Maze Runner — A Sobrevivência escrita por Phraysee, cycytv


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Alô, alô, Phraysee falando, tudo bem com vocês?
Desculpem a demora em postar o capítulo, a semana realmente foi corrida. Sim, provas. 3
Mas aí está e espero que gostem!



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P.O.V Annebell

Eu ainda estava meio chocada com o que estava acontecendo ali. Era tudo estranho demais.

Quando fui puxada por um garoto fortão e feioso, assim como a outra — uma garota que, sinceramente, me parecia muito familiar, como se a conhecesse, mas algo bloqueava essa lembrança —, mal consegui tentar lutar e decidi espiar ao redor. Era uma grande clareira, aberta para cima, mas cercada por grandes e imponentes muros, com algumas videiras. E só tinha garotos. Isso me despertou curiosidade, por que apenas garotos? E por que todos nos encaravam torto, como se fôssemos algo muito interessante? Aquilo assustava, mas me assustou mais ainda o fato de, alguns segundos após isso, eu ter conseguido me comunicar mentalmente com a morena. Epa, como assim?

Minha cabeça parecia um turbilhão de perguntas e mal consegui me concentrar totalmente no que a outra ou um outro garoto, que chegara a pouco e parecia bem gentil, na verdade, falavam. Só escutei a pergunta e automaticamente um nome me veio à cabeça e o falei. Era aquele meu nome? Também familiar, mas de qualquer modo, estranho.

Mais algum tempo se passou, até que uma voz infantil e meio boba me despertou dos devaneios.

— Oi, eu sou o Chuck!

— Eu sou a Jocelyn. — a morena falou, mais rápida que eu, logo voltando a olhar para mim, erguendo as sobrancelhas como se dissesse "não vai se apresentar?". Pisquei algumas vezes antes de dar um sorriso e fechar o punho, levantando-o para o garoto dar um soquinho. Aquele gesto me surpreendeu, por que eu o fizera? Não me lembrava de ter visto alguém fazendo-o antes.

— Eu sou a Annebell, de boas? — o tal do Chuck, que era um garoto gordinho e bem baixinho, parecendo ter uns treze anos, deu um soquinho na minha mão e logo a baixei.

— Sim, Fedelha. — "Fedelha?", pensei e Jocelyn fez uma leve careta ao me encarar outra vez.

"Será que dá pra parar com isso?!", ouvi a voz dela claramente em minha mente e grunhi, não era culpa minha!

"É involuntário, sou inocente, saco."

"Não interessa, isso é estranho."

Enquanto isso, Chuck nos encarava como se fôssemos loucas. Talvez, quem sabe.

— Desculpe por isso. — Jocelyn voltou a olhá-lo e deu de ombros. O garoto continuou a nos olhar por alguns segundos e por fim parece ter desistido de nos entender, fazendo um sinal para seguirmos ele. — Bem... o que são esses Muros? E o tal do "Passeio"?

— Você vai saber disso no Passeio, Fedelha. — ele respondeu, dando uma risadinha esganiçada.

— Ah, fala sério! E não me chame de "Fedelha", já disse que meu nome é Jocel... — interrompi ela com um empurrão leve no ombro, brigar por aquilo era coisa boba, tínhamos que tentar entender tudo. Ela parece ter compreendido, pois com um resmungo, cruzou os braços e ficou quieta o resto do caminho todo.

— Chuck, tem algo para comermos? Estou faminta... — murmurei, passando a mão na barriga. Não me lembrava de minha última refeição, se é que eu tinha tido alguma, parecia ter passado horas e horas naquela Caixa e não me lembrava de nada antes dela.

— Imaginei, o jantar já passou faz tempo. E torçam para que Caçarola esteja de bom humor hoje, Fedelhas.

Assentimos e ouvi outro resmungo de Jocelyn, o que me fez soltar uma risada. Ela aparentemente odiava ser chamada de Fedelha, apesar de eu não me importar. Eram tantas palavras estranhas daquele lugar... Mértila, plong, trolho, Fedelho...

Continuamos a andar até que Chuck para, entra numa espécie de... "cabaninha", será que poderia ser chamado daquilo? E um garoto alto, de pele escura e rosto amigável apareceu, olhando Chuck brevemente e logo depois voltando a sua atenção para nós.

— Sou o Caçarola. — apresentou-se, dando um sorriso que fizeram suas bochechas gorduchas se sobressaírem mais.

— Jocelyn.

— Annebell.

— Será que poderia fazer alguma coisa pra comerem? Elas chegaram depois do jantar e teve toda aquela confusão e tal... — Chuck deu de ombros, como se não fosse nada.

— Argh, Chuck. É a última vez.

O maior revirou os olhos e entrou. Espiei e era na verdade uma cozinha, bem organizada até. Esperamos alguns minutos — que mais pareceram horas, pois minha barriga insistia em roncar e me fazer corar a cada pouco tempo — e logo Caçarola saiu com três sanduíches prontos, nos entregando.

— Espero que gostem, mocinhas. Bem, vou voltar a limpar as coisas aqui, Chuck cuidará de vocês.

E entrou, fechando a porta. Rapidamente dei uma mordida no meu sanduíche e suspirei, fechando os olhos. Era algo simples: pão de forma, presunto, queijo, requeijão, alface e tomate, mas não deixava de ser delicioso, ainda mais pela fome que eu sentia. Jocelyn deu um pequeno sorriso enquanto comia e Chuck voltou a caminhar, só que mais lentamente desta vez.

— Vou mostrar onde vão dorm...

Foi interrompido, de repente, por um alto e ruidoso som que encheu todo o local. Arregalei os olhos, encarando o redor, o que seria aquilo?

— Ah. Os muros estão se fechando, olhem — e apontou.

"Não pode ser...", ouvi os pensamentos de Jocelyn. Ela nem deveria estar se tocando que eu podia ouvi-la de tão perplexa. Nem prestava mais atenção no sanduíche, agora apenas de olhos arregalados, quase saltando das órbitas, a boca entreaberta. Eu não deveria estar muito diferente.

— Como isso é possível?! — praticamente gritei, assim que ouvi o baque dos muros finalmente nos prendendo ali, uma sensação ruim no peito. — Aquilo deve pesar toneladas! E por que elas se fecham? Por que nos prendem aqui? Não temos como sair?

O metralhei de perguntas e ele ergueu as duas mãos — uma delas segurando o sanduíche pela metade —, em sinal de rendição.

— Epa, epa, epa! Calma! Minho vai explicar pra vocês amanhã no Passeio, me recuso a falar qualquer coisa.

E ele realmente se recusou a falar qualquer coisa. Apesar de Jocelyn e eu ficarmos insistindo, ele apenas ficou cantarolando enquanto nos levava para dentro de uma das casas, de madeira.

— Acho que Alby e Newt gostariam que dormissem aqui dentro, longe daqueles trolhos lá fora, é mais seguro.

Assenti, olhando o quarto para o qual ele tinha nos levado, parecia ter sido arrumado justamente para nos acomodar, porque tinha uma cama e um colchão no chão, além de cobertas.

— Obrigada, Chuck. — pus a mão na cabeça dele, balançando seus cachinhos e ele soltou um resmungo, apesar de ter corado.

— Tudo bem, Fedelha. Durmam bem. — e já se virou para sair, quando Jocelyn o parou rapidamente, um olhar suplicante na face e respirou profundamente, logo engolindo em seco.

— Chuck... nossas perguntas serão respondidas amanhã, não é? — seu tom foi de medo e talvez isso tenha feito Chuck se amolecer um pouco, assentindo. Isso parece ter deixado a garota mais aliviada e logo o menor saiu, Jocelyn fechando a porta em seguida.

— Se acalme.

— É complicado, sabia?

— Sim, sabia. Mas eu também estou assustada... é tudo muito estranho. Não consigo me lembrar de nada antes de acordar naquela tal de Caixa, mas... eu sinto que te conheço, sabe? Antes disso tudo aqui. Só não sei como ou por quê. Eu me lembro de você, mesmo que vagamente, e me pergunto porque não lembro dos outros, desse lugar... — desabafei, esfregando o rosto e me deitando.

Ela não respondeu, apenas se deitou no colchão e ouvi seu suspiro cansado.

As perguntas ainda estavam bem vivas na minha mente, mas acho que estava tão exausta que foi questão de pouco tempo para que meus olhos se fechassem e eu caísse num profundo sonho, repleto de uma escuridão vazia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo! :3



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