O Diário das Irmãs Martins escrita por sahendy


Capítulo 8
No controle da dor


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como não postei uns capítulos nessa semana, estou postando agora. Então, espero que gostem. Que Deus e a Virgem de Guadalupe. Eu amo vocês.



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Sexta-feira 26/03/2016

"Estou tendo o mesmo sonho há três noites seguidas. Onde eu entro na sala de cirurgia que Ian morreu na mesma hora. E então encontro ele, que não está sozinho. Ele está com Carlos Daniel, e ambos me amam. Ian me diz que Carlos Daniel irá me machucar. Carlos Daniel afirma que não. Me sinto presa, me sinto com uma adaga enfiada em meu peito sem saber o que fazer. Apenas dor."

 

 

Faltando 1 hora para eu acordar e me arrumar, Jilian bateu na porta do meu quarto e abriu, ouço o barulho da porta e olho de canto para ver quem é. Quando reconheço me viro e fecho os olhos para dormir. Jilian retira suas botas e pega meu lençol se deitando ao meu lado. - Jilian, o que é que você - Eu resmungo a ela que me manda calar a boca e continua deitada ao meu lado, ainde de olhos fechados permaneço assim. Me viro e abro os olhos, fico olhando para o meu teto como Jilian, que está com seu casaco marrom e meias e calcinha. 

— Não me diga que está sem blusa por baixo e apenas seu casaco cobrindo seus peitos. - Murmurei a ela.

— Paulina... Como era o Ian? - Jilian me pergunta, eu me viro e olho para ela e logo depois volto a olhar para o teto do meu quarto, branco e sem graça. - Pergunto porque Paola comentou comigo uma vez sobre ele. Mas, não entramos em detalhe. E vou entender se não quiser falar comigo. - Ela me diz e logo resmunga baixinho. - Ninguém nunca quer falar comigo sobre algo.

— Ian... Ian era o namorado mais ciumento e grudento do mundo! - Jilian ri. - Sério, ele odiava quando eu fazia algo errado sem querer, porque ele era todo certinho, tocava violino, odiava bagunça em sua casa, gostava de ir pescar com seu pai e seu irmão mais velho. Ele me olhava furioso ás vezes e gritava "VOCÊ É TODA ERRADA PAULINA, QUAL O SEU PROBLEMA?" E nós só tínhamos 15 anos. - Eu paro um momento de falar e dou risada lembrando dele, Jilian olha para mim, mas não me viro para ela continuo na mesma posição. Respiro fundo e em seguida continuo falando sobre ele. - Só que para nós que havíamos entrado no mundo do sexo e aprendizagem, era muito bom. Ian me fazia rir também, ele tinha o costume de escalar até o meu quarto para me dar um beijo e dizia que me amava. Eu o beijava novamente, acho que era esse o meu jeito de dizer que também o amava. Nunca disse que o amava. Para ninguém! Nem meu pai, nem minha mãe, Adelina, nem mesmo Paola. 

— Mas, você os ama? - Jilian volta a me perguntar. 

— Uhum. - Respondo. - Por que quer saber do Ian? 

— Bom, acho que por mais que Joe seja um babaca. - Bota babaca nele. - Eu brinco. - Eu o amo. E eu só consigo pensar nele. Transei com dois depois dele. - Jilian diz e eu novamente brinco. - Eu sei, dava para ouvir. - Cala a boca Paulina, deixa eu terminar. Enfim, estar com Joe era como ter espinhos comigo a todo o tempo. Brigávamos direto, mas em compensação depois receber o beijo dele, as ligações, o abraço, é como se eu me sentisse uma Julieta... Claro, antes da idiota se matar, me sinto como se tivesse outra chance, me sinto nova e mais apaixonada ainda. Eu não sou uma pessoa muito romântica e sei que você já percebeu isso também. Mas, eu tenho sentimentos. 

— Eu sei Jilian. - Digo a ela em voz baixa. 

— Eu queria voltar com Joe. Dizer que o amo e que não quero meu filho ou filha nasça sem um pai. 

— Por que não fala? - Pergunto.

— Joe se mudou para Atlanta. Foi morar com o pai. Covarde. - Jilian responde. - Estou com muito sono, eu só queria falar isso. 

— Então cala a boca e vamos aproveitar os 35 minutos que temos para cochilar. - Digo a ela que fecha os olhos e cochila. 

É sempre assim, fechamos os olhos e adivinhe? É hora de levantar, desliguei o despertador e me levantei indo para o banheiro e depois volto ao quarto, chamo por Jilian que não quer se levantar. A deixo na minha cama, e volto para o banheiro tomando um rápido banho e desço para preparar o meu café da manhã. Novamente não temos nada em casa, então desisto de procurar algo, pego apenas as chaves e meu casaco, logo abro a porta e para minha surpresa.

— Paola? - Eu pergunto a minha irmã que está desesperada, chorando. - O que houve? Papai e mamãe estão bem? Adelina? - Eu pergunto a ela e coloco minhas mãos em seu ombro a trazendo para dentro do apartamento e fecho a porta. 

— Como você aguenta Paulina? - Ela me pergunta e retira sua touca branca. 

— Aguentar o que? - Novamente pergunto preocupada.

— Trabalhar numa livraria, morar aqui nesse apartamento pequeno, ficar com Jilian e por mais que ela seja legal, sei que não deve ser fácil. Como você aguenta tudo isso com um sorriso no rosto? 

— Bom, para começo, nada disso é o fim do mundo. Acredite, há pessoas piores que eu, e você. Bem piores. Eu gosto da livraria, gosto daqui e gosto da Jilian e o que parece ser difícil, mas ela é bem legal. - Respondo. Paola se senta ao sofá e eu me aproximo.

— Acho egoísta pensar que não podemos achar nossas dores a pior do mundo porque a pessoas por aí com dores piores. - Paola resmunga, eu me sento na mesa, na ponta dela e fico olhando ela desabafar. - Se eu ficar feliz e disser que sou a mulher mais feliz do mundo eu não posso, porque tecnicamente há alguém nesse mundo mais feliz do que eu? - Ainda não respondo nada, continuo olhando para ela desabafando. - Vovô e vovó marcaram um encontro para mim, com um rapaz chamado Joshua. Semana que vem vou entregar a papelada da faculdade e eu ainda sou uma covarde. AH, DESEJO MORRER AGORA. - Ela diz e se deita ao sofá, eu dou risada pelo drama dela e me aproximo um pouco mais.

— Quer sorvete? - Pergunto, Jilian adora sorvete sempre tem no congelador, pode faltar a comida pois ela tem preguiça de fazer compras, mas sorvete e salgadinhos jamais falta naquele apartamento.

— Quero! - Paola responde, vejo seus olhos brilhando, ela se senta no sofá novamente e eu pego um pouco do sorvete para ela. Ela demora 20 minutos para acabar, e já é 7h40 estou atrasada dez minutos para abrir a livraria. - Que horas você abre a livraria? - Ela me pergunta devorando a colher que ainda tinha um pouco do sorvete.

— Estou atrasada dez minutos para abrir. Quer ir comigo? Jilian está dormindo e dúvido que irá acordar agora. - Eu pergunto. Paola se levanta e leva a taça até a pia e volta olhando ao redor o apartamento. 

— Ah quero, está um cheiro um pouco desagradável aqui. Cruzes, vocês não limpam isso aqui? - Paola pergunta e abre a porta, eu dou risada e atravessamos a rua para abrir a livraria. - Conheceu alguém nessa cidade? - Ela pergunta a mim se instalando na livraria. 

— Conheci. - Respondo e logo Paola se entusiasma e não cala mais a boca de tanto entusiasmo. 

— Quem é? Ele é gato? Não está falando só da Jilian não é? Como ele é? Tem quantos anos? - Eram tantas as perguntas que estava me arrependendo de ter deixado ela na livraria, mas oras... Era Paola que estava ali. 

— Bom, o nome dele é Carlos Daniel Bracho, sim ele é muito gato. Moreno, e tem 25 anos. - Respondi todas as perguntas enquanto ia arrumando os livros. - Acho que ele vem aí hoje, sempre vem para pegar um livro.

— Carlos Daniel... Carlos Daniel Bracho... Não é nome do escritor de "Um Belo Desastre"? - Paola pergunta e vai para trás do balcão onde estou, paro de frente para ela. Eu dou um sorriso e Paola coloca suas mãos na boca parecendo não acreditar. - Ah, ele é gato mesmo. - Ela sussurra a mim. Eu dou risada novamente e digo que já venho e vou para os fundos buscar uma caixa de livros que devo empilhar. Ouço a porta abrir, deveria ser Mark. 

— Bom dia! Trouxe isso a você. - Ele me diz, eu desligo o celular e fico olhando para as rosas brancas, era Paulina quem gostava daquelas rosas. Olho para o dono das rosas, é Carlos Daniel. 

— Ah, muito obrigada amor! - Respondo fingindo ser Paulina, Carlos Daniel estranha, acho que é porque Paulina não chama ninguém de amor, ou eles estavam no princípio do relacionamento e era muito cedo para chama-lo de amor. 

— Paola, será que você me ajudar a pegar... Ah, olá Carlos Daniel! - Eu digo a ele que paralisa olhando para mim e minha irmã. Paola olha para mim - Não contou a ele que somos gêmeas, contou? - Ela me pergunta, eu faço que não com a cabeça. - Bom, com licença. Foi um prazer senhor Bracho. - Ela responde e vai para os fundos da livraria. Carlos Daniel ainda surpreso demora um tempo até me dizer uma palavra.

— Acho que sua irmã levou as flores que trouxe para você. - Ele diz, eu dou um sorriso. 

— Sim, essa é a Paola. - Eu brinco. Coloco a caixa sob o balcão. - Me desculpe, deveria ter dito que tinha uma irmã. Mas, você chegou ontem a noite, nós saímos, e ela apareceu aqui de surpresa. - Eu digo a ele. Carlos Daniel retira seu casaco e vai procurar por um livro enquanto eu continuo arrumando os que estavam na caixa e então, logo aparece Mark. Ele vai até o balcão com o expresso de chantilly. 

— Bom dia Paulina. - Ele me diz e retira sua touca azul pelo frio. Eu olho para ele, droga me esqueci que havia marcado de tomar café com ele. 

— Bom dia Mark. É... É... Só um minuto tudo bem? - Digo a ele e percebo que Carlos Daniel estava olhando. Vou até os fundos e Paola havia ligado o som, e estava cochilando. - Paola acorda! - Eu empurro ela que me olha assustada. 

— O que foi? - Ela pergunta. 

— Escuta, preciso de um favor. Lá fora está o Mark, ele veio para tomar café comigo, só que eu me esqueci e Carlos Daniel está ali observando. Finja que sou eu e tome café com ele. E de um jeito muito doce diga que não procuro um relacionamento agora. - Eu peço a ela que se recusa e coloca sua touca novamente para cobrir os olhos e voltar a cochilar. Dou outro empurrão em Paola.

— Eu vou bater em você se me empurrar novamente. - Ela me diz e retira a touca arrumando seu cabelo. 

— Faça isso por mim, por favor. Por todas as vezes que te ajudei com seu namorado. - Novamente eu peço, Paola suspira fundo e levanta. 

— Ok, eu vou. - Ela responde. E então depois que ela saí, espero uns cinco minutos e apareço de fininho e chamo Carlos Daniel que já havia escolhido seu livro. 

— Psiu. Carlos Daniel. Vem aqui atrás. - Eu digo a ele que me encontra no fundo da livraria. 

— O que está acontecendo, quem é aquele rapaz? - Carlos Daniel pergunta com seu livro na mão.

— Não é ninguém. É só um rapaz que veio aqui ontem a noite e disse que está afim de mim. Paola está fingindo ser eu... Outra vez, e vai dizer de um jeito bem bonito e doce que não quero nada com ele. - Eu digo a ele, Carlos Daniel sorri.

 - Devo me preocupar com ele? - Carlos Daniel me pergunta, coloco minha mão em minha cintura. Olho em seus olhos que me olham com sarcasmo. 

— Claro que não! - Respondo. Continuo fazendo minhas coisas, e deixo Carlos Daniel por um tempo sozinho, guardo as outras caixas vazias. Pego um pano e limpo uma mesa que fica nos fundos e logo sinto uma mão na minha cintura e sinto a respiração de Carlos Daniel, ele beija meu pescoço. Tomo um pequeno susto, e sinto um arrepio nas minhas costas. - Aqui não. - Respondo e dou um sorriso, e então me viro para ele que continua com suas mãos em minha cintura. - Por favor Carlos Daniel! - Continuo pedindo, e ele continua beijando meu pescoço. 

— Tudo bem! - Ele responde e me solta, logo ele se vira e vai para o outro lado. 

— Não é o local apropria...- Eu tento me explicar, mas Carlos Daniel me agarra novamente pela cintura e com sua outra mão agarra minha nuca, e me dá um beijo o finalizando com uma mordida. - Bom... É... - Eu nem me lembrava mais do que deveria dizer. 

— Não é apropriado? - Ele me pergunta, eu fico encarando aqueles lábios e aí me dou conta.

— Sim... Quero dizer não! Não é apropriado. - Eu respondo e saio dali deixando ele para trás, pois eu não iria me segurar e acabaria o beijando novamente. Passados vinte minutos Paola retorna para os fundos e diz que Mark havia saído agora para trabalhar. 

— Ele é muito legal e muito doce Paulina. Disse que mora com a mãe porque ela está doente, mas mesmo assim ele procura um outro lugar para morar. Disse que tem mais cinco irmãos. Não vou mentir, ele está todo apaixonado por você. - Paola me diz, sinto dó de Mark por o enganar daquele jeito. - Mas, não se preocupe eu disse que não procurava nenhum relacionamento agora e que era cedo demais para ele se apaixonar por alguém. E, fala sério ainda toma expresso com chantilly? - Ela me pergunta, respondo que sim e logo Carlos Daniel se aproxima dizendo que deveria ir embora pois teria uma reunião agora para discutir com um diretor umas cenas que ele iria atuar num filme. Pagou pelo livro e foi embora. - Paulina, esqueci de perguntar de quem era aquele carro parado em frente ao apartamento? Da Jilian? - Ela pergunta.

— Não sei. - Respondo e vou para o balcão principal atender os clientes. 

— Paulina... Paulina, olhe para mim. É seu não é? - Paola me pergunta e me vira, fico de frente para ela e não posso negar. Abaixo a minha cabeça e depois olho para ela fazendo que sim com a cabeça. Achei que ela faria um escândalo, mas ela somente olhou, respirou fundo. - Muito bom. - Ela responde. 

— Mas, pode levar. Não usei nem uma vez. - Respondo a ela.

— Não, não... O carro é seu. - Paola responde. 

Uma hora depois ela saí e busca umas rosquinhas para comermos já que não tomamos café. No fim da tarde fechei a livraria e fui junto com Paola fazer algumas compras para o apartamento, e quando voltamos Jilian estava comendo salgadinho e assistindo Criminal Minds. - Olha quem veio de brinde. - Eu digo e logo Paola entra com três sacolas numa mão e duas na outra. 

— Oi galinha! - Jilian se refere a Paola que joga as sacolas ao chão e corre para abraçar ela. 

— Oi tarada por pênis! - Paola responde, eu volto para pegar a  sacola e guardo as compras. As duas ficam ao sofá conversando, olho em meu celular e não havia nenhuma mensagem ou chamada perdida de Carlos Daniel. Ouço a conversa das duas, estão falando sobre Joshua e sobre Jilian estar grávida. - Meu Deus, a vida de vocês parece uma aventura. A minha vida é igual! - Ouço Paola reclamar. Faço a janta bem rápido e logo ouço a campainha.

— Alguém pode abrir? - Eu pergunto enquanto corto os temperos. Paola se levanta e abre a porta. 

— É o senhor Bracho. - Paola grita e fecha a porta. Carlos Daniel as cumprimenta e logo vai para a cozinha, eu lavo minhas mãos e Carlos Daniel dá um beijo em minha bochecha. 

— Não esperava mais ver você hoje. - Eu digo a ele que se senta. - Quer alguma coisa? - Pergunto.

— Você. - Ele responde.

— Para! - Eu dou risada. - Estou falando sério. 

— Você. - Novamente ele diz. Eu olho para ele que retira seu casaco e volta seus olhos a mim. - Só passei para ver você. E dizer que amanhã eu viajo para Manhattan. - Ele responde e se levanta vindo ao meu encontro. 

— Vai viajar de novo? Por quanto tempo dessa vez? - Eu pergunto e coloco minhas mãos em volta dele que segura minha cintura. 

— Pouco. Não sei quanto exatamente, mas é pouco. - Ele responde e me dá um beijo. - Agora tenho que ir. - Ele me diz e me abraça, me aperta! 

— Se cuida. - Eu sussurro ao seu ouvido. E então dou um novamente um beijo nele.

Ele pega seu casaco novamente olha para trás e me dá um sorriso, eu aceno dando um tchau e ele vai embora. Logo, Jilian e Paola se levantam vindo até mim. 

— Vocês estão namorando ou é apenas transa? - Jilian pergunta, Paola pega um pouco do salgadinho e come. Eu suspiro fundo triste por saber que ficarei uns dias sem vê-lo, mas feliz por saber que o tenho.

— Estamos nos conhecendo. - Respondo. - Falando nisso Paola, como está Douglas? - Eu pergunto. 

— Ele está bem. Começou a trabalhar numa importante empresa. Avisei a ele que viria te visitar hoje. 

— Avisou só para ele? - Pergunto.

— Avisei para Adelina. - Ela responde, eu já sabia então o porquê só da Adelina, nossos pais nem se davam conta quando Paola sumia e voltava tarde ou dois dias depois. - Eu ia embora agora a noite, mas posso ficar não posso? - Paola pergunta e olha para Jilian que faz um "tanto faz" com os ombros, e então logo sirvo o jantar. 

Depois Paola me ajudou a arrumar a cozinha e Jilian subiu para tomar banho, arrumei minha cama já que iria dividir com Paola que se recusava a dormir no sofá e eu também. Contei a ela do meu sonho com Ian durante três noites e ela me disse que eu deveria deixar claro a Ian que agora o meu futuro era com Carlos Daniel. Nos deitamos logo em seguida depois de apagarmos as luzes do apartamento. Ficamos deitadas, mas ainda não dormimos. Acendo o abajur e me sento na cama retirando da gaveta ao lado de minha cama o meu diário. 

"A dor. Nós só temos que sobreviver a ela, esperar que ela vá embora sozinha, esperar que a ferida que a causou, sare. Ian não está fazendo isso, ele vem ao meu encontro em meio de sonhos e eu não posso mais ficar com ele, sentir seu abraço ou seu beijo. Não há soluções, respostas fáceis. Você só respira fundo e espera que ela vá diminuindo. Estou esperando, e me cansando. Só penso em Carlos Daniel. Na maior parte do tempo, a dor pode ser administrada, mas às vezes ela te pega quando você menos espera, te acerta abaixo da cintura e não te deixa levantar. Foi assim quando soube da morte de Ian. Eu tive que lutar através da dor, porque a verdade é que eu não consegui escapar dela e a vida sempre te causa mais."

— Ainda tem o diário? Meu Deus, eu também! - Paola me diz, eu guardo o diário e dou um sorriso a ela. Me deito e ficamos olhando para o teto novamente. Logo, Jilian volta ao meu quarto e se deita, Paola fica no meio eu na ponta e Jilian na outra olhando para o teto. 

— Estou grávida.

— Fugi de casa.

— Estou apaixonada.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que tenham gostado. Comentem por favor. Obrigada!