desenho, era sobre ele que Roman se referia na noite de sua fuga, na verdade, ele referia-se a ela mais precisamente e Barney sabia sobre esse desenho. Uma cópia milimetricamente perfeita de seu rosto, um rosto encarando o vazio.

Warner não tinha assinado seu nome na obra, apenas duas palavras. O pior era o desejo que Starling tinha em recusar-se a desfazer dele ou de entregá-lo á polícia e contar tudo que havia acontecido. A ligação, os olhares, o encontro, a falta de discernimento diante dele ou qualquer situação que envolvesse ele e principalmente o beijo. O beijo, tão delicado, doce, calmo e sem dúvida o melhor beijo que Zoey já teve.

A agente toca os lábios e lembra que ele fez o mesmo, como se o que tivesse acontecido proporcionasse a melhor sensação do mundo. Porém, ela o havia mandado embora e essa era a coisa mais decente que tinha feito até agora. Porque durante todos os outros dias tinha sido egoísta e medrosa a não informar nada sobre Roman.

Mesmo com sua consciência pesada, Zoey sai da cama, colocando o desenho entre suas mãos, decidida a rasgá-lo. Contudo, suas mãos travam! A mera menção dele desfalerado era loucura para ela. Em vez de jogá-lo no lixo, Starling o guarda em sua gaveta, sabia que era errado, sabia que era uma atitude de auto-proteção, mas sabia ainda mais que o desenho significava que ele tinha perdido tempo a desenhando e pensando nela. E para Zoey era o que importava, por isso o havia guardado.

Era domingo de manhã, Zoey voltaria para Beacon Hills, o jogo de Liam seria á noite e, portanto a garota pretendia arrumar algumas coisas para a viagem. Embora tivesse pressa, Zoey ainda permanecia lenta e pensativa.

— Não pense nele ou no beijo ou nas pintinhas ou como você é burra !!

Fala ela em voz alta diante do espelho em seu banheiro, repreendendo-se. Mas toda vez que fechava os olhos ele aparecia e o acontecimento do dia anterior voltava com força total.

                                                    ***

Roman estava deitado, ainda permanecia na casa de Raspel. Porque tinha ido até lá se sabia que ela o mandaria embora daquele jeito? Mesmo que fosse uma mentira deslavada, Roman corria risco naquela cidade. Porém ao lembrar-se do beijo, toda a raiva se dissipava, nem mesmo conseguia odiá-la, nunca conseguiria. Zoey Starling era gentil, doce, inteligente, madura e ao mesmo tempo forte, intensa e absurdamente teimosa e persistente, isso lhe fazia querer vê-la e tocá-la outra vez.

Warner levanta-se, fazendo sua higiene matinal, olhando de relance o endereço que havia anotado. O endereço de Thomas Heinfield, o homem que ele havia jurado matar, o homem mais desprezível e imprestável segundo Roman.  O psicopata lavou o rosto, concluindo que teria um dia cheio pela frente.

                                                    ***

Como havia acordado cedo, a agente faz sua mala que levaria para a viajem e prepara o café da manhã. Com a mente agitada, a garota tenta ao máximo se distrair, o que claramente era uma tentativa falha, já que tinha queimado os bacons e derramado o leite na pia em vez de colocá-lo nos copos.

Com o barulho vindo da cozinha, Allison acaba levantando e indo em direção do cômodo em que a melhor amiga estava.

— Virei mais vezes em sua casa se toda vez preparar esse café maravilhoso! – Allison sorri, sentando-se á mesa. Ainda estava com seu pijama e pantufas. – Por acaso ficou a madrugada inteira acordada? – Pergunta ela, pegando o bule cheio café.

— Quase isso. – Diz Zoey, suspirando e pegando seu copo cheio de café. O bebendo em pé, apoiada na bancada da cozinha.

— Você não vai sentar? – Ela faz que não com a cabeça. – Okay. Zo?

— Sim? – Allison a encara, a detetive claramente havia incorporado nela, devido às atitudes diferentes de sua amiga no dia anterior.

— Alguma coisa aconteceu? Eu não queria comentar, mas desde que chegamos você ta com uma cara bem tensa e super pensativa.

— Quê? Eu? – Ela sorri nervosamente, disfarçando o desconforto. – Não Alli, eu estou bem. Bem até demais, eu até fiz o café!

— Isso não significa nada e sabe disso! – Allison come as torradas que estavam distribuídas  em seu prato. – Por acaso foi o Theo? Alguma coisa sobre ele?

Zoey vira-se de costa, revirando os olhos, enquanto lavava seu copo.

— Não, claro que não! Não foi nada e realmente não sei de onde saiu o Theo nessa história.

— Vai vê por que existe alguma coisa que não me contou sobre o encontro com o agente sedutor. – Comenta sarcástica

— O que não nos contou? – Fala Lydia juntamente com Kira, indo até a mesa. – Se rolou algo, essa é a chance. A senhora Rachel ainda está lá em cima. Anda, desembucha!

Kira gargalha, sentando-se á mesa, querendo ouvir a história. Zoey as encara, não faziam idéia sobre a conduta desprezível da agente. Não imaginavam que ela havia beijado um psicopata em vez de puni-lo, ou melhor, prendê-lo. Prender ele, Roman Warner! E ali estavam, implorando por uma explicação normal, por alguma novidade em relação a um encontro, aparentemente, moralmente e socialmente decente. Já que Theo representava bem todos os bons ideais.

Odiava mentir e dizer que em algum momento de sua vida havia se lembrado de Theo ou do beijo desastroso e nada magnífico ou autêntico e muito mesmo recíproco. Porém, foi o que ela fez.

— Theo me beijou, ok? E desde de sempre ele tenta fazer isso outras vezes, por isso ele foi tão simpático ontem. Simpático até demais! – Diz ela, finalmente sentando-se á mesa.

— Ele te beijou! – Lydia e Allison batem as palmas, animadas. – E porque essa cara de morta? Ele é perfeito! Ele é...é.. – Lydia falava agitadamente.

— Gato! – Diz Allison

— Maravilhoso. – Completa Kira. – Atlético,charmoso.

— Mais alguma coisa para acrescentar na lista de qualidade de Theo Raeken? – Ironiza Zoey.

— A senhora Rachel aprovou e todas nós gostamos. Mas você é a única que está com essa cara de limão azedo,reclamando que o agente gatérrimo dispensou a Malia por você!

Allison pronuncia aquelas palavras como se fosse a coisa mais importante do mundo.

— Tecnicamente ele não a dispensou. Na realidade eles dois são melhores amigos e a Malia me odeia por ter “roubado” o caso e etc. – Diz Zoey, tentando esclarecer todos os acontecimentos.

— E? – Lydia diz, passando geléia em suas torradas. – Por isso mesmo você deveria dá uma chance para ele, quer dizer, você não tem nada a perder.

— Ele trabalha no mesmo local que você, sabe seus horários, seus gostos. – Kira argumenta.

— Que nem o doutor Mcall? – Pergunta Zoey, deixando a oriental vermelha.

— É verdade Zo! Os dois estão saindo e ela já marcou de se encontrarem no jogo de lacrosse. – Informa Allison.

— Esperto. – Declara Zoey, aliviada pelo fato da atenção não ser mais voltada para ela.

— Falando em lacrosse... precisamos fazer os cartazes, lembra? Não vamos a um jogo do Liam sem eles. – Afirma Alli.

— Tudo bem. – Concorda Zoey, decidindo tomar mais café, assim evitaria cair no sono devido a madrugada agitada.

                                                   ***

Embora quisesse desesperadamente vê-la, Roman precisava fazer o que pretendia e por isso estava ali, perto da casa de Thomas Heinfield. O lugar era próximo da Eichen House e como era domingo o doutor sempre preferia sua casa a atender as necessidades dos pacientes. Se bem que ele já não os ajudava desde as segundas-feiras.

A casa era isolada, quase ninguém passava perto da instituição psiquiátrica. Assim seria fácil entrar, ir direto ao alvo e logo depois sair da propriedade. Roman permanecia de boné e óculos escuros, andando silenciosamente rumo a casa. A faca escondida por detrás de suas costas, porém se precisasse, usaria as próprias mãos.

Thomas Heinfield estava em sua sala, saboreando seu uísque, assistindo a televisão. Geralmente aos domingos ele dispensava a  empregada que cuidava de sua casa nos demais dias da semana, claramente não foi um bom dia para ele ter tomado tal atitude.

O doutor ouvi duas passadas vindas da porta da frente, logo ele entra em um estado de alerta, abandonando o copo preenchido com o líquido e saindo do sofá.

— Alguém? – O senhor de cabelos grisalhos pergunta, a voz falha. Ele sabia que Roman havia escapado e ficava aterrorizado desde o dia que ele o ameçou. Fora da Eichen House, Heinfield estava totalmente desprotegido.

— Sabe, seu gosto é péssimo! O estilo que você usou para decorar esse pedaço de lixo que chama de casa é horrível e totalmente sem criatividade!

Thomas assusta-se, dando um passo para trás ao ver Roman em pé em sua frente.

— Não parece tão confiante agora, Heinfield. – Roman aproxima-se, o doutor pega seu telefone apressadamente, suando exageradamente devido ao medo.

— Não se dê ao trabalho, eu cortei a fiação da sua casa. Se bem me lembro, você era muito mais falante, sempre dando ordens, achando que esse dia nunca chegaria.

— Se afaste daqui, seu maluco psicótico! – Roman sorri cinicamente, retirando a faca do esconderijo.

— Continue, vamos, expresse seu medo. Como se sente sabendo que quem você mais menospreza vai tirar sua vida? Que a propósito é bem inútil. Dispensável, eu diria.

Thomas tenta afastar-se, jogando e empurrando os objetos presentes em sua casa para fazer com que o assassino não o alcance. Roman, porém, dá uma rasteira no doutor, fazendo-o cair e encarar o olhar de Roman, um olhar psicótico. Warner sorria, claramente divertindo-se com a situação.

— É muito covarde de sua parte não tentar se defender.

Warner dá um soco no doutor, fazendo o nariz do médico psiquiatra sangrar.

— Vá se danar Warner! Merece apodrecer naquele lixo de lugar! – O assassino bate outra vez, só que com mais força.

— Não sou eu que vou apodrecer doutor. – o sarcasmo presente na sua voz. – Vai ser você, e vai ser bem lentamente, debaixo da terra. Enquanto eu.. – Roman pega a faca e direciona-a para o pescoço de Heinfield. – sorrirei. Exatamente como faço agora.

Warner rasga a garganta de sua vítima sem piedade, continuando a golpeia-la mesmo sabendo que o corpo já estava sem vida.

                                                   ***

Roman ainda limpava suas mãos dentro do seu carro e não demoraria a descobrirem o que havia acontecido com a atual vítima. Ao pensar mais um pouco e observar as horas em seu relógio, Roman questionava se encontraria a agente em sua casa, longe de vistas obviamente. Ele liga o carro segue rumo ao endereço da garota.

                                                   ***

Starling colocava algumas coisas na mala do carro de Allison, a garota usava um casaco preto, uma blusa roxa por dentro e uma calça jeans preta. Ela segurava seus fones de ouvido e observava as meninas e sua mãe entrarem no carro.

— Vamos Zo! – Declara Rachel. – Entra logo no carro, filha!

A garota lembra-se do desenho que inevitavelmente a fazia lembrar de Roman. Aquilo era como um brinco, ou um colar ou outro acessório, precisava estar com ele, era a última lembrança que tinha dele. A garota anuncia.

— Eu preciso checar a casa, volto em um minuto. – Ela gesticula com o dedo, enquanto adentrava no local.

Zoey procura o papel apressadamente, havia deixado no quarto, mas especificamente na primeira gaveta de sua cômoda. Ela se direciona para o local em que o desenho se encontrava e lá estava ele. A garota suspira, tocando em seus lábios de maneira involuntária ao olhar o desenho. Ela guarda-o no bolso, descendo as escadas rapidamente.

Ao chegar perto do carro, abri a porta e entra no veículo. Todas sorriem.

— Prontas? – Pergunta Allison, animada, como a maioria das vezes.

— Anda logo Alli! – Fala a ruiva, colocando os óculos escuros e passando seu batom. – Vamos logo para Beacon Hills.

                                                   ***

Roman não esperava que ela fosse para outro lugar, mas ao julgar pelas malas, ela iria. Ele ainda indagava o porquê dela ter subido e ido em direção ao seu quarto. Warner acelera e começa a dirigir, seguindo o carro da suposta amiga de Zoey. Odiava não vê-la de perto, odiava ter que está nas sombras e odiava ainda mais ela não está sozinha.

Torcia para que não pegassem um vôo, Roman não havia se programado para uma viagem área, não naquele dia. Mesmo irritado, nervoso, estressado, ele pretendia estar com ela naquele dia, sem que só por um minuto de conversa com ela.

Desde o dia da primeira entrevista a garota não saia dos seus pensamentos. No começo era tudo muito nebuloso, confuso e ele mesmo acreditava que poderia manipulá-la, prevê cada frase, cada passo, porém não foi assim. Ela o confundia, o encarava, não tinha medo dele, falava com ele, confiava nele e recentemente o deixou beijar seus lábios.

Até mesmo ele se perguntava por que tinha sido tão cauteloso, hesitante. De repente se deu conta de que não suportaria se Zoey Starling o tivesse rejeitado ou o impedido de tocá-la.

                                                ***

Zoey observava a estrada, distraída, aérea.

Ela o havia mandado embora e ele tinha ido. Seria o fim de suas preocupações, certo? Era a coisa certa, o que deveria ser feito. Mas, então por que doía? Por que ela se sentia incomodada, sentia-se incompleta? Pensava nas mãos, nas pintinhas. Onde ele estava? O quê ele estava fazendo? Estaria pensando nela?

Durante todo o trajeto da viagem tinha seguido daquela maneira. As respostas que dava para as indagações de suas amigas eram os mesmos sim, não, talvez, quem sabe, é.

Sabia que seu comportamento não estava sendo um dos melhores, mas tudo que vinha em sua cabeça era ele. O desenho servia de lembrete constante do maior erro de sua vida! Estava se envolvendo, deixando-se levar, ficava cada vez pior negar e esquecer.

                                                 ***

Na casa dos Argent, Liam e Mason estavam colocando algumas coisas nas mochilas. O pequeno Argent sempre ficava nervoso com os jogos, naquele dia não estava sendo diferente e as meninas ainda não haviam chegado.

— Será que poderia se acalmar, cara? – Mason indagada, sorrindo ao ver o desespero do amigo. – Você é o capitão do time. Como espera passar confiança para os membros de sua equipe desse jeito?

— Eu vou ficar bem. É só que hoje vamos jogar contra o Devenford, lembra? Quase nunca conseguimos vencer, quase nunca mesmo.

Liam senta-se na cama, nervoso.

— Tem tanta certeza assim? – Zoey aparece de repente na porta do quarto, sorrindo. – Da última vez Allison e eu quase levamos você para o hospital porque você tremia de tão nervoso!

— Zo?! – Liam corre em direção a ela e a abraça. – Caramba, Zo! – A garota retribui, sorrindo. Estava morrendo de saudade do irmão postiço. – Você veio! Veio de verdade! – Fala Liam sorrindo. – Me fizeram perder sua formatura, juro que não é culpa minha! – Justifica-se o caçula.

— Ei, calma aí capitão! Eu sei que queria ir, está perdoado.

Zoey acena para Mason.

— Oi Mason. Quando vocês dois ficaram tão grandes assim? – Pergunta ela alternando o olhar entre os dois adolescentes.

— Zoey, acorda! Estão os mesmo nanicos de sempre! – Fala Allison, aparecendo na porta.

— Não seja malvada. – Pede Starling. – Sabe que ele ficou traumatizado da última vez.

— Ei, já chega! Se forem relembrar meu passado, podem sair do meu quarto!

Liam diz, fechando a porta. Zoey faz uma careta.

— Depois do jogo isso passa, confie em mim. – Fala a irmã biológica de Liam. – E a Rachel? Não quer ir mesmo ao jogo?

— Você sabe que ela detesta, assim como sua mãe.

Allison sorri com os cartazes em sua mão.

— A boa notícia é que o Isaac irá vim e o doutor amor também!

— Doutor Amor? – Questiona Starling, confusa.

— O quase namorado da Kira, o doutor Mcall, sei lá o quê!

— Ah ta! Mas esse apelido foi idéia de quem?

— Lydia Martim, quem mais seria tão criativa desse jeito?

— Tem toda razão!

As duas vão até o quarto bege da Argent, ele tinha uma atmosfera calma e era muito maior do que o quarto de Zoey, tanto do quarto de sua antiga casa em Beacon Hills quanto em Nova York.

Zoey olha pela janela, seu antigo lar, ao longe podia avistar a floresta e a lua iluminando o quarto e o restante da pequena cidade.

— Fazia um tempo que eu não vinha por aqui.

— É, fazia. Você poderia dormir aqui hoje á noite, em nome dos velhos tempos. – Zoey gargalha.

— Sabe que não quero incomodar e tenho que voltar pro departamento amanhã á tarde. Também não posso fazer desfeita com minha mãe, sabe, não é só você que consegue ser melodramática.

— Ei! – Allison joga uma almofada em Zoey. – Bom, se você prefere assim, tudo bem. Mas diga que conseguirá mais folgas, você parece cansada e se não fosse por um motivo perfeito chamado Theo Raeken, não admitiria que não dormisse direito.

Zoey faz uma careta.

— Não foi o Theo! Insiste nele hein? – Resmunga Zoey, olhando a janela novamente.

— Eu não insistiria se você não ficasse olhando com essa cara viajada, ou como se esperasse alguma coisa.

Zoey suspira.

— É cansaço e estresse, nada que você garota extremamente analítica tenha que se preocupar! – Zoey chocalha  a amiga pelos ombros da irmã mais velha de Liam.

— Espero mesmo que não esteja mentindo para mim, Zoey! Não escondemos nada uma da outra.

— Eu sei, eu sei. – Zoey internamente lamenta a confusão que criara. Estava mentindo e escondendo coisas da melhor amiga!

Era tão sufocante a sensação, era semelhante a estar de afogando, porém toda a sensação foi interrompida quando Isaac aparece na porta do quarto de sua namorada.

— Prontas? Temos um jogo de lacrosse para ir. – Allison bate palmas, animada, pegando os cartazes.

— Oi para você também, namorado! – Isaac sorri, a beijando.

— Oi namorada.

Zoey desvia o olhar, constrangida. Isaac abraça Starling, a puxando para sair do quarto.

                                                     ***

O gramado do campo de lacrosse estava absurdamente bonito naquela noite, a lua ajudava com a iluminação do local. Os times estavam divididos, de um lado da arquibancada a cor vermelha do time de Beacon Hills chamava atenção no local, embora os torcedores da escola Denford estivessem com balançando suas bandeiras, muito animados.

Liam estava se concentrando, enquanto que os Argente, Zoey, as meninas, Isaac e Scott Mcall tentavam encontrar lugares próximos uns dos outros.

— Uhuuuu !!! – Allison grita, animada, distribuindo os cartazes.

— O Liam odeia isso, você sabe, não sabe? – Relembra Lydia.

— Ele ama, só não admite. – Diz a irmã dele. Portanto, segure, sem reclamar!

Zoey senta-se na ponta da arquibancada, segurando um cartaz e tentando focar sua atenção no jogo que estava prestes a começar.

O treinador apita e o jogo inicia-se, um evento importante na cidade, que aliás, parecia está toda lá nessa noite.

Beacon Hills estava na frente e o placar permanecia 1x0 para o time da casa. Allison obrigava todos a gritar o nome do Liam cada vez que ele tentava fazer um ponto e assim foi durante a 1º rodada do jogo.

O intervalo é anunciado. Zoey olha para seus amigos, sentia-se sozinha. Allison e Isaac conversavam, Kira, Lydia e Scott também e pareciam concentrados no assunto em questão. Embora ela soubesse que não tinham pretensão nenhuma de fazê-la se sentir deslocada, ela se sentia assim.

A garota até teve a idéia de ir falar Com Liam, mas ele parecia irritado e estava conversando com o treinador. O time parecia tenso e concentrado, levavam tudo muito a sério e ela entendia isso.

Por fim, resolveu ir comprar algo para beber. A escola permanecia aberta e sem dúvida as máquinas de refrigerantes estariam disponíveis para ela. Andando para longe do campo de lacrosse, uma distância considerável até o pátio. O logo de Beacon Hills Hight School estava logo ali na sua frente. Ela entra na escola e procura uma máquina, e por fim acha.

Zoey fica de frente para a máquina de refrigerante, as mãos nos bolsos de sua calça, tentando decidir que bebida escolheria para aliviar sua sede e seu tédio.

— Indecisa ? – Zoey toma um susto ao ver Roman encostado na parede por trás da máquina. Ela tenta falar, mas ainda estava tentando entender o que ele estava fazendo ali, na sua frente.

— Ro ... Ro... Roman?! O quê?! Eu achei que ... – Ela respire, retomando a fala de maneira mais firme. – Deixei bem claro que iria prendê-lo caso aparecesse outra vez! – Ele sorri, saindo da sombras.

— Não, não deixou. Apenas se apavorou devido ao que aconteceu, se bem me lembro. – Ele passa sua mão direita em seu queixo, o velho tique havia voltado.

Zoey procura sua arma, resmunga, havia deixado em sua bolsa, na arquibancada.

— Se tentar alguma coisa contra os cidadãos de Beacon Hills ... – Ele revira os olhos.

— Sabe que não vim por isso. Sabe tanto que a cada passo que dou em sua direção, você dá outra para longe de mim. Do que tem medo, Zoey? De perder o controle outra vez? – Ela engole seco, os batimentos aumentando rapidamente.

— Independente da região, tenho autorização para prendê-lo ou iniciar uma busca por toda a cidade! O que não demoraria muito, considerando o quão pequena ela é! – Ele assente.

— Inicie a busca. Vamos, diga para eles sobre minhas visitas ou como sabe exatamente onde estarei. Vamos, pegue seu celular e ligue para o confiável e honrado agente Raeken e o peça que me prenda pessoalmente.

Zoey retira as mãos dos bolsos, tentando manter-se firme. Não iria titubear, não deixaria acontecer aquilo outra vez.

— Por que está me perseguindo? Por quê? O que aconteceu foi algo que não irá se repetir e se pensar que irei permitir que se aproxime de mim outra vez, está enganado!

— Belo discurso! Firme, forte! Mas é uma mentira! Eu vim porque mentiu para mim, disse que queria que eu fosse embora! Porém, não foram palavras sinceras, Zoey. Nenhuma delas.

— Pretende me manipular? É por isso que vem me visitando?

— Manipular você? – Roman faz uma careta depois de dizer isso. – Eu nunca seria capaz de manipular uma mulher como você!

Zoey respira fundo, tentando se acalmar.

— Forte, teimosa, determinada ...

— Pare, pare!!! – Warner se aproxima dela. – Eu não posso permitir que faça isso e muito menos devo deixá-lo impune, livre. Entenda isso, por favor.

Roman segura as mãos de Zoey, olhando intimamente para seus rosto.

— Eu entendo que está em conflito, mas descumprir as regras não é tão ruim assim. – Ela vira-se de costas para ele, fechando os olhos.

— Não se trata apenas de regras, se trata de tudo Roman. – Ele a vira para ficar de frente para ele, segurando firme em sua cintura, tão próximo, quase a beijando.

— Nesse exato momento você é tudo, nós dois somos tudo! Não sente? Não sente tudo isso desde o primeiro dia? – Warner declara aquilo de forma sedutora, com a voz calma, convidativa, atraente.

— E o quer que eu diga? Que eu aceite? Quer que eu deixe você impune? Que eu esconda, que eu ... – Roman silencia Zoey colocando seu dedo indicador sobre os lábios da garota, que agora, não sabia como, estava encostada em uma das paredes da Beacon Hills High School.

— Só você me faria vir para esse lugar ou desenhar milimetricamente cada detalhe de seu rosto. Só você me permite ser tão gentil a ponto de não fazer o que quero fazer sem permissão. – Ela engole seco, o encarando.

— Não estou obrigando você a nada! Estou lhe pedindo que se afaste antes que ... – Roman desliza suas mãos para a cintura da garota.

— Que o quê? Que me prenda? Que me jogue na Eichen House? Quer mesmo que eu volte? – Ele sussurra em seu ouvido a frase seguinte. – Quer mesmo deixar de sentir meus toques? Não quer saber quem eu sou?

— Eu sei quem você é! Não vê? Eu sei quem você é? E é esse o problema, Roman. – Ela arfava, sem forças. – Não podemos, não ... – A garota fecha os olhos, tentando completar a frase. – Eu não posso me envolver com você exatamente por saber o que você fez, quem você é!

— Você não sabe, eu poderia lhe mostrar. Você apenas sabe o que está em arquivos, televisão, manchetes.

— É o suficiente! – Ela tenta afastá-lo, empurrando seu peitoral, mas apenas para ao ver Roman sorrindo maliciosamente com tal atitude.

— Realmente liga para quem eu matei? Quem eu feri? Magoei? Isso tudo importa para você quando estamos aqui, perto um do outro... – Warner acaricia a face da garota. – Zoey?

— Você só pode está mentindo para mim e isso tudo é um jogo! É claro que é! Está me usando. – Ele pega o queixo dela, olhando seus lábios.

— Quer que eu pare? Quer mesmo que eu te deixe nesse exato momento, Zoey? – Ela segura as mãos  de Roman, as afastando de seu rosto, porém ainda estavam próximos.

— Por que se arrisca? Por que prefere me ver a sua liberdade? – Roman a puxa com delicadeza, sorrindo, vitorioso, prestes a beijá-la.

— Você vale o risco.

Zoey deixa o beijo acontecer, era cansativo lutar contra tudo o que mais queria e mesmo calmo, Roman tinha mais urgência no beijo desta vez. Segurando seu rosto dela, o assassino prossegue com as carícias. Sem fôlego, Zoey afasta o rosto, apenas por um segundo antes de voltar a beijá-lo, tocando em seus ombros e face. O perigo e o medo de não ser pega só fazia a garota intensificar aquele momento, ele não parecia disposto a deixá-la ir e ela não queria.

Não pensava, nada importava no momento. Bagunçando o cabelo de Warner, ela não percebeu quando estudantes estavam passando no local. Roman a faz entrar no corredor de armários da escola, ambos respirando com dificuldade. Ele a encarava cinicamente, deixando os lábios de Zoey, que por sua vez não conseguia mexer-se enquanto esperava os alunos saírem.

— Nada disso pode acontecer novamente. – Declara ela. Warner faz um bico.

— Já disse isso milhares de vezes e veja onde estamos. – A garota irrita-se.

— Não foram milhares de vezes e eu não seu porque estou me justificando para você! – Declara ela. – Você vai se entregar hoje! – Ele gargalha, ainda próximo da boca dela.

— E dirá o quê? Que me prendeu em meio aos nossos beijos?

— Roman, escute... – Ele a beija outra vez de forma rápida antes que ela o afasta-se. – Eu peço que se entregue.

— Realmente acredita nisso? Não está claro nosso envolvimento? Quer mesmo isto?

— Não existe envolvimento ou ou ... – Ele morde os lábios.

— Ou? – Ela o empurra e sai de perto dele, pegando o celular e antes que discasse o número da polícia, seu telefone toca, era Theo.

Roman a encara, confuso com a atitude dela.

— Alô?

Zoey? Temos uma urgência! – Ela dá as costas de maneira avulsa e descuidada. – Acabaram de anunciar a morte do doutor Heinfield!

— Aí meu Deus!

Zoey engole seco, arrependida por toda aquela situação. Ela encerra a ligação.

— Você! – Assim que se vira, não avista mais Roman ali, ele tinha escapado, ido para longe!

A agente corre para o pátio, correndo em busca dele, precisava encontrá-lo! Até que o vê, parado, as mãos nos bolsos.

— Você matou o doutor Heinfield! Você... como pôde?!

— Liga mesmo para isso? Ou está se sentindo culpada por ter me beijando outra vez? Ou vezes seguidas, eu diria. Quer tentar fazer justiça nesse momento, Zoey?

Ambos se encaravam.

— Moralmente é bem difícil tomar uma decisão agora? Depois de ambos temos conseguido tudo o que queríamos.

Ela nega com a cabeça, sem palavras.

— Ter me beijado não lhe faz um monstro, Zoey! Só lhe faz ser humana e felizmente escolheu viver e ser humana comigo.

— Eu não escolhi nada, nada! – Diz ela, sussurrando.

— Eu ainda posso fazê-la mudar de idéia sobre o que acha de mim. Ainda quer chamar a polícia? – Ele a indaga. – Chega de ser irônica não é? Você é a polícia!

Roman acaricia o rosto da garota.

— Posso lhe mostrar quem eu sou, é só dizer sim.

Ele inclina-se e beija a bochecha direita da garota, virando-se depois. Porém, logo se arrepende e a encara outra vez.

— Boa noite, Zoey. – Fala Roman, depositando um beijo nos lábios da agente, indo embora para longe do campo de visão da garota logo em seguida.

Zoey questionava sua moral, quando seu celular toca, Theo Raeken. Toda a culpa e pesar por tê-lo deixado partir estavam ali, esmagando seu crânio. Afinal, diria ela sim ou não? Ter moral e ética ou apenas humana para voltar a vê-lo novamente?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então pessoas? O que acharam? O que você acham que Zoey vai fazer? E o que você fariam no lugar dela? Comentem, queremos saber!
Qualquer erro, dúvida ou opinião, já sabem, podem nos dizer nos comentários!
Bjus, Lili ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Void" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.