Coffee Breaks escrita por Kira Queens


Capítulo 12
Took a Sip From My Devil's Cup


Notas iniciais do capítulo

Caramba, esse capítulo ficou enorme! Eu fiquei praticamente o dia todo escrevendo e gostei bastante, espero que vcs também gostem.
É o capítulo mais agitado da fic, acontece bastante coisa e tals. Vou deixar pra falar o que eu tenho pra falar lá embaixo, boa leitura!



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O vestido vermelho que Madge havia me emprestado servira perfeitamente. Era mais decotado do que eu teria pedido, mas, ainda assim, era uma excelente mistura de delicado e sensual e eu gostava do resultado. Fitei meu reflexo no espelho, quase não reconhecendo a mim mesma já que eu estava usando um vestido bem mais caro do que o meu salário no café poderia comprar. Eu percebi que estava satisfeita com a imagem da garota que me encarava de volta no espelho. Confiante e satisfeita, era assim que eu gostaria de ser o tempo todo.

As coisas estavam caminhando surpreendentemente bem nos últimos dias. Os dias de Finnick estavam sendo melhores tendo Katniss como colega de trabalho, que, por sua vez, não fora incomodada novamente pelo tal do Gale. Kat demorou dois dias para me ligar depois do acontecido e ela não tocara no assunto, portanto eu também não falei nada sobre isso desde então, mas Finnick e eu soubemos por Peeta que, naquela noite, algum tempo depois que nós fomos embora da casa dela, Katniss ligara para que ele fosse até lá. Provavelmente ela havia usado o loiro como uma distração, mas eu podia apostar que era mais do que isso.

Meu celular tocou mostrando o nome de Katniss brilhar na tela. Presumi que era apenas para avisar que ela já havia chegado e não me dei ao trabalhando de atender, descendo rapidamente as escadas, o que era uma tarefa difícil considerando os sapatos de salto, mesmo que fossem baixos. Além do carro de Kat, a rua estava deserta e silenciosa. Sentei-me no banco do passageiro e encontrei a morena com um sorriso forçado e as mãos segurando fortemente o volante.

— Está tudo bem? — perguntei, franzindo as sobrancelhas.

— Claro, por que não estaria? — deu partida no carro e logo suspirou, rendendo-se — Não — a palavra soou mais como um gemido — Peeta e eu ficamos algumas vezes durante essa semana. Só físico, sabe? Eu ligo, ele vem, depois vai embora, tudo bem simples.

— Então qual é o problema?

— Hoje nós vamos ter que se ver e... Conversar — pude notar que na cabeça dela isso fazia sentido, mas não para mim — Acho que devemos parar isso que estamos fazendo, senão logo vamos discutir a relação e eu não quero isso.

Fiquei observando pela janela a paisagem enquanto Katniss falava. Estava uma noite agradável demais para desperdiçá-la com preocupações irrelevantes. Era a primeira vez que saíamos com uma turma tão grande. Foi algo combinado meio sem querer, o que aconteceu foi que Finnick me chamou para sair com ele e Clove, mas eu já havia marcado com Madge, por isso ele sugeriu que fossemos todos juntos. Eu não queria deixar Katniss de fora, ainda mais sabendo que eram altas as probabilidades de que ela fosse ficar chateada se não fosse convidada, o que me levou a chamá-la e Finnick resolveu estender aos seus amigos também, incluindo Peeta e Cato.

— Só porque alguém traiu sua confiança não quer dizer que todos vão fazer o mesmo — arrependi-me assim que as palavras saíram da minha boca. Não porque não fosse verdade, mas sim porque eu havia oficialmente quebrado o acordo silencioso de não trazer à tona o que aconteceu no outro dia.

— Não quero falar sobre isso — Katniss disse secamente.

— Tudo bem — e nós não conversamos mais. Nem sobre isso nem sobre qualquer outra coisa. Pelo menos durante um período de tempo.

— Eu estou cansada, Annie! — Katniss subitamente exclamou, voltando minha atenção a ela — Nós deveríamos ser melhores amigas, mas você nem sequer é capaz de me escutar sem achar que sabe mais sobre a minha vida do que eu mesma.

O tom irritado de sua voz me assustou. Ela nunca havia falado daquele jeito comigo. Tentei repassar mentalmente todas as nossas últimas conversas para lembrar se em algum momento eu havia passado dos limites.

— Eu só estou tentando ajudar — defendi-me mantendo a voz baixa e calma, certificando-me de que eu não estava fazendo nada que piorasse a situação.

— Nem todo mundo quer a sua preciosa ajuda! — agora ela já estava praticamente gritando. Olhei pela janela , implorando para chegarmos logo ao nosso destino e pararmos de brigar.

— Mas é o que amigos fazem, Katniss! Nós ajudamos uns aos outros — a mão dela bateu com um soco na buzina quando o carro a nossa frente freou abruptamente, obrigando-a a fazer o mesmo. Ela abaixou o vidro de sua janela e perguntou aos berros se o motorista havia comprado a habilitação. Reprimi a vontade de rir, mas controlei-me porque ela estava realmente nervosa – o erro do pobre homem nem havia sido tão grave assim.

— Então talvez não devêssemos ser amigas — só então a gravidade da discussão me atingiu. Suas feições estavam sérias e suas palavras soaram duras, afiadas como facas, apesar de um pingo de remorso tê-la atingido assim que terminou sua frase. Ou pode ter sido a minha imaginação.

— Katniss, o que você está dizendo? — perguntei hesitante, com medo da resposta. Eu nem sequer sabia o que havia feito para ser alvo de seu ódio gratuito. Eu compreendia que ela ainda estava nervosa pela situação da semana anterior, mas eu havia respeitado os limites dela e, até aquele momento, não havia feito menção alguma sobre aquilo.

— Que diferença faz pra você? Agora você passa todo o tempo com aquela Madge e com o Finnick.

— Isso é ciúme? — mesmo indignada, falei cautelosamente. Eu só queria entender o que estava acontecendo, se ela não quisesse mais a minha amizade, tudo bem, mas no mínimo ela devia me dar uma explicação. Em nome daqueles dois anos de amizade, eu merecia saber o que eu tinha feito de tão errado que ela não era capaz de perdoar.

— Está vendo como você não entende nada? — ela soltou uma risada sarcástica e abafada — Eu não quero mais conversar. Chega.

— Não, esse é um diálogo, não um monólogo. Você não decide quando a conversa acaba e eu quero saber o que é que você tem — insisti, com a voz firme. Minha vontade era a de segurar seus ombros e sacudi-la, obrigá-la a conversar de verdade comigo, mas não era apropriado. Sua atitude estava começando a me preocupar. Katniss era uma pessoa muito emotiva, eu sabia disso, ela perdia o controle quando estava estressada. Mas aquela era a primeira vez que ela se descontrolava comigo.

— Eu não dou a mínima pro que você quer — a frieza em sua voz fez com que eu me calasse. Assenti, ainda absorvendo a discussão. Se eu estivesse sozinha em casa, iria me jogar na cama, enterrar o rosto no travesseiro e chorar. Minhas amizades eram imprescindíveis para mim. Mas eu não estava em casa, então respirei fundo para controlar minhas emoções.

Por sorte, não demorou muito para que ela finalmente estacionasse o carro. Assim que ela girou a chave na ignição, eu abri a porta e praticamente pulei pra fora. A brisa fria batendo contra meu rosto fez com que eu me arrepiasse, mas também me trouxe uma estranha sensação de alívio, podendo finalmente respirar ar fresco após passar os últimos minutos dentro do carro abafado.

Avistei o lugar chamado String e andei apressadamente até lá. O letreiro com o nome do local brilhava em uma luz roxa, iluminando aquela parte da calçada. Atravessei a rua e logo localizei Finnick, vestindo uma camisa de botões azul-marinho com as mangas dobradas na altura do cotovelo. Seus lábios se abriram num sorriso quando ele me viu, mas imediatamente desapareceu quando ele reparou na minha expressão transtornada. Não disse nada, apenas envolvi meus braços ao redor dele com uma firmeza além da necessária. Repousei meu rosto em seu peito, sentindo suas mãos se apertarem em minha cintura. Ele beijou o topo da minha cabeça e ergueu uma das mãos para acariciar minha bochecha, levantando minha face para poder fitar meus olhos.

— O que foi? — indagou, com o semblante preocupado. Mas antes que eu pudesse lhe contar, Katniss já estava abraçando-o — Katniss, como está? — ele a cumprimentou. Encolhi os ombros, desconfortável com a situação, ainda mais porque Finnick não tinha como saber que tudo o que eu queria era ficar longe de Katniss — O pessoal já está lá dentro, eu fiquei aqui esperando vocês. Vamos entrar?

Balancei a cabeça em concordância e segui porta adentro. A boate era divida em duas partes: a área VIP e a pista comum. A primeira era onde ficavam as poltronas e outros assentos, era um espaço mais restrito, onde a música era mais baixa e não havia fila no bar, enquanto na área comum era apenas a pista de dança, enfeitada com globos de luz colorida.

Dirigimo-nos até a entrada da área VIP, já que Finnick havia conseguido convites para todos nós. Tivemos um pouco de dificuldade em nos desvencilhar da multidão aglomerada na pista, mas em pouco tempo já estávamos mostrando nossas pulseiras de papel resistente e colorido para o segurança. Todos que foram convidados estavam lá, sentados nas poltronas no canto. A música eletrônica causava certo incômodo nos meus ouvidos.

— Agora estamos todos aqui — anunciou Finnick. Katniss e eu nos pusemos a cumprimentar todo mundo e ela foi apresentada a Cato e Clove, que eram os únicos que ela ainda não conhecia. Sentei-me ao lado de Finnick e ele me entregou uma taça contendo um líquido cor-de-laranja — Já tinha pedido pra você — ele sorriu, repousando uma mão no meu joelho descoberto. Não perguntei o que era – eu confiava nele a esse ponto – e tomei um gole da bebida, identificando o gosto de laranja e vodka — Você está muito bonita nesse vestido vermelho, Annie — Finnick sussurrou próximo ao meu ouvido. Fechei os olhos, sentindo um calor momentâneo. Precisei resistir à vontade insuportável de virar o rosto e beijá-lo. Seus lábios estavam a apenas alguns centímetros de distância e isso era algo tão tentador que eu não saberia descrever em palavras nem se quisesse.

— Você está formidável — coloquei minha mão por cima da sua, que ainda estava na minha perna, e subi vagarosamente, passando por seu relógio de pulso até chegar à manga de sua camisa. Senti os pelos de seu braço se arrepiarem sob o toque frio dos meus dedos.

— Não é verdade, Annie? — a voz de Madge fez com que eu erguesse os olhos arregalados. Eu estava completamente alheia à conversa deles. Percebendo minha confusão, ela explicou: — Eu estava contando ao Cato como é fácil trabalhar lá no café, não é? Nossos chefes são muito amigáveis e compreensíveis.

— Com certeza — confirmei após pigarrear. Minhas mãos agora repousavam em meu colo e as de Finnick brincavam com a haste da taça vazia, girando-a entre os dedos.

— Eu vou pegar mais bebida — Finnick se levantou, deixando-me sozinha na poltrona que nós estávamos dividindo.

Passei a ouvir as conversas, procurando alguma onde eu fosse me encaixar. Katniss estava de costas para mim, conversando animadamente com Peeta. Nem parecia que há pouco ela tivera um acesso de raiva ou algo do tipo. Madge e Cato debatiam alguma coisa sobre trabalho, então sobrou Clove.

— Você e Finnick fizeram faculdade juntos? — perguntei descontraidamente. A morena curvou o corpo um pouco para frente para poder me ouvir melhor e vice-versa. Ela tinha um sorriso arrogante e longos cabelos negros, ainda mais escuros do que seus olhos.

— Fizemos, sim — respondeu-me — Mas depois fomos perdendo contato depois que eu me mudei de cidade. E você, como o conheceu?

— Ele foi à cafeteria onde eu trabalho.

Só então percebi que eu deveria ser a amiga mais nova de Finnick. Ele mesmo já havia terminado a faculdade e pelo visto todos os seus amigos também, enquanto isso fazia apenas dois anos que eu me formara na escola.

Clove começou a contar sobre uma vez em que eles foram à festa de uma das fraternidades da universidade, Finnick exagerou na bebida e passou parte da noite vomitando no jardim. Depois disso ele prometeu que nunca mais iria exagerar e cumpriu sua promessa, quebrando-a apenas na formatura, cuja maior parte ele já havia esquecido no dia seguinte.

— Sobre o que estamos falando? — Finnick retornou com a taça cheia, sentando-se novamente ao meu lado.

— Sobre você, estou contando os seus podres — Finnick abriu a boca como se estivesse indignado e estreitou os olhos, apontando o dedo indicador na direção dela em ameaça.

— Ás vezes eu acho que você esquece que você também não foi uma das pessoas mais certinhas do mundo naquela época. Eu pelo menos formei com honra ao mérito — ele abriu um sorriso orgulhoso e empinou o nariz.

— Seu... — Clove chutou-lhe levemente o tornozelo com o salto.

Sorri diante da cena. Eu estava enrolando tanto para fazer o curso que eu queria e para quê? Acho que eu estava tão confortável com a minha vida do jeito que era que deixei de estar disposta a mudá-la. Mas cada dia mais eu percebia que estava perdendo ótimas experiências e a oportunidade de conhecer outras pessoas, fazer outras amizades. Por mais que eu gostasse da minha rotina do jeito que ela era, talvez não fosse saudável ficar presa a isso.

Enquanto Finnick e Clove se implicavam e a música alta parecia um pouco mais distante do canto reservado onde estávamos, prometi a mim mesma que daria início ao curso no ano seguinte. Não iria passar do próximo outono. Eu havia mudado de cidade com uma finalidade e eu iria cumpri-la.

— Você está pensativa hoje — observou Finnick. Eu nem havia reparado que ele já não estava mais entretido com Clove.

— Estou pensando em faculdade — expliquei-lhe — Vou começar daqui um ano.

— Jornalismo, certo?

— Ou escrita criativa, talvez — eu já havia sido aceita na faculdade de jornalismo, apenas não tinha começado ainda, mas estava considerando fazer um curso que permitisse que eu continuasse no rumo que eu já estava percorrendo, que era o de escrever livros. Fazer esse curso talvez fosse me auxiliar, impulsionando-me a terminar os projetos que eu começava, coisa que nunca acontecera até o momento.

— Você vai se dar bem em qualquer coisa que quiser fazer

— Espero que sim. Vou pegar outra bebida — segurei a taça vazia e andei até o bar, pedindo outro do mesmo drink.

Enquanto eu esperava o barman retornar com o meu pedido, reparei que havia um rapaz sentado em um dos bancos perto do balcão encarando-me fixamente. Olhei o mais discretamente que consegui, mas não foi o bastante, porque ele percebeu e veio até mim.

— Olá — ele cumprimentou simpático e descontraído. Ele parecia ter a minha idade, de olhos e cabelos castanhos.

— Oi — tentei retribuir o sorriso, mas eu devo ter me mostrado tão estranha que ele até riu e eu não pude evitar fazer o mesmo. Estava prestes a discursar sobre como eu não estou acostumada com aquele tipo de ambiente e não saberia flertar com um desconhecido nem se a minha vida dependesse disso, quando ele se precipitou:

— É que eu te vi e deduzi uma coisa e queria saber se eu estou certo. Você tem gatos? — olhei-o por um momento e comecei a rir, acreditando que ele estava se divertindo à minha custa, mas ele estava sério e apontou para o meu braço. Verifiquei o local e observei um arranhão causado por Mia. Senti meu rosto corar por pensar que ele estava me paquerando quando ele simplesmente queria falar sobre gatos.

— É, eu tenho uma gata — confirmei sua teoria — Agora você pode dormir em paz sem essa dúvida cruel martelando em sua cabeça.

— Que ótimo! — ele soltou um falso suspiro de alívio — Estava com medo de que eu nunca fosse desvendar esse mistério. Caleb Montgomery — ele estendeu a mão, a qual eu apertei.

— Annie Cresta — apresentei-me ao mesmo tempo em que o barman me entregava a minha taça, agora cheia — Então, o que um amante de gatos faz por aqui? — eu não tinha mais nada para falar, mas ele não pareceu com vontade de se despedir.

— Vim acompanhar um amigo, mas ele já arrumou uma acompanhante melhor por aí. E você?

— Estou com uns amigos, vim só encher a taça — ergui o copo para confirmar o que eu lhe dissera.

— Não vou mais ocupar seu tempo, então — disse Caleb — Pode voltar pros seus amigos. Ou... Você pode ficar por aqui e me falar sobre a sua gata ou algum outro assunto.

Pronto. Chegou o momento de tomar a decisão que eu preferiria ter evitado. Voltar aos meus amigos significava ter que lidar com o fato de que eu e Katniss estávamos brigadas e ninguém sabia. Significava ter que amar Finnick em silêncio, ter que lutar o tempo todo contra o desejo de beijá-lo. Significava ouvir as histórias divertidas de Clove e Madge enquanto eu nunca havia feito nada de extraordinário em todos os meus dezenove anos de vida. Ficar com Caleb, no entanto, significava abrir meu coração a outra pessoa, divertir-me só por uma noite, sem compromisso, sem pensar demais acerca de coisas sem importância. Era uma chance de esquecer de Finnick, mesmo que apenas por um breve período de tempo.

Mas Caleb não era Finnick. E não só porque ele não possuía seus cabelos dourados ou os olhos verdes como a água cristalina do mar. Mas principalmente porque ele não seria capaz de fazer meu coração disparar e minhas mãos suarem como Finnick fazia. Além de que beijá-lo não adiantaria de nada se eu estivesse pensando em outra pessoa. E eu estaria.

Eu não precisei dizer uma palavra para que ele soubesse a minha resposta.

— Outro dono de gatos? — perguntou com os lábios franzidos.

— Só um cara mesmo.

— Tudo bem, se quiser só conversar mesmo, sem outras intenções... — mas eu não ouvi o resto do que ele disse. Não por falta de consideração nem nada, ele realmente parecia ser uma boa pessoa, merecido da minha educação. Acontece que eu tive certeza de ouvir a voz de Katniss gritar mandando alguém ir embora.

Segurei o pulso de Caleb e o arrastei comigo, disposta a explicar tudo depois de descobrir o que estava acontecendo. Não precisei dar muitos passos até encontrar Katniss com o rosto vermelho e os punhos cerrados. Acompanhei a direção onde ela olhava e encontrei Gale.

— Gale? — eu murmurei em voz alta.

— Quem é gay? — olhei para Caleb boquiaberta, só então me lembrando de que eu ainda estava segurando o pulso dele.

— Muita gente, eu acho — respondi confusa, notando que ele também estava.

— Mas você disse... — dei um tapa na minha própria testa, finalmente entendendo o rolo.

— Eu estou falando daquele cara — apontei, nem um pouco discreta — O nome dele é Gale. E eu não faço a mínima ideia de como ele sabia que minha amiga estaria aqui. Ele está meio que perseguindo ela. Mas eu nem sei se ela ainda é minha amiga — dei uma risada sarcástica e sem humor — Desculpa, eu estou tagarelando. Vem cá.

Gale passou por nós, indo embora. Localizei o pessoal se organizando novamente nas poltronas e pufes onde estávamos sentados antes.

— O que aconteceu? — perguntei a Finnick. Ele olhou de Caleb para mim e então de mim para Caleb, até, por mim, fixar-se em mim. Com uma olhada ao redor, encontrei Katniss e Peeta em um canto mais afastado da área VIP, ela sentada com o rosto escondido na curva do pescoço dele.

— Gale foi ao café um dia dessa semana tentar descobrir mais sobre Katniss. Ele ficou conversando com Madge e ela acabou falando que iria vir aqui hoje. Acho que ele resolveu tentar a sorte e Katniss de fato estava aqui — contou Finnick — Agora ela odeia a Madge, como se a culpa fosse dela — Madge, que estava ao lado, balançou a cabeça positivamente, confirmando o que Finnick dissera.

— Não se preocupe, ela está meio irritada hoje mesmo. O problema não é com você — tentei tranquilizar Madge. Seu típico sorriso alegre havia desaparecido no momento. Ela parecia nervosa e era a primeira vez que eu a via assim. Madge tinha a aparência de uma boneca, era difícil até de imaginá-la brava.

— Ela literalmente gritou comigo como se eu estivesse tentando acabar com a vida dela e essa é só a segunda vez que eu vejo essa garota! — Madge estava indignada e eu estava numa situação em que não tinha como defender Katniss. Eu entendia seus problemas, mas isso não era justificativa para se virar contra qualquer um que aparentar ser um alvo fácil — E, pelo visto, Peeta é o único imune contra a fúria dessa louca.

— Não fale assim dela — pedi educadamente, ciente de que era exatamente isso o que Katniss estava aparentando ser, mas, apesar de tudo, ela era minha amiga e eu não deixaria que falassem dela quando ela não estivesse por perto pra se defender — Algumas mulheres afastam os amigos, mas nunca dizem não para o refúgio dos braços daquele que ama. Eu só... Nunca pensei que Katniss faria isso. Talvez eu não a conheça tão bem.

— E eu não a conheço de jeito nenhum — Madge continuou a reclamar — Quem ela acha que é pra vir me ofender a troco de nada?

— Por que vocês todos não sentam e conversam pra se conhecer, então? Parece que vocês estão meio perdidos e olha que eu que sou o intruso aqui — Caleb pronunciou. Ele atraiu todos os olhares para si, até os de Clove e Cato que estavam sentados sem participar da discussão — A propósito, eu sou Caleb — ele acenou com um sorriso que me deu vontade de rir.

— Onde você arranjou seu amiguinho, Annie? — perguntou Finnick com uma rispidez desnecessária na voz.

— Não seja mal educado, Finnick, caramba!

— Ah, esse é o cara? — perguntou Caleb como se já soubesse tudo sobre Finnick, que, por sua vez, franziu a testa.

— Que cara?

— O cara que não tem gatos — me apressei em responder antes que Caleb falasse algo que não devesse — É que ele gosta de gatos aí eu disse que você não tem gatos.

Finnick não estava entendendo nada. Acho que nem eu estava, pra falar a verdade.

— Bom, eu já vou indo. Foi um prazer, pessoal — Caleb fez o gesto de bater continência e desapareceu entre a multidão.

Acomodei-me na poltrona, decidida a ficar ali por um bom tempo antes que mais eventos inesperados ocorressem. Tomei um gole do líquido na taça, que agora já nem estava mais tão gelado.

— O rapaz é esquisito, mas até que a ideia dele foi boa. Por que cada um não fala uma coisa sobre si? — sugeriu Clove. Talvez devêssemos ter feito isso antes, porque agora Madge estava irritada e Katniss provavelmente não estava com ânimo para isso. Mas não tive coragem de dizer o que realmente achava, até porque eu não tinha uma ideia melhor.

Entreolhamo-nos e ninguém teve objeções.

 — Alguém vá chamar Katniss e Peeta — falou Madge com um suspiro, como se achasse que a sugestão não era das melhores, mas concordasse que talvez fosse funcionar.

Notando que ninguém se dispôs, foi Clove quem se levantou para convidar os dois a se juntar a nós.

— Katniss e eu brigamos — confidenciei a Finnick enquanto ninguém estava ouvindo. Queria que ele soubesse e aquela fora a única oportunidade em toda o tempo que passamos ali que eu tive para contar — Ela está com raiva de mim sem motivo aparente.

— Foi por isso que você estava magoada quando chegou — assenti, mesmo ciente de que fora uma afirmação e não uma pergunta.

— Nós nunca brigamos antes. Detesto brigar — eu dei um sorriso triste e Finnick enlaçou seus dedos nos meus.

— Você e eu nunca vamos brigar. Sei que não resolve muito, mas pelo menos essa promessa eu posso te fazer.

— Obrigada.

Parece que demorou um pouco para que Katniss concordasse em participar da brincadeira, mas Clove conseguiu – de acordo com Finnick, ela podia ser bem convincente. Logo estávamos todos distribuídos em um círculo, alguns mais mal humorados do que outros.

— Como vocês já sabem, cada um deve falar algo sobre si. Algo pessoal, já que o intuito é criar laços entre nós ou alguma bobagem do tipo — explicou Clove — O Cato vai começar e então a Madge, que está ao lado dele, continua e assim por diante até o círculo terminar em mim.

— Por que eu? — resmungou Cato.

— Porque eu disse. Vai, pode falar.

O garoto era loiro e alto, de braços fortes. Seus olhos azuis ficaram pensativos enquanto ele encarava o chão, apoiando o queixo nas mãos.

— Meu primeiro beijo foi na minha festa de formatura da escola. Eu nunca tinha beijado ninguém até os dezessete anos — confessou Cato e na mesma hora Clove desabou a rir.

— Fala sério! — a morena exclamou — Com essa lerdeza você deve ser virgem até hoje — Cato revirou os olhos.

— Não sou! E quero acrescentar uma regra na brincadeira: não pode rir do colega.

— Estamos no jardim de infância agora? — ironizou Clove — Tudo bem, Madge sua vez.

A loira abriu um sorriso simpático, fazendo desaparecer todos os vestígios da raiva que ela sentira ainda há pouco.

— Eu sinto muita falta do meu ex-namorado, Marvel. Nós terminamos e eu me mudei de cidade, mas eu sinto muito a falta dele e dos meus pais também. Só não voltei correndo pra casa ainda por orgulho — Madge era sempre tão alegre que não era possível perceber que ela estava sofrendo. Ao menos ela tinha a mim para distrai-la durante os dias de trabalho.

Agora era a vez de Finnick.

— Eu tenho medo de nunca ser feliz, de estar pra sempre preso ao meu pai e de me tornar igual a ele com o tempo. Tenho medo de que minha mãe seja pra sempre infeliz também. A minha sorte é que eu encontrei alguém que me faz bem. Muito bem mesmo — ele sorriu e seus dedos se apertaram ainda mais aos meus. Com a mão livre, acariciei seu ombro enquanto pensava no que iria falar.

— Eu tenho medo de não conseguir cumprir meus objetivos, que foram os motivos de eu ter saído de casa. Mas por mais assustada e insegura que eu fique às vezes, já valeu muito a pena eu ter vindo pra cá, eu sou muito feliz aqui, tanto quanto eu era lá em casa — sorri, encerrando minha fala.

Peeta parecia estar tímido e só aí eu constatei que tudo o que eu sabia sobre ele era Finnick quem havia me contado. Ele não parecia ser do tipo que gosta de falar sobre si mesmo.

— Meus irmãos e eu temos muitos problemas com a nossa mãe, por isso eu quase nunca vou visitá-la. Também não vejo muito os meus irmãos, eles moram em outra cidade, mas isso me faz falta. Às vezes eu me sinto bastante sozinho.

Katniss percebeu que era a próxima e soltou um longo suspiro. Seu mau humor estava chegando ao ponto de ser insuportável, estragando o clima para todos nós. Se ela não queria fazer isso, era só ir embora, ninguém podia obrigá-la a ficar. Irritava-me a maneira como ela era egoísta ao ponto de quase estragar a noite de todo mundo a troco de nada. E se ela quisesse ficar, então que ficasse de bom grado e não parecendo estar ali contrariada.

— Eu acho que isso é estúpido, mas tudo bem. Minha irmã morreu e ela era a pessoa mais importante do mundo pra mim. Foi por culpa do cara que vocês viram aqui hoje e desde então eu nunca mais confiei em ninguém — ela encarava fixamente o chão, não erguendo o olhar para nenhum de nós.

— Certo — começou Clove — Nada tocante nunca aconteceu comigo e eu não tenho muitos medos e afins. Acho que eu posso falar que eu tive uma quedinha por alguém da faculdade, mas ele não queria nada sério com ninguém, então eu comecei a ser que nem ele. Superei o infeliz e comecei a querer só a parte física também, que nem ele.

— Quem era? — perguntou Finnick rindo — Você nunca me falou nada disso.

— Nunca te falei porque era você — Finnick parou de rir e Clove começou. Ele ficou boquiaberto e ergueu as sobrancelhas — Não me olha assim, foi antes de nós sermos amigos. Depois que eu te conheci eu vi que você era meio tapado.

— E você ainda joga em cima de mim o fato de você não ter sentimentos? Não, não, você só se importa com a parte física porque você tem o emocional de uma pedra — Finnick provocou, voltando a rir da amiga.

— Pode-se dizer que você foi minha inspiração. É que eu pensava que nunca iria viver pra ver você verdadeiramente apaixonado porque você nunca deu uma chance a ninguém. Sempre que você achava que podia gostar de alguém você fugia na mesma hora. Mas, sei lá, talvez eu estivesse enganada — Clove deu uma rápida olhada em minha direção, mas que não passou despercebida por mim. Senti-me meu rosto corar.

Finnick não estava apaixonado por mim, era o contrário. Eu iria preferir que as pessoas parassem de alimentar minhas esperanças; eu já faço isso bem demais sem a ajuda de ninguém.

— É lógico que você estava enganada, a única sem coração aqui é você! — acusou Finnick, sem reparar na indireta da frase dela.

— De qualquer modo, agora que já acabamos está tudo certo? — perguntou Clove — Somos todos amigos e podemos ir dançar ou alguém quer acrescentar alguma coisa?

— Eu vou é embora, estou cansada — anunciou Katniss levantando-se — Perdoem-me se eu fiz a noite de vocês desagradável. Divirtam-se — Peeta a acompanhou, despedindo-se de nós com um aceno.

Não fui capaz de deixar de reparar o quão divertido aqueles dois eram. Parecia que eles se completavam. Peeta, por algum motivo que eu talvez nunca chegasse a entender, compreendia Katniss e tolerava seu gênio. Ela não era uma pessoa fácil de gostar e também não tinha facilidade em gostar dos outros, mas do meu ponto de vista Peeta estava sendo bom pra ela. Eu só esperava que quando ela se acalmasse nós pudéssemos esquecer a briga e voltar ao normal.

A partir daí, tudo se sucedeu tranquilamente. Sem mais brigas ou surpresas desagradáveis. Cato e Clove foram dançar, enquanto Madge saiu para procurar o tal do Caleb porque achara ele bonitinho.

— Quer dançar também? — perguntou-me Finnick quando eu terminei de beber meu drink.

— Quero — segurei sua mão estendida e ele me guiou até a pista de dança — Lembra-se daquele primeiro dia? Nós nos conhecemos no café, mas só conversamos de verdade numa boate.

— É claro que eu me lembro. Você estava com um vestido preto, com um decote enorme nas costas — ele deslizou uma das mãos pelas minhas costas, aproveitando para me puxar para mais perto. Comecei a dançar timidamente, enquanto Finnick fazia uns movimentos engraçados pra me fazer rir e estava funcionando. Perdi a vergonha e comecei a pular e balançar a cabeça ao som da música agitada.

Fechei os olhos, sentindo a batida e jogando o cabelo para os lados. Quando os abri novamente, Finnick estava me encarando com os lábios entreabertos. Joguei meus braços ao redor de seu pescoço, instigando-o a dançar comigo e assim ele fez, movimentando seu corpo junto ao meu. As primeiras gotas de suor escorriam em minha nuca, fazendo com que alguns fios do meu cabelo grudassem em minha pele. Finnick e eu dançávamos freneticamente. Ele segurou minha cintura, auxiliando os movimentos do meu corpo.

And there’s no stopping us right now, I feel so close to you right now — cantarolei animada, minha voz saiu abafada e pausada porque eu estava com dificuldade para respirar.  

Finnick estava tão sensual com os fios dourados grudando em sua testa. Suas pupilas estavam um pouco dilatadas e sua íris estava fixa em mim, brilhando como a água do mar quando é reluzida pelo sol. Suas mãos se apertaram em minha cintura e ele umedeceu os lábios, que nunca pareceram tão convidativos antes.

Nós prometemos que não faríamos isso. Nós prometemos que não iríamos mais nos beijar. Eu não entendia por que fazer uma promessa assim quando beijá-lo era simplesmente tão bom. Talvez nós devêssemos parar de fazer promessas, estávamos sempre as quebrando, de qualquer modo.

Mas é que nós estávamos dançando tão próximos um do outro, com os corpos tão colados que éramos indivisíveis. Colamos nossas testas suadas e fechamos os olhos, nossos lábios entreabertos tão próximos que nossa respiração ofegante se misturava. Nossos lábios se roçaram e eu podia sentir meus seios apertados contra o peito dele, suas mãos percorriam toda a extensão do meu corpo que elas conseguiam alcançar.

Até que sua língua invadiu a minha boca com urgência, eu a toquei com a minha, dando início a um beijo intenso e desesperado, como se fossemos humanamente incapazes de ficar longe um do outro. E, de certa forma, eu acho que nós éramos. Suas mãos agarraram meu cabelo e eu soltei um gemido a qual ele talvez nem tivesse escutado por causa da música. Não estávamos mais dançando, mas nossos corpos ainda se movimentavam um contra o outro, procurando uma maneira de nos aproximarmos mais, só que não era possível. A física afirmava que dois corpos não podiam ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo – Finnick e eu tentávamos perdidamente provar o contrário.

— Você é tão linda, Annie — ele falou no meu ouvido para que eu pudesse escutar apesar do barulho e mordiscou a minha orelha, causando-me um arrepio involuntário. Sua boca desceu para o meu pescoço, beijando e chupando. Eu não me importei por talvez ficar marcado. Não me importei por estarmos no meio de uma pista de dança lotada. Eu só me importava com ele. Apenas por aquele momento, Finnick era o Sol e eu era a Terra girando ao seu redor, completamente incapaz de me afastar, presa a ele pela força da gravidade.

Nós nos beijávamos como se fossemos morrer no dia seguinte e estava tão bom que eu poderia continuar indefinidamente. Nós paramos, deixando nossas testas novamente juntas, com a ponta de nossos narizes se tocando. Agora respirávamos com ainda mais dificuldade e eu sentia seu hálito de vodka bater contra o meu rosto.

Abri os olhos, aproveitando para fitar seu rosto totalmente tomado pelo prazer. Ele estava com os lábios um pouco inchados e eu quase sorri por saber que era eu a causa de seu descontrole. Ele podia até não querer nada sério, mas ele nunca poderia negar que tinha sentimentos por mim. Não quando ele estava tão envolto pela excitação em meus braços, tanto quanto eu mesma estava. Ele abriu os olhos, por fim, encontrando os meus.

— Vamos embora — eu apenas concordei com a cabeça e nós saímos sem nem procurar pelo restante do pessoal para nos despedirmos.

Seguramos as mãos e saímos literalmente correndo da boate. Chegamos à rua rindo como dois malucos. Corremos até o local onde o carro dele estava estacionado, dançando no meio da rua como dois adolescentes que se apaixonam pela primeira vez.

— Foi o melhor beijo da minha vida — ele disse quando já estava ligando o carro. Era a primeira vez desde que deixáramos a boate que conseguíamos cessar o riso.

— Espera só pra ver o próximo — eu sorri de orelha a orelha, feliz como eu nunca pensei que fosse possível estar. Eu sempre fui contente com a minha rotina, mas era indescritível a sensação de ter alguém para me tirar da minha zona de conforto pela primeira vez na vida.

— O próximo pode ser agora? — Finnick curvou o corpo em minha direção antes de começar a dirigir.

— Não! — eu neguei entre risos — Vai, dirige.

Pareceu uma eternidade até chegar à minha casa. Finnick estacionou o carro tão torto que eu teria que tirar sarro dele por isso mais tarde. Subimos correndo as escadas, eu na frente e ele logo atrás, ainda segurando a minha mão. Destranquei o apartamento com dificuldade, ouvindo os miados da minha gata atrás da porta.

Assim que atravessamos o batente, Finnick puxou meu quadril, obrigando-me a virar de frente para ele e beijou-me, fechando a porta com o pé. Mia nos arranhou e se esfregou em nossas pernas durante todo o percurso até o meu quarto, fazendo com que nós quase caíssemos várias vezes, mas nada fez com que parássemos o beijo. Fechei a porta, lembrando-me de que minha gata não merecia ver a dona em um momento tão íntimo, e deixei que Finnick me guiasse até a minha própria cama, afastando minhas almofadas com a mão e deitando-se por cima de mim, com a mão na minha coxa desnuda, agora que o vestido estava levemente erguido.

— A Mia não está gostando — comentou Finnick ouvindo os arranhados que ela dava na porta.

— Ela não está acostumada a ver homens no meu quarto e ser deixada de lado por isso — expliquei.

Ele tentou puxar o vestido por cima, mas não adiantou.

— Tem um zíper atrás — revelei, desabotoando sua camisa, revelando seu peito definido pelo qual passei as mãos.

— Você é minha melhor amiga, isso é tão estranho — ele terminou de tirar a camisa, jogando-a no chão.

— Você não acha que é divertido? — perguntei com um sorriso brincalhão.

— Acho — Finnick se aproximou para depositar um beijo rápido em meus lábios.

Deitamo-nos na cama, lado a lado, e ficamos nos encarando por um momento.

— Eu estou usando uma calcinha de bichinho — confessei num sussurro e Finnick riu — Não ria de mim! — mordi levemente o seu ombro.

— Eu vou adorar ver sua calcinha de bichinho.

Mas acabou que ele não viu. Não nessa ocasião, pelo menos. Acabamos fazendo outras piadas e rindo de outras coisas, até que as brincadeiras se tornaram uma conversa mais profunda sobre o universo e o sentido da vida e, por fim, o sono nos venceu e nós dormimos abraçados.


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Notas finais do capítulo

*Creative writing é um curso que não existe no Brasil (infelizmente), acho que a tradução mais apropriada seria escrita criativa mesmo né?
Agora, ao capítulo~~ essa briga da Annie e da Katniss hein gente? Confesso que me deu uma raivinha da Katniss nesse capítulo apesarrrr de que ela realmente tem os problemas dela e tudo mais, e odeio mais ainda o Gale, queria poder matar ele em todas as fics (porém não vou fazer isso). Não tenho nem palavras pra expressar o quanto eu amo a Annie e o Finnick, fico tão feliz escrevendo essas cenas assim ai fico imaginando a cena como eu amo esses dois!!! E perdão pelo final, porque eu fiz parecer que eles iam all the way e tudo mais, vou confessar que essa cena foi inspirada em Crazy Stupid Love porque eu acho um amor a cena em que a Emma Stone e o Ryan Gosling ficam conversando e acabam não fazendo nadakkkkk muito fofo. Da próxima vez prometo que não vai ter enrolação, apesar de que o hot mesmo eu não vou escrever, só a insinuação e tals.
Espero que vocês tenham gostado, migos. Beijos e até o próximo ♥



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