Katherine Cullen

Era o primeiro dia de aula na universidade, não me encontrava muito animada, mas com certeza minha situação era melhor do que a de Mayra que não parava de reclamar por um segundo desde que acordou. Eu cursaria literatura. Não porque atuaria naquele ramo, mas sim porque entre tantas outras matérias certamente era a que eu mais me identificaria. Tínhamos aulas no período da manhã, até o meio da tarde. E depois, poderíamos prestar atividades extracurriculares, ou não. Quando finalmente estava pronta pensei em perguntar a Mayra se ela precisava de ajuda, estava totalmente enrolada com seus matérias, mas em vez disso, peguei minhas coisas e sai do quarto batendo a porta com força. Não estávamos brigando, estávamos bem de certa forma. Porém eu queria dar uma boa volta pelos corredores para tentar encontrar o irmão de Mayra.

Atravessei o campus varias vezes, olhando para todos os lados, chagando até mesmo a memorizar alguns rostos. Mas nada dele. Não que já tivesse o visto pessoalmente, mas se fossemos considerar por quanto tempo analisei sua linha do tempo no facebook o reconheceria a metros de distancia.

Meu celular vibrou no bolso da calça e eu imaginei que fosse alguém da minha família, pois sabiam que as aulas começariam em breve. As quatro letras piscavam compulsivamente no pequeno aparelho em minhas mãos. Senti algo dentro de mim se apertar. E de repente eu estava sozinha em uma cidade enorme, atrás de uma vingança idiota. Me deu saudade. Saudade de casa e das pessoas que lá estavam. Me sentia pequena, até menor do que uma formiga.

— Como vai a minha humana favorita?— sorri ao ouvir a voz do outro lado da linha. Soltei um suspiro pesado.

— Pergunte a ela – brinquei. – Como estão as coisas por ai?

— Estão todos bem— disse. – Com saudades de você, mas bem. Tivemos algumas transformações desde que foi embora. Desculpe não ter ligado antes.

— Eu nem senti muita falta mesmo – ele riu. – Vocês tem muito com o que se preocupar. Estou bem, podem ficar tranquilos.

— Seu pai está frustrado.

— Imagino que esteja – falei.

O sinal tocou, anunciando o começo da primeira aula.

— Preciso desligar – anunciei, com a voz contrariada. – Minha aula começa agora.

— Boa sorte— disse. Podia sentir o sorriso em sua voz.

— Ligue mais vezes – pedi, mordendo o lábio inferior. Não sabia se deveria ter dito aquilo, não estávamos juntos.

— Vou ligar — falou. – Liga também.

— Vou ligar – repeti. – Até depois, Paul.

Não tive tempo de me recuperar, pus o celular no bolso e corri para a sala de aula o mais rápido que pude, evitando esbarrar nas pessoas. Eu sabia que a numeração da sala, o que facilitou muito. Quando adentrei na mesma o professor não havia chego. Mas ele sim. Tyler Lockwood estava sentado na ultima cadeira da primeira fila com os olhos fixos na porta, ou em mim. Alimentei o olhar até que tivesse de sentar em minha carteira. Seria um longo dia.