O Diário das Irmãs Martins escrita por sahendy


Capítulo 24
Bem vinda ao mundo Emily Rose Estevam


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Perdoem a demora, por favor leiam e COMENTEM??? Obrigada. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.



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"O cérebro é o órgão mais misterioso do corpo humano. Ele aprende. Muda. Adapta-se. Ele nos diz o que vemos. O que escutamos. E nos deixa sentir o amor… Acho que abriga nossa alma. Mas não importa quanta pesquisa façamos… Ninguém pode dizer como a delicada massa cinzenta na nossa cabeça trabalha. E quando é machucado…Quando o cérebro humano está traumatizado… Bem… É aí que ele fica ainda mais misterioso."

[...]

 

Mark...

Acordei novamente e estava ainda na ambulância, uma moça que segurava o soro perguntou qual o meu nome, tentei me levantar da maca e ela segurou os meus braços rapidamente deixando o soro de lado e logo o rapaz pegou o soro.

— Senhor, me diga o seu nome. - Novamente ela me pede.

— Mark... Mark...

— Ok Mark, aguente firme que estamos quase chegando ao hospital.

— Minha... Minha mulher... Ela está... Está grávida. - Digo com dificuldade.

— Sua mulher está na outra ambulância, cuidaremos dela também.

— E o Peter?

— O rapaz do volante também está na outra ambulância, se acalme senhor. Quantos anos tem? Sabe me dizer?

— 22. E... Eu tenho 22... A minha esposa... ela tem 21 anos.

— Tudo bem senhor, fique quieto agora que chegamos. - A moça responde, percebo a ambulância parando, ela pegou o soro da mão do rapaz que empurrou a maca assim que aberta a porta, os dois pularam lá fora para falar com os médicos que nos aguardavam.

— Mark Estevam, 22 anos lesões nas costas e ferimento na cabeça. Acidente de carro na estrada, disse que a esposa está grávida. - Não é o dia deles. - Um dos médicos resmunga e me levam para dentro do hospital.

Jilian...

Sabe quando você é pequena está no jardim de infância e conhece umas pessoas no primeiro contato eles sabem o seu nome, no segundo vocês estão partilhando brinquedos juntos. Eu nunca fui assim, desde que era pequena eu gostava de brincar com todos e depois eu gostava de ficar sozinha na sala, não tinha a necessidade de todos virem e ficar comigo. Não é porque eu era "anti-social" talvez fosse, não sei... Mas, é que até os meus 9 anos meus pais me diziam que eu não podia confiar em qualquer um, confiança deveria ser conquistada e muito merecida. Simplesmente não dá para a gente ir confiando assim em qualquer um, as pessoas andam muito corruptas ultimamente. E então...

— Jilian Campbell, 21 anos - Grávida 37 semanas, trauma neurológico, inconsciente e graves lesões nas pernas.

Eu jurava para mim mesma que jamais iria me casar, e se casasse deveria ser com alguém que me domasse, porque era o meu sonho encontrar alguém tão selvagem quanto eu. Mas, o Mark... Ele é totalmente o meu oposto, e agora olha só casada, dona de uma livraria, órfã e mãe. Ou não...

— Minha filha... minha - tentei concluir a frase e de repente era como se eu pudesse ver minha mãe e meu pai parados ali no canto do hospital, fiquei petrificada. Não é engraçado? Meu espírito petrificado, enquanto meu corpo ainda quente tentando sobreviver a aquela parada cardíaca que estava tendo.

— Tragam o carrinho de ressuscitação! - Um dos médicos gritou, enfermeiros correram até o meu corpo levando o carrinho, e a médica que massageava o meu coração parou e levei o choque no coração. - Carregue em 200. - Levem-na agora para a SO. - Assim que meu coração volta a bater e ao que percebo, o da minha filha também, a médica ordena e então correm com o carrinho até o elevador.

Paulina...

Você já sentiu uma premonição de que algo ou alguém estivesse em perigo? Você sabe como é essa sensação? Um aperto no coração, como se pegassem seu órgão precioso que bombeia o seu sangue e de repente uma pessoa, somente uma pessoa vem em sua mente e você se arrepia, sente aquele arrepio da sua nuca ao seus pés. Era assim comigo.

— Podemos ir visitar Jilian logo? - Pergunto ao Carlos Daniel e ao Jeremy enquanto estamos prestes a pousar. 

— O que você tem? - Jeremy pergunta, Carlos Daniel segura minha mão e fica me olhando aflita. 

— Não sei, é uma sensação, como se algo ruim estivesse acontecendo agora. Vamos vê-la por favor, eu tô ficando nervosa.

— Tudo bem meu amor, assim que decolarmos, vamos atrás dela. - Carlos Daniel beijou minha mão me tranquilizando.

Paola...

— Ok Douglas, então eu vou viajar e de repente você beija a menina? - Grito com ele, estamos brigando desde que chegamos no apartamento. 

— Ela me beijou Paola! Foi ela. Eu não a beijei, eu não queria beija-la. 

— Douglas, me conta exatamente o que aconteceu.

— Mas eu já contei. 

— Douglas, olha nos meus olhos e me garanta que você não quis beija-la. - Digo a ele, que joga a jaqueta no sofá e suspira fundo me olhando, ele dá um sorriso de canto nervoso.

— Isso é ridículo.

— Faça isso Douglas.

— Quer saber a história, tudo bem. - Ele responde nervoso. - Marissa começou a trabalhar comigo, nos aproximamos, ela sempre me ajudava no trabalho, numa noite ficamos até tarde então eu paguei a ela um jantar bem rápido pois ela não havia comigo e ela tem um filho pequeno que mora com a mãe e logo ela iria vê-lo e ainda estava comigo. Uns dias depois conversamos e novamente ficamos presos no trabalho, ela me beijou de repente.

— Você não sabe ficar longe de um rabo de saia. 

— Eu te amo Paola.

— Eu quero terminar. - Respondi, direta e com certeza do que dizia.

— O que? Paola eu já expliquei... 

— Tá.. Tá... Eu já ouvi Douglas, mas se eu estou com uma pessoa que diz que me ama e não pode nem ao menos olhar nos meus olhos e garantir que não gostou do beijo, que interviu rapidamente, eu não quero ficar com essa pessoa. - Respondo e pego minha bolsa ao sofá. 

— Onde você vai? 

— Vou para qualquer lugar. - Respondi, peguei minha mala que estava ao centro da sala jogada ao chão, olhei para Douglas que não respondeu mais nada e saí do apartamento, procurei por qualquer taxista e pedi para me levar ao apartamento de Jilian que Paulina morava com Peter agora desde que ela se casou. Todas as pessoas que precisavam de um local para ficar iam procurar o apartamento de Jilian. 

Mark...

Estava ao meu quarto deitado esperando notícias sobre Jilian, minha filha ou Peter, uma doutora que estava cuidando do meu caso me trazia notícias a cada 30 minutos, havia passado 3 horas que Jilian estava em cirurgia e a médica veio ao meu quarto para dar notícias. 

— Senhor Estevam... Sua esposa passa bem, até o momento. Seu estado é estável, ela teve complicações na cirurgia, uma parada cardíaca. Então tiveram de operar seu estômago, ela tinha muito sangue e isso estava prejudicando a sua filha. Foi feito uma cesariana de emergência.

— Minha filha... Nasceu? 

— Sim, nasceu. Felizmente sem nenhum risco, mas sua esposa pela manhã precisará de uma cirurgia no cérebro se continuar do mesmo jeito. Caso ela acorde faremos uma tomografia e mais alguns exames nela, porém o impacto dos veículos não deixa muita esperança para ela. Eu sinto muito. 

— Sabe, a Jilian ela é cabeça dura, entende? Eu digo sim ela diz não. Eu a conheci há alguns meses e nos casamos, foi tudo muito rápido. Casei com ela primeiramente porque a amo e depois porque ela estava grávida. A filha não é minha, quero dizer é minha... Mas, não é de sangue. E eu sou o pai dela agora, mas eu não posso cuidar dela sem ter a Jilian, na verdade eu posso, mas não quero pensar num mundo que não tenha Jilian. Ela é muito forte, maravilhosa. Então, por favor doutora eu imploro que faça tudo por ela. Salve-a. 

A médica respira fundo e dá um sorriso fechando a ficha que tinha tudo o que ocorreu comigo. - Tudo bem, faremos o possível. - Ela me respondeu.

— Posso ver minha filha? - Pergunto a ela que sorri em concordância dizendo que mandaria alguém traze-la. - Ah, mais uma coisa doutora a senhora pode verificar como está o outro paciente, Peter Martins? 

— Não será preciso cara. - Peter responde e entra no meu quarto na cadeira de rodas, estava com a cabeça enfaixada pelo impacto que bateu. - Doutora, já ligou para a minha irmã? - Peter pergunta a médica que o levava. 

— Nenhum sinal. - Ela respondeu.

— E a outra, Paola? 

— Também tentamos, mas só caiu na caixa postal. Vou tentar novamente. - Ela respondeu e deixou Peter no quarto comigo. Uma enfermeira chegou trazendo minha filha que adormecia tão tranquilamente em seus braços.

Paulina...

Quando cheguei no apartamento, procurei por Peter e lembrei que nesse fim de semana ele iria pescar com Mark, tentei ligar para Jilian mas só caia na caixa postal. Carlos Daniel foi até a casa de Mark para ver se eles estavam por lá e não os achou, quando abri a porta novamente vi Paola descendo do táxi com as malas.

— O que houve? - Pergunto aflita.

— Eu e Douglas terminamos, será que posso entrar? - Ela me pergunta e Jeremy fecha a porta ajeitando o casaco e cumprimenta Paola. 

— Pode, fica no quarto de Jilian. Falando nela, você a viu?

— Ah, estou bem muito obrigada ok Paulina? - Ela responde num tom irônico, Carlos Daniel chega em seguida e cumprimenta Paola. - Que bom que se reconciliaram, é muito bom ter alguém que ama ao seu lado. - Paola começou a chorar.

— Eu devo agradecer ou abraça-la? - Carlos Daniel cochicha ao meu ouvido.

— Ela terminou com Douglas. - Sussurro. 

— Ah, devo abraça-la. - Ele brinca e leva a mala dela para a sala e novamente fecha a porta, Jeremy diz que fica com Paola até eu procurar por Jilian, e então nesse mesmo exato meu celular toca.

— Senhorita Paulina Martins? - Uma moça me pergunta. 

— Sim? 

— Meu nome é Rebeca. Doutora Rebeca Naidi, estou falando do hospital Mount Sinai onde seus amigos sofreram um acidente e estão perguntando por você ou pela sua irmã Paola. 

— O que aconteceu? Cadê a Jilian? Meu irmão?

— Eles sofreram um acidente na estrada... Olha senhorita não posso dar detalhes. Me procure quando chegar aqui no hospital e explicaremos tudo. - Ela responde e desliga o celular. 

— Jilian, Peter e Mark sofreram um acidente e estão no hospital, temos que ir para lá agora. - Respondo, não havia nenhum táxi na rua naquele momento, entrei no apartamento novamente e peguei as chaves do meu carro que estavam no balcão e pela primeira vez eu usaria o carro que meu pai me deu. 

Mark...

— Doutora, pode me dizer o que aconteceu com o motorista do outro carro que bateu no nosso? - Pergunto, enquanto minha filha dorme em meus braços. 

— O senhor morreu. Ele sofreu muito, era um senhor de idade... 

— Nós causamos o acidente? - Peter pergunta, já que estava ao volante. 

— Não... Ouvi falar que ele estava alcoolizado. - A médica responde e saí do quarto, de repente ao passar por aquela porta atrás de dra. Rebeca Naidi estava Paulina, Paola, Carlos Daniel e o amigo de Paulina o Jeremy. 

— Como vocês estão? - Paola pergunta toda nervosa indo olhar Peter que respondeu estar bem, Paulina se aproximou olhando para o bebê em meu colo. 

— É a filha de vocês? - Ela perguntou.

— É. Quer segura-la? - Perguntei. Paulina acenou a cabeça em concordância e pegou minha filha em seu colo com todo o cuidado - e medo - Carlos Daniel parou atrás dela e sorriu observando minha filha. - Ela é linda Mark! - Paulina responde emocionada. 

(Bem-vinda ao mundo Emily Rose Estevam - imaginem ela... que gracinha!)

— Já deram um nome? - Jeremy pergunta. 

— Emily, o nome dela será Emily. É o nome que...

— O nome que a Jilian ama... - Paulina completa, a doutora sorri dizendo que é um lindo nome.

— Notícias da Jilian? 

— Amanhã fará uma outra cirurgia no cérebro se ela não acordar... Mas, o impacto foi forte e acho que ela precisará de cirurgia. - Respondi. 

Já estava escuro e levaram minha filha para a maternidade, e ainda nada de Jilian acordar, Paola ficou com Peter em seu quarto e Jeremy ficou comigo, mas Paulina não saiu do lado de Jilian a noite inteira, e ela não acordou...

Paulina...

— Jilian, eu não sei se você pode me ouvir, mas... - seguro as lágrimas. - Sua filha nasceu, e ela é linda! Nasceu com 3 kgs, e eu não sei como mas ela é a cara do Mark e não é possível eu sei, mas ela é... Todos estamos preocupados com você, então se estiver me escutando por favor, por favor Jilian volte para a gente logo, pegue sua filha no colo e fique com Mark que toda hora pergunta por você! Ah, quase me esqueci... Eu e Carlos Daniel estamos juntos novamente, eu fiz uma loucura, você não vai acreditar... Eu me declarei para ele no meio de um monte de gente, deve estar passando na televisão agora! Mas, valeu a pena.

— Amor? - Carlos Daniel me chama, olho para trás ainda segurando na mão de Jilian. - Quer alguma coisa da cantina? 

— Não, obrigada. - Respondo e volto minha atenção a Jilian. 

— Ela vai ficar bem... - Ele me diz, logo os médicos entram correndo para o quarto dela que teve outra parada cardíaca. 

— Senhorita retire-se do quarto! - Uma médica grita e começa a massagear seu coração. Carlos Daniel segura meu braço e os médicos decidem antecipar a cirurgia dela.

Como eu disse... Você já sentiu seu coração apertado? Já se sentiu assim, o que fez para amenizar? Como pode um mundo em que eu me declaro para o homem que amo e posso perder minha melhor amiga? Você estaria preparado para isso?

 5 horas depois...

Estava no quarto com Peter quando o neuro foi falar com Mark, Paola nos chamou, Mark estava caminhando pelo quarto quando o neurocirurgião chegou. 

— A cirurgia foi um sucesso. - Ele respondeu, olhei para trás onde estava Carlos Daniel e o abracei. - Ela deve acordar amanhã, mas foi um completo sucesso. Beijei Carlos Daniel que me abraçou ainda mais forte logo em seguida. 

Dormi no quarto de Jilian junto com Carlos Daniel, Peter e Paola dormiram no outro quarto e Jeremy ficou com Mark conversando, de manhã quando acordamos descemos para comprar alguns cafés. 

— Acha que Jilian acordará logo? - Pergunto ao Carlos Daniel que sonolento coça os olhos e paga os cafés.

— Acho. - Ele responde. - Paulina, sei que é cedo demais, mas... - Carlos Daniel falaria algo, mas a médica nos chama dizendo que Jilian havia acordado. Corremos para o elevador levando 6 cafés em mãos. 

Mark...

Vi Paulina e Carlos Daniel saindo do quarto minutos antes que eu entrasse em seu quarto para poder vê-la, ela dormir tão linda ali, com as roupas do hospital, e a faixa em sua cabeça, ela simplesmente acordou, eu segurei em suas mãos e a chamei.

— Jilian? Meu amor? - Pergunto, ela olha por todos os cantos daquele quarto.

— Pode ser... Pode... Pode ser Olívia. - Ela responde e me olha de canto, me aproximo dela na cadeira de rodas e beijo suas mãos.

— Tarde demais, a nossa pequena Emily Rose Estevam já nasceu. 


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Leiam, comentem, recomendem! Obrigada.