O Diário das Irmãs Martins escrita por sahendy


Capítulo 35
Jogando tudo fora


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Então, aos poucos estou atualizando todas as fics, Felizes Para Sempre, Uma Pequena Esperança, Antes que Termine o Dia e essa! Então, espero que leiam por favor e comentem spanicolungas. Olha o drama começando mais uma vez!!! Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.



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"Sabe o seu cóccix? Costumava ser uma cauda. Aquela parte rosa no canto do seu olho? Costumava ser uma terceira pálpebra. O apêndice nos ajudava a digerir alimentos duros. Agora, não faz nada. A história da nossa evolução é a história que deixamos para trás, do que descartamos. Nossos corpos só mantêm o que precisamos de verdade. O que não precisamos mais… Nós abrimos mão”.

[...]

 

Duas semanas depois - Escritora narrando.

Casa da Jilian - 9h50

Depois que Emily teve alta no hospital há dois dias, a vida de Jilian havia se tornado enfermeira em período integral, e para ela tudo bem, quer dizer um milagre havia colocado sua filha de volta à seus braços.

Jilian...

Assim que Mark saiu para trabalhar, banhei minha filha a coloquei para brincar na cadeirinha musical que a dona Lucy havia comprado, eu iria voltar a trabalhar no dia seguinte e a minha sogra cuidaria da minha filha.

Uma hora depois minha campainha tocou e deixando Emily por uns segundos brincando eu abri a porta e era Paulina, pedi que entrasse e fechei a porta, ela colocou sua bolsa no sofá e retirou o casaco pendurando-o.

Nos aproximamos de Emily e nos sentamos ao chão para brincar com minha filha, e num momento em que ela me contava como estava a minha livraria que ela estava tomando conta um grito dela me chamou toda a atenção. "JILIAN, OLHE PARA EMILY" e quando eu finalmente me virei para olhar o que havia acontecido, repliquei gritando de volta a Lina.

— PAULINA, PEGUE A CÂMERA! ANDA, DEPRESSA! - Eu peço, Emily estava andando de repente e eu me levanto indo atrás dela com medo que caísse, ou algo acontecesse.

— MEU DEUS, EU NEM SABIA QUE ELA ESTAVA ENGATINHANDO. - Lina gritou pegando a câmera enquanto eu ia atrás dela.

— SIM, ELA ENGATINHAVA HÁ UMAS 3 SEMANAS ANTES DE IR PRO HOSPITAL, O MARK VAI PERDER ISSO, NÃO ACREDITO! - Eu gritei de volta e Lina bateu o pé na quina da estante de livros da sala, me viro para ver como ela está e ela grita novamente.

— JILIAN, OLHE ONDE ELA ESTÁ! EMILY? - Ela chama minha filha.

Emily olhou soltou um sorriso de canto e correu para a cozinha. E nós corremos atrás com o celular em mãos para filmar e mostrar ao Mark, e então continuei atrás dela para que ela não caísse e se machucasse.

Em uma hora que ela parou perto da mesa ficou parada com seu dedo na boca, me aproximei aos poucos a chamando e ela soltou um gritinho e caiu no meu colo, a peguei no colo abraçando minha filha e então Lina finalizou o vídeo.

Mais tarde depois dela brincar e se cansar, coloquei para descansar levando-a para o berço e Lina me acompanhou, fomos até o meu quarto e a deixei na minha cama, aproveitando e ficando por lá para conversar.

— E o batizado da Emily? Vão fazer quando? - Ela me perguntou enquanto fazia carinho no pé da minha filha.

— Vamos fazer semana que vem! O Mark falou com o padre da paróquia dele e no sábado de tarde será o batizado, é até estranho mas estou tão empolgada, sabe... É o que Mark quer e eu já até me acostumei com a ideia.

— Você se acostumou com várias ideias, Jilian.

— Me acostumei a ser mãe, a ser esposa, a ser dona de casa e da livraria, e me acostumei a saber que sou propícia a ter alzheimer.

— Relaxa Jilian! Se tiver alzheimer eu vou ter que cuidar de você que eu sei! - Ela me respondeu e eu soltei um sorriso. - Eu vou começar a procurar empregos em restaurantes agora para me especializar mais!

— Deveria fazer isso mesmo, é uma pena que tenha ficado em terceiro lugar, eu teria ficado em primeiro é claro. - Respondo.

— Nós somos ótimas!

— Eu sou ótima, você é só... boa! - Respondo a Paulina, que me olha enquanto eu confirmo novamente o que disse.

— De qualquer modo... eu vou começar a procurar emprego! Preciso fazer algo da minha vida, já deu o tempo suficiente.

— Sinto falta de fazer sexo. - Digo.

— Então, faça! Sete meses, quem aguenta?

— Você aguentou 3 anos, Paulina. Bom, quando terminou com Carlos Daniel aproveitou, com quantos você transou mesmo?

— Cala a boca Jilian! - Solto um sorriso ao ver sua reação.

— Sabe o que me lembra? Sua irmã, Paola... Quando nos conhecemos numa festa ela havia me dito que iria perder a virgindade rapidamente e que havia visto o pênis do Douglas e não sabia o que fazer, ela é tão idiota.

— Ela tem sentimentos inadequados por pessoas inadequadas! 

— Como saber se uma pessoa não é adequada pra você, Lina? 

— Eu mal posso respirar ao lado de Carlos Daniel, e não é por raiva, é por amor. A cada dia com ele são horas interrupteis, como se não tivessem fim, quando eu sei que ele é adequado para mim, é quando você sabe que não importa o que aconteça no seu dia, no final dele saberemos que temos um ao outro.

Sabendo que Paulina sentia tanto amor por Carlos Daniel aquele homem que eu julgava ser um romancista nada adequada à ela, reservada, sonhos estranhos e sombria. É quando eu sei que Mark é adequado para mim.

Depois de rirmos e eu ter brigado com Paulina porque ela queria abrir uma garrafa de tequila e eu não podia beber com a minha filha dormindo ali, nós dormirmos ao lado de Emily.

À tarde ouvi a porta da sala bater, peguei meu celular e olhei a hora, era 18h56 e Mark havia chegado do trabalho, sem coragem para levantar ainda e Lina e Emily dormindo permaneci ali, e percebi que ele não veio para o quarto. 

O que é estranho, quando Mark chega ele vem para o quarto, mas naquela hora ele não veio, então ouvi a voz dele do outro lado da porta.

"Então, tudo bem ela ficar aí no fim de semana? Ah, muito obrigado." 

Assim que abriu a porta, Mark deu um passo para trás estranhando Lina estar ali, eu me levantei e pedi para conversar com ele sobre os primeiros passos da nossa filha, ao mostrar o vídeo, Mark sorriu se sentindo feliz por aquilo pegou uma maçã e se virou para mim dizendo que agora deveria proteger a casa porque a pequenina iria aprontar muito conosco.

— Com quem você estava falando ao celular? - Pergunto e vou até o armário pegar um copo.

— Carlos Daniel.

— Hm, e por que estava falando com ele? Vão sair para jogar baisebol? 

— Não! Eu pedi para ele ficar com a Emily no fim de semana. 

— O que? Mark, isso é loucura, por que a deixaríamos lá?

— Porque eu reservei um fim de semana inteiro para nós num hotel, haverá um casamento da minha prima, Gale e nós vamos... E ficaremos lá no hotel voltando no domingo à noite.

— Casamento? Não irei. 

— O que? Jilian, é minha prima. 

— Mark, exatamente. Não aguento mais! Você tem uma família enorme, e a nossa filha está doente e acaba de aprender a andar.

— Isso é uma pena, porque lá vai ter aqueles doces que você adora... 

— Não importa... - Eu respondo e quando ponho água no meu copo me viro para ele. - Quantos doces? - Pergunto.

— Muitos doces que Gale fará especialmente para a minha esposa que infelizmente não quer ir.

— Talvez 30 minutos no casamento. - Eu digo e tomo minha água, Mark dá um sorriso de canto se retirando da cozinha.

Paulina...

Depois que saí da casa da Jilian e fui para a minha casa, estive pensando como seria cuidando de Emily já que agora que ela havia aprendido a andar não iria querer ficar no colo. Quando cheguei em casa, joguei minha bolsa no sofá e fui procurar Carlos Daniel que estava no seu escritório, pintando. 

— Oi! - Eu digo batendo na porta e entro. - Ainda pintando?

— Oi... Sim, eu estava sentindo falta da pintura. Como você está?

— Estou bem, fiquei na casa da Jilian o dia inteiro... Sabia que Emily aprendeu a andar? - Dou um selinho em Carlos Daniel e me sento na sua poltrona.

— Jilian deve ter enlouquecido! 

— Muito. Está sabendo que ela virá esse fim de semana?

— Sim, Mark ligou e pediu para deixa-la aqui e por mim tudo bem, e você?

— Por mim também. Bom - Me levantei. - Eu vou fazer o jantar, você vem?

— Daqui à pouco eu vou! 

A cozinha era o melhor lugar do mundo para mim, era onde eu experimentava coisas, onde eu me sentia livre e era como se eu fizesse terapia e me satisfizesse com todos os pratos que eu poderia fazer e agradar as pessoas.

Além de admirar Saul Juanes havia uma chef de cozinha a quem eu idolatrava, Paola Carosella - eu poderia trabalhar ouvindo ela gritar no meu ouvido para sempre, ou ler tudo que ela publica - a questão é, eu realmente amava Paola, e nessa noite eu queria fazer um prato para que Carlos Daniel desfrutasse muito. 

O notebook estava sob a mesa porque naquela hora - 19h23 - Paola iria me ligar do skype, eu atendi e logo voltei para cortar o filé mignon.

— Oi! Tudo bem? - Perguntei a ela.

— Oi Paulina, estou muito bem, e você? 

— Estou bem! Nossa, parece que aí está mais frio do que aqui. 

— Sim! Mas, aqui em Nova York é tão gostoso Paulina, você devia vir aqui e ficar um tempo, e não vir para conquistar Carlos Daniel! - Ela brincou, e logo quem entrou na cozinha foi o próprio Carlos Daniel.

— Ei, olha quem acabou de chegar. 

— Oi Paola. - Carlos Daniel acena para ela e me dá um beijo na bochecha. 

— Oi Carlos! Minha irmã ainda dá problemas com a tequila?

— Sempre que pode. E como está o curso? - Ele pergunta para ela.

— Está ótimo, meu Deus, é tanta coisa para aprender eu vou continuar com as aulas aqui e depois de uns dois meses eu devo me mudar para Paris. 

— Paris? - Pergunto.

— Sim, eu vou ficar lá durante um ou dois anos e depois eu acho que volto pra Toronto. 

— Acha? Como assim? 

— Poxa, Paulina pensa bem é o meu sonho... Você está aí cozinhando, não é o seu sonho fazer o curso do Saul Juanes? Agora é o meu sonho, quem sabe eu não conheço logo Mark Jacobs ou Stella McCartney? 

— Uau! Ok, então que bom... Já contou para Adelina e os nossos pais?

— Ainda não, e espero que você me ajude com isso, Adelina acha que vou voltar no final do ano, e os nossos pais acham que é na metade do ano que vem.

— De novo Paola? 

— Paulina, desculpe mas, eu quero muito ficar e eu já tenho 19 anos eu posso sonhar não posso? E eu não estou sozinha, eu já fiz amizade e está tudo bem... Enfim, como está a Emily?

— Está bem! Ela aprendeu a andar, saiu de fraldas pela casa hoje correndo.

— Mas, só faz duas semanas que ela operou.

— Bom, a Emily é bem guerreira! Falou com Peter? - Pergunto.

— Ah sim, nos falamos ontem. Bom, eu falei ele estava quase dormindo disse que era a única hora que havia conseguido no hospital. 

— Sim, bom ele ama a medicina o que podemos fazer? - Ironizo.

— Peter me disse que sente falta da Luna, e ela me ligou nos falamos um tempo e ela está chateada porque ele não fica mais em casa.

— Luna deve aprender a ficar sozinha, ele é interno no hospital é difícil.

— Mas, Peter e Luna não podem romper! É como se não houvesse Romeu e Julieta ou Jack e Rose. Os dois são perfeitos um para o outro.

— Você acha? - Pergunto. - Eu prefiro Jeremy e Megan.

— Diz isso porque Jeremy é seu melhor amigo. A Megan é maravilhosa também, só que eu ainda acho que Luna vai assumir estar apaixonada pelo nosso irmão.

— Peter se apaixona muito rápido, vocês dois são iguais.

— O que quer dizer com isso? - Ela me pergunta.

— Bom, você e o Douglas, você o viu uma vez na escola e se apaixonou por ele.

— E ficamos uns dois anos juntos! Afinal, você tem tido notícias dele?

— Ele conversa com Carlos Daniel, está se estabelecendo na faculdade e vai vender o apartamento.

— O nosso apartamento? - Ela pergunta, eu olho para a tela e a observo desorientada. 

— Paola? - A chamo e ela tenta desviar a história. 

— Sim! É, eu vou sair agora tenho um encontro com uns amigos no bar, obrigada pela conversa, nos falamos mais tarde. Até. 

— Tchau! - Respondo e fecho o skype. Vou até a mesa arrumando-a e chamo por Carlos Daniel, finalizo de pegar os pratos e ele aparece atrás de mim novamente me dando um beijo no pescoço. - Aguarde a sobremesa. - Eu brinco e volto à mesa. Já era 20h34 quando eu fui entregar a janta para nós.

— O cheiro está ótimo, o que é? 

— Meu coração ao Murros e Cartas de Amor ao Limão. - Respondo e mostro a ele o prato.

— O que? Eu perguntei o nome do prato, Lina.

— É o nome do prato, ele é da chef Paola Carosella. 

— Quem? 

— Por favor, não me decepciona Carlos Daniel! 

— Eu estou brincando, sei quem é a chef, mas não sei o nome dos pratos. O que seria esse nome gigante?

— É filet mignon Bonsmara na chapa, massa com mascarpone, espinafre, rúcula, parmesão e pimenta do reino. Eu fiz o ponto da carne que você gosta, meio mal passada. 

— E você escolheu o vinho também? - Ele o pega observando e se senta.

— Sim, eu não sei se Bila-Haut é uma boa escolha, mas eu gosto do vinho e coloquei. - Respondo e me sento também.

Esperei para Carlos Daniel comer tudo e enquanto eu comia conseguia ouvir o "Hmmmm" e eu estava satisfeita por aquilo, eu acredito assim como a chef Paola que quem fala mais alto é o prato e não o cozinheiro.

Quando ele finalizou e me parabenizou pelo prato, me levantei levando-os para a cozinha e trouxe o outro prato que havia deixado por lá, a nossa sobremesa.

— Meu Deus Paulina, eu tenho que manter a forma. - Ele me diz, eu dou um sorriso e me sento colocando o prato na mesa.

— Bom, a sobremesa servida é um bolo de castanha do Pará.

— É português?

— Inspirada em chef Alex Atala querido. - Respondo. - A sobremesa conta com sorvete de uísque, calda de chocolate, curry e rúcula.

— Tem rúcula? 

— É maravilhosa Carlos Daniel! Experimente.

Enquanto comíamos a sobremesa, ele pegou em minha mão e disse que tinha uma notícia para me dar, eu estava muito contente por ter conseguido fazer duas receitas importantíssimas de chefs distintos que eu adorava. 

— O que foi? Não está bom? - Pergunto.

— Está maravilhoso! É sobre meu trabalho.

— Ah não... Você vai ter uma viagem não vai? - Pergunto.

— Sim, na próxima semana.

— Mas, já? Carlos Daniel, quanto tempo dessa vez?

— Não sei. Um mês.

— Ok, um mês, tudo bem. Onde vão te mandar agora?

— Me colocaram para fazer palestra em faculdades de Arte, em Barcelona. Por que não vem comigo? Eu arranjo lugar para você rápido.

— Eu não sei... - Respondo e solto sua mão, nessa mesma hora pensei ter sido salva o telefone tocou, eu me levantei pedindo licença e fui atende-lo. - Alô? - Era Saul Juanes, ficamos uns 5 minutos conversando até que eu volto para a mesa totalmente animada. - Saul Juanes pediu para eu ir em seu restaurante amanhã porque queria conversar comigo, e se for um emprego?

Carlos Daniel soltou um sorriso e comeu mais um pedaço do bolo. 

— Não está feliz por mim? - Pergunto e me lembro da viagem. 

— Estou, eu só achei que você viria comigo para Barcelona. 

— Eu preciso pensar antes. - Respondo e me levanto retirando o meu prato.

Jeremy...

Eu e Megan fomos ao restaurante jantar e quando voltamos ela foi finalizar um relatório enquanto Ethan me passava os detalhes de uma reunião que teríamos, e assim que ela terminou eu desliguei o celular enquanto Ethan falava comigo, Megan havia entrado na sala totalmente nua.

— Terminei, quer ir pro quarto? - Ela me perguntou, eu me levantei e dei um sorriso para ela e fomos para o quarto dela.

E de repente enquanto transavamos, ouço uma voz na porta do seu quarto, assustado eu olho rapidamente e pego um travesseiro.

— ELIZABETH! - Megan grita. A moça colocou a mão no rosto e eu coloquei a cueca rapidamente enquanto Megan vestia seu roupão.

— Não vi nada! - A moça dizia.

— É claro que viu, o que faz aqui? - Megan pergunta.

— Está se divertindo com um bananão. - Elizabeth brinca e retira a mão dos olhos enquanto eu fechava o zíper da calça. - Uau, ele é um gato! - Ela se aproxima e me cumprimenta e eu totalmente sem graça do que acabara de acontecer.

— Jeremy essa é minha irmã Elizabeth, Lizzy esse é o Jeremy.

— Há quanto tempo estão juntos? - Ela pergunta.

— NÃO NAMORAMOS! - Nós gritamos a ela. 

— Somos apenas amigos. 

— Megan, está agindo como nossa mãe nos anos 70! Está fumando maconha também?

— Lizzy, o que está fazendo aqui?

— Eu terminei com Steven, ele é um idiota! Gato, gostoso e transa muito bem, mas ele fala cada coisa...

— Acho que eu já vou. - Digo a Megan que me pede desculpas por aquilo, pego meu tênis do chão e a camiseta e paro na porta para me despedir da irmã da Megan. - Olhe para ela. - Digo e viro meu rosto.

— Vai logo. - Megan responde e me dá um beijo. - LIZZY PARA DE TIRAR A BLUSA. 

— FOI UM PRAZER JEREMY! - A irmã grita.

— O PRAZER FOI MEU. - Respondo e fecho a porta me sentando no corredor para calçar o tênis.

Peter...

Ás 3h quando eu voltei para o apartamento coloquei a jaqueta pendurando-a e subi as escadas totalmente cansado depois de sair de uma craniotomia pterional ao chegar no quarto, vi Luna adormecida cheia de livros em cima dela, retirei os livros colocando-os em sua mesa e me sentei na ponta da cama retirando o meu sapato me inclinei perto dela e dei um beijo em sua bochecha.

— Peter? - Ela havia despertado.

— Oi, desculpa eu não queria ter te acordado. - Respondo e a beijo novamente. 

— Que horas são? - Ela me pergunta e se senta na cama.

— Deve ser 3h. - Respondo e retiro o meu cinto.

— Quer dizer vai ser assim agora Peter? Eu vou ficar sem ninguém, não tenho ninguém porque você mora naquela hospital.

— Luna, você disse que achava sexy cirurgias. 

— E é. Mas, eu sinto falta de ficar e transar. Eu não te vejo há 2 noites Peter.

— Vamos resolver isso! Só que agora eu preciso descansar, tenho que voltar para o hospital daqui a pouco.

— Está vendo, eu não acredito Peter! Por que não pode ficar mais tempo no apartamento? 

— Eu salvo vidas Luna, eu salvo vidas. Eu estou trabalhando todo o instante porque agora eu salvo vidas e sou um interno o que significa que os médicos pegam pesado com a gente, eu estudo há 5 anos para isso e tenho bastante tempo ainda para me especializar, eu preciso ficar no hospital direto. 

Eu me levanto e desço para ir a cozinha em busca de algo para comer sabendo que Luna estava muito brava por eu voltar ao hospital daqui há umas horas.

— Não me deixe falando sozinha! - Ela me diz e saí com suas meias de ursinho descendo atrás de mim. Estava com muita dor de cabeça e acabei batendo a porta da geladeira e largando o copo na pia. - PARE DE FAZER BARULHO. 

— Eu só queria chegar tomar banho, comer e dormir um pouco. - Eu digo a ela que cruza os seus braços.

— Você não prefere dormir no sofá? 

— O que foi Luna? Isto não é um relacionamento, você não se "apega" a ninguém, então por que estamos discutindo sobre isso? 

— Ah meu Deus, você é muito idiota! - Ela responde, eu caminho até a sala e pego a minha jaqueta colocando-a novamente e pego a chave do carro que havia deixado na estante. - Onde você vai?

— Eu vou voltar para o hospital e salvar alguma vida lá, já tem muitos problemas lá e eu não preciso de mais um aqui. - Respondo a ela.

Quando voltei para o hospital, vi Coleen na emergência e uma doutora pediu para que eu ajudasse caso algo acontecesse, eu fui até lá e ela se virou para mim e voltou a preencher novos casos.

— O que houve com você? - Ela pergunta.

— Nada. - Respondo.

— Brigou com a namorada? 

— Ela não entende o que é ser cirurgião. Não posso mais ficar em casa, e ela não entende isso.

— Por isso eu terminei antes de vir para cá, sei lá... Parecia ser tudo tão mais fácil, eles nunca entendem! Se nós ficassemos com um médico ele iria entender. Relaxa Peter, logo ela vai ter que aceitar.

No dia seguinte...

Paulina...

Quando acordei, saltei da cama e fui até a cozinha preparar o café e distrair minhas ideias, coloquei comida para Finn e vi que não tinha muitas opções de café da manhã.

Meia hora depois Carlos Daniel aparece na cozinha apenas com sua calça de moletom e seu cabelo bagunçado, ele dá um selinho e brinca com Finn, a nossa campainha toca e ele vai atende-la.

Enquanto eu colocava o café sob a mesa e alguns pães ele volta todo animado.

— Quem era? - Pergunto.

— Jesse, um amigo do escritório. Ele veio entregar os convites para a pré-estreia do filme. 

— Ah meu Deus! - Eu digo. 

— Temos que viajar daqui há um tempo para Los Angeles. 

— AH MEU DEUS!!! - Eu corro para abraça-lo e Finn começa a latir, pego o convite e beijo Carlos Daniel.

— Carlos Daniel? Acabei de sair do restaurante do Saul. - Eu digo a ele em frente ao restaurante ainda, caminho até meu carro para conversar com ele.

— E o que ele queria?

— Ele me ofereceu um emprego em um dos seus restaurantes!! - Eu digo muito entusiasmada.

— Que ótimo amor! - Ele diz ao celular e vejo que há uma outra ligação. 

— Nos falamos em casa, obrigada! Vamos comemorar, compre tequila! - Eu digo e desligo atendendo a outra chamada, era um número desconhecido. - Alô? - Pergunto.

— Senhorita Paulina Martins? 

— Sim, quem está falando? 

— Meu nome é Marta sou responsável por Rosie Trace Campbell do lar de idosos, seu número está registrado como emergência depois do celular da senhorita Jilian.

— Sim, ela é a minha amiga. O que foi algum problema?

— Sim senhorita. A tia dela acaba de falecer e precisamos que ela venha até aqui assinar uns papéis. 

Naquela hora eu não sabia mais o que fazer, a única parente que cuidou de Jilian e ela adorava havia falecido, e um arrepio tomou conta do meu corpo.

— Senhorita? - Marta pergunta.

— Sim, sim... Eu vou tentar falar com a Jilian, obrigada por ligar! 

Assim que desligo o celular suspiro fundo e encosto minha cabeça ao banco sem saber o que falar para Jilian, e tento ligar no seu celular que dá na caixa postal, e tento ligar no telefone de sua casa.

— Alô? - Era a voz dela.

— Jilian, é a Paulina. Precisamos conversar.

— Ah Paulina, precisamos mesmo. 

— Por que seu celular não está funcionando? - Pergunto.

— Emily o jogou no aquário, então eu vou ter que comprar outro. O que foi algum problema? 

— Não... É... Eu vou passar aí agora, tudo bem? 

— Tudo, precisamos conversar mesmo, eu recebi uma carta e parecia ser do Joe, ele quer conhecer a Emily. Achei que tinha me livrado dele.

"Por que é tão bom se livrar das coisas? Descarregar. Se libertar. Talvez seja porque quando vemos o quão pouco precisamos de verdade para sobreviver… Nos faz perceber como somos fortes. Para termos apenas o que precisamos. Se prender apenas nos que não podemos ficar sem. Nos que precisamos… Não apenas para sobreviver. Mas para prosperar”.

 - Paulina? - Ela me chama ao telefone.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Como será que a Jilian vai receber a notícia da morte da tia dela? E o relacionamento de Lina e Carlos Daniel? Peter e Luna? Comentem por favor, não me abandonem. Até a próxima!