Filhos do Dragão escrita por Wallas Reis


Capítulo 5
Invocados


Notas iniciais do capítulo

- Boa leitura.



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— Pelo poder dos quatros elementos, a terra e a água que molda a vida, o fogo que firma e o vento que entrega o espirito, nós invocamos vocês almas perdidas. Pela magia da maior estrela que é o sol, e sobre o banho da lua, eu ordeno, LEVANTE e venha até a nós!

As sombras começavam a se mexer, o que era sem forma começa aparentar algo, podia se ver já um braço, era como se ele quisesse escapar da parede, mas assim como aquilo surge some e um silencio enorme se faz naquele lugar.

—O que está acontecendo? - Elas perguntam furiosas.

—Creio que os seus poderem estão fracos, precisam logo se alimentar - Um homem de terno preto ajoelhado com a cabeça baixa diz.

—E como os derrotaremos sem um exército?

—Isso não é mais um problema – Ele pega uma pequena caixa de madeira e oferece.

—O que tem nela?

—Um coração, pequeno e sem muitos poderes, mas deve ajuda-las com a invocação.

—Esse coração é do escolhido que você matou, não é?

Ele somente assente sentindo um vento forte e em segundos a caixa não estava mais em suas mãos.

—Para um coração de um não transformado, até que estava muito bom e com um poder natural delicioso – Elas falam após lamberem os dedos – Ele seria um grande dragão de força devastadora, acho que nos alimentamos de um líder.

O homem não conseguia entender a sensação que sentia naquele momento. As sombras começam a se levantar com forma humana, mas sem rosto, e não foi preciso elas dizerem nada, tudo foi tão rápido, surgiram e já saiam aos montes da casa. Ele levanta a cabeça ao ouvir passos no lugar e ver que duas velas estavam acessas, e foi nessa hora que mais duas se acenderam ele pode ver o rosto delas.

Duas jovens moças de cabelos ruivos, pele branca e com sardas, pareciam como bonecas de porcelana, demostravam uma ingenuidade no olhar a cada vez que ele as via ao ascender das velas, até que chegaram as últimas e elas estavam do lado dele.

—Uma nova era está pra começar - As duas sempre falava ao mesmo tempo perfeitamente – Onde os dragões se vingarão de cada ser humano que extinguiu nossos ancestrais, mas para aquele que jurar ser um seguidor fiel, teremos misericórdia, afinal é graças a essa escoria humana que existimos, filhos dos dragões! - Elas lançam chamas pra cima que se cruzam e novamente mostra os esqueletos pendurados no teto.

...

—Me sigam precisam ver isso – O velho se levanta e guia os jovens em direção da árvore – E conhecer mais um pouco do que são.

Eles se levantam e se entreolham, estavam achando aquele velho misterioso demais e com poucas respostas para as perguntas deles, Alice se lembra das sombras e para de andar fazendo os outros pararem e olhar para ela.

—E se ele for o que manda aquelas coisas, as sombras e tudo isso é uma armação dele pra pegar a May? - Ela sussurra para os amigos na sua frente.

—Calma pessoal, não podemos tirar razões precipitada das coisas – Arom fala olhando pra Alice e Cristal.

—Onde eles estão indo? - Alice fala vendo Yazi e May seguir o velho.

—Não temos muito o que fazer a não ser ir – Cristal diz indo na direção deles.

Então eles vão em direção daqueles três que estavam quase atrás da árvore, e assim fizeram o mesmo, se assustaram de novo quando viram algo que não aparecia ser, um templo não muito grade, mas não o bastante para uma árvore conseguir esconder. Os cinco jovens não acreditavam no que viam, era nítido o encantamento e a surpresa deles ao ver aquele lugar, nas paredes, tapetes com desenhos de dragões como estampa, as colunas, tinhas desenhos estranhos com formas jamais vistas e no fim daquele lugar no centro tinha um altar com um enorme chifre com algo parecido com escrituras.

—Essa é a história de vocês filhos do dragão, a única parte que restou, por isso protejo esse lugar com tantas ilusões para que ninguém ache.

—Podemos ter nossas respostas agora? - May pergunta - Mas eu quero que o senhor responda a de todos.

—Farei melhor, contarei a nossa história e daí terão algumas respostas – Ele com um sopro acende uma fogueira que estava à frente do altar.

O fogo não era normal como era de costume ver, ela não queimava a madeira, era de um verde azulado estranho, ele aponta pro chão como se pedisse para que eles se sentasse e assim os jovens fizeram, eles sentaram em volta da fogueira, o velho estendeu a mão e pediu a mão do Arom e do Yazi que estava do outro lado dele, entregaram a mão ao próximo até fechar o círculo e daí a história começou a ser contada.

—Em um período em que Dragões existiam de verdade, foi quando a nossa história começou, porém os humanos não sabiam da existência deles, e foi assim que os dragões viveram por séculos, mas com a grande destruição dos recursos naturais os poderes desses enormes seres foi enfraquecendo até o momento que eles foram descobertos e caçados, mas não era por qualquer um, caçadores eram treinados arduamente pra conquistar seu maior prêmio, qualquer parte do corpo de um dragão - Ele pausa um pouco e os jovens percebem que uma lagrima escorre do seu rosto e ao invés de cair no chão ela segue pra fogueira como se fosse atraída.

Ao entrar em contado com o fogo o muda completamente de cor, um vermelho vibrante que doía os olhos mas era muito difícil não conseguir encarar, nos jovens era perceptível a dor, seus olhos começaram a ter a coloração do fogo, as mãos se apertavam e gemidos de dores eram soados e de repente, um a um iam caindo no chão desmaiados, menos os idoso.

~~~

—Porque está tudo escuro?

—Eu sabia, era uma armadilha.

—Aquele velho maldito, desgraçado, enganador, fil...

—Calma Alice, não se empolga tanto nos xingamentos – Arom tenta acalma-la.

—Eu estou vendo um ponto de luz – May fala pros outros – Me sigam!

Eles aguçam seus sentidos, com sua visão consegue ver um ao outro como um infravermelho, e assim foram seguindo May até o que ela via, pois eles mesmo com seus sentidos aguçados não conseguiam, talvez porque ela era uma recém acordada*. Andaram até cair em algo que pareciam um buraco foram escorregando até cair em uma caverna e ouvir uma discussão.

—O que você quer aqui humano? - Uma voz forte perguntou – Sou a última dos meus, me deixe em paz.

—Eu não vim aqui para te fazer mal algum, pelo contrário, estou aqui para lhe avisar que fuja – Uma voz feminina diz - Está vindo uma brigada muito bem armada para lhe abater.

—Mentira! Eu poderia acabar com você com um simples golpe.

—Eu sei, mas nem por isso você não fez, eu acredito que os Dragões são criaturas boas e sei que sabe disso... - A voz dela embrulha como se fosse chorar - Então te peço que fuja o quanto antes por sua vida, sua espécie.

—Eu não posso! - A voz forte grita, fazendo até os jovens que via aquele enorme dragão e uma pequena mulher de longos cabelos pretos, vestido branco de cetim e capa, estremecer o corpo - Não posso porque meus ovos estão nessa caverna, a última esperança da minha espécie.

A garota cai de joelhos e começa a chorar, os jovens correm em direção delas, mas em vão, elas não os veem são meros espectadores daquela cena, ainda mais agora que a brigada tinha chegado com suas armas. O Dragão se vira em direção da entrada da caverna e lança chamas em cima dos homens.

—Pare! - Em lagrimas a garota grita - Você não vai conseguir eles são os melhores.

—Os proteja! Eles nunca enfrentaram uma líder - O Dragão lançou uma chama diferente, ela parecia com a aurora boreal, em direção da garota – Da pureza de um coração te entrego a benção de um dragão, que seus corações se tornem um só - Ela diz, lançando a mesma chama para seus ovos ambos começam a incendiar com uma chama roxa.

Um "rugido" alto chama atenção dos jovens, o Dragão tinha sido atingida, os homens conseguiram apagar o fogo e agora estavam a ataca-la, ela lutava bravamente, até o momento em que teve uma espada de ouro enfiada em seu coração, não tinha mais forças, seu fim total foi quando lhe cortaram a cabeça. Enquanto essa cena horrível acontecia um dos homens encosta perto do corpo da garota que estava carbonizado, ele olha pro lado e percebe que ainda tinha um ovo que resistiu, se levanta vai até ele pega uma pedra que estaca do lago que começa a dar golpes no ovo com a pedra quebrando a casca do ovo deixando vazar o que tinha dentro.

—Acabou, esses demônios foram todos mortos – Ele grita com os olhos em lagrimas pela perda da garota.

Os jovens dragões estavam em choque, Cristal não conseguia parar de chorar. Eles viram aqueles homens indo embora comemorando a morte daquilo que eles não entendiam e descriminavam.

—Pessoal! - Arom chama a atenção de todos.

Pela entrada da caverna entra um forte vento indo em direção da garota, que ao tocar nela ia causando rachaduras na pele carbonizada da garota, até por fim ela se levantar, limpando o resto que tinha restado, sem entender o que aconteceu e ao ver o Dragão morto e sem a cabeça chora.

—Vá até o ovo destruído – Uma voz diz, ela então vai, de novo a ventania e com as cinzas dos ovos queimados formam o semblante do Dragão - Esse ovo que não queimou é especial, ele pode te mostrar onde estão os outros ovos, mas para isso deve estar disposta.

—Se for pra salvar a sua espécie estou sim!

—De um coração puro e de um ovo de dragão massacrado pelo ódio, nasce um novo ser, metade humano metade dragão - Ela diz – Coloque sua mão dentro do ovo, e pegue um pouco do liquido, toque com ele na sua cabeça e coração.

E assim ela fez, e uma forte luz já vista por eles tomou conta daquele lugar...

Quando abriram os olhos estavam no chão do templo e o velho a olhar pra eles.

—Gostaram da viagem? - Ele pergunta.


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Notas finais do capítulo

*RECÉM ACORDADOS - é quando os filhos dos dragões saem dos ovos.



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