Filhos do Dragão escrita por Wallas Reis


Capítulo 4
Sentidos


Notas iniciais do capítulo

- Boa leitura!



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Dois meses se passaram e depois de tudo aquilo que aconteceu, Alice, Arom, Cristal e Yazi não tinha certeza do que havia acontecido com May, pensaram que ela tinha morrido ou que estava em algum universo dentro do ovo, mas preferiram ficar no apartamento com a pedra, ou melhor, o ovo. Os primeiros indícios começaram no fim daquele segundo mês, a rotina deles se tornou uma bagunça, estavam sempre lutando e protegendo aquele ovo, algumas rachaduras começaram a surgir e Cristal foi a primeira a perceber isso. 

—Gente corre aqui, o ovo está... - Ela tenda descrever o que vê - Está chocando? Rachando? 

—Acho que a May está revivendo. 

—Calem a boca! 

Em seguida uma forte luz iluminou todo aquele local e daqueles 45 cm saiu uma linda mulher, morena com os cabelos cor de mel, seus olhos chamaram atenção ao se parecer com de um dragão mas depois voltaram ao normal, ficando castanho como era antes, Alice rapidamente corre pra frente dela e Cristal vai pegar uma roupa pra ela. 

—Meninos virem – Alice fala para eles. 

—Ah! – May grita, mas logo recobra a consciência – Cadê meu filho? Onde está o Mart? 

—Calma – Cristal chega com um lençol e algumas peças de roupas – Vista-se e depois vamos conversar direito. 

Ela joga o lençol sobre May e a acompanha até o sofá, as duas se sentam, no pequeno sofá em frente, Alice senta em seguida Arom e Yazi que trazia um chá, dá para a garota e se senta ao lado de Cristal. 

—O que aconteceu comigo? 

—Esse tempo todo... 

—Quanto tempo? – Ela pergunta curiosa. 

— Dois meses – Alice responde. 

Ela fica chocada sem acreditar olhando para cada um deles que não apresentavam expressão alguma, olhou pra suas mãos, braços e seu corpo e se sentiu diferente, muito diferente. 

—Então... – Arom continua – O tempo que ficou no ovo, e é muito estranho dizer isso, nós a protegemos e pesquisamos, fomos atrás de qualquer pista para saber um pouco mais. 

— E ai? 

—Que hoje, é exatamente o dia que iríamos encontrar com um homem que disse que poderia nos ajudar e explicar sobre tudo isso. 

—Que coincidência, não é? – Cristal diz parando para pensar. 

May assente dando uma golada no chá, ela começa a lembrar da cena em que viu seu filho morrer, seus olhos encheram de lagrima e a raiva agora tomava o lugar da tristeza, teria sua vingança assim que se encontrasse com aquele homem de preto, mataria o mesmo sem piedade assim como fez com seu filho. 

—Sobre o Mart... 

—Não! – Ela interrompe Alice – Que horas vamos encontra com esse homem? 

—13:00hrs 

Observa o relógio na parede da sala e vê que é 12:40hrs, põe a xícara na mesinha no centro, se levanta segurando o lençol e depois pegando as roupas indo em direção do seu quarto. 

—Ela está muito estranha – Cristal comenta. 

—Deve ser porque nasceu agora – Arom diz. 

—Mas ela não quis falar do Mart. 

—Gente para nós o que aconteceu já tem dois meses, para ela isso foi como ontem – Alice fala cabisbaixa – Eu ainda não superei, ele era um moleque legal. 

Todos concordam e se levantam ao ouvir um grito de May, correm em direção da porta, Yazi já estava perto de arrombar a porta quando May a abre assustando a todos, ela olha desconfiada para os quatro. 

—Que mania feia essa sua de querer arrombar portas – Ela comenta – Vamos! 

Todos ficam parados querendo saber o porquê ela gritou, se olham e olha para ela. 

—Gente, Vamos! Ou nos atrasaremos. 

—Tá! Vamos eu estou muito curiosa pra saber tudo o que eu poder – Alice fala indo no sofá pegando sua jaqueta. 

As duas vão em direção da porta, Yazi as segue. 

—Será que ela tá bem mesmo? - Arom questiona. 

—Não sei, a gente fica de olho nela – Cristal diz – Se alguma outra coisa muito estranha vir a acontecer. 

Eles vão de encontro ao outros. 

... 

Já na rua de frente para o carro estacionado próximo a entrada do prédio, algo incomoda muito a May fazendo ela cair de joelhos na calçada tapando seus ouvidos. Cristal e Arom se entreolham. 

—O que ouve? - Cristal pergunta. 

—Não sei, do nada esse barulho insuportável está me incomodando. 

—Pessoal, isso deve ser os sentidos dela se aguçando – Alice explica, ela se agacha de frente pra May - Concentre-se, respire fundo e tente bloquear esse barulho que ouve, ouça somente a minha voz e afasta devagar suas mãos da orelha. 

E assim ela foi fazendo até conseguir, ainda ajoelhada respirou fundo um pouco assustada com aquilo que acabou de passar. 

—Tudo bem, todos nós passamos por isso – Cristal fala pra May. 

Alice se levanta e estende a mão pra May, que pega e se apoia pra levantar e todos finalmente vão pro carro, Yazi se senta na parte do motorista Arom vai no carona ao lado e as meninas no banco de trás. 

—Onde conseguiram esse carro? 

—Sempre tivemos esse, mas nunca usamos já que temos asas. 

—E é mais legal – Alice completa a fala de Cristal finalizando batendo a mão. 

Depois de muitas músicas, cochilos e conversas no caminho finalmente eles chegam em frente de um casarão... Abandonado caindo aos pedaços, era impossível alguém morar naquele lugar. 

—Tem certeza que é aqui? –May pergunta. 

—Sim, foi esse lugar que ele me informou – Arom confirma. 

—Aquele velho FDP, nos enganou, deu a merda do endereço errado – Alice fala. 

—Calma pessoal vamos sair do... 

Todos se calam ao ver o Yazi apontando pro céu, eles saem rapidamente do carro e observam algo enorme, parecendo uma cobra, era rápido sumia e rapidamente aparecia no céu, mas não dava para ver pois naquele dia estava coberto por nuvens e só o que enxergavam era a sombra, do nada aquilo some e eles olham em volta e nada, em cima do prédio para ver se achavam, quando de repente atrás dele a criatura surge. 

—Dragão! – Todos gritam “menos o Yazi” 

E quando aquilo se aproxima deles em um instante some como fumaça, agora eles tinham a certeza que o lugar onde estavam é o certo, só não sabiam onde encontra-lo, resolvem entrar no casarão atrás do homem ou de algo que levasse até ele. Já lá dentro o que era ruim por fora por dentro era totalmente impecável, tudo limpo e brilhante, os moveis eram antigos, mas pareciam que tinha acabado de sair da fábrica, May saiu e entrou várias vezes para ter certeza se o que via era verdade, era inacreditável aquilo que seus olhos via. 

Continuaram andando, de um lado uma escada e no outro uma passagem que parecia a entrada para uma sala e mais a frente outra, eles foram seguindo até o fim do corredor. 

—Vocês ouviram isso? - May para todos ao dizer. 

Eles negam e continua andando pelo corredor, até chegar um local que se parecia com a cozinha, onde tinha uma porta de vidro de correr, era possível ver uma varanda com base de madeira e um enorme quintal com uma árvore e uma grama impecavelmente cortada, na varanda é possível ver cinco bonsais em cima de uma mesa rustica, as pernas dela era entalhada em forma de dragões onde a boca deles era o que segurava a parte retangular da mesa. 

—Olha o homem ali – May foi a primeira a ver ou melhor a única. 

Ela abriu a porta de vidro e os outros correram pro quintal atrás de May, que apontava pra um lugar, que segundo ela o homem estava, mas nenhum deles viam. 

—Onde está ele May? - Cristal diz - Não estamos vendo. 

—Ali oh! Em pé em frente a árvore. 

—Espera – Alice fala aumentando seu campo de visão - Ele está camuflado por isso não conseguimos vê-lo. 

—Mas se ele pode se camuflar ele é... 

—Isso mesmo jovem sou também filho de um dragão - O senhor meio corcunda e careca com alguns tufos de cabelos grisalhos disse – Sentem-se. 

Eles olham pro lado e conseguem ver um banco, que a poucos minutos não estava ali. Se sentaram os cinco no mesmo banco e o homem em uma pedra que do nada parecia brotar do chão. 

—Nós conseguimos fazer isso? - Arom falou interessado. 

O homem só olha na sua direção como se o reprimisse, Arom entende e baixa a bola. 

—Como foi a única a me notar primeiro, arrisco a dizer que você é uma recém nascida, certo? - Ela pergunta a May. 

Ela olha pros lado sem saber o que dizer, e vê a Cristal balançando a cabeça e faz o mesmo assentindo pro velho. 

—E o que querem saber? - Ele pergunta. 

—Dos poderes – Arom diz 

—Não, porque nos intitulamos de "filhos do dragão" se nem nós sabemos? - Cristal pergunta. 

—Porque não deixamos ele começar - Alice sugere – Do começo por favor. 

—E você... - Ele estica a mão para May, e ela faz o mesmo segurando na mão dele, o homem como se sentisse algo diz – Seu filho era um de nós, mas o seu amor e coragem fez com que o ovo lhe escolhesse para lhe passar todo esse poder que tens agora, não o use só pra vingança. 

Ela solta a mão do velho visivelmente abalada com o que ele disse, mas preferia o filho vivo e sendo ou se tornando um dragão do que morto e restando somente a saudade, como a única coisa que sentia ao lembrar dele. 

—Está na primeira fase, que é o sentidos. 

—Como assim primeira fase, sentidos?. 

—Sim! Todo Filho de dragão passa por oito fases e na nona ele se torna um dragão. 

Todos sorriem alegres e achando aquilo o máximo, mas também queriam saber em que fase cada um estava e quanto faltaria pra se tornarem dragões de verdade, e como eles seriam em suas versões dragões. 

—Mas não se empolguem e tratem de tirar esse sorrisinho bobo da cara. 

—Porque? - Cristal pergunta. 

Ele abaixa a cabeça como se ficasse triste com a pergunta, mas parecia que estava pensando no que ia dizer, será que se tornar um dragão era tão ruim assim? 


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Notas finais do capítulo

- E ai, o que acharam? Não deixem de comentar é importante para esse mero autor. ;)



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