Filhos do Dragão escrita por Wallas Reis


Capítulo 7
Orfanato - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

- Uma ótima leitura



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May se vira para os quatro que ainda estão de cabeça abaixada, o velho começa a andar em direção da casa. O clima estava bem tenso e May não sabia como iniciar aquela conversa, não sabia o que perguntar a eles. 

—Tudo que ele falou foi verdade – Arom diz quebrando aquele silêncio – Eu, o Yazi e as garotas nos conhecemos no orfanado desde crianças, lá nos tornamos grande amigos. 

—E graças ao Mestre somos uma família também - Alice fala se inclinando pra frente e olhando pros três ao seu lado. 

—Vocês se lembram de alguma coisa ou alguém que... Sei lá! Enfeitiçou vocês - Ela tenta formular a pergunta – Se somos filhos de um dragão, deve rolar isso de feitiços.  

—Não - Cristal fala passando os dedos pela testa trazendo uma mecha do seu cabelo branco para trás da orelha. 

May e Yazi se olham profundamente, ele observa os olhos castanhos dela, para os outros foi estranha aquela cena, mas parecia que eles estavam em uma perfeita sintonia. 

—Porque o Yazi não fala? - Ela se vira para os outros. 

—É meio complicado contar essa história - Cristal diz, sentido Yazi tocar seu braço. Ela o olha e ele assente – Depois que passamos da transformação e nos tornamos recém-nascidos como você fomos treinados pelo mestre... 

—Ah não, estou curiosa de mais pra saber em pedaços, eu quero desde o começo. 

Cristal olha para os amigos que assente, Arom e Alice se ajeitam e eles formam um círculo, dão as mãos. Alice, Cristal e Arom soltam uma fumaça que faz todos cair em transe. 

... 

Passado – Orfanato Pequeno Anjo 

—Crianças a hora da brincadeira acabou, vamos entrar lavar bem as mãos e almoçar - Uma senhora magra e de cabelos curtos preto diz - Lá daremos um comunicado para vocês, entrem! 

Assim que ela termina de dizer as crianças correm em direção a porta central para fazer aquilo que a senhora lhes disseainda restavam quatro crianças que estavam no parquinho em frente ao casarão, tão distraídos no balanço que nem ouviram o chamado. A senhora desce as escadas em frente a porta e vai até eles. 

—Ei pequenos – Chama a atenção deles - Está na hora de entrar e se alimentar, depois vocês podem vir aqui brincar mais um pouco, claro! Assim que o aviso de hoje for dado – Ela estende a mão e Arom pega, com a outra estende para Yazi que faz o mesmo com Alice e que repete o gesto para Cristal. 

Ambos saem de mãos dadas em direção ao casarão, passando pela grande porta, lá dentro eles estavam em um salão enorme, tinha duas entradas no lado direito e duas no esquerdo, uma grande escadaria central que levava para o segundo andar onde estavam os quartos, sala Diretora Cleia e os banheiros, eles entram na primeira entrada a esquerda, onde ficava a sala das refeições. 

Se sentaram todos nas cadeiras e olharam pela longa mesa até um balcão com uma entrada lateral que dava para a cozinha. 

—Todos de mãos lavadas? - Os quatro pequenos levantam as mãos em sinal que não. 

Vão juntos até o lavabo que era ali mesmo, limpam as mãos e volta a se sentar, a senhora achava interessante como era a união daquelas crianças, sempre  juntas, só se separavam na hora de dormi, quando as meninas iam para um lado e os meninos para o outro, mas ainda assim ficavam em dupla, ao acordar um esperava o outro e faziam as coisas um na companhia do outro. A mulher desperta do pensamento dela, ao ver o movimento das crianças colocando os pratos vazios no balcão. 

—Bom! Já que terminaram, darei o aviso como prometido – Ela fala olhando para todos entre as duas grandes mesas segurando suas próprias mãos - Conheçam o tio Colon, ele vai ser o nosso jardineiro vai cuidar da nossa hortinha e do nosso jardim, deem boas-vindas a ele crianças! 

As crianças correm em disparada para cima do homem na maior alegria, ele com um grande sorriso cumprimenta e abraça a maior quantidade de crianças que consegue, mas seus olhos não conseguem sair na direção daqueles quatro que ainda estavam a comer, ele sentia quem eram diferentes. Depois de toda algazarra que fizeram voltam para o parquinho. 

—Não pude deixar de notar naquelas duas meninas e nos dois garotos – Ele aponta para o local onde estavam sentados. 

—A união deles é impressionante, assim como a histórias – Ela comenta – eles chegaram ainda bebês aqui no nosso orfanato, e na mesma semana. Com dois anos foi quando tiveram sua primeira interação e são assim até hoje e sabe se lá quando anos mais — A moça começa a andar e o homem lhe acompanha, eles vão pra uma enorme janela de vitrais coloridos e dali observam as crianças. 

—Que interessante deve ser por isso que são tão unidos. 

—São vencedores, desde pequenos – Ela respira fundo – A albina chegou até nós depois de sua mãe abandona-la na porta da delegacia, ela tinha dias de vida, era tão pequena, magrinha. A policial que trouxe disse que colocaram o nome dela de Cristal, pois se parecia com um de tão frágil e linda... 

—E a mãe? 

—Foi encontrada, disse que fez isso porque não teria condições de cuidar de uma menina desse tipo, pois era muito pobre – Agora ela aponta pra outra criança - a outra garota, nasceu prematura e estamos muito felizes dela está tão saudável e gordinha, seus pais morreram em um acidente, na verdade seu pai morreu no local, a mãe ainda conseguiu chegar ao hospital, mas teve que ser levada para fazer uma cirurgia que não me lembro, mas foi preciso fazer uma cessaria muito complicada, a mãe conseguiu ver a criança e até deu o nome Alice, mas teve uma complicação na cirurgia e veio a óbito.  

O homem olha não crendo muito na história que estava ouvindo e meio receoso das próximas que ainda estaria para ouvir, tão pequeninos e já enfrentaram coisas tão terríveis, nesse mundo tão monstruoso. 

—São todos da mesma idade, mas o maiozinho de belo sorriso, foi tirado da mãe que morava na rua e se drogava, a mãe dele o teve sozinha perto de um esgoto, quem nos contou a história dele foi uma freira, ela estava passando na hora e ouviu os gritos, quando chegou perto tinha uma mulher de vestido rasgado em sangue, um bebê no chão e alguns cachorros que parecia querer se alimentar dele, ao ver a cena ela disse que correu afastando os cachorros, abaixou próximo e tentou reanima-lo. A freira levou a polícia, e a justiça encaminhou ele para o nosso orfanato – Ela diz olhando pro belo garoto negro cruzando seus braços - A enfermeira que cuidou dele disse que merecia um belo nome, Arom, que significa Leão guerreiro.  

A mulher olha para o lado e ver o homem passando a mão no rosto, parecia que estava chorando, ela vai com sua mão até as costas dele, como se tentasse acalma-lo. 

—Desculpa, eu sei que a história desses pequenos é muito forte, mas é por isso que estou aqui para ajuda-los, dando a máximo de amor que tenho e que eles não tiveram e torcer para quando forem adotados receba mais amor ainda – Ela suspira – Meu único medo é deles se separarem e não saber lidar com essa perda. 

—E aquele ultimo o de olho puxadinho? 

—A própria mãe dele que nos trouxe, ela tinha apenas 15 anos, em lagrimas nos entregou. Explicou que se os pais dela soubesse era capaz de joga-los na rua sem pena, até mesmo fazer coisa pior, eram muito tradicionais e seguiam isso com muito pudor, tinha medo do que seria capaz, e nos pediu que, por favor, colocasse o nome que ela dissesse, pois o pequeno era da sétima geração de sua família e por isso teria que ter um nome de dragão, e nos disse o nome Yazi. 

Colon olha para a mulher meio assustado e confuso, até parecia que ela sabia o que ele realmente estava fazendo ali. 

Yazi, segundo a mitologia chinesa – Ele explica a mulher – Significa o sétimo filho do dragão, dos nove que existe, aquele que gosta de matar, e é encontrado em espadas e em facas. 

A senhora olha para ele meio assustada com o que disse. 

—Mas também pode significar guerreiro. 

CONTINUA... 


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Notas finais do capítulo

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